quarta-feira, 27 de abril de 2016

MEC autoriza Licenciatura em Filosofia na Faculdade Católica de Fortaleza

MEC autoriza Licenciatura em Filosofia na Católica de Fortaleza
Vestibular será realizado dias 28 e 29 de julho. Alunos graduados no bacharelado em Filosofia poderão obter a licenciatura
O Ministério da Educação – MEC através da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior autorizou  através da Portaria Nº 96/ 1º de abril  curso de licenciatura em  Filosofia na Faculdade Católica de Fortaleza, instituição herdeira cultural e educacional do prestigiado Seminário da Prainha, com 152 anos de fundação.

A FCF ofertará para o novo curso já para o segundo semestre 110 vagas, sendo 60 no turno da manhã e 50 no turno da noite. O vestibular será realizado nos dias 28 e 29 de julho. As inscrições serão feitas na sede na FCF, de 4 a 22 de julho. O curso de licenciatura em Filosofia terá quatro anos de duração.
“Uma grande preocupação, hoje, é a formação de professores. A licenciatura é a oportunidade para que os formados em Filosofia ingressem na carreira docente”, sintetiza Pe. Evaristo Marcos, Diretor Acadêmico da Católica de Fortaleza.
Alunos graduados no bacharelado em Filosofia  na FCF ou em outra  instituição poderão complementar o curso matriculando-se nas disciplinas complementares para a Licenciatura.

Mais sobre a Católica de Fortaleza
Instituição de Ensino Superior de orientação Católica que propõe  formação acadêmica e doutrinal dos futuros ministros ordenados, bem como dos Leigos e todo cidadão que desejar estudar Filosofia e Teologia.
Mais informações: 3453-2150
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

Prazo para se inscrever no concurso para hino da CF 2017 terminará na sexta-feira

CF 2017 terá como tema “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida”
Está aberto o concurso para o hino da Campanha da Fraternidade 2017. O processo seletivo será realizado em um único edital, letra e música, simultaneamente, podendo haver parceria entre letristas e músicos.

Com base no tema da CF 2017 “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”, as características da letra do hino devem traduzir em profunda linguagem poética seu conteúdo. Além disso, é exigido também que o hino apresente alguma forma de rima, embora possam ser usados versos livres.
Quanto aos critérios para a análise da qualidade literária do texto, o edital recomenda a leitura do subsídio técnico das Edições CNBB “Canto e música litúrgica pós Concílio Vaticano II: Princípios teológicos, litúrgicos, pastorais e estéticos”. O emprego da função da linguagem mais adequada ao momento litúrgico também será levado em consideração.
Já em relação às características da música, o edital exige o caráter vibrante e convocativo e melodias e ritmos fluentes em qualquer assembleia. Além disso, a apresentação da composição deverá ser escrita em pauta musical, com a indicação dos acordes (cifras) para o acompanhamento instrumental.

Prazo

As composições devem ser encaminhadas à CNBB até o dia 29 de abril, trazendo apenas o pseudônimo (nome de fantasia do autor), no remetente. O nome verdadeiro do autor deve estar incluído dentro da correspondência, em um envelope fechado, junto com o termo de Cessão de Direitos Autorais, que consta no Anexo I do edital, preenchido e assinado, para o endereço: CNBB (Setor Música Litúrgica) SE/Sul, Q. 801, Conj. “B” 70200-014 – BRASÍLIA – DF.
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

Comissão Nacional da CNBB lança o “Hora da Família” 2016

Temática central do subsídio está em sintonia com o Ano da Misericórdia proclamado pelo papa Francisco
Com o tema “Misericórdia na Família: Dom e Missão”, o subsídio Hora da Família 2016 contém roteiros para sete encontros, além de celebrações como via-sacra em família, para o Dia dos Pais, dos Avós e das Mães. O material, produzido pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, foi apresentado, em coletiva de imprensa, na sexta-feira, 8, no contexto da 54ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Com uma proposta moderna e explicativa, o material é organizado de forma interativa, sugerindo encontros participativos e celebrativos, buscando envolver a comunidade, famílias, lideranças, crianças, jovens e adultos.
“O Hora da Família, neste ano, quer nos envolver nesse clima da misericórdia divina, com vistas à missão. Não pode ficar unicamente entre os grupos de Pastoral Familiar. A nossa criatividade pastoral deve nos inspirar para que esse conteúdo seja partilhado, multiplicado, servido, também, em muitos outros ambientes onde nem sempre a Palavra está presente: escolas, centros de saúde, meios de comunicação, prédios, associações de moradores, periferias”, pede o bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, dom João Bosco Barbosa.
O assessor nacional da Comissão para a Vida e a Família, padre Moacir Arantes, comenta que o “Hora da Família” quer ajudar a todos a fazerem a experiência com a misericórdia de Deus. “Este subsídio precioso de estudo, reflexão e oração, nos convida a realizar nos grupos pastorais, de vizinhos, de amigos, ou na intimidade do nosso lar, importante reflexão a respeito das obras de misericórdia. Queremos conhecer um pouco melhor o jeito de Deus ser e agir com seus filhos e filhas, para que possamos transformar o nosso ser e nosso agir para com os outros”, explica o sacerdote.
Semana Nacional
O subsídio apresenta reflexão sobre temas familiares para a Semana Nacional da Família que, este ano, será celebrada de 14 a 21 de agosto.  É possível encontrar no livreto roteiros de orações e cantos para motivar a atividade.

Como adquirir
O subsídio “Hora da Família” é distribuído pela Secretaria Executiva Nacional da Pastoral Familiar – Secren. Encomendas podem ser feitas pelo telefone (61) 3443-2900 ou pelo e-mail vendas@cnpf.org. O material também é distribuído pelos casais coordenadores e agentes da Pastoral Familiar nos regionais e dioceses.

Confira os encontros:
1º Encontro – Criados por um Pai Misericordioso
2º Encontro – Criados na Misericórdia e para Misericórdia
3º Encontro –  Procurados pela Misericórdia
4º Encontro –  Família e Igreja, lugares da Misericórdia
5º Encontro –  O perdão na Família– Fonte de reconciliação e libertação
6º Encontro – As obras de misericórdia na família e da família
7º Encontro – A família promotora da misericórdia na sociedade
Confira os detalhes no site: www.cnpf.org.br
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

A identidade cristã no mandamento maior

Padre Geovane Saraiva*
Jesus desceu do céu e veio morar entre nós, no desejo de revelar a vontade do Pai, ao entrar em contato e conviver com a humanidade. Ele quis e quer não somente conversar conosco, mas demonstrar toda a força do seu amor divino e indizível, oferecendo-nos toda a sua amizade e vida pela nossa realização plena, condições indispensáveis para se edificar comunidades de fé, nas quais  se manifeste a fraternidade dos filhos de Deus, vida e salvação.
padre-geovane_t
No mundo de hoje, fala-se muito sobre o amor; ouve-se muito falar em gestos e atitudes de compaixão e inclusão social. Falta, porém, aprender o jeito do viver amoroso, didático e radical de Jesus, no seu compromisso diuturno, indo contra tudo aquilo que machuca e fere a face do nosso bom Deus, ao desumanizar a criatura humana. Daí o desafio diante da exigência  de encarnar de verdade o amor, no sonho de vivenciá-lo com aquele mesmo espírito de Jesus.
É o amor-identidade de Jesus, aquele que caminha com a humanidade, revelando o sentido de sua morte e da vitória    da vida, isto é, a ressurreição, que foi enviado ao mundo para que o homem possa salvar-se. A criatura humana precisa sempre mais compreender que o ressuscitado, caminhando conosco, quer sempre estar ao nosso lado, a partir das situações infra-humanas, exigentes e difíceis pelas quais passa o mundo.
Percebemos, em muitas circunstâncias, a pouca presença da Igreja em nossa sociedade contemporânea, quando se aprofundam as crises da sociedade hodierna e mesmo das instituições religiosas. Somos chamados a fazer valer, como comunidade dos seguidores de Jesus de Nazaré, a distinção da nossa capacidade de amar, levando adiante o mesmo amor por Ele proclamado, no dizer do Papa Francisco: “O amor é a carteira de identidade do cristão, é o único ‘documento’ válido para sermos reconhecidos como discípulos de Jesus”.
Falta-nos aprender que Jesus viveu o amor como um comportamento ativo e criador, propondo-nos a felicidade, grande e maior tesouro: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos” (Jo 13, 34-35).
Como encontrar motivações para que o mandamento maior seja presente e concreto no meio de nós? Jesus quer dos seus irmãos e irmãs aquele amor proclamado e vivido por São Bernardo de Claraval: “A medida do amor é amar sem medida”. Só assim o projeto salvífico de Deus será instaurado entre nós.
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência  Sacerdotal, integra a  Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – geovanesaraiva@gmail.com

DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS – Comunicação Social do Regional Nordeste I e Paulinas


No próximo dia 8 de maio a Igreja celebra o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, promulgado pelo Decreto Inter Mirifica, nele encontramos a afirmação: “Para reforçar o variado apostolado da Igreja por intermédio dos meios de comunicação social celebre-se anualmente, nas dioceses do mundo inteiro, um dia dedicado a ensinar aos fiéis seus deveres no que diz respeito aos meios de comunicação, a se orar pela causa e a recolher fundos para as iniciativas da Igreja nesse setor, segundo as necessidades do mundo católico”. (n. 18).
dia-mundial-da-comunicação
Com a finalidade de levar adiante a atenção-ação nesse importante setor da comunicação, e lembrando o reconhecimento que o decreto Inter Mirifica (Concílio Vaticano II) externara sobre a importância da comunicação, o Papa Paulo VI, cria, em 1964, através do documento In fructibus multis, a Pontifícia Comissão para as Comunicações Sociais, com a finalidade de coordenar e estimular a realização das propostas dos Padres Conciliares.
A fim de colocar em prática as recomendações já mencionadas, a Pontifícia Comissão, após receber o parecer de presidentes de Comissões Episcopais, em 1964 e 1965, sobre como aplicar o que foi estabelecido no n.18 do Inter Mirifica, criou o Dia Mundial das Comunicações Sociais (em 1966), com a aprovação do Sumo Pontífice. E no dia 7 de maio de 1967 celebrou-se pela primeira vez, no mundo inteiro, o dia Mundial das Comunicações Sociais (celebrado sempre no domingo da Ascensão).
Para celebramos esse grande evento a Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação Social do Regional NE 1 em parceria com as Paulinas Livraria realizará no próximo dia 30 de abril, das 8h às 11h, no Auditório da Igreja de Fátima, uma mesa redonda com o tema da mensagem do papa Francisco para esse cinquentenário.
A mesa será composta por Irmã Joana Puntel, irmã paulina, pós doutorada em Comunicação; Marta Andrade – Coordenadora Da Pascom Arquidiocesana, Pe. Francisco Oliveira, Chanceler e Assessor de Comunicação da Diocese de Itapipoca e Inês prata, jornalista do Jornal O Povo.
A inscrições são gratuitas e deverão serem feitas nas livrarias Paulinas (Centro ou Aldeota). Esperamos contar com a presença de todos os membros de pastorais de comunicações, assim como padres, seminarista e todos os interessantes em comunicação.
Por Alex Ferreira  – Coordenador da Comissão para a Comunicação
Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação do Regional Ne 1
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza

A conquista da energia renovável

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

O Uruguai, nosso país vizinho, depois de 10 anos conseguiu obter uma marca memorável: é o primeiro país da Região - e por que não dizer da maior parte do mundo - de ter quase o 100% da energia elétrica de fontes renováveis. Foi necessário o investimento do 3% do PIB para conseguir esta façanha, que coloca a energia limpa e sustentável como a única a abastecer a Nação. 
No último quinquênio foram destinados US$ 7 bilhões de dólares, que vem a ser o equivalente aos gastos do Brasil para realizar a Copa do Mundo de 2014. Temos estádios que como elefantes brancos são sinal de gastança e superfaturamento enquanto que o Uruguai apostou naquilo que move o pais, sem consumi-lo ou degradá-lo, energia eólica, solar e biomassa.
Para isso houve um acordo político centrado no bem comum e no interesse público, expressão de uma classe dirigente voltada para seu povo e que pensa não somente nas eleições, mas nas próximas gerações. Neste ano de eleições municipais, muito embora a questão da energia seja assunto nacional e federal, é importante escolher candidatos que tenham um olhar sustentável, que pratiquem e defendam uma política pensada a partir da vida, respeitosa da ecologia integral, da sabedoria da terra e que escutem os sons das florestas, matas e águas.
Assim como a questão do saneamento básico é crucial para o desenvolvimento do município, a conversão da matriz energética é chave para tornar a urbe não só mais iluminada, mas autossuficiente e viável. A cidade humana tem que estar aberta e enraizada no seu ambiente, aprender a conviver com os quatro elementos: ar, terra, fogo e água. 
O equilíbrio saudável e dinâmico da população com a criação é condição para termos um futuro próspero e harmonioso conforme o projeto do Pai da Misericórdia que enviou seu Filho para salvar o mundo e trazer vida em abundância. Deus seja louvado!
Fonte: CNBB

Carga maior

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)

No início da comunidade cristã alguns queriam impor uma cultura judaica incluída na evangelização aos não judeus, como a exigência da circuncisão. Paulo e Barnabé foram conversar com os apóstolos em Jerusalém para tratar da questão. Ficou esclarecido que os gentios ou não judeus não deveriam ter um peso de exigências maior do que o conteúdo do Evangelho (Cf. Atos 15,1-29). De fato, evangelização não é imposição de dados culturais a outros de culturas diferentes. É sim, apresentação da verdade e dos valores apresentados por Jesus, ajudando as pessoas, em suas culturas, a clarear e acrescentar a novidade da Boa-nova dele para a salvação de todos. Valores estritamente culturais devem ser distinguidos da proposta do Senhor e não impostos como se fossem confundidos com este enunciado.
Até dentro da comunidade pode haver pessoas que assumem postura de querer aplicar costumes de culturas vividas anteriormente até na prática litúrgica de hoje, como se fossem verdades de fé a serem seguidas sempre por todos. Por isso, é preciso haver bom senso, humildade e obediência ao que é assumido e ensinado pelas autoridades competentes, fruto do seguimento e da interpretação adequada da natureza criada por Deus, das Sagradas Escrituras, dos Concílios e outras instâncias eclesiais.  Caso contrário, pode haver o autoritarismo de alguns que, desobedientes, se julgam com poder acima das legítimas autoridades. Alguns usam até da mídia para espalhar e querer impor suas idéias, com sofismas e más interpretações das orientações oficiais. Muitas vezes arrastam pessoas acríticas e de boa fé, para seguirem suas opiniões divergentes das legítimas autoridades.
O moralismo, ou atitude de impor autoritariamente condenações por atitudes interpretadas ao pé da letra sobre determinadas normas, faz aumentar a carga de dor na consciência de quem é frágil por não conhecer ou não experimentar o ideal de amor e da misericórdia divina. A linguagem de se interpretar tudo como pecado ou mal moral pode tirar a pessoa fragilizada do caminho da bondade de Deus. O Senhor é como o pai do filho pródigo, muito mais interessado na conversão e no bem do filho do que em ter atitude de desprezo e de condenação ou vingança.
Jesus veio para nos libertar de todo o mal. Ele nos mostra o caminho que leva à vida, à paz, à justiça misericordiosa. É o bom pastor, que vai atrás da ovelha perdida. Até do alto da cruz pede ao Pai o perdão para todos, desculpando a todos que o colocaram na cruz. Estamos todos incluídos nesse seu pedido ao Pai, felizmente! Mesmo assim, há quem parece só ver a maldade nos outros, condenando a todos! Até por pequenas falhas e mesmo por interpretações errôneas de sua parte! Procuram espalhar os julgados erros dos outros pela internet e outros meios. Quanta divisão e discórdia, até por pequenas coisas, como o uso de uma roupa, ou por não se usar um véu!
A alegria de se seguir a Cristo faz a pessoa ajudar os outros a também segui-Lo, ao invés de ficar criticando os outros, e até as autoridades, por questões de menos importância e que fazem do crítico pessoa de cara amarrada e cheia de azedume: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (Jo14,23). Quem aceita ser morada de Jesus ajuda os outros a se erguerem e não o contrário! Ajuda os outros a carregarem o próprio fardo ao invés de aumentar o mesmo!
FonteCNBB

A alegria do amor

Dom Aldo Pagotto
Arcebispo da Paraíba


Em sua Exortação “A alegria do amor”, o Papa Francisco aborda as situações e estilos de vida familiar, não raro envolta em sérios conflitos de graves complexidades. A Exortação estabelece os princípios éticos e os valores morais, sempre defendidos e promovidos pelo Evangelho e pela Tradição e Magistério da Igreja. Tem-se em vista a necessidade da formação humanitária e cristã da família, para que esta prevaleça sobre a crise de valores que se enfrenta na sociedade. Francisco apela para a educação (ou reeducação) para o amor fiel, capaz de fortalecer os vínculos conjugais e o convívio harmonioso dos pais com os filhos.
A Exortação esmera-se em apontar os valores sagrados vividos no matrimônio, trazendo alegria e paz no exercício do amor, liberto do egoísmo individualista. Há situações profundamente contraditórias e dolorosas de casais que fracassaram no casamento, por série de fatores. Entre outros: a ausência dos valores humanos e cristãos, o desconhecimento dos referenciais sobre o matrimônio e a família, a imaturidade, o despreparo, o erro de pessoa, enfim, fatores que inevitavelmente levam às consequências desastrosas, de difíceis soluções.
Cabe aos principais responsáveis pela ação evangelizadora e pastoral da Igreja, ou seja, ao clero e aos(às) leigos(as) cristãos(ãs), irem ao encontro das pessoas que necessitam de esclarecimento e orientação espiritual em relação ao matrimônio e à família. Francisco insiste nessa dimensão formativa, preocupado com as pessoas feridas. Em sua Exortação, o Papa sugere que a Igreja preste-se a ser como um “hospital e campanha” que acolhe feridos na guerra. O Papa pede aos pastores “que acolham, acompanhem, usem de misericórdia” em relação às pessoas feridas, afastadas da vida da comunidade cristã.
Há muitos casais de segunda união que formaram outras famílias. Embora não vivam de acordo com as normas eclesiásticas referentes ao Sacramento do Matrimônio, necessitam de orientação sobre os valores espirituais. Há muitas famílias cujo matrimônio fracassou. Entanto, elas pedem ajuda à Igreja, ante as consequências das frustrações, a chaga dolorosa de famílias desfeitas. Muitas buscam novas oportunidades, tentando refazer a sua própria vida e o futuro dos filhos. O pedido de Francisco leva a Igreja a sair da sua zona de conforto! O Papa sugere que demos o testemunho da “alegria do amor”, vivido na família. Sua intenção visa à superação de inúmeras situações espinhosas, dificilmente contornáveis. É fácil julgar, condenar, excluir. Melhor acolher, incluir, acompanhar, ter misericórdia.

 Fonte: CNBB

Na vida dos povos latino-americanos Chegou a hora dos leigos, mas parece que o relógio parou

2016-04-26 L’Osservatore Romano


Na vida dos povos latino-americanos «chegou a hora dos leigos, mas «parece que o relógio parou»: escreveu o Papa Francisco ao cardeal Marc Ouellet numa carta que reúne e aprofunda as reflexões que nasceram na plenária da Pontifícia comissão para a América Latina, presidida pelo purpurado no passado mês de março sobre o tema do «compromisso dos leigos na vida pública». Tema que para o Pontífice exige dos pastores a capacidade de «servir melhor o santo povo fiel de Deus», evitando o risco de teorizações contidas em «frases bonitas que não conseguem apoiar a vida das nossas comunidades».
«Olhar para o povo de Deus é recordar que todos fazemos o nosso ingresso na Igreja como leigos» afirmou o Papa recomendando que «ninguém foi batizado sacerdote nem bispo». Disto deriva que a Igreja não pode ser considerada «uma elite de sacerdotes, consagrados e bispos»: deformação que segundo Francisco alimenta a tentação do «clericalismo» e provoca o sufocamento daquele «fogo profético do qual a Igreja inteira está chamada a dar testemunho».
O Pontífice releva que na América Latina a «pastoral popular» representou «um dos poucos espaços em que o povo de Deus se libertou da influência do clericalismo». E evidenciou que «a fé do nosso povo, as suas orientações, buscas, desejos, anseios, acabam por nos manifestar uma genuína presença do Espírito». Neste sentido, deve ser encorajada a presença dos leigos na vida pública: isto «significa – afirmou o Papa – comprometer-nos no meio do nosso povo e, com o nosso povo, apoiar a sua fé e a esperança». Com a consciência de que o leigo comprometido não é só aquele que trabalha «em coisas de padres» mas é também a pleno título «o crente que muitas vezes queima a sua esperança na luta quotidiana para viver a fé».
«É ilógico e até impossível – afirmou Francisco – pensar que nós como pastores deveríamos possuir o monopólio das soluções para os múltiplos desafios que a vida contemporânea nos apresenta. Pelo contrário, devemos permanecer ao lado do nosso povo, acompanhando-o nas suas buscas e estimulando aquela imaginação capaz de responder à problemática atual»
Fonte: News.VA

"Quem ignora o sofrimento do homem, ignora Deus"

2016-04-27 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – Nesta quarta-feira, o Papa concedeu audiência a cerca de 25 mi fiéis, romanos e turistas presentes na Praça São Pedro, e fez uma catequese baseada na parábola do Bom Samaritano.

A parábola tem origem na pergunta de um Doutor da lei que queria testar Jesus: “Quem é o meu próximo?”. Ele queria uma resposta clara para distinguir os ‘próximos’ dos ‘não-próximos’, tentava entender se eram seus parentes, compatriotas ou pessoas da mesma religião. Jesus responde com uma parábola.
O sacerdote, o levita e o samaritano
Um homem, viajando no caminho entre Jerusalém e Jericó, foi interceptado por bandidos que, depois de o roubarem, ainda o deixaram gravemente ferido. Um sacerdote, um levita e um samaritano passam por ali. O sacerdote e o levita eram religiosos. Esperava-se deles que fossem praticantes da palavra de Deus, pois a conheciam, sabiam o que tinham que fazer. Já o samaritano era um judeu cismático, visto como estrangeiro, pagão e impuro. O sacerdote e o levita ignoram o homem que acabara de ser assaltado e agredido. 
Conhecer a Bíblia não significa saber amar
“O primeiro ensinamento na parábola é este: não é automático que quem frequenta a casa de Deus e conhece a sua misericórdia sabe amar o próximo. Você pode conhecer toda a Bíblia, toda a teologia, mas o amor... vai por outro caminho! Diante do sofrimento de tanta gente que sofre fome, violência e injustiças, não podemos ser meros espectadores. Ignorar o sofrimento do homem significa ignorar Deus!”, frisou o Papa.
Francisco prosseguiu destacando o centro da parábola: o samaritano, o desprezado, aquele que também tinha seus afazeres, faz de tudo para salvar esse homem, ‘moveu-se de compaixão’. “Esta é a diferença”, disse, “os outros dois viram, mas seus corações ficaram impassíveis enquanto o coração do bom samaritano estava ‘sintonizado’ com o coração de Deus. Em seus gestos e ações, identificamos o agir misericordioso de Deus: é a mesma compaixão com que o Senhor vem ao encontro de cada um de nós. 
Aproximar-se de quem sofre é aproximar-se de Deus
“Ele não nos ignora, conhece nossas dores, sabe que precisamos de ajuda e consolação. Ele vem perto de nós e nunca nos abandona”.
O samaritano doou-se completamente ao homem que necessitava, empregando cuidado, tempo e até dinheiro. “E isto nos ensina que a compaixão, o amor, não é um sentimento vago, mas significa cuidar do outro, comprometer-se, identificar-se com ele: “Amarás o próximo como a ti mesmo”, é o mandamento do Senhor. 
Compaixão: sofrer 'com'
Concluindo a parábola, Jesus perguntou Jesus “Qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”. E a resposta é indiscutível: “Aquele que teve compaixão dele”.  
Francisco explicou que o ‘próximo’ foi o samaritano, porque se aproximou do moribundo. “Não devemos classificar os outros e ver quem é próximo e quem não o é. Podemos nos tornar próximos de quem quer que esteja em necessidade, e o seremos se tivermos compaixão em nosso coração”.
Amar como Ele nos amou
“Esta parábola – concluiu – é um lindo presente, e um compromisso, para todos nós.  “Vai e faze tu a mesma coisa”, disse Jesus ao Doutor da lei. Somos todos chamados a percorrer o mesmo caminho do samaritano, que retrata Cristo: “Jesus se inclinou sobre nós, se fez nosso servo, e assim nos salvou, para que nós possamos nos amar, como Ele nos amou”. 
(CM)

(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Papa: clericalismo anula personalidade dos cristãos e diminui graça batismal

2016-04-26 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - “A Igreja não é uma elite de sacerdotes” e o Espírito Santo “não é ‘propriedade’ exclusiva da hierarquia eclesial”, que deve sempre “encorajar” e “estimular” os esforços que os leigos fazem para testemunhar o Evangelho na sociedade. São palavras do Papa Francisco, o qual, com uma carta ao presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), Cardeal Marc Ouellet, quis contribuir para o trabalho realizado no início de março pelo organismo a propósito do “indispensável engajamento dos leigos na vida pública” dos países latino-americanos.
“Jamais deve ser o pastor a dizer ao leigo aquilo que deve fazer e dizer, ele o sabe tanto quanto e melhor do que nós. Não é o pastor que deve estabelecer aquilo que os fiéis devem dizer nos vários âmbitos.”
Como lhe é habitual, o Papa Francisco é claro ao reafirmar onde se encontra o ponto de equilíbrio da relação padre-leigo cristão e no evidenciar as “tentações” do clero que, por vezes alterando este equilíbrio, induzem a erros e alimentam derivas.
Na carta ao Cardeal Ouellet, o Santo Padre fala acerca dos leigos latino-americanos, embora o valor de suas considerações seja claramente universal. Uma das “maiores deformações” da relação sacerdote-leigo, denuncia, é o “clericalismo” que, de um lado, anulando “a personalidade dos cristãos” e diminuindo “a graça batismal”, acaba, de outro lado, por gerar uma espécie de “elite laical”, na qual os leigos engajados são “somente aqueles que trabalham em coisas ‘dos padres’”.
Sem nos dar conta, insiste, “esquecemos, negligenciando-o, o fiel que muitas vezes consome sua esperança na luta cotidiana para viver a fé”. E essas são “as situações que o clericalismo não consegue ver, porque está mais preocupado em dominar espaços do que em gerar processos”.
Ao invés, ressalta Francisco, jamais se deve esquecer que a “nossa primeira e fundamental consagração tem suas raízes em nosso Batismo. Ninguém foi batizado padre nem bispo. Fomos batizados leigos e é o sinal indelével que ninguém jamais poderá eliminar”.
Ademais, estar no meio do rebanho, no meio do povo: ouvir seus palpites, confiar na “memória” e no “faro” deles, na certeza de que o Espírito Santo age neles e com eles, e que este “Espírito não é  ‘propriedade’ exclusiva da hierarquia eclesial”.
O Pontífice observa que isso “nos salva” de certos slogans que “são frases bonitas, mas que não conseguem alimentar a vida de nossas comunidades”. Por exemplo, diz o Papa, recordo “a famosa frase: ‘é a hora dos leigos’, mas parece que o relógio parou”.
“A Igreja não é uma elite de sacerdotes, de consagrados, de bispos”, mas “todos formamos o Santo Povo fiel de Deus” e portanto, escreve, “o fato que os leigos estejam trabalhando na vida pública” significa para bispos e sacerdotes “buscar o modo para poder encorajar, acompanhar” todas “as tentativas e os esforços que hoje já são feitos para manter vivas a esperança e a fé num mundo repleto de contradições, especialmente para os mais pobres, especialmente com os mais pobres”.
“Significa, como pastores, empenhar-nos em meio ao nosso povo e, com o nosso povo, sustentar a fé e a esperança deles”, promovendo “a caridade e a fraternidade, o desejo do bem, da verdade e da justiça”.
“É ilógico, e até mesmo impossível – ressalta o Bispo de Roma – pensar que nós, como pastores, devemos ter o monopólio das soluções para os múltiplos desafios que a vida contemporânea nos apresenta.”
“Não se podem dar diretrizes gerais para organizar o povo de Deus no seio da sua vida pública.” Pelo contrário, indica, “devemos estar ao lado do nosso povo, acompanhando-o em suas buscas e estimulando aquela imaginação capaz de responder à problemática atual”.
Por sua “realidade” e “identidade”, porque “imerso no coração da vida social, pública e política”, devemos reconhecer que o leigo precisa de novas formas de organização e de celebração da fé”, acrescenta Francisco.
O clericalismo que pilota, uniformiza, fabrica “mundos e espaços cristãos” deve ser contrastado pelo cuidado da “pastoral popular”, típico da América Latina, porque, “se bem orientada”, é “rica de valores”, de uma “sede genuína” de Deus, de “paciência”, de “sentido da cruz na vida diária, de “dedicação” e capaz de “generosidade e sacrifício até o heroísmo”.
“Em nosso povo – recorda Francisco – nos é pedido para conservar duas memórias. A memória de Jesus Cristo e a memória dos nossos antepassados.” “Perder a memória é desarraigar-nos do lugar de onde viemos e, por conseguinte, não saber nem mesmo para onde vamos.”
Quando “desarraigamos um leigo de sua fé, da fé de suas origens; quando o desarraigamos do Santo Povo fiel de Deus, o desarraigamos da sua identidade batismal e desse modo o privamos da graça do Espírito Santo”.
“Nosso papel, nossa alegria, a alegria do pastor – acrescenta o Papa – está propriamente no ajudar e no estimular, como fizeram muitos antes de nós, mães, avós e pais, os verdadeiros protagonistas da história.”
“Não por uma nossa concessão de boa vontade, mas por direito e estatuto próprio. Os leigos são parte do Santo Povo fiel de Deus e, portanto, são os protagonistas da Igreja e do mundo; somos chamados a servi-los, não a servir-nos deles”, conclui Francisco. (RL)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Papa presidirá Vigília de Oração "Para enxugar as lágrimas"

2016-04-26 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – Enxugar os rostos banhados por lágrimas de um sofrimento físico ou espiritual, trazendo consolação e esperança. Este é o objetivo da Vigília de Oração "Para enxugar as lágrimas”, a ser presidida pelo Papa Francisco no dia 5 de maio na Basílica de São Pedro. O evento será retransmitido pela Rádio Vaticano, com comentários em português, a partir das 12h50min, horário de Brasília.
O evento jubilar quer ser sinal visível da misericórdia do Pai, que estende suas mãos para enxugar as lágrimas de uma mãe ou de um pai que perderam um filho, de um filho que perdeu um pai, de quem enfrenta uma doença ou perdeu o trabalho ou não encontra algum, de quem vive situações de discórdia na família e de quem sente solidão porque tem idade avançada, de quem sofre um desconforto existencial, de quem sofreu algum tipo de injustiça, de quem perdeu o sentido da própria vida ou não consegue encontrar algum. São tantos, e de todos os tipos, os pequenos ou grandes sofrimentos que cada um traz dentro de si, mas todos certamente têm em comum um “desgaste” no viver e, frequentemente, da falta de esperança e de confiança.
Consolar os aflitos, uma das sete obras de misericórdia espiritual, é o coração deste grande evento jubilar, voltado a todos, mas em particular àqueles que sentem no fundo da alma a necessidade de uma palavra que traga apoio, força e consolação.
Por ocasião da vigília será exposto para a veneração dos fieis na Basílica de São Pedro o relicário de Nossa Senhora das Lágrimas de Siracusa, ligado ao prodigioso fenômeno ocorrido em 29 de agosto e em 1º de setembro de 1953, quando um trabalho em gesso, representando o Coração Imaculado de Maria, colocado sobre o leito matrimonial, na casa de um jovem casal de esposos - Angelo Iannuso e Antonina Giusto – derramou lágrimas humanas. O relicário contém parte das lágrimas brotadas milagrosamente da imagem de Nossa Senhora.
As lágrimas de Maria são sinal do amor materno e da participação da Mãe nos acontecimentos que envolvem a vida de seus filhos. Por esta razão, elas estarão na Basílica durante a Vigília, como que para encorajar, consolar, guiar aqueles que passam por provações, a entregarem-se a Virgem Maria ser reservas e com a confiança de filhos, precisamente no mês a ela dedicado.
Os bilhetes de ingresso podem ser retirados – de forma gratuita – no Centro de Acolhida de Peregrinos na Via da Conciliação, n. 7. Maiores informações no site do Jubileu da Misericórdia. (JE)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

CNBB e Cáritas lançam Campanha SOS Equador. Participe!


2016-04-27 Rádio Vaticana
Brasília (RV) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira lançaram na segunda-feira (25/04) a campanha em solidariedade às vítimas do terremoto no Equador, em consonância com o apelo feito pelo Papa Francisco. “Rezemos por essas populações. A ajuda de Deus lhes dará força e apoio neste momento difícil”, pediu Francisco na última semana.
Pelo menos 720 mil pessoas foram afetadas diretamente pelo terremoto ocorrido no dia 16 de abril e necessitam de ajuda humanitária urgente. O abalo alcançou o nível 7,8 na escala Richter e atingiu grande parte do Equador. Esta foi a tragédia mais grave dos últimos 67 anos no país. De acordo com dados da Cáritas Equatoriana, o terremoto provocou a morte de mais de 650 pessoas e deixou 29 mil desalojadas.
Os recursos financeiros arrecadados com a Campanha de Solidariedade ao Equador – SOS Equador serão destinados para ações de socorro imediato às vítimas (água potável, alimentos, abrigos e atendimento às necessidades especiais, especialmente de crianças, idosos, mulheres e pessoas com deficiências). Posteriormente, os recursos serão utilizados para a reconstrução das condições de vida da população afetada.
“Estão convidadas a participar desta grande corrente de oração e do gesto concreto da coleta solidária as dioceses, paróquias, comunidades, congregações, colégios e todas as pessoas de boa vontade, de forma a lembrar tantas mães, pais e filhos atingidos pela tragédia”, lê-se no site da CNBB.
A coleta em solidariedade às vítimas será realizada por meio das seguintes contas bancárias, administradas pela Cáritas Brasileira em favor do povo equatoriano:
Banco do Brasil
Agência: 3475-4 Conta Corrente: 33.362-X
Caixa Econômica Federal
Operação: 003 Agência: 1041
Conta Corrente: 3824-6
“A Presidência da CNBB e o presidente da Cáritas Brasileira convidam todos e todas a se juntar nesta campanha de solidariedade pelo Equador e a formar uma corrente de oração pelas vítimas do terremoto", lê-se ainda no site.
(from Vatican Radio)

Os sete dons do Espírito Santo

Estes dons são graças de Deus e, só com nosso esforço, não podemos fazer com que cresçam e se desenvolvam. Necessitam de uma ação direta do Espírito Santo para podermos atuar dentro da virtude e perfeição cristã. 

No Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, reside o Amor Supremo entre o Pai e o Filho. Foi pelo Divino Espírito Santo que Deus se encarnou no seio de Maria Santíssima, trazendo Jesus ao mundo para nossa salvação. Peçamos à Maria, esposa do Espírito Santo, que interceda por nós junto a Deus concedendo-nos a graça de recebermos os divinos dons, apesar de nossa indignidade, de nossa miséria. Nas Escrituras, o próprio Jesus quem nos recomenda: "Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto" (Mt VII, 7s). 

1. Fortaleza - Por essa virtude, Deus nos propicia a coragem necessária para enfrentarmos as tentações, vulnerabilidade diante das circunstâncias da vida e também firmeza de caráter nas perseguições e tribulações causadas por nosso testemunho cristão. Lembremo-nos que foi com muita coragem, com muito heroísmo, que os santos desprezaram as promessas, as blandícias e ameaças do mundo. Destes, muitos testemunharam a fé com o sacrifício da própria vida. O Espírito Santo lhes imprimiu o dom da Fortaleza e só isto explica a serenidade com que encontraram a morte! Que luta gloriosa não sustentaram! Agora gozam de perfeita paz, em união íntima com Jesus, de cuja glória participam. Também nós, havemos de combater diariamente para alcançar a coroa eterna. Vivemos num mundo cheio de perigos e tentações. A alma acha-se constantemente envolta nas tempestades de paixões revoltadas. Maus exemplos pululam e as inclinações do coração constantemente dirigem-se para o mal. Resistir a tudo isto requer em primeiro lugar muita oração, força de vontade e combate resoluto. Por esta virtude, a alma se fortalece para praticar toda a classe de atos heróicos, com invencível confiança em superar os maiores perigos e dificuldades com que nos deparamos diariamente. Nos ajuda a não cair nas tentações e ciladas do demônio. 

2. Sabedoria - O sentido da sabedoria humana reside no reconhecimento da sabedoria eterna de Deus, Criador de todas as coisas que distribui seus dons conforme seus desígnios. Para alcançarmos a vida eterna devemos nos aliar a uma vida santa, de perfeito acordo com os mandamentos da lei de Deus e da Igreja. Nisto reside a verdadeira sabedoria que, como os demais, não é um dom que brota de baixo para cima, jamais será alcançada por esforço próprio. É um dom que vem do alto e flui através do Espírito Santo que rege a Igreja de Deus sobre a terra. Nos permite entender, experimentar e saborear as coisas divinas, para poder julgá-las retamente. 

3. Ciência - Nos torna capazes de aperfeiçoar a inteligência, onde as verdades reveladas e as ciências humanas perdem a sua inerente complexibilidade. Nossas habilidades com as coisas acentuam-se progressivamente em determinadas áreas, conforme nossas inclinações culturais e científicas, sempre segundo os desígnios divinos, mesmo que não nos apercebamos disso. Todo o saber vem de Deus. Se temos talentos, deles não nos devemos orgulhar, porque de Deus é que os recebemos. Se o mundo nos admira, bate aplausos aos nossos trabalhos, a Deus é que pertence esta glória, a Deus, que é o doador de todos os bens. 

4. Conselho - Permite à alma o reto discernimento e santas atitudes em determinadas circunstâncias. Nos ajuda a sermos bons conselheiros, guiando o irmão pelo caminho do bem. Hoje, mais do que nunca está em foco a educação da mocidade e todos reconhecem também a importância do ensino para a perfeita formação da criança. As dificuldades internas e externas, materiais e morais, muitas vezes passam pelo dom do Conselho, sem disto nos apercebermos. É uma responsabilidade, portanto, cumprir a vontade de Deus que destinou o homem para fins superiores, para a santidade. Para que possamos auxiliar o próximo com pureza e sinceridade de coração, devemos pedir a Deus este precioso dom, com o qual O glorificaremos aos mostrarmos ao irmão as lições temporais que levam ao caminho da salvação. É sob a influência deste ideal que a mãe ensina o filhinho a rezar, a praticar os primeiros atos das virtudes cristãs, da caridade, da obediência, da penitência, do amor ao próximo. 

5. Entendimento - Torna nossa inteligência capaz de entender intuitivamente as verdades reveladas e naturais, de acordo com o fim sobrenatural que possuem. A aparente correlação não significa que quem possui a sabedoria, já traga consigo o entendimento por conseqüência (ou vice-versa). Existe uma clara distinção entre um e o outro. Para exemplificar: Há fiéis que entendem as contemplações do terço, mas o rezam por obrigação ou mecanicamente (Possuem o dom do entendimento). Há outros que, por sua simplicidade, nunca procuraram entender o seu significado, mas praticam sua reza com sabor, devoção e piedade, ignorando seu vasto sentido (possuem o dom da Sabedoria). Este exemplo, logicamente, se aplica às ciências naturais e divinas, logo ao nosso dia-a-dia. Não sendo um conseqüencia do outro, são distintamente preciosos e complementam-se mutuamente, nos fazem aproximar de Deus com todas as nossas forças, com toda a nossa devoção e inteligência e sensível percepção das coisas terrenas, que devem estar sempre direcionadas às coisas celestes. 

6. Piedade - É uma graça de Deus na alma que proporciona salutares frutos de oração e práticas de piedade ensinadas pela Santa Igreja. Nos dias de hoje, considerando a população mundial, há poucas, muito poucas pessoas que acham prazer em serem devotas e piedosas; as poucas que o são, tornam-se geralmente alvo de desprezo ou escárneo de pessoas que tem outra compreensão da vida. Realmente, é grande a diferença que há entre um e outro modo de viver. Resta saber qual dos dois satisfaz mais à alma, qual dos dois mais consolo lhe dá na hora da morte, qual dos dois mais agrada a Deus. Não é difícil acertar a solução do problema. Num mundo materialista e distante de Deus, peçamos a graça da piedade, para que sejamos fervorosos no cumprimento das escrituras. 

7. Temor de Deus - Teme a Deus quem procura praticar os seus mandamentos com sinceridade de coração. Como nos diz as Escritura, devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus, e o resto nos será dado por acréscimo. O mundo muitas vezes sufoca e obscurece o coração. Todas as vezes que transigências fizemos às tentações, com certeza desprezamos a Deus Nosso Senhor. Quantas vezes preferimos a causa dos bens miseráveis deste mundo e esquecemo-nos de Deus! Quantas vezes tememos mais a justiça dos homens do que a justiça de Deus! Santo Anastácio a este respeito dizia: "A quem devo temer mais, a um homem mortal ou a Deus, por quem foram criadas todas as coisas?". Não esqueçamos, portanto, de pedir ao Deus Espírito Santo a graça de estarmos em sintonia diária com os preceitos do Criador. Por este divino dom, torna-se Deus a pessoa mais importante em nossa vida, onde a alma docemente afasta-se do erro pelo temor em ofendê-Lo com nossos pecados.