quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Enviados para a missão

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará

Jesus viveu cerca de trinta anos em Nazaré e arredores. Aprendeu e exerceu o mesmo ofício de carpinteiro, ali na oficina de São José. Com certeza foi testemunha de todos os fatos corriqueiros de uma pequena vila, com seus eventuais conflitos e coisas positivas. Não foi um tempo desperdiçado, mas uma realização do mistério da encarnação. Sendo Deus verdadeiro, o homem verdadeiro que é Jesus teve suas mãos calejadas pelo trabalho, cansou-se com as caminhadas pelas estradas de seu tempo, experimentou o afeto maravilhoso da família de Nazaré, cultivou amizades, conviveu com gente de todo tipo.
Depois chegou o tempo que é chamado de “vida pública”, preparado pelo ministério de João Batista, aquele que andou pregando a conversão e a penitência, em preparação da manifestação daquele que “tira o pecado do mundo”. O que não tinha pecado entrou na fila dos penitentes, tornando-se solidário com toda a humanidade. Descendo às águas, carrega sobre si os pecados e os sofrimentos de todos os homens e assume a missão do servo sofredor anunciado por Isaías (Is 53,11), que expia os pecados e tira os males corporais, que são a consequência e a pena do pecado. Foi às águas do Jordão para santifica-las!
À margem do Jordão, acontece a manifestação do Espírito Santo em forma de pomba, recordando o Espírito que pairava sobre as águas no início da criação (Gn 1,2) e a pomba lançada por Noé no final do Dilúvio (Gn 8,10-11). A voz do Pai, dirigida a Jesus, completa a revelação de seu mistério e a vida da Trindade. O Pai, o Filho e o Espírito Santo estão radicalmente comprometidos com a vida e a salvação da humanidade!
Tornando-se solidário e assumindo sobre si a humanidade machucada pelo mal, Jesus não se isola, mas desencadeia um processo que envolve discípulos. Do meio dos próprios discípulos de João houve alguns que o seguiram. Logo a seguir, anuncia a Boa Notícia e chama aqueles com os quais compartilhará a missão, tornando-os portadores da graça que vem dele mesmo, “ungido com o óleo da alegria e enviado para evangelizar os pobres” (Missa do Batismo do Senhor).
A Igreja proclama nesta festa que nas águas do Jordão foi relevado o novo Batismo, através dos sinais admiráveis ali testemunhados. Celebrá-la nos conduz a refletir sobre a nossa própria missão de batizados, mergulhados não nas profundezas das trevas, mas na vida da Santíssima Trindade, passando a viver em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e a ser portadores da Boa Nova do Evangelho de Jesus Cristo.
Quando Jesus foi ao Jordão e ali se manifestou a natureza de sua vida e missão, revela-se o Messias pobre e servidor, que veio para nos libertar e salvar. Nele todos nós encontramos nossa vocação e homens e mulheres chamados a sair de nós mesmos para um renovado compromisso com o Reino de Deus.
No início do Ano Jubilar de nossa Arquidiocese de Belém, recordamos todas as pessoas que deram seu tempo, suor, lágrimas e muita dedicação para a vida da Igreja em nossa terra. Foram muitos os missionários e missionárias que aqui aportaram, provenientes de outras paragens do Brasil e do mundo, para formar no Evangelho o nosso povo. E aqui surgiram muitas vocações, vindas de nosso povo, pessoas que em todas as etapas da vida de Belém se dedicaram à Igreja. Desejo provocar positivamente a memória de todos os que fazem parte da geração atual para colherem de dentro de sua própria história de vida cristã, as lembranças das pessoas, especialmente sacerdotes, religiosos, religiosas e catequistas que influenciaram em sua educação cristã.
Proponho também que se edifique um memorial espiritual no qual sejam incluídas todas as obras edificadas pela Igreja Católica desde a fundação de Belém, já que antes dos trezentos anos ela já se encontrava aqui. Podemos pensar na educação de tantas gerações, e temos a Igreja de Santo Alexandre com todas as edificações a ela anexas que testemunham a saga de formação de tantas gerações, para referir apenas à primeira obra educativa, seguida por outras muitas e testemunhada pela excelência da educação católica existente hoje, como fruto do esforço de Congregações religiosas aqui presentes.
E o que fazer com o tesouro recebido das gerações passadas? Trata-se de receber esta herança e fazê-la frutificar! As pessoas mais maduras têm a responsabilidade de não deixar cair os valores a nós transmitidos. Não existe mais o “meu tempo”, como se pudéssemos viver de lembranças e que o passado fosse melhor. O tempo que se chama hoje, para usar uma expressão da Carta aos Hebreus, é que é o nosso. Os adultos de hoje sejam dignos do que receberam, perguntem-se sobre as próprias responsabilidades e coloquem mãos à obra para dar o melhor de si mesmos para a Evangelização e a Igreja, em vista do crescimento do Reino de Deus.
As novas gerações, e aqui pensamos na grande quantidade de jovens que se envolvem na vida de Igreja em nossa Arquidiocese, numa riqueza fabulosa de manifestações, carismas, criatividade e prontidão para responder aos apelos de Deus, estão prontas para tomar nas mãos a verdadeira tocha olímpica da fé que o Jubileu quer representar? Este ano quer ser de um novo protagonismo juvenil em nossa Igreja de Belém, o que significa o surgimento de novas vocações para os diversos ministérios e para as pastorais dedicadas à Evangelização da juventude, mas significa também o novo e positivo olhar para a família e o matrimônio, assim como novas respostas para a vida sacerdotal e religiosa e as novas formas de dedicação a Deus e vida missionária.
O Espírito Santo paire também sobre nós e nos conduza!
Fonte: CNBB

Epifania do Senhor: Papa Francisco explica os presentes dos Reis ao Menino Jesus

Papa Francisco beija a imagem do Menino Jesus antes de começar a Missa pela Solenidade da Epifania do Senhor / Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)
Vaticano, 06 Jan. 19 / 09:29 am (ACI).- O Papa Francisco presidiu neste dia 6 de janeiro, no Vaticano, a Missa pela Solenidade da Epifania do Senhor, na qual explicou o significado dos presentes dos Reis Magos ao Menino Jesus e exortou os fiéis a seguir a luz de Deus e não as luzes do mundo do sucesso e do poder.
Na Basílica de São Pedro, o Pontífice recordou que a palavra “epifania” indica “a manifestação do Senhor” a todas as pessoas “representadas pelos Reis Magos”, e com a qual culmina o tempo do Natal. “Desvenda-se, assim, a verdade sublime que Deus veio para todos: todas as nações, línguas e povos são acolhidos e amados por Ele. Símbolo disso é a luz, que tudo alcança e ilumina”, afirmou em sua homilia.
Francisco indicou aos fiéis que hoje “somos convidados a imitar os Magos” que, do Oriente, viajaram a Belém para se prostrar diante do Menino Jesus, dispostos a tomar outro caminho e a ter “uma abertura radical a Ele, um envolvimento total com Ele”. “De fato, os Magos vão ter com o Senhor, não para receber, mas para dar. Perguntemo-nos: no Natal, trouxemos algum presente a Jesus, pela sua festa, ou trocamos presentes apenas entre nós?”, questionou.
“Se fomos ter com o Senhor de mãos vazias, hoje podemos remediar”, assegurou Francisco. “Com efeito, o Evangelho contém por assim dizer uma pequena lista de prendas: ouro, incenso e mirra. O ouro, considerado o elemento mais precioso, lembra-nos que, a Deus, deve ser dado o primeiro lugar. Deve ser adorado. Mas, para isso, é preciso privar-se a si mesmo do primeiro lugar e considerar-se necessitado, não autossuficiente”, explicou.
“E aqui entra o incenso, que simboliza o relacionamento com o Senhor, a oração, que se eleva para Deus como perfume. Ora, como o incenso para exalar o seu perfume se deve queimar, assim também para a oração é preciso ‘queimar’ um pouco de tempo, gastá-lo para o Senhor. Mas fazê-lo de verdade, e não só em palavras”, assinalou.
“A propósito de fatos – acrescentou o Pontífice –, entra a mirra, unguento que seria utilizado ao envolver amorosamente o corpo de Jesus descido da cruz. Agrada ao Senhor que cuidemos dos corpos provados pelo sofrimento, da sua carne mais frágil, de quem ficou para trás, de quem só pode receber não tendo nada de material para retribuir. É preciosa aos olhos de Deus a misericórdia com quem não tem para restituir, a gratuidade”.
Em sua homilia, o Santo Padre também recordou a surpresa que causa como Deus se manifesta diante dos homens, pois não o fez no palácio de Herodes, em Jerusalém, para onde vão os Reis Magos, mas “numa casa humilde de Belém”.
Assim como no Natal, os poderosos deste tempo, o imperador Augusto e o governador Quirino, não perceberam “ter nascido, nos seus dias, o Rei da história”; Jesus se manifestará publicamente aos 30 anos precedido por João Batista e não sobre os grandes de então, como o imperador Tibério, Pôncio Pilatos, Herodes, Filipo, Lisânias, os sumos-sacerdotes Anás e Caifás.
“‘A Palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto’, ou seja, a nenhum dos grandes foi dirigida, mas a um homem que se retirara para o deserto. Eis a surpresa: Deus não sobe à ribalta do mundo para Se manifestar”, afirmou Francisco.
O Papa advertiu aos fiéis que “ao ouvir aquela lista de personagens ilustres, poderia vir a tentação de ‘fixar os holofotes’ nelas. Poderíamos pensar: teria sido melhor se a estrela de Jesus aparecesse em Roma, na colina do Palatino, onde reinava Augusto sobre o mundo; todo o império ter-se-ia imediatamente tornado cristão. Ou então, se tivesse iluminado o palácio de Herodes, este teria podido fazer o bem em vez do mal. Mas, a luz de Deus não vai para quem brilha de luz própria. Deus propõe-Se, não Se impõe; ilumina, mas não encandeia”.
O Santo Padre assinalou que “é sempre grande a tentação de confundir a luz de Deus com as luzes do mundo. Quantas vezes corremos atrás dos clarões sedutores do poder e da ribalta, convencidos que prestamos um bom serviço ao Evangelho”.
“Mas, assim, voltamos os holofotes para o lado errado, porque Deus não estava lá. A sua luz amável resplandece no amor humilde. Além disso, quantas vezes tentamos, como Igreja, brilhar de luz própria! Mas, não somos nós o sol da humanidade; somos a lua que, mesmo com as suas sombras, reflete a luz verdadeira, o Senhor. A Igreja é mysterium lunae e o Senhor é a luz do mundo. Ele…, não nós”, advertiu.
Do mesmo modo, disse que “é preciso levantar-se”, como incentivou o profeta Isaías, e “prontificar-se a caminhar”, como fizeram os Reis Magos, e não “como os escribas consultados por Herodes, que sabiam bem onde nascera o Messias, mas não se moveram”.
Em seguida, assinalou que é necessário se revestir todos os dias de Deus, que é simples como a luz, “até que Jesus Se torne a nossa vestimenta diária”. Mas, para isso, “primeiro é preciso desfazer-se das roupas pomposas. Caso contrário, faz-se como Herodes, que preferia as luzes terrenas do sucesso e do poder à luz divina”.
Além disso, “para encontrar Jesus, deve-se planear um itinerário diferente, deve-se tomar outro caminho: o d’Ele, o caminho do amor humilde. E deve-se perseverar nele”. Recordou que, após adorá-lo, os Reis Magos “regressaram ao seu país por outro caminho”, diferente do de Herodes. “Só encontra o mistério de Deus quem deixa os próprios apegos mundanos e se põe a caminho”.
Francisco assinalou que não basta saber que Jesus nasceu, “se não O vamos encontrar”. “Hoje, irmãos e irmãs, somos convidados a imitar os Magos. Eles não discutem…, caminham; não ficam a ver, mas entram na casa de Jesus; não se colocam no centro, mas prostram-se aos pés d’Ele, que é o centro”.
“Neste tempo de Natal que está a terminar, não percamos a ocasião para dar um lindo presente ao nosso Rei, que veio para todos, não nos cenários faustosos do mundo, mas na pobreza luminosa de Belém. Se o fizermos, resplandecerá sobre nós a sua luz”, concluiu.
Fonte: Acidigital

Panamá, Brasil e Terra Santa: Saiba quais locais receberão visita da imagem de Fátima em 2019

Nossa Senhora de Fátima / Foto: Santuário de Fátima
FATIMA, 10 Jan. 19 / 04:00 am (ACI).- O Santuário de Fátima, em Portugal, anunciou que a Virgem Peregrina fará 16 viagens neste ano de 2019, passando por três continentes, incluindo a presença da imagem nº 1 na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá no Panamá, de 22 a 27 de janeiro.
Ainda neste primeiro mês do ano, até o dia 21, a imagem nº 10 estará na Arquidiocese de San José, na Costa Rica. Além disso, o continente americano receberá em maio a imagem nº 3, que ficará em São Paulo, no Brasil, até o final do mês de Maria.
Outro destaca das viagens da Virgem Peregrina deste ano é a que realizará à Jordânia de 30 de maio a 3 de junho. A imagem nº 11 será enviada a este país a convite do Cathedral Center for Studies and Media do Patriarcado Latino de Jerusalém e permanecerá neste centro de pesquisas.

A Virgem Peregrina de Fátima também visitará outros países da Europa, como Itália e Espanha. Em abril, imagem nº 4 vai estar a peregrinar em várias dioceses italianas a convite do Apostolado Mundial de Fátima. Já a nº 5 estará em Brescia e Ferrara, entre 11 e 21 de maio, respectivamente. Por sua vez, a imagem nº 6 visitará Florença, em maio, e Cagliari, em dezembro.
Ainda na Itália, em maio, a imagem nº 7 estará em peregrinação por Milão e outras dioceses da região italiana da Lombardia. A imagem nº 13 visitará também várias dioceses italianas entre os dias 27 de abril e 2 de junho.
Na Espanha, a Virgem Peregrina de Fátima irá ainda a duas dioceses, Santiago de Compostela e Alicante. E neste ano pastoral do Santuário, cujo tema é “Dar graças por Peregrinar em Igreja”, haverá também a visita de uma imagem peregrina à Coimbra, em Portugal.
Conforme ressalta o Santuário de Fátima, a “grande deslocação” deste ano será, de fato, a da imagem nº 1 ao Panamá, por ocasião da JMJ, onde também será levada a um centro penitenciário e a um hospital oncológico.
Em uma mensagem aos cristãos do Panamá, o reitor do Santuário de Fátima, Pe. Carlos Cabecinhas, recordou que “esta imagem peregrina é única, é a primeira e a original, aquela que percorreu os vários continentes, aquela que deu várias vezes a volta ao mundo”.
“Sabemos o quanto a devoção a Nossa Senhora está desde a origem das Jornadas Mundiais da Juventude ligada a este acontecimento. Sabemos o quão devoto era a Nossa Senhora o Papa São João Paulo II, e por isso muito naturalmente, quando ele criou as Jornadas Mundiais da Juventude, deu-lhe desde início um cunho mariano. Por isso este era também motivo mais que suficiente para o envio de uma imagem para nós tão importante”, disse.
Fonte: Acidigital

A agenda do Papa Francisco para 2019

Papa Francisco subindo no avião papal. Foto: Vatican Media
Vaticano, 04 Jan. 19 / 02:00 pm (ACI).- A agenda do Papa Francisco para este ano já está cheia de compromissos, entre os quais estão quatro viagens internacionais confirmadas, o encontro mundial dos bispos sobre os abusos na Igreja e o Sínodo para a Amazônia.
JMJ Panamá 2019
De 23 a 28 de janeiro, será a primeira viagem do ano, ao Panamá, para a 34ª Jornada Mundial da Juventude, com o tema "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra". Este evento acontece após o Sínodo sobre os Jovens realizado em outubro, que propôs relançar o protagonismo dos jovens na Igreja.
Em uma mensagem de vídeo enviada em novembro do ano passado, o Papa convidou os jovens crentes e não crentes a "sair de si mesmo e pôr-se ao serviço dos outros". "Nossa vida – disse – só encontra sentido no serviço a Deus e ao próximo" e muitos jovens "mostram desejo de ajudar os outros, fazer algo pelos que sofrem".
É a "força" dos jovens que pode "transformar o mundo" através de uma "revolução do serviço" que pode derrotar os "poderes fortes" desta terra.
Viagem aos Emirados Árabes Unidos
De 3 a 5 de fevereiro Papa Francisco viajará aos Emirados Árabes Unidos, será o primeiro Pontífice a visitar o país. O tema da visita é "Fazei de mim um instrumento de vossa paz". O evento será centralizado na importância do diálogo inter-religioso e da fraternidade entre os fiéis das várias religiões.
O ano de 2019 foi declarado pelas autoridades dos Emirados “Ano da tolerância”, com o objetivo de promover uma cultura que se afaste de qualquer tipo de fundamentalismo.

O Conselho dos Cardeais e a reforma da Cúria
De 18 a 20 de fevereiro, será realizado no Vaticano a 28ª Reunião do Conselho dos Cardeais: no centro dos trabalhos estará o projeto de revisão da Constituição Pastor Bonus sobre a Cúria Romana. Em dezembro passado, foi entregue ao Santo Padre uma nova proposta da Constituição Apostólica, com o título Praedicate evangelium.
O objetivo é tornar este organismo de governo mais apropriado às exigências de uma Igreja em saída, profundamente missionária.
Encontro mundial dos bispos sobre abusos na Igreja
Um evento muito esperado deste ano acontecerá entre os dias 21 e 24 de fevereiro, sempre no Vaticano, logo depois do Conselho dos Cardeais. . O Papa encontrará todos os presidentes das Conferências Episcopais do Mundo para falar da prevenção dos abusos contra menores e adultos vulneráveis.
Trata-se de um encontro fundamental para a luta contra os abusos de poder, de consciência e sexuais cometidos por expoentes da Igreja. Ao encontrar a Cúria em dezembro passado, Francisco lançou um forte chamado aos que cometem abusos: “convertei-vos, entregai-vos à justiça humana e preparai-vos para a justiça divina”.
Visita ao Marrocos
Nos dias 30 e 31 de março, o Papa irá ao Marrocos depois de 33 anos da histórica vista de São João Paulo II em 19 de agosto de 1985. Na ocasião, o Papa polonês encontrou 80 mil jovens muçulmanos no estádio de Casablanca, um evento que nunca tinha acontecido antes no diálogo entre cristianismo e islã.
A Igreja Católica no Marrocos está organizada em duas arquidioceses, a de Tangiers (de língua espanhola) e a de Rabat (de língua francesa) e tem numerosas obras educacionais e de caridade que atendem a todos os tipos de pessoas sem importar a religião, raça ou língua, mas sempre com a proibição de evangelizar. Como a conversão de um muçulmano a outra religião é proibida, o trabalho pastoral se limita à ação social.
O Papa na terra natal da Madre Teresa
De 5 a 7 de maio, o Papa visitará a Bulgária e a República da Macedônia. Na Bulgária, visitará as cidades de Sofia e Rakovski: o tema da viagem é “Pacem in Terris”, recordando a famosa encíclica de São João XXIII, primeiro Visitador e Delegado Apostólico na Bulgária.
Na República da Macedônia o Papa visitará a cidade de Escópia, cidade natal de Santa Teresa de Calcutá, fundadora das Missionárias da Caridade. O tema da visita, que no logotipo se apresenta em macedônio e inglês, é “Não temas, ó pequeno rebanho” (Lc 12, 32).
Os católicos nesses dois países são, de fato, uma pequena minoria entre os ortodoxos.
A viagem poderia relançar o diálogo com o mundo ortodoxo em um momento difícil para essas Igrejas Orientais, após o nascimento da nova Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana, reconhecida pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, mas não pela Ortodoxa Russa.
Sínodo para a Amazônia
Entre os encontros importantes de 2019, destaca-se a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-amazônica que será realizada em outubro. Participam sete Conferências Episcopais e nove países da região amazônica.
Papa Francisco deseja que se discuta o tema: “Amazônia, novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”. Mas, o encontro não será apenas sobre ecologia: serão tratados importantes temas eclesiais.
Japão também poderia ser um destino do Papa
Já no ano passado, Papa Francisco tinha anunciado a sua vontade de visitar o Japão em 2019: “Espero que seja possível”, disse à Associação japonesa “Tensho Kenoh Shisetsu Kenshoukai”, recordando que há mais de 400 anos, em 1585, quatro jovens japoneses chegaram a Roma, acompanhados por alguns missionários jesuítas, para visitar o então Papa Gregório XIII.
Fonte: Acidigital

Liturgia Diária : Quinta-feira depois da Epifania

Primeira Leitura (1Jo 4,19–5,4)
Leitura da Primeira Carta de São João.
Caríssimos, 19quanto a nós, amamos a Deus porque ele nos amou primeiro. 20Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. 21E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão.
5,1Todo o que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus, e quem ama aquele que gerou alguém, amará também aquele que dele nasceu. 2Podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. 3Pois isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, 4pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Responsório (Sl 71)
— As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
— As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
— Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.
— Há de livrá-los da violência e opressão, pois vale muito o sangue deles a seus olhos! Hão de rezar também por ele sem cessar, bendizê-lo e honrá-lo cada dia.
— Seja bendito o seu nome para sempre! E que dure como o sol sua memória! Todos os povos serão nele abençoados, todas as gentes cantarão o seu louvor!

O amor cura as cicatrizes do desamor

O amor, muitas vezes, exige o silêncio meditativo e contemplativo, de quem guarda no coração amor para curar as cicatrizes do desamor

Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1João 4,20).
Vivemos num mundo de mentiras, de falsidades e hipocrisias. Há um mundo de mentiras na vivência da nossa fé, e talvez a grande mentira que possamos viver em nossa vida é dizer que amamos a Deus. É um amor hipócrita, porque se não amamos o nosso irmão, a quem estamos vendo, como vamos amar a Deus que não vemos?
Deus se faz real no meio de nós nas pessoas que precisamos amar, e aqui não se trata daquela hipocrisia e falsidade, trata-se da verdade, porque, senão, viveremos de muitas mentiras em nossa vida. Não há coisa pior do que uma vida mentirosa, falsa e enganosa.
Eu não me deixo iludir, porque a pessoa está lá adorando Jesus, passa horas adorando e cantando para Ele, exaltando e pregando, mas quando olho para a vida da pessoa, ela não ama o seu irmão e não tem testemunho de amor. Fala-se muito de testemunho: “Fiz isso. Fiz aquilo”, mas o nosso grande testemunho é amarmos, de verdade, uns aos outros, amar aquele que não queremos, não suportamos, mas estamos na presença dele, amar quem nos fez mal, quem nos prejudicou, falou mal de nós e agiu contra nós, amor verdadeiro e autêntico.
Quando amamos, não derrubamos o outro, não falamos mal dele, não fazemos complô, ou seja lá o que for, para nos contrapormos a quem não nos faz bem.
O amor, muitas vezes, exige silêncio, mas não é só o silêncio de falar ou deixar de falar. É o silêncio meditativo, contemplativo, o silêncio de quem guarda no coração amor para curar as cicatrizes do desamor.
Se o outro me prejudicou ou me fez mal, não vou devolver o que ele me deu. Se ele me deu desamor, vou devolver o que ele me deu com amor e oração. “Orai por aqueles que vos persegue”.
Como precisamos orar uns pelos outros! Geralmente, nas nossas orações, colocamos aquelas pessoas que queremos bem demais. Na verdade, a oração deveria ser, em primeiro lugar, por aqueles que não queremos bem demais, sem hipocrisia, porque precisamos reconhecer que há pessoas que não queremos tão bem. Então, não estamos orando primeiro por aquelas pessoas, estamos orando por nós e pelo nosso coração, para que ele seja curado e libertado daquele sentimento negativo que temos em relação àquela pessoa.
Não quero viver, na minha vida, nenhuma decisão de desamor. Às vezes, o nosso coração não consegue acompanhar a razão, mas a decisão é amar sempre. Então, o nosso esforço, a nossa oração é para vivermos, porque não podemos viver com Deus uma relação hipócrita.
Não crescemos na intimidade com Deus, porque cultivamos uma mística oracional, focada em Deus e desfocada do mundo em que estamos. Temos situações não resolvidas na vida, de amor e relacionamento, mas achamos que esquecer isso e estar em Deus nos salva.
Não vamos para a presença de Deus até pagarmos o último centavo, até resolvermos todas as situações não resolvidas por falta de amor nessa vida.
Deus abençoe você!


Evangelho (Lc 4,14-22a)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 14Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam. 16E veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura.
17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.
22aTodos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.