terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Papa: "Não tenhamos medo de encontrar o olhar de Jesus sobre nós"



2017-01-31 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - As leituras do dia nesta 4ª semana no Tempo Comum inspiraram o Papa Francisco na homilia da missa matutina de terça-feira (31/01), na Casa Santa Marta.
Dirigindo-se aos participantes, o Pontífice iniciou recordando que a Carta aos Hebreus nos exorta a correr na fé com “perseverança, mantendo o olhar fixo em Jesus”. Já no 5º capítulo Evangelho de Marcos, “é Jesus que nos olha e percebe que estamos ali. Ele nos está próximo, está sempre no meio da multidão”, explicou o Papa.
“Não está com os guardas que fazem escolta, para que ninguém o toque. Não, não! Ele fica ali, comprimido entre as pessoas. E toda vez que Jesus saia, tinha mais gente. Especialistas de estatísticas poderiam até ter noticiado: “Cai a popularidade do Rabí Jesus”... Mas ele procurava outra coisa: procurava as pessoas. E as pessoas o procuravam. O povo tinha os olhos presos Nele e Ele tinha os olhos presos nas pessoas. “Sim, sim, no povo, na multidão”, “Não, não, em cada um!” É esta a peculiaridade do olhar de Jesus. Jesus não massifica as pessoas; Ele olha para cada um”.
Pequenas alegrias
O Evangelho de Marcos narra dois milagres: Jesus cura uma mulher que tem hemorragias há 12 anos e que, no  meio da multidão, consegue tocar sua roupa. Ele percebe que foi tocado e depois, ressuscita a filha de 12 anos de Jairo, um dos chefes da Sinagoga. Ele observa que a menina está faminta e diz aos pais que lhe deem de comer:
“O olhar de Jesus passa do grande ao pequeno. Assim olha Jesus: olha para nós, todos, mas vê cada um de nós. Olha os nossos grandes problemas, percebe as nossas grandes alegrias e vê também as nossas pequenas coisas... porque está perto. Jesus não se assusta com as grandes coisas e leva em conta também as pequenas. Assim olha Jesus”.
Se corrermos “com perseverança, mantendo fixo o olhar em Jesus” – afirma o Papa Francisco – acontecerá conosco o que aconteceu com as pessoas depois da ressurreição da filha de Jairo, que ficaram todas admiradas:
“Vou, vejo Jesus, caminho avante, fixo o olhar em Jesus e o que vejo? Que Ele tem o olhar sobre mim! E isto me faz sentir um grande estupor: é a surpresa do encontro com Jesus. Mas não tenhamos medo! Não tenhamos medo, assim como não o teve aquela senhora que foi tocar o manto de Jesus. Não tenhamos medo! Corramos neste caminho, com o olhar sempre fixo em Jesus. E teremos esta bela surpresa, que nos encherá de estupor. O próprio Jesus com os olhos fixos em mim”. 
(CM)
(from Vatican Radio)
 
Fonte: News.VA 

Papa: o pobre em espírito sabe ser humilde e disponível à graça de Deus

2017-01-29 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - Quanto mais tenho, mais quero: isso mata a alma. E o homem ou a mulher que tem essa atitude não é feliz e não alcançará a felicidade: disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo, ao meio-dia, na alocução que precedeu a oração mariana.
Francisco havia partido das Bem-aventuranças, “carta magna” do Novo Testamento, que caracterizam a liturgia deste IV Domingo do Tempo Comum. No sermão da montanha “Jesus manifesta a vontade de Deus de conduzir os homens à felicidade”, destacou.
Nesta sua pregação Jesus segue um caminho particular: começa com o termo “bem-aventurados”, ou seja, “felizes”; prossegue com a indicação da condição para ser tais; e conclui fazendo uma promessa, explicou o Pontífice.
Francisco acrescentou que o motivo da bem-aventurança não está na condição de “pobres em espírito”, “aflitos”, “famintos de justiça”, “perseguidos”, mas na promessa sucessiva, a ser acolhida com fé como dom de Deus. “Parte-se da condição de dificuldade para abrir-se ao dom de Deus e aceder ao mundo novo, o ‘reino’ anunciado por Jesus.”
Não é um mecanismo automático, disse o Papa. “Não podem ser bem-aventurados se não se converteram”, se não se tornaram “capazes de apreciar e viver os dons de Deus”.
Francisco quis ater-se à primeira bem-aventurança: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,4), para em seguida explicitar quem são estes:
“O pobre em espírito é aquele que assumiu os sentimentos e a atitude daqueles pobres que em sua condição não se rebelam, mas sabem ser humildes, dóceis, disponíveis à graça de Deus.”
A felicidade dos pobres – dos pobres em espírito – tem uma dúplice dimensão: em relação aos bens e em relação a Deus, explicou o Santo Padre, acrescentando:
“Em relação aos bens, aos bens materiais, esta pobreza em espírito é sobriedade: não necessariamente renúncia, mas capacidade de experimentar o essencial, de partilha; capacidade de renovar todos os dias a admiração pela bondade das coisas, sem sucumbir na opacidade do consumo voraz."
“Quanto mais tenho, mais quero; mais tenho, mais quero: esse é o consumo voraz. E isso mata a alma. E o homem ou a mulher que faz isso, que tem essa atitude ‘mais tenho, mais quero’, não é feliz e não alcançará a felicidade.”
Em relação a Deus, afirmou, “é louvor e reconhecimento que o mundo é bênção e que na sua origem está o amor criador do Pai. Mas é também abertura a Ele, docilidade a sua senhoria: “é Ele, o Senhor, é Ele o Grande, não eu sou grande porque tenho tantas coisas! É Ele: Ele que quis o mundo para todos os homens e o quis para que os homens fossem felizes”, acrescentou.
O pobre em espírito é o cristão que não deposita sua confiança em si mesmo, nas riquezas materiais, não é obstinado nas próprias opiniões”, disse ainda o Papa fazendo em seguida uma observação pertinente à convivência nas comunidades cristãs:
“Se em nossas comunidades existissem mais pobres em espírito, haveria menos divisões, contrastes e polêmicas. A humildade, como a caridade, é uma virtude essencial para a convivência nas comunidades cristãs. Os pobres, nesse sentido evangélico, se mostram como aqueles que mantêm firme a meta do Reino dos céus, fazendo entrever que este é antecipado de forma germinal na comunidade fraterna, que privilegia a partilha à posse.”
Após a oração mariana, o Pontífice lembrou a celebração, neste domingo, do Dia mundial de luta contra a hanseníase, ressaltando que esta doença, mesmo em diminuição, encontra-se ainda entre as mais temidas e atinge os mais pobres e marginalizados. “É importante lutar contra esta enfermidade, mas também contra as discriminações que ela gera”, exortou.
Encontravam-se presentes na Praça São Pedro, em meio aos cerca de 25 mil fiéis e peregrinos, três mil jovens da Ação Católica de Roma, formando a “Caravana da Paz”. Dois deles, um garoto e uma garota, se juntaram ao Santo Padre durante a saudação do Pontífice aos diversos grupos de fiéis e peregrinos reunidos na Praça. O garoto leu uma breve mensagem aos presentes. Em seguida, foram soltos alguns balões, símbolo da paz.
O Papa lembrou mais uma vez as populações do centro da Itália, expressando sua proximidade a estes que ainda sofrem as consequências do terremoto e das difíceis condições atmosféricas deste inverno europeu.
O Pontífice despediu-se dos presentes pedindo que não se esquecessem de rezar por ele. (RL)
 
Fonte: News.VA

Portugal: Semana da Vida Consagrada a serviço da vida

2017-01-30 Rádio Vaticana
Lisboa (RV) - Está em andamento, em Portugal, a Semana da Vida Consagrada sobre o tema “Consagrados a serviço da vida”. 
No documento de apresentação do evento, a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, promotora da iniciativa junto com a Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, e a Federação Nacional dos Institutos Seculares, pede para que a semana seja vivida nas dioceses e paróquias, nas comunidades cristãs e religiosas, e em todos os lugares eclesiásticos do país.
Segundo a Agência Sir, espera-se que a iniciativa seja fecunda e proporcione ocasiões de oração, encontros e reflexão, pessoal, familiar e comunitária, “valorizando e promovendo o conhecimento e a abertura das comunidades cristãs a essa dimensão essencial da ação e missão da Igreja constituída pela vida consagrada”. 
O texto da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal convida todos os cristãos a “agradecerem a Deus por este dom, pela sua presença na Igreja e no mundo, sobretudo nas áreas de fronteira”. 
O ápice da Semana da Vida Consagrada está previsto para 2 de fevereiro próximo, com a comemoração do 21º Dia Mundial da Vida Consagrada. 
(MJ)
 
Fonte: News.VA

Novos bispos para o Rio

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)


Sábado, dia 28 de janeiro, memória de Santo Tomás de Aquino, tive a graça de ordenar dois novos bispos auxiliares para a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro: D. Joel Amado Portela e D. Paulo Alves Romão, que se juntarão aos demais bispos auxiliares para nos ajudarem a pastorear o povo santo de Deus nesta nossa grande, bela e complexa cidade.
A Igreja tem a missão de anunciar e propagar o Reino de Deus até os extremos confins da Terra, a fim de que todos os homens creiam em Cristo e assim tenham a vida eterna. A Igreja é, portanto, anunciadora da misericórdia. É dessa missão que brotam as tarefas, a luz e as forças que podem contribuir para construir e consolidar a comunidade dos homens segundo a Lei divina. 
O Bispo é o princípio visível de unidade na sua Igreja; é chamado a edificar incessantemente a Igreja particular na comunhão de todos os seus membros e, destes, com a Igreja universal, vigiando a fim de que os diversos dons e ministérios contribuam para a comum edificação dos crentes e com a difusão do Evangelho.
Como mestre da fé, santificador e guia espiritual, o Bispo sabe que pode contar com uma especial graça divina, conferida na ordem episcopal. Tal graça o sustenta no seu consumir-se pelo Reino de Deus, pela salvação eterna dos homens e também no seu empenho para construir a história com força do Evangelho, dando sentido ao caminho do homem no tempo.
O Bispo, diante de si mesmo e dos seus deveres, tem presente como centro que delineia a sua identidade e a sua missão o mistério de Cristo e as características que o Senhor Jesus quer para a sua Igreja, “povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (LG, 4). É, de fato, à luz do mistério de Cristo, Pastor e Bispo das almas (cf. 1Pd 2,25), que o Bispo compreende sempre mais profundamente o mistério da Igreja, na qual a graça da ordenação episcopal o colocou como mestre, sacerdote e pastor para guiá-la com a sua mesma autoridade.
Uma das mais belas figuras do bispo é a do Bom Pastor, pois ela ilustra o conjunto do ministério episcopal enquanto manifesta o seu significado, a sua finalidade, o seu estilo e o seu dinamismo evangelizador e missionário. Cristo Bom Pastor indica ao Bispo a fidelidade cotidiana à própria missão, a plena e serena consagração à Igreja, a alegria de conduzir para o Senhor o Povo de Deus que lhe é confiado e a felicidade em acolher na unidade da comunhão eclesial todos os filhos de Deus dispersos (cf. Mt 15, 24; 10,6).
O Bom Pastor ofereceu a vida pelo rebanho (cf. 10,11) e veio para servir e não para ser servido (cf. Mt 20,28). Além disso, aí se encontra a fonte do ministério pastoral pelo qual as três funções: de ensinar, santificar e governar devem ser exercitadas com os traços característicos do Bom Pastor. Para desenvolver o ministério episcopal fecundo, o Bispo é chamado a conformar-se com Cristo de maneira toda especial na sua vida pessoal e no exercício do ministério apostólico, de tal forma que o “pensamento de Cristo” (1Cor 2,16) penetre totalmente as suas ideias, os seus sentimentos e os seus comportamentos, e a luz que provém do rosto de Cristo ilumine “o governo das almas, que é a arte das artes”. (“Regula Pastoralis” de São Gregório Magno, 1).
Quando o Papa Francisco esteve no Brasil por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, ele fez um discurso aos Bispos do Brasil no dia 27/07/2013. Na ocasião, o Papa Francisco retomou o que tinha dito antes, em Roma, aos Núncios Apostólicos, sobre os critérios a seguir ao preparar as listas dos candidatos ao serviço do episcopado. Segundo o Papa Francisco: “Os Bispos devem ser Pastores, próximos das pessoas, pais e irmãos, com grande mansidão: pacientes e misericordiosos. Homens que amem a pobreza, quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham “psicologia de príncipes”. (Retirado do site: http://centroloyola.org.br/revista/outras-palavras/desdobramentos/393-discurso-do-papa-ao-episcopado-brasileiro-coragem-para-mudar-estruturas. Último acesso: 26/01/2017).
“Homens capazes de vigiar sobre o rebanho que lhes foi confiado e cuidando de tudo aquilo que o mantém unido: vigiar sobre o seu povo, atento a eventuais perigos que o ameacem, mas, sobretudo, para fazer crescer a esperança (o Bispo tem que cuidar da esperança do seu povo): que haja sol e luz nos corações. Homens capazes de sustentar com amor e paciência os passos de Deus em seu povo. E o lugar do Bispo para estar com o seu povo é triplo: ou à frente para indicar o caminho, ou no meio para mantê-lo unido e neutralizar as debandadas, ou então atrás para evitar que alguém se atrase, mas também e fundamentalmente, porque o próprio rebanho tem o seu faro para encontrar novos caminhos”. (Retirado do site: http://centroloyola.org.br/revista/outras-palavras/desdobramentos/393-discurso-do-papa-ao-episcopado-brasileiro-coragem-para-mudar-estruturas. Último acesso: 26/01/2017).
Como tive ocasião de dizer na homilia da Missa de Consagração: D. Joel Portela Amado e D. Paulo Alves Romão, como bispos se abrem à universalidade, embora provenham de situações bem concretas, porém agora não mais pertencem a um movimento, espiritualidade, grupo pastoral ou a uma paróquia, mas sim à Igreja em sua universalidade concretizada na Arquidiocese. São chamados a ser sinais da unidade da Igreja em comunhão perfeita e íntima com o seu Arcebispo, com os demais bispos da arquidiocese, com o regional e toda a Igreja do Brasil – consequentemente unido ao sucessor de Pedro e a toda a catolicidade da igreja. Serão homens da Igreja em favor do povo de Deus, procurando servir aos que mais sofrem e que vivem nas “periferias existenciais”.
D. Joel Portela Amado escolheu como lema: “Omnibus omnia propter Evangelium”, “Tudo para todos pelo Evangelho”. (1Cor 9,22) e D. Paulo Alves Romão escolheu como lema: “Vivere Christus est”, “Viver é Cristo”. (Fl 1,21). Aí está o resumo da caminhada episcopal: viver para Cristo e consumir-se pelo rebanho!
Que o Senhor nos conceda transmitir e ser para o povo a figura do Bom Pastor, acolhendo, servindo, indo ao encontro das ovelhas, em especial da desgarradas e colocando todos no caminho de Cristo Jesus.

 Fonte: CNBB

Trilhar outro caminho

Dom Reginaldo Andrietta
Bispo Diocesano de Jales, SP

A crise, hoje, amplamente discutida por todos os setores sociais, não é tão nova como se pensa, tampouco exclusiva dos tempos atuais. A humanidade vive em permanente crise. Ela se manifesta, sempre, de modos diferentes. A crise de hoje, do ponto de vista econômico e social, nada mais é do que uma nova crise do capitalismo, sistema no qual estamos imersos há vários séculos. Essas crises, relacionadas a transformações nas relações de poder econômico e político, estão, por sua vez, associadas a mudanças tecnológicas, especialmente nos processos produtivos.
Vivemos, hoje, a quarta revolução industrial. Na primeira, entre 1760 e 1830, houve mudança da produção manual à mecanizada. A segunda revolução, gerada sobretudo pela introdução da eletricidade nos processos produtivos, favoreceu a produção em massa. A terceira ocorreu desde os meados do século 20, com o desenvolvimento da eletrônica e as telecomunicações. A quarta revolução, de cunho digital, está provocando automatização acelerada dos processos produtivos, independizando-os de atividades humanas.
Centenas de economistas e líderes governamentais de nações ricas, reunidos no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, nos últimos dias, se manifestaram entusiastas com esse tipo de revolução, pois reforça seus ideais de uma economia modernizada, a seu favor. Com ela, a economia mundial crescerá enormemente para os que têm capacidade de inovação e adaptação. No entanto, as economias de países tidos como subdesenvolvidos e emergentes, incapazes de se modernizarem no mesmo ritmo, estão sendo atropeladas.
Essa disparidade no desenvolvimento das nações, tem sido claramente questionada pela Doutrina Social da Igreja, com pronunciamentos significativos de nossos Papas. Paulo VI, em sua Encíclica sobre o Desenvolvimento dos Povos, de 1967, já se referia a essa “dura realidade da economia moderna”, como um mecanismo que “arrasta o mundo, mais para a agravação do que para a atenuação da disparidade dos níveis de vida: os povos ricos gozam de um crescimento rápido, enquanto os pobres se desenvolvem lentamente”.
O Papa João Paulo II, em sua Encíclica Centésimo Ano, de 1991, afirmou que as nações mais pobres “têm necessidade que lhe sejam oferecidas condições realisticamente acessíveis”, por meio “de uma concertação mundial para o desenvolvimento, que implica inclusive o sacrifício das situações de lucro e de poder, usufruídas pelas economias mais desenvolvidas”. Em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, em 1° de janeiro de 2004, evocou a necessidade de uma nova ordem mundial fundada na solidariedade entre países ricos e pobres.
O Papa Francisco, por sua vez, afirmou na Exortação Apostólica Alegria do Evangelho, de 2013, que “a economia deveria ser a arte de alcançar uma adequada administração da casa comum, que é o mundo inteiro”, e destacou que “se realmente queremos alcançar uma economia global saudável, precisamos, neste momento da história, de um modo mais eficiente de interação que, sem prejuízo da soberania das nações, assegure o bem-estar econômico a todos os países e não apenas a alguns”. Ele é contundente em sua proposta de mudanças estruturais na economia global.
A tão comentada crise brasileira está, portanto, relacionada à ordem econômica mundial. Estamos saturados de problemas causados por enormes contradições globais. Essa crise, no entanto, é uma oportunidade para libertamo-nos de dependências históricas, por meio da cooperação entre nações que andam a pé na estrada da livre concorrência econômica, atropeladas por outras com seus veículos potentes. Se o governo atual persiste em continuar nessa pista de corrida desleal, que para nós é mortal, cabe-nos, como cidadãos e cidadãs, insistir que necessitamos trilhar outro caminho.

Sínodo dos Bispos sobre os jovens

Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta, RS

No último dia 13 de janeiro, o Papa Francisco deu início ao caminho para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, apresentando para toda a Igreja o Documento Preparatório. Este Sínodo será realizado em outubro de 2018, em Roma, e terá como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. A notícia é fonte de alegria e de muita esperança para os jovens e para toda Igreja. Na carta que dirigiu aos jovens, assim se expressou: “Eu quis que vós estivésseis no centro da atenção, porque vos trago no coração.” A Igreja deseja interrogar-se sobre o modo de anunciar o Evangelho aos jovens, de acompanhá-los e ajudá-los no itinerário da vida cristã. O texto bíblico inspirador é do Evangelho de João, em que Jesus se volta aos dois discípulos que o acompanhavam e lhes faz um convite: “vinde e vede” (Jo 1, 39). Assim, afirma o Santo Padre, “Jesus dirige o seu olhar também a vós, convidando-vos a caminhar com Ele. Caríssimos jovens, encontrastes este olhar? Ouvistes esta voz? Sentistes este impulso a pôr-vos a caminho?” Este chamado é atual e é dirigido a todos os jovens, pois Deus quer que todos vivam na alegria completa. Para isto é preciso “empreender um itinerário de discernimento para descobrir o projeto de Deus na vossa vida.”
Para realizar este percurso, a Igreja é convidada a olhar a realidade na qual vivem nossos jovens. As condições em que se encontram muitos jovens não lhes permite criar um espaço para escolhas e projetos de vida segundo o sonho de Deus.  “Pensemos nos jovens em situações de pobreza e exclusão; naqueles que crescem sem pais nem família, ou então em quantos não têm a possibilidade de ir à escola; nas crianças e nos meninos de rua de numerosas periferias; nos jovens desempregados, deslocados e migrantes; naqueles que são vítimas de exploração, tráfico e escravidão; nas crianças e nos adolescentes recrutados à força em grupos criminosos ou milícias irregulares; nas noivas-crianças ou nas jovens obrigadas a casar contra a sua própria vontade”, afirma o Documento. No que se refere às opções de vida, há dificuldade de empenhar a vida numa decisão definitiva: “hoje escolho este, amanhã veremos”. No tocante à prática religiosa cresce o número dos que “não se colocam «contra», mas aprendem a viver «sem» o Deus apresentado pelo Evangelho e «sem» a Igreja, confiando ao contrário em formas de religiosidade e espiritualidade alternativas”.
Com o percurso do Sínodo, a Igreja deseja “encontrar, acompanhar e cuidar de cada jovem, sem exceção. Não podemos nem queremos abandoná-los às formas de solidão e de exclusão às quais o mundo os expõe. Que a sua vida seja uma boa experiência, que não se percam ao longo de caminhos de violência ou de morte, que a desilusão não os aprisione na alienação.” Com os jovens realizar um percurso de discernimento, isto é, um processo em que a pessoa, em diálogo com o Senhor e à escuta da voz do Espírito, chega a fazer as opções fundamentais, a começar por aquela sobre o estado de vida. A Igreja deseja oferecer a possibilidade para que os jovens se encontrem com o Senhor e sua Palavra ilumine sua vida e seus projetos e sejam felizes. Para isto, é preciso caminhar com eles “encontrando-os lá onde eles estão, adaptando-se aos seus tempos e aos seus ritmos”. Esta proximidade, a exemplo de Jesus nos Evangelhos, se dá através de três ações, que podem caracterizar um estilo pastoral: sair, ver, chamar.
Enfim, somos todos convidados a participar ativamente deste processo sinodal, especialmente os jovens de nossas comunidades. Temos certeza que o Espírito Santo guiará este caminho para que todos os jovens vivam felizes, como disse Jesus: “a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa» (Jo 15, 11).   

Fonte: CNBB

Santo do Dia - São João Bosco, um homem voltado para o céu

São João BoscoDom Bosco, criador dos oratórios; catequeses e orientações profissionais, era exemplo para os jovens

Nasceu perto de Turim, na Itália, em 1815. Muito cedo conheceu o que significava a palavra sofrimento, pois perdeu o pai tendo apenas 2 anos. Sofreu incompreensões por causa de um irmão muito violento que teve. Dom Bosco quis ser sacerdote, mas sua mãe o alertava: “Se você quer ser padre para ser rico, eu não vou visitá-lo, porque nasci na pobreza e quero morrer nela”.
Logo, Dom Bosco foi crescendo diante do testemunho de sua mãe Margarida, uma mulher de oração e discernimento. Ele teve que sair muito cedo de casa, mas aquele seu desejo de ser padre o acompanhou. Com 26 anos de idade, ele recebeu a graça da ordenação sacerdotal. Um homem carismático, Dom Bosco sofreu. Desde cedo, ele foi visitado por sonhos proféticos que só vieram a se realizar ao longo dos anos. Um homem sensível, de caridade com os jovens, se fez tudo para todos. Dom Bosco foi ao encontro da necessidade e da realidade daqueles jovens que não tinham onde viver, necessitavam de uma nova evangelização, de acolhimento. Um sacerdote corajoso, mas muito incompreendido. Foi chamado de louco por muitos devido à sua ousadia e à sua docilidade ao Divino Espírito Santo.
Dom Bosco, criador dos oratórios; catequeses e orientações profissionais foram surgindo para os jovens. Enfim, Dom Bosco era um homem voltado para o céu e, por isso, enraizado com o sofrimento humano, especialmente, dos jovens. Grande devoto da Santíssima Virgem Auxiliadora, foi um homem de trabalho e oração. Exemplo para os jovens, foi pai e mestre, como encontramos citado na liturgia de hoje. São João Bosco foi modelo, mas também soube observar tantos outros exemplos. Fundou a Congregação dos Salesianos dedicada à proteção de São Francisco de Sales, que foi o santo da mansidão. Isso que Dom Bosco foi também para aqueles jovens e para muitos, inclusive aqueles que não o compreendiam.
Para a Canção Nova, para a Igreja e para todos nós, é um grande intercessor, porque viveu a intimidade com Nosso Senhor. Homem orante, de um trabalho santificado, em tudo viveu a inspiração de Deus. Deixou uma grande família, um grande exemplo de como viver na graça, fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em 31 de janeiro de 1888, tendo se desgastado por amor a Deus e pela salvação das almas, ele partiu. Mas está conosco no seu testemunho e na sua intercessão.
São João Bosco, rogai por nós!

Liturgia Diária - São João Bosco - Terça-feira 31/01/2017

Primeira Leitura (Hb 12,1-4)
Leitura da Carta aos Hebreus.
Irmãos, 1rodeados como estamos por tamanha multidão de testemunhas, deixemos de lado o que nos pesa e o pecado que nos envolve.
Empenhemo-nos com perseverança no combate que nos é proposto, 2com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia, e assentou-se à direita do trono de Deus.
3Pensai pois naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores, para que não vos deixeis abater pelo desânimo. 4Vós ainda não resististes até o sangue na vossa luta contra o pecado.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo de Hoje : Responsório (Sl 21)



Todos aqueles que vos buscam, hão de louvar-vos, ó Senhor.
Todos aqueles que vos buscam, hão de louvar-vos, ó Senhor.
Sois meu louvor em meio à grande assembleia; cumpro meus votos ante aqueles que vos temem! Vossos pobres vão comer e saciar-se, e os que procuram o Senhor o louvarão. “Seus corações tenham a vida para sempre!”
Lembrem-se disso os confins de toda a terra, para que voltem ao Senhor e se convertam, e se prostrem, adorando, diante dele todos os povos e as famílias das nações. Somente a ele adorarão os poderosos, e os que voltam para o pó o louvarão.
Para ele há de viver a minha alma, toda a minha descendência há de servi-lo; às futuras gerações anunciará o poder e a justiça do Senhor; ao povo novo que há de vir, ela dirá: “Eis a obra que o Senhor realizou!”

Compreendendo e Refletindo

Levemos até Jesus não só as nossas dores e aflições, mas olhemos para o meio em que vivemos e vejamos quantas pessoas estão sofrendo

“Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!” (Marcos 5,23).

Hoje, estamos contemplando duas pessoas vivendo situações difíceis, extremas e aflitivas em suas vidas. Primeiro, é um pai de família que está vendo sua filha praticamente morta e não sabe o que fazer com ela. É Jairo, um dos chefes da sinagoga. Com todo poder que ele tem, não é capaz de fazer nada por sua filha. Ele corre atrás de Jesus, vai pedir socorro.
Do outro lado, enquanto Jesus está no caminho, uma mulher que sofre de hemorragia crônica também se aproxima d’Ele. A situação dela é muito dramática, pois há doze anos ela sofre desse mal; e não pense que é simplesmente uma hemorragia, mas são todas as consequências que esse mal traz para a vida dela. Durante esse período em que ela viveu a hemorragia, foi tida como impura. Uma vez que está impura, não pode se aproximar das pessoas nem as pessoas podem se aproximar dela.
Quando a mulher passa por isso quatro ou cinco dias no mês, tudo bem! Mas imagine uma pessoa no estado crônico, vivendo assim por doze anos. Ela não pode se aproximar de ninguém e também não podem se aproximar dela.
Ser marginalizado, viver à margem, viver distante dos outros é muito sofrido, é, de fato, uma penúria para a alma, para o coração, para a condição humana. Aquela mulher precisa de um socorro, de um auxílio, precisa aproximar-se e ser tocada. Precisa ser novamente reinserida no mundo, na sociedade, na convivência com as pessoas.
O olhar misericordioso de Jesus se volta para essas duas criaturas humanas: um pai de família desesperado, aflito, mas tendo a confiança de que Jesus pode fazer algo por ele; e a uma mulher que está sofrendo e tem a confiança de que, mesmo não podendo, sua fé a leva até Jesus.
Cristo se compadece deles, compadece-se dos nossos sofrimentos, das nossas aflições. Jesus se compadece de tantos que vivem em nosso meio com profundas aflições no corpo, na alma e no espírito.
Quem vai olhar para o que eu estou sofrendo e passando? Eu sei que preferimos contemplar apenas o milagre: a filha de Jairo, que levanta e volta a viver; ou essa mulher que é curada, a sua hemorragia é estancada, porque ela foi ousada na fé. Porém, muito mais ousada é a misericórdia de Jesus, que não conhece limites, não conhece pessoas de acordo com a sua vida social e assim por diante. É a misericórdia que chega aos corações mais aflitos. Jesus é aquele que tem misericórdia de nós, é aquele que se compadece de nossas dores e sofrimentos.
Levemos até Jesus não só as nossas dores e aflições, mas olhemos ao nosso lado, para o meio em que vivemos. Quantas pessoas estão sofrendo penúrias, aflições terríveis na alma e no espírito! São perdas terríveis, mães desesperadas, que não sabem o que fazer com seus filhos perdidos no mundo das drogas, do álcool ou em tantas situações; pessoas muitas vezes com doenças incuráveis, doenças crônicas e tantas aflições. Não podemos permitir que elas caiam no desespero.
Jesus é por nós, Ele é luz, consolo e compaixão. Precisamos ser presença confortadora, animadora, consoladora de Jesus em meio às aflições das pessoas que estão ao nosso lado, no mundo em que estamos. Precisamos ser para elas o que Jesus é para nós, precisamos levar o consolo e o conforto para o coração dos outros!
Deus abençoe você.

Padre Roger Araújo- Canção Nova

Evangelho (Mc 5,21-43)


O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 21Jesus atravessou de novo, numa barca, para outra margem. Uma numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia. 22Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés, 23e pediu com insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!”
24Jesus então o acompanhou. Numerosa multidão o seguia e comprimia. 25Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com hemorragia; 26tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais.
27Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. 28Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. 29A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. 30Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” 31Os discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou’?”
32Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo. 33A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade. 34Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”.
35Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” 36Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” 37E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. 38Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando.
39Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está dormindo”. 40Começaram então a caçoar dele. Mas, ele mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. 41Jesus pegou na mão da menina e disse: “Talitá cum” que quer dizer: “Menina, levanta-te!” 42Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. 43Ele recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à menina.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Atentado Québec: Papa condena violência geradora de sofrimento

2017-01-30 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – Ao menos seis pessoas morreram e oito ficaram feridas domingo (30/01) num atentado contra uma mesquita em Quebec, no Canadá. Dois  homens encapuzados atiraram contra frequentadores do templo islâmico horas depois de o premiê canadense declarar que vai receber refugiados rejeitados pelos EUA.
O Papa Francisco recebeu a notícia e enviou um telegrama à Arquidiocese de Québec, manifestando seu pesar.
“Sua Santidade confia à misericórdia de Deus as pessoas que perderam a vida e se associa à oração e à dor de seus entes queridos. Expressa sua profunda solidariedade aos feridos e seus familiares, assim como a todas as pessoas que contribuíram nas operações de socorro, pedindo ao Senhor que lhes conforte e console neste momento de provação. O Santo Padre condena firmemente a violência que gera tanto sofrimento e implora de Deus o dom do respeito mútuo e da paz, invocando sobre as famílias e todas as pessoas tocadas por este drama, assim como para todos os cidadãos da cidade, as bênçãos do Senhor” – diz o texto.
O Cardeal em visita a Roma
Enquanto o telegrama foi enviado à Arquidiocese, o Papa teve a oportunidade de saudar pessoalmente o arcebispo metropolita de Québec, Gérald Cyprien LaCroix que participou da missa matutina presidida na Capela Santa Marta.
Francisco ressaltou a importância de neste momento, permanecer todos unidos na oração, cristãos e muçulmanos.
Em visita a Roma, o Cardeal partiu imediatamente para o Canadá.
Entretanto, também o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso recebeu com tristeza e indignação a notícia do atentado contra os muçulmanos em oração em um local de culto e emitiu uma nota a respeito.
“Com este gesto insensato foram violados a sacralidade da vida humana e o respeito devido a uma comunidade em oração e ao lugar de culto que a acolhia. O Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso condena firmemente este ato de excepcional violência e deseja que chegue aos muçulmanos do Canadá a sua plena solidariedade, assegurando sua fervorosa oração pelas vítimas e suas famílias”. 
(CM)
(from Vatican Radio)

Fonte: News.VA

Papa: A maior força da Igreja está nas pequenas igrejas perseguidas

2017-01-30 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – A maior força da Igreja hoje está nas pequenas Igrejas perseguidas. Foi o que disse o Papa na missa celebrada na manhã desta segunda-feira (30/01) na Casa Santa Marta. A homilia do Pontífice foi dedicada aos mártires.
 
“Sem memória não há esperança”, afirmou o Papa comentando a Carta aos Hebreus, na qual se exorta a recordar toda a história do povo do Senhor. Antes de tudo, uma “memória de docilidade”, “a memória da docilidade de tantas pessoas, começando por Abrãao que, obediente, saiu de sua terra sem saber onde ia. Em especial, no 11º capítulo da primeira leitura, se fala de outras duas memórias. A memoria dos grandes gestos do Senhor, realizado por Gedeão, Barac, Sansão, Davi “tantas pessoas – disse o Papa – que fizeram grandes gestos na história de Israel”.
A mídia não fala dos mártires de hoje
E depois há um terceiro grupo do qual fazer memória, a “memória dos mártires”: “os que sofreram e deram a vida como Jesus”, que “foram lapidados, torturados, mortos na espada”. De fato, a Igreja é “este povo de Deus”, “pecador, mas dócil”, “que faz grandes coisas e testemunha também Jesus Cristo até o martírio”:
“Os mártires são aqueles que levam avante a Igreja, são os que a amparam, que a ampararam no passado e a ampararam hoje. E hoje existem mais mártires do que nos primeiros séculos. A mídia não fala porque não faz notícia, mas muitos cristãos no mundo hoje são bem-aventurados porque perseguidos, insultados, presos. Há muitos nas prisões, somente por carregar uma cruz ou por confessar Jesus Cristo! Esta è a gloria da Igreja e o nosso amparo e também a nossa humilhação: nós que temos tudo, tudo parece fácil para nós e se nos falta alguma coisa reclamamos... Mas pensemos nesses irmãos e irmãs que hoje, num número maior do que nos primeiros séculos, sofrem o martírio!”. 
“Não me esqueço”, prosseguiu Francisco, “o testemunho daquele sacerdote e daquela religiosa na catedral de Tirana: anos e anos de prisão, trabalho forçado e humilhação”, para os quais não existiam os direitos humanos.
A força da Igreja são as pequenas Igrejas perseguidas
O Papa recordou que a maior força da Igreja hoje está nas “pequenas Igrejas perseguidas”:
“Também nós, é verdade e também justo, ficamos satisfeitos quando vemos uma ação eclesial grande, que teve muito sucesso, os cristãos que se manifestam. Isso é bonito! Esta é a força? Sim, é força, mas a força maior da Igreja hoje está nas pequenas Igrejas, pequeninas, com pouca gente, Igrejas perseguidas, com os seus bispos no cárcere. Esta é a nossa glória hoje. Esta é a nossa glória e a nossa força hoje.”
Sangue dos mártires é semente de cristãos
“Ousaria dizer: Uma Igreja sem mártires é uma Igreja sem Jesus”, afirmou e na conclusão o Papa convidou a rezar “pelos nossos mártires que sofrem muito”, “por aquelas Igrejas que não são livres de se expressar”. “Elas são a nossa esperança”. O Papa recordou que nos primeiros séculos da Igreja um antigo escritor dizia: “O sangue dos cristãos, o sangue dos mártires, é semente dos cristãos.”
“Eles com o seu martírio, o seu testemunho, com o seu sofrimento, doando a vida, oferecendo a vida, semeiam cristãos para o futuro e em outras Igrejas. Ofereçamos esta missa pelos nossos mártires, por aqueles que agora sofrem, pelas Igrejas que sofrem, que não têm liberdade, e agradeçamos ao Senhor por Ele estar presente com a força de seu Espírito nesses nossos irmãos e irmãs que hoje dão testemunho D'Ele.”
(BF/MJ)
(from Vatican Radio)

Fonte: News.VA

Papa: Vida Consagrada profética, vencendo mundanidade e relativismo

2017-01-29 Rádio Vaticana

O Santo Padre concluiu as suas atividades na manhã deste sábado (28/01), no Vaticano, recebendo na Sala Clementina, cerca de 100 participantes à Plenária da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
No seu discurso o Papa expressou sua satisfação em receber os membros da Congregação que, nestes dias, em sua plenária, reflectiram sobre o tema da “fidelidade e dos abandonos”:
“O tema que escolheram é importante. Podemos dizer que, neste momento, a fidelidade é colocada à prova: é o que demonstram as estatísticas que examinaram. Encontramo-nos diante de certa "hemorragia" que enfraquece a vida consagrada e a própria vida da Igreja. Os abandonos na vida consagrada nos preocupam muito. É verdade que alguns a deixam por um gesto de coerência, porque reconhecem, depois de um sério discernimento, que nunca teve vocação; outros, com o passar do tempo, faltam de fidelidade, muitas vezes a apenas alguns anos da sua profissão perpétua”.
Aqui, o Papa perguntou: o que aconteceu? Como vocês destacaram no seu encontro, são muitos os factores que condicionam a fidelidade nesse tempo de mudança de época em que se torna difícil assumir compromissos sérios e definitivos. Neste sentido, Francisco destacou alguns desses factores:
“O primeiro factor que não ajuda a manter a fidelidade é o contexto social e cultural em que vivemos. De fato, vivemos imersos na chamada “cultura do fragmento”, do “provisório”, que pode levar a viver "à la carte" e ser escravo da moda. Esta cultura leva à necessidade de se manter sempre abertas as "portas laterais" para outras possibilidades, alimenta o consumismo e esquece a beleza de uma vida simples e austera, provocando muitas vezes um grande vazio existencial”.
Vivemos em uma sociedade onde as regras económicas substituem as leis morais, ditam e impõem seus próprios sistemas de referência em detrimento dos valores da vida; uma sociedade onde a ditadura do dinheiro e do lucro defende sua visão de existência. Em tal situação, disse o Pontífice, é preciso primeiro deixar-se evangelizar e, depois, comprometer-se com a evangelização. Assim, apresentou outros factores ao contexto sócio-cultural:
“Um deles é o mundo da juventude, um mundo complexo, rico e desafiador. Não faltam jovens generosos, solidários e comprometidos em nível religioso e social; jovens que buscam uma vida espiritual, que têm fome de algo diferente do que o mundo oferece. Mas, mesmo entre esses jovens, há muitas vítimas da lógica do mundanismo, como a busca do sucesso a qualquer preço, o dinheiro e o prazer fáceis”.
Essa lógica, advertiu o Papa, atrai muitos jovens, mas nosso compromisso é estar ao lado deles para contagiá-los com a alegria do Evangelho e de pertença a Cristo. Essa cultura deve ser evangelizada. Aqui, indicou um terceiro factor condicionante, que vem da própria vida consagrada, onde, além de uma grande santidade não faltam situações de contra testemunho que tornam difícil a fidelidade:
“Tais situações, entre outras, são: a rotina, o cansaço, o peso de gestão das estruturas, as divisões internas, a sede de poder... Se a vida consagrada quiser manter a sua missão profética e o seu encanto, continuando a ser escola de lealdade para os próximos e os distantes, deverá manter o frescor e a novidade da centralidade de Jesus, a atracção pela espiritualidade e da força da missão, mostrar a beleza do seguimento de Cristo e irradiar esperança e alegria”.
Outro aspecto ao qual a vida consagrada deverá prestar especial atenção é a “vida fraterna comunitária”, que deve ser alimentada pela oração comum, a leitura da palavra, a participação activa nos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação, o diálogo fraterno, a comunicação sincera entre os seus membros, a correcção fraterna, a misericórdia para com o irmão ou a irmã que peca, a partilha das responsabilidades. A seguir, o Santo Padre recordou a importância da vocação:
“A vocação, como a própria fé, é um tesouro que trazemos em vasos de barro, que nunca deve ser roubado ou perder a sua beleza. A vocação é um dom que recebemos do Senhor, que fixou seu olhar sobre nós e nos amou, chamando-nos a segui-lo mediante a vida consagrada, como também uma responsabilidade para quem a recebeu”.
Falando de lealdade e de abandono, disse ainda Francisco, “devemos dar muita importância ao acompanhamento. A vida consagrada deve investir na preparação de assistentes qualificados para este ministério. E concluiu dizendo que “muitas vocações se perdem por falta de bons líderes. Todas as pessoas consagradas precisam ser acompanhados em nível humano, espiritual e profissional. Aqui entra o discernimento que exige muita sensibilidade espiritual. (BS/MT)
(from Vatican Radio)

Fonte: News.VA

Amar é tão simples. As pessoas é que complicam.

Catequese e comportamento Amar é tão simples, as pessoas é que complicam



Não é o amor que sustenta o relacionamento, é o modo de se relacionar que sustenta o amor

Amar é tão simples. As pessoas é que complicam, as pessoas é que idealizam demais e esquecem de viver a realidade que, por mais complicada que possa parecer, continua linda de viver. As pessoas se esquecem de que o amor precisa ser alimentado não com presentes e jantares caros. Não, o amor não precisa ser financiado para se manter.
O problema é que as pessoas se esquecem do chocolate favorito quando vão ao mercado, se esquecem de que aquela camiseta do Star Wars vai fazer o coração do outro bater mais forte e que o sorriso vai ser desenhado aos poucos em seu rosto como quem diz obrigada.
As pessoas se esquecem da cor favorita, da sobremesa preferida, se esquecem de que um filme de comédia romântica, em um final de tarde no domingo, faz bem. As pessoas se esquecem de elogiar aquele vestido novo, de dizer o quanto está linda naquele pijama velho que a deixa ainda mais bonita.

As pessoas se esquecem da importância de assistir um jogo de futebol com o parceiro, de gritar com ele quando o seu time faz um gol e de vibrar com os “quase” gols.
As pessoas se esquecem de tirar um tempo de qualidade para escutar o outro. As pessoas se esquecem de dar uma flor dessas que a gente rouba do quintal dos outros (risos). De elogiar o perfume novo e de dizer aos pés do ouvido o quanto ama esse alguém.
Não precisa de buquê no trabalho, não precisa levar para jantar em um restaurante caro, não precisa encher de joias, comprar presentes caros. Não precisa disso para manter a chama do amor acesa. Não é isso que faz pegar fogo.
Um beijo na testa faz o coração de qualquer mulher se acalmar, um abraço quando as coisas não estão bem faz com que a gente se sinta protegido e assistir aquele filme que o outro tanto quer, também sabe agradar.
Beijos ao pé da orelha causam arrepios e o toque sincero faz o corpo balançar. O problema é que as pessoas são intensas demais no começo de um relacionamento e fazem de tudo para conquistar o outro, mas não sabem como lidar com todo o sentimento que, às vezes – na maioria das vezes – parece não caber dentro da gente.
E aí vem os inúmeros presentes, os inúmeros agrados, os inúmeros elogios e depois de um tempo, a insegurança vai embora e a gente se esquece de que é preciso conquistar todos os dias. Mas isso, ao contrário do que muita gente pensa, não é um fardo, obrigação e está longe de ser um sacrifício.
É a simplicidade que emociona, é o beijo de bom dia, é o “sonhei com você”, é o elogio sincero e inesperado, é o cuidado, é fazer aquele mousse de maracujá, preparar uma janta em casa mesmo e dizer: “Só tinha ovos, fiz um omelete delicioso pra nós dois. Espero que goste”. Um recado deixado no meio dos seus livros é o suficiente para fazer o nosso coração sorrir.
Vai, manda um SMS no meio da tarde dizendo que não consegue parar de pensar nele, compra o seu chocolate favorito e aparece de surpresa. Vai, compra uma rosa – não um buquê- e deixa um bilhete dizendo o quanto você a ama.
Não deixe cair na mesmice, continue fazendo aquele belo sorriso brotar, aqueles lindos olhos brilharem. Vai, continua fazendo aquele corpo balançar com o teu toque. Vai, mantém essa chama acesa e deixe incendiar. O amor se alegra com a simplicidade e são as pequenas coisas que fazem o nosso coração sorrir sem medo, como quem tem alguém ao seu lado querendo fazer morada.
Thamilly Rosendo
Fonte: Catequese Católica

Liturgia Diária - 4ª Semana Comum - Segunda-feira 30/01/2017

Primeira Leitura (Hb 11,32-40)
Leitura da Carta aos Hebreus.
Irmãos, 32que mais devo dizer? Não teria tempo de falar mais sobre Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas. 33Estes, pela fé, conquistaram reinos, praticaram a justiça, foram contemplados com promessas, amordaçaram a boca dos leões, 34extinguiram o poder do fogo, escaparam do fio da espada, recobraram saúde na doença, mostraram-se valentes na guerra, repeliram os exércitos estrangeiros. 35Mulheres reencontraram os seus mortos pela ressurreição. Outros foram esquartejados, ou recusaram o resgate, para chegar a uma ressurreição melhor. 36Outros ainda sofreram a provação dos escárnios, experimentaram o açoite, as correntes, as prisões. 37Foram apedrejados, foram serrados, ou morreram a golpes de espada. Levaram vida errante, vestidos com pele de carneiro ou pelos de cabra; oprimidos e atribulados, sofreram privações. 38Eles, de quem o mundo não era digno, erravam pelos desertos e pelas montanhas, pelas grutas e cavernas da terra. 39E, no entanto, todos eles, se bem que pela fé tenham recebido um bom testemunho, apesar disso não obtiveram a realização da promessa. 40Pois Deus estava prevendo, para nós, algo melhor. Por isso não convinha que eles chegassem à plena realização sem nós.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.