quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O Carnaval

Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney


 Semana próxima é o Carnaval. Como todos os anos, aproveitamos a ocasião para uma reflexão de ordem histórica e espiritual.
Segundo uma teoria, a origem da palavra “carnaval” vem do latim “carne vale”, “adeus à carne”, pois no dia seguinte começava o período da Quaresma, tempo em que os cristãos se abstêm de comer carne, por penitência. Daí que, ao se despedirem da carne na terça-feira que antecede a Quarta-Feira de Cinzas, se fazia uma boa refeição, com carne evidentemente, e a ela davam adeus. Tudo isso, só explicável no ambiente cristão, deu origem a uma festa nada cristã. Vê-se como o sagrado e o profano estão bem próximos, e este pode contaminar aquele. Como hoje acontece com as festas religiosas, quando o profano que nasce em torno do sagrado, acaba abafando-o e profanando-o. Isso ocorre até no Natal e nas festas dos padroeiros das cidades e vilas. O acessório ocupa o lugar do principal, que fica prejudicado, esquecido e profanado.
O Carnaval poderia até ser considerado uma festa pitoresca de marchinhas engraçadas, de desfiles ornamentados, um folguedo popular, uma brincadeira de rua, uma festa quase inocente, uma diversão até certo ponto sadia, onde o povo extravasa sua alegria. Mas, infelizmente, tornou-se também uma festa totalmente profana e nada edificante, onde campeia o despudor, as orgias e festas mundanas, cheias de licenciosidade, onde se pensa que tudo é permitido, onde a imoralidade é favorecida até pelas autoridades, com a farta distribuição de preservativos, preocupadas apenas com a saúde física e não com a moral. 
A grande festa cristã é a festa da Páscoa, antecedida imediatamente pela Semana Santa, para a qual se prepara com a Quaresma, que tem início na Quarta-Feira de Cinzas, sinal de penitência. Por isso, é a data da Páscoa que regula a data do Carnaval, que precede a Quarta-Feira de Cinzas, caindo sempre este 47 dias antes da Páscoa. 
Devido à devassidão que acontece nesses dias de folia, muitos cristãos preferem se retirar do tumulto e se entregar ao recolhimento e à oração. É o que se chama “retiro de Carnaval”, altamente aconselhável para quem quer se afastar do barulho e se dedicar um pouco a refletir no único necessário, a salvação eterna. É tempo de se pensar em Deus, na própria alma, na missão de cada um, na necessidade de estar bem com Deus e com a própria consciência. “O barulho não faz bem e o bem não faz barulho”, dizia São Francisco de Sales. 
Já nos advertia São Paulo: “Não vos conformeis com esse século” (Rm 12,2); “Já vos disse muitas vezes, e agora o repito, chorando: há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, a glória deles está no que é vergonhoso, apreciam só as coisas terrenas” (Fl 3, 18-19); “Os que se servem deste mundo, não se detenham nele, pois a figura deste mundo passa” (cf. 1 Cor 7, 31). 
Passemos, pois, este tempo na tranquilidade do lar, em algum lugar mais calmo ou, melhor ainda, participando de algum retiro espiritual. Bom descanso e recolhimento para todos!

Fonte: CNBB

Catequese de Inspiração Catecumenal - 2

Dom Aloísio Alberto Dilli 
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)


Caros diocesanos. Nas mensagens anteriores percebemos que no processo da Iniciação à Vida Cristã dos primeiros tempos do cristianismo toda comunidade era envolvida, inclusive a distribuição das leituras da Palavra de Deus, nas celebrações litúrgicas dos domingos da quaresma, seguia temática catecumenal. Portanto, catequese e liturgia andavam juntas e estavam ligadas à vida da comunidade e nela inseriam os iniciados, quais novos discípulos missionários.
Quem eram os sujeitos e agentes dessa Iniciação à Vida Cristã? As comunidades, os catequistas, as famílias, os padrinhos e madrinhas, os ministros, os liturgistas,.. Por isso, se desejamos uma iniciação na fé, como processo de inspiração catecumenal, será necessário envolver toda comunidade. As pessoas que vão orientar a iniciação, além do preparo religioso, pedagógico e espiritual, devem dar condições para que o iniciante se sinta envolvido por carinho fraterno que conduza ao encontro de Jesus Cristo; a comunidade inteira deve ter um jeito de casa acolhedora, de família de irmãos que se amam, acolhem e se ajudam, tornando-se cativante: “A Igreja cresce, não por proselitismo, mas por atração” (DAp 159) (IVC 123). A tarefa principal compete aos catequistas: eles/elas têm o maior tempo e a maior responsabilidade no processo catecumenal; são mediadores que ajudam os iniciantes (catecúmenos) a acolherem, com todo seu ser, a gradual e progressiva revelação de Deus e seu projeto salvífico. Sua missão é fazer acontecer o encontro com o Senhor e a progressiva integração na vida da comunidade. Não basta serem professores de religião, mas educadores na fé, o que implica vivência profunda de adesão pessoal a Jesus Cristo e sua Igreja, sem dispensar os conteúdos e a pedagogia adequada (cf. IVC 140-144). Quais seriam, então, alguns critérios para ser catequista: ter recebido e viver os sacramentos da iniciação cristã; não ter impedimento canônico; ser testemunho cristão na comunidade; possuir boa formação humana: equilíbrio psicológico, facilidade de trabalhar em grupo, bom relacionamento com os outros, dedicação, comunicação e criatividade (cf. IVC 145). 
Papel fundamental tem igualmente a família: os pais são os primeiros e principais educadores de seus filhos na fé, na esperança e no amor. Ela exerce papel essencial na evangelização, na catequese, na liturgia, na vida da comunidade e transformação do mundo. Os pais passam a integrar o processo de catequese e liturgia; eles crescem junto com o filho/a, como verdadeira Igreja doméstica (cf. IVC 133-134 e 136). É preciso estar atento à situação real de cada família. Da mesma forma é de importância a escolha dos padrinhos ou madrinhas: devem ser pessoas que conhecem o candidato, pois irão testemunhar a seu respeito e acompanhá-lo com apoio em toda fase da iniciação e depois pelo resto da vida (cf. IVC 131-132). Aos ministros ordenados compete um assíduo e competente acompanhamento pastoral do processo de iniciação, sobretudo, devem zelar pela adequada formação e qualificadas celebrações litúrgicas.
A quaresma que se aproxima nos proporcione maior conhecimento e, sobretudo, rica experiência de encontro com Jesus Cristo, aquele que deu sua vida por amor a nós e atualiza este mistério salvador toda vez que celebramos a Páscoa, centro para o qual conduz toda Iniciação à Vida Cristã, com inspiração catecumenal.
 Fonte: CNBB

Instabilidade e insegurança

Dom Genival Saraiva
Administrador Apostólico da arquidiocese da Paraíba


A população brasileira está conhecendo o fenômeno da instabilidade social, de modo intenso e prolongado, e, como consequência, experimenta a insegurança, no seu dia a dia, de modo amplo e diversificado. Sob o prisma da cidadania, a instabilidade social não é condizente com o direito do indivíduo e da coletividade à expectativa de normalidade na sua vida; sob o aspecto institucional, a insegurança social é incompatível com a natureza do Estado democrático que deve assegurar à população a segurança em todos os sentidos. Todos compreendem que “a insegurança prende-se com a falta ou ausência de segurança. Esse conceito, que deriva do termo latim ‘securĭtas’, refere-se aquilo que está livre de perigo, de danos ou de riscos, ou ainda aquilo que é certo, firme e que não dá margem para dúvidas”.
Instabilidade e insegurança são realidades muito presentes na vida das pessoas e da população. Com efeito, há uma correlação muito estreita entre instabilidade e insegurança quando conceitualmente consideradas e quando lidas como experiência concreta. O cidadão comum, que tem uma compreensão pragmática da realidade, e o estudioso, interessado na etiologia (origem, causa) desse fenômeno, chegam a conclusões semelhantes, por caminhos diferentes. O que está acontecendo no Brasil, em relação à instabilidade e insegurança sociais, é objeto de conversa entre pessoas de todas as categorias, na parada do ônibus, na sala de espera dos consultórios, nas salas de aula, em todo lugar. Porventura, há alguém que não presenciou isso ou não participou, de alguma forma, da discussão desse assunto?
A crise social e política, hoje muito visível no Brasil, está ligada, diretamente, a muitos fatos que chegam ao conhecimento da população pelos meios de comunicação e nos cenários que têm as pessoas diante de seus olhos, onde vivem ou onde transitam, cotidianamente ou ocasionalmente.
A leitura desse estado de coisas passa por uma análise sistêmica. Com efeito, a realidade social configura-se como um sistema aberto, com múltiplos elementos que interagem, exercendo e recebendo influência de toda ordem. O que está acontecendo nos presídios, nas ruas, nos quarteis e em outros lugares tem uma correlação. As tensões no trabalho, em razão do perigo a que estão expostos, inclusive com a previsibilidade de viuvez e orfandade dentro de casa, os baixos salários e as precárias condições de trabalho dos policiais não estão na raiz da crise que atinge essa categoria profissional? Sempre houve violência num País com grandes desigualdades sociais. Os crescentes índices de violência social, também registrada no meio rural, estão relacionados com o problema do desemprego que, conforme as estatísticas, afetam mais de 11 milhões de pessoas. O retrato dos presídios no Brasil não fala por si, em se tratando de violência?
A corrupção desviou bilhões de reais que deveriam ser aplicados em programas voltados para o bem da sociedade - escolas, hospitais, estradas, segurança pública, saneamento básico. Portanto, a crise econômica e a corrupção do mundo político e empresarial estão na origem de muitos problemas, como a instabilidade e a insegurança social. Na verdade, muitos dos problemas enfrentados, hoje, pela população, têm um registro de muitos anos na história dos municípios e estados brasileiros. Sucedem-se governantes, alternam-se partidos no poder e, via de regra, não há uma linha de continuidade em políticas públicas que devem ser consideradas prioritárias, quando se olha a dimensão de bem comum.
Na realidade social, nada é fruto do acaso. Se há problemas, há causas. Se há problemas, há soluções. Por certo, muitas soluções não são viabilizadas porque não há decisão política, porque a participação da sociedade não acontece, na forma e no nível esperados.
 Fonte: CNBB

Campanha da Fraternidade 2017

Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Aparecida (SP)


O tema desta Campanha é  essencialmente ecológico: “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida.”  O lema fundamentado na Sagrada Escritura é um mandamento, uma ordem do Criador: “Cultivar e guardar a criação.” (Gn 2,15). Deus criou o jardim por amor.  O homem criou o deserto por ganância. Há uma rapidez  na destruição da natureza e um lentidão na sua recuperação. Biomas são regiões, um conjunto de vida vegetal, animal, climática e bacias hidrográficas. Tudo está interligado. No Brasil temos seis regiões (biomas), saber: a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica, o Pantanal e o Pampa. Todas as regiões estão sendo depredadas, saqueadas, destruídas. O homem que devia ser cuidador da nossa casa comum, tornou-se destruidor. Devia ser um “homem sábio”, mas devasta tudo, comportando-se como um “homem demente.”
A Campanha da Fraternidade vem mais uma vez nos alertar, nos advertir, nos conscientizar do perigo e das consequências maléficas do “pecado cósmico”. Já ensinava Paulo Apóstolo que “a  criação geme e sofre dores de parto” (Rm 8,22). O Papa Francisco, profeta de nossos tempos, dirige-se a cada pessoa que habita no Planeta Terra e clama por uma “conversão ecológica, uma cultura ambiental e uma espiritualidade defensora  da natureza.” A terra transformou-se num “depósito de lixo”, diz o  Papa, e lamenta que muita gente ainda  tenha atitude  de indiferença, desinteresse, resignação, diante de tanta destruição. 
Ainda é tempo de salvar a Terra. O ser humano tem capacidade de mudar. Sim é urgente mudar a mentalidade das pessoas, corrigir  o atual estilo de vida e decidir  por um desenvolvimento integral que não seja destruidor, mas, sustentável.
No texto-base da CF há uma referência ao rio Paraíba do Sul, no qual foi pescada a imagem da Mãe Aparecida e que Santo Antonio de Santana Galvão chamava de rio santo. Nosso rio precisa ser despoluído e revitalizado. Para isso é preciso saneamento básico.
E agora, o que fazer?  Primeiro, vamos ler e divulgar o texto-base. A gente aprende muito lendo este livrinho. Ofereça sementes para as crianças plantar; adquira mudas de árvores e plante-as; não desperdicemos água, luz e procuremos usar menos o automóvel. Usemos o transporte público, andemos de  bicicleta e a pé. Façamos  como muitas paróquias estão fazendo: mutirão de coleta de lixo e educação ecológica para o povo.  É pecado deixar água estagnada porque vamos morrer picados pelo mosquito da dengue, zika, chicunguya, febre amarela. Gestos pequenos trazem grandes resultados. É melhor agir do que lamentar ou angustiar-se.  Somos  todos irmãos. Cuidemos da nossa casa comum.   
Todo nosso cuidado com a natureza tem seu fundamento no amor do Criador. Ele está presente em todo o Universo e na mais pequenina das criaturas. Deus está num grão de areia. Tudo o que existe é sinal da providência, da sabedoria, da beleza, do amor de Deus: “o amor move o sol e as demais estrelas” (Dante A.)
Cuidar da criação é um ato de amor fraterno e social. Zelemos pela vida humana, pelas futuras gerações, pela casa de todos. Vamos sim proteger os ovos de tartaruga que estão sendo destruídos, mas vamos cuidar do embrião humano, desde a fecundação e cuidar dos pobres. Eis o que significa “ecologia humana”. No amor ecológico, está o amor a Deus e ao próximo. 
O Meio Ambiente está cheio de chagas causadas pelo sistema econômico mundial e os modelos de crescimento. A conversão ecológica consiste em passar do consumo ao sacrifício, da avidez à generosidade, do desperdício à partilha. Não estamos sozinhos, somos uma família na terra.
São Francisco, padroeiro da ecologia, amou os pobres e deu atenção às criaturas. Vivia em harmonia com Deus, com o próximo, com a natureza e consigo mesmo. Mostrou que é inseparável o amor pela criação, a justiça com os pobres, o amor a Deus, a paz interior e  o empenho pela sociedade. Ou mudamos, ou pereceremos. Vamos mudar, pois o sistema atual  é insustentável. Vida sim, morte não!
Fonte: CNBB

Patriarca católico pede rezar pela paz no Iraque nesta Quaresma

Patriarca católico caldeu de Bagdá, Dom Louis Sako - Cruz / Foto: Patriarcado de Babilônia - Flickr Mars Hill Church (CC-BY-NC-ND 2.0)
ROMA, 23 Fev. 17 / 08:00 am (ACI).- Em sua mensagem para a Quaresma, o Patriarca católico caldeu de Bagdá (Iraque), Dom Louis Sako, fez um apelo a todos os fiéis a dedicar as suas orações para que haja uma paz duradoura no país.
O Patriarca indicou que, para a Igreja no Iraque, este ano está dedicado à paz e que durante a Quaresma - que os católicos caldeus celebram entre os dias 26 de fevereiro e 16 de abril - haverá varias atividades para "promover uma cultura de paz e estabelecerão os valores da coexistência, especialmente em nossos corações para que possamos compartilhar com os outros”.
Entre as atividades propostas, o Patriarca católico sugeriu que os sacerdotes e bispos organizem uma "Via Sacra" especial, orações para rezar em comunidade, diálogos, entre outros.
"Como todas as nações querem paz, é tarefa de todos, especialmente do clero, dar prioridade à paz na missão. Por conseguinte, a paz também deve ser alcançada pelos políticos, que, para alcançá-la devem propor iniciativas ousadas e tomar decisões responsáveis", assinalou o Prelado em sua mensagem publicada na página do Patriarcado caldeu de Babilônia.
A respeito da situação do Iraque e da libertação das aldeias na planície de Nínive e na cidade de Mosul das mãos do Estado Islâmico, o Arcebispo Louis Sako precisou que "estamos passando por um túnel e devemos trabalhar e rezar sem cansaço ou tédio para alcançar a paz”.
"Também para que as pessoas que foram deslocadas à força regressem a salvo para os seus lares e propriedades, depois de terem passado por uma experiência amarga nos campos de refugiados".
Atualmente o Exército iraquiano lançou uma nova ofensiva para recuperar o oeste da cidade de Mosul dos jihadistas e já libertou várias aldeias na periferia.
Mosul é considerado o reduto do Estado Islâmico no Iraque, desde que tomaram o controle da região em 2014.
As forças iraquianas libertaram a região leste em janeiro deste ano. Nas aldeias libertadas, os cristãos colocaram cruzes nos telhados das igrejas e das casas como um sinal de vitória.
Fonte: Acidigital

Francisco recebe nova edição da Torá

2017-02-23 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu em audiência na quinta-feira (23/02) um grupo editorial, liderado pelo rabino Abraham Skorka, que apresentou ao Pontífice uma nova edição da Torá.
 
“Essa publicação é fruto de uma ‘aliança’ entre pessoas de diferentes nacionalidades, idades e confissões religiosas que souberam trabalhar juntas”, disse Francisco.
Ao citar as palavras de São João Paulo II que em 1990 definiu a Torá como sendo o “ensinamento vivo do Deus vivente”, Francisco recordou que Deus chamou Abraão para formar um povo que “se transformasse em bênção para todos os povos da terra”.
União
“Em meio a tantas palavras humanas que infelizmente impelem à divisão e à competição, estas palavras divinas de aliança abrem a todos nós caminhos de bem a ser percorridos juntos”, sublinhou Francisco.
Ao reiterar que o diálogo entre judeus e cristãos está “consolidado e é eficaz”, Francisco afirmou que a parte introdutiva e a nota do editor da nova versão da Torá “destacam este diálogo, expressando uma visão cultural aberta, no respeito recíproco e na paz, em sintonia com a mensagem espiritual da Torá”.
E finalizou: “Toda edição da Sagrada Escritura contém um valor espiritual que supera infinitamente aquele material”.
(rB)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Santo do Dia -São Policarpo - Bispo da Igreja primitiva

São Policarpo
Discípulo de São João, São Policarpo testemunhou o amor a Cristo com sua própria vida

O santo deste dia é um dos grandes Padres Apostólicos, ou seja, pertencia ao número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre a Igreja primitiva e a Igreja do mundo greco-romano.
São Policarpo foi ordenado Bispo de Esmirna pelo próprio São João, o Evangelista. De caráter reto, de elevado saber, amor à Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era respeitado por todos no Oriente.
Com a perseguição aos cristãos, o santo Bispo de 86 anos, escondeu-se até ser preso e levado para o governador, que pretendia convencê-lo de ofender a Cristo. Policarpo, porém, proferiu estas palavras: “Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido dele. Como poderei rejeitar Àquele a quem prestei culto e reconheço como meu Salvador”.
Condenado à morte no estádio da cidade, ele próprio subiu na fogueira e testemunhou para o povo: “Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o Vosso Nome adorável seja glorificado por todos os séculos”. São Policarpo viveu o seu nome – poli=muitos, carpo=fruto – muitos frutos”, que foram regados com suor, lágrimas e, no seu martírio no ano de 155, regado também com sangue.
São Policarpo, rogai por nós!

Liturgia Diária: São Policarpo - Quinta-feira 23/02/2017

Primeira Leitura (Eclo 5,1-10)
Leitura do Livro do Eclesiástico.
1Não confies nas tuas riquezas e não digas: “Basta-me viver!” 2Não deixes que tua força te leve a seguir as paixões do coração. 3Não digas: “Quem terá poder sobre mim?” ou: “Quem me fará prestar contas das minhas ações?”, pois o Senhor, com certeza, te castigará. 4Não digas: “Pequei, e que de mal me aconteceu?”, pois o Altíssimo é paciente. 5Não percas o temor por causa do perdão, cometendo pecado sobre pecado. 6Não digas: “A misericórdia do Senhor é grande, ele me perdoará a multidão dos meus pecados!”, 7pois dele procedem misericórdia e cólera, e sua ira se abate sobre os pecadores. 8Não demores em voltar para o Senhor, e não adies de um dia para outro, 9pois a sua cólera vem de repente e, no dia do castigo, serás aniquilado. 10Não te apoies em riquezas injustas, pois elas de nada te valerão no dia da desgraça.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo de Hoje: Responsório (Sl 1)

 É feliz quem a Deus se confia!
— É feliz quem a Deus se confia!
— Feliz é todo aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se; mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar.
— Eis que ele é semelhante a uma árvore que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão murchar. Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.
— Mas bem outra é a sorte dos perversos. Ao contrário, são iguais à palha seca espalhada e dispersada pelo vento. Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte.

Compreendendo e Refletindo

Disciplinar os nossos membros para que sejam bênçãos, não maldições

“É teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno” (Mc 9,45)
Quando escutamos esse Evangelho, parece que Jesus está sendo muito duro, exigente, porque manda cortar o pé, a mão, o olho… Indo nesta proporção da lógica, daqui a pouco não sobra nada no ser humano!
Na verdade, o mestre da vida está nos ensinando a encaminharmos nossos membros para o Reino do Céus, senão eles andarão soltos, indisciplinados, sem regras, indo para qualquer lado, levando-nos ao caminho da perdição, do inferno. Quantas vezes os nossos pés são conduzidos para o lado errado, para onde não devemos ir!
Quantas vezes a nossa mão, que é para fazer o bem, acaba fazendo o mal, aquilo que não é para fazer! Quantas vezes o nosso olhar, que é para olhar para as coisas do céu, olhar com olhar de Deus, reveste-se com um olhar do mal! O que Jesus quer é que nossas mãos sejam curadas, abençoadas, que nossos pés sejam abençoados e nos levem para o céu.
O que Jesus quer é que nossos olhos sejam iluminados pela graça divina. Então, corta o seu olho do que ele tem de humano, diabólico, infernal, para que ele seja iluminado pela graça de Deus. Tira as suas mãos, porque se elas estiverem muito indisciplinadas, estão fazendo coisas que não convêm, que é errado, precisamos discipliná-la, disciplinar os pés e todo nosso corpo.
Na verdade, o que o Mestre nos ensina é termos disciplina interior. Não é assim que fazemos com as nossas crianças quando estão aprendendo a usar a mão? “Menino, não pega isso, porque não pode!”. A criança vai aprendendo, vai se disciplinando, pois se não aprenderem muitas delas até morrem, põem o dedo onde não é para por e leva um choque. Tão cedo a criança já perde a vida!
Nós, muita vezes, perdemos também a nossa vida, a nossa comunhão com Deus, porque não disciplinamos nossos membros, nosso olhar, nossa mente e cabeça, nossos pés, mãos e todo nosso interior. Precisamos encaminhar o nosso corpo para a direção de Deus.
Não é simplesmente o coração que está em Deus, é o nosso ser inteiro, a vida inteira. Somos nós, por inteiro, que precisamos ir para Deus.
A língua, por exemplo, como precisamos discipliná-la para que seja um instrumento de salvação, para que não seja um instrumento que nos leve à perdição. Muitas vezes, palavras malditas saem também da nossa boca; e em vez de edificarmos com aquilo que falamos, perdemo-nos e levamos os outros a se perderem por causa das nossa palavras.
Que Jesus santifique tudo aquilo que somos – corpo, alma e espírito –, para que vivamos na Terra, mas na direção do céu.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo- Canção Nova

Evangelho (Mc 9,41-50)

 O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 41disse Jesus aos seus discípulos: “Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E se alguém escandalizar um desses pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.
43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! 44É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! 46É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’. 49Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. 50Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Papa Francisco: Ser cristão é reconhecer-se pecador e esperar na ressurreição

Papa saúda os fiéis no papamóvel antes da audiência. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
VATICANO, 22 Fev. 17 / 11:00 am (ACI).- Em uma nova catequese durante a Audiência geral, o Papa Francisco recordou que “o cristão não vive fora do mundo, sabe reconhecer na própria vida e naquilo que o rodeia os sinais do mal, do egoísmo e do pecado”.
Nesta ocasião, o Pontífice voltou à Praça de São Pedro, logo depois de alguns meses, na Sala Paulo VI, no Vaticano, e sublinhou que o cristão "é solidário com quem sofre, com quem chora, com quem está marginalizado, com quem se sente desesperado”.
“Ao mesmo tempo, porém, o cristão aprendeu a ler tudo isso à luz da Páscoa, com os olhos de Cristo Ressuscitado, e sabe que o presente é tempo de expectativa, tempo animado por um anseio que vai para além do presente”.
“Na esperança, sabemos que o Senhor quer curar definitivamente, com a sua misericórdia, os corações feridos e humilhados e aquilo que o homem deturpou com a sua impiedade, tudo regenerando em um mundo novo e em uma humanidade nova, reconciliados finalmente no seu amor”.Em relação ao cuidado da criação, explicou que “muitas vezes somos tentados a pensar que é nossa propriedade, uma posse que podem explorar para o nosso prazer e que não temos que dar explicação para ninguém”.
Entretanto, São Paulo "nos recorda que é um dom maravilhoso que Deus colocou em nossas mãos, para que possamos entrar em relação com Ele e possamos reconhecer a marca do seu projeto de amor”.
"Quando se deixa levar pelo egoísmo, o ser humano acaba por arruinar inclusive as coisas mais belas", disse Francisco.
"Com a experiência trágica do pecado, que destrói a comunhão com Deus, nós violamos a comunhão original com tudo a nosso redor e acabamos corrompendo a criação, tornando-a escrava, a submetemos à nossa expiração".
Mas "o Senhor, porém, não nos deixa só” e “também esta quadro desolador nos oferece uma perspectiva nova de libertação, de salvação universal”.
“Se prestarmos atenção, tudo a nosso redor geme: geme a própria criação, gememos os seres humanos e geme o Espírito dentro de nós, no nosso coração”.
Entretanto, “ao mesmo tempo, o cristão aprendeu a ler tudo isso à luz da Páscoa, com os olhos de Cristo Ressuscitado, e sabe que o presente é tempo de expectativa”.
Fonte: Acidigital

Há 16 anos, São João Paulo II criou Cardeal o agora Papa Francisco


VATICANO, 21 Fev. 17 / 02:00 pm (ACI).- No dia 21 de fevereiro de 2001, há 16 anos, São João Paulo II criou Cardeal o então Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, que fazia parte do primeiro grupo de 43 novos cardeais do terceiro milênio.
Alguns anos depois, em 27 de abril de 2014, o Papa Francisco declarou santos São João Paulo II e São João XXIII, em uma cerimônia histórica e sem precedentes, na qual reuniu os quatro Pontífices, com a participação do Papa Emérito Bento XVI.
João Paulo II, que criou 231 cardeais durante aproximadamente 27 anos de pontificado, assinalou em 2001 que estes eram “os primeiros cardeais criados no novo milênio” e destacou que, “após ter bebido em abundância nas fontes da misericórdia divina durante o Ano Santo”, a barca mística da Igreja se preparava para “’novamente para navegar", para transmitir ao mundo a mensagem da salvação”.
Naquela ocasião, o Papa Wojtyla disse aos novos cardeais que "o mundo está se tornando cada vez mais complexo e mutável, e a consciência viva de discrepâncias existentes gera ou aumenta as contradições e os desequilíbrios".
"O enorme potencial do progresso científico e técnico, assim como o fenômeno da globalização, que ampliam continuamente novas áreas, nos exigem estar abertos ao diálogo com toda pessoa e com toda instância social a fim de dar a todos uma razão da esperança que levamos em nossos corações", expressou.
"A fim de responder adequadamente às novas tarefas, é necessário cultivar uma comunhão cada vez mais íntima com o Senhor. A própria cor púrpura de vossas vestes recorda- vos essa urgência. Essa cor não é o símbolo do amor apaixonado a Cristo? Nesse vermelho rutilante não está o fogo ardente do amor à Igreja que deve igualmente alimentar em vós a disponibilidade, se necessário, até o supremo testemunho do sangue?”.
"Ao contemplá-los, o povo de Deus deve poder encontrar um ponto de referência concreto e luminoso que o estimule a ser verdadeiramente luz do mundo e sal da terra", encorajou São João Paulo II.
Fonte: Acidigital

Invoquemos a presença do Espírito Santo para ler e refletir a liturgia de hoje:


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Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. 

Oremos 

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Santo do Dia - Festa da Cátedra de São Pedro

Festa de Cátedra de São PedroCristo escolheu São Pedro para ser o primeiro Papa da Igreja e o capacitou pelo Espírito Santo

É com alegria que hoje nós queremos conhecer um pouco mais a riqueza do significado da cátedra, do assento, da cadeira de São Pedro que se encontra na Itália, no Vaticano, na Basílica de São Pedro. Embora a Sé Episcopal seja na Basílica de São João de Latrão, a catedral de todas as catedrais, a cátedra com toda a sua riqueza, todo seu simbolismo se encontra na Basílica de São Pedro.
Fundamenta-se na Sagrada Escritura a autoridade do nosso Papa: encontramos no Evangelho de São Mateus no capítulo 6, essa pergunta que Jesus fez aos apóstolos e continua a fazer a cada um de nós: “E vós, quem dizei que eu sou?” São Pedro,0 em nome dos apóstolos, pode assim afirmar: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.Jesus então lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem a carne, nem o sangue que te revelou isso, mas meu Pai que está no céus, e eu te declaro: Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; eu te darei a chave dos céus tudo que será ligado na terra serás ligado no céu e tudo que desligares na terra, serás desligado nos céus”.
Logo, o fundador e o fundamento, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Crucificado que ressuscitou, a Verdade encarnada, foi Ele quem escolheu São Pedro para ser o primeiro Papa da Igreja e o capacitou pelo Espírito Santo com o carisma chamado da infalibilidade. Esse carisma bebe da realidade da própria Igreja porque a Igreja é infalível, uma vez que a alma da Igreja é o Espírito Santo, Espírito da verdade.
Enfim, em matéria de fé e de moral a Igreja é infalível e o Papa portando esse carisma da infalibilidade ensina a verdade fundamentada na Sagrada Escritura, na Sagrada Tradição e a serviço como Pastor e Mestre.
De fato, o Papa está a serviço da Verdade, por isso, ao venerarmos e reconhecermos o valor da Cátedra de São Pedro, nós temos que olhar para esses fundamentos todos. Não é autoritarismo, é autoridade que vem do Alto, é referência no mundo onde o relativismo está crescendo, onde muitos não sabem mais onde está a Verdade.
Nós olhamos para Cristo, para a Sagrada Escritura, para São Pedro, para este Pastor e Mestre universal da Igreja, então temos a segurança que Deus quer nos dar para alcançarmos a Salvação e espalharmos a Salvação.
Essa vocação é do Papa, dos Bispos, dos Presbíteros, mas também de todo cristão.
São Pedro, rogai por nós!