sábado, 30 de junho de 2018

O quão inviolável é o seu tempo?


O quão inviolável é o seu tempo?
“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.” (Mário de Andrade)
Uma vez que não sabemos quanto tempo ainda temos é assim que nos deparamos com o tempo, cada vez mais carecidos dele.  Por isso a pergunta, o quão inviolável é o seu tempo?
Temos urgência em tantas coisas, em resolver problemas, em encontrar pessoas, em ganhar dinheiro, em ser reconhecido, em ser promovido, em ser compreendido, que acabamos várias vezes sendo ameaçados por uma sensação de estarmos sem tempo para nada.
Será que temos consciência que neste exato momento podemos estar investindo em nosso tempo, ou simplesmente, passando por ele? Hoje, neste tempo que é nosso, nosso futuro está sendo plantado.
Precisamos permitir escolhas saudáveis para nossa vida, para o tempo que temos. Nossa vida é um brevíssimo segundo, disse Santa Teresinha do menino Jesus. Só temos o hoje para amar, para ler um bom livro, para perdoar, para escutar uma boa música, para dizer a verdade, para abraçar quem amamos, para amarmos, para nos deixarmos ser amados e para nos deixarmos ser encontrados por Deus: Ele que é o Senhor do tempo.
Viver é um desafio e não podemos violar este dom maravilhoso. Deus nos deu um tempo para cada coisa e precisamos usufruí-lo da melhor maneira possível. Não podemos perder de vista que nossa vida nesta terra é sempre tempo de lançar boas sementes.
Hoje, você e eu somos chamados a fazer como no GPS, recalcular a rota, dar um tempo novo para nosso tempo, para nossa vida.
Não podemos deixar a vida simplesmente rolar, não podemos deixar que lancem sementes em nós que destruam a “terra” do nosso coração, da nossa existência. O mundo hoje é carregado de alternativas rápidas, mas tenho compreendido, é necessário viver o tempo. Que tempo você tem vivido hoje? Dizem por aí que os atalhos nem sempre nos levam a algum lugar.
Jesus no evangelho diz que “De fato, se algum de vós quer construir uma torre, não se senta primeiro para calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar?” (Lucas 14, 28).
Precisamos aprender com Jesus, é preciso fazer os cálculos, recalcular a rota, por vezes ter a coragem de voltar atrás. Às vezes, de dar um passo adiante e assim, sucessivamente. O importante como diz meu Pai Fundador, Padre Jonas Abib, é não estacionar.
Para você que é cristão a cruz que nos foi dada à redenção é a cruz de cada dia, não podemos resistir a ela. Contudo, podemos fazer dela um caminho de vida, verdadeiramente realizada e feliz. Sem dispensar os desafios, as tribulações, as humilhações, os desencontros, mas buscando fazer desses tempos um tempo forte de encontro com a gente mesmo e com o Deus que se ocupa de nós.
Vamos juntos recalcular a rota? Ainda temos tempo, este instante!
Deus abençoe você!
Um abraço,
Daniele Santos
Fonte: Catequese Católica

A sabedoria dos idosos


Aproxima-se o mês de julho e nele a festa de São Joaquim e Sant`Ana, no dia 26. Esse mês é uma bela oportunidade para uma reflexão a respeito dos nossos  velhinhos, do Vovô e da Vovó.
Tomemos a Palavra de Deus que é nossa fonte de inspiração. Lemos no livro do Êxodo: Honra o teu pai e a tua mãe, para que vivas longos anos na terra que o Senhor, Teu Deus, te dará (20,12).
No livro do Eclesiástico, encontramos estas lindas palavras: Os discípulos da Sabedoria são uma assembleia de justos e a sua comunidade é marcada pela obediência e o amor. Ouvi, ó filhos, a advertência de um pai, e procedei de tal modo que sejais salvos. Deus honra o pai nos filhos e confirma sobre eles a autoridade da mãe (3, 1 – 3).
Quem honra seu pai intercederá pelos pecados, evitará cair neles e será ouvido na oração quotidiana. Quem respeita sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. Quem honra seu pai terá alegria em seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido. Quem honra seu pai terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da mãe (3, 4 – 7).
Quem teme o Senhor honra seus pais e como a senhores servirá aos que o geraram. Com obras e palavras honra teu pai, para que dele venha sobre ti a bênção. A bênção do pai consolida a casa dos filhos, mas a maldição da mãe destrói até os alicerces. […] Filho, ampara a velhice de teu pai e não lhe causes desgosto enquanto vive (3, 8 – 11 e 14).
Mesmo que esteja perdendo a lucidez, sê tolerante com ele e não o humilhes em nenhum dos dias de sua vida. A ajuda prestada a seu pai não será esquecida, mas será plantada em lugar dos teus pecados e contada como justiça para ti; no dia da aflição, serás lembrado e teus pecados se dissolverão como gelo em dia de sol (3, 15 – 17).
Como é infame quem desampara seu pai, e é amaldiçoado por Deus quem exaspera sua mãe! (3, 18)
São Paulo nos escreve, na Primeira Carta a Timóteo: A um mais velho não repreendas, mas aconselha como a um paiaos mais moços, como a irmãos, às idosas, como a mães; às mais jovens, como a tuas irmãs, com toda a castidade (5,  1 – 2).
Honra as viúvas – as que o são propriamente. Mas se uma viúva tem filhos ou netos que estes aprendam, primeiro, a praticar a piedade para com seus próprios familiares e, portanto, aprendam a retribuir aos pais o que deles receberam. Isto é agradável a Deus (5, 3 – 4) .
 No dia 28 de setembro de 2014, aconteceu, em Roma, a Jornada dos Idosos. Foi lido o trecho da visita de Maria a sua prima Isabel. Comentou o Papa Francisco: Maria é jovem. Isabel é idosa, mas manifestou-se nela a misericórdia de Deus e há seis meses que ela e o marido Zacarias estão à espera de um filho. Maria, também, nesta circunstância nos indica o caminho: ir encontrar a parente Isabel, estar com ela naturalmente para ajudar, mas também e, sobretudo, para aprender com ela  que é idosa, a sabedoria da vida.
 […] às vezes há gerações de jovens que, por complexas razões históricas e culturais, vivem de forma mais intensa a necessidade de se tornar autônomos dos pais, a necessidade quase de < libertar-se > do legado da geração anterior. Parece um momento de adolescência rebelde. Mas, se depois não se recupera o encontro, se não se volta a encontrar um equilíbrio novo, fecundo entre as gerações, o resultado é um grave empobrecimento para o povo, e a liberdade que prevalece na sociedade é uma liberdade falsa, que se transforma quase sempre em autoritarismo.
[…] A sabedoria de Isabel e de Zacarias enriqueceu o seu espírito jovem; não eram especialistas em maternidade e de paternidade, porque para eles também era a primeira gravidez, mas eram especialistas da fé, especialistas de Deus, especialistas da esperança que vem d`Ele: é disso que o mundo tem necessidade, em todo o tempo. Maria soube ouvir aqueles pais idosos e cheios de enlevo, aprendeu com a sabedoria deles, e esta revelou-se preciosa para Ela, no seu caminho de mulher, de esposa, de mãe.
 Uma pessoa de idade sofre, em geral, cinco dificuldades.
A primeira é a limitação. Gostaria de trabalhar, de fazer as coisas, de ajudar os outros, mas a saúde ou a idade não favorecem e ela fica triste por isso. Há o risco da pessoa se sentir inútil.
Li que em uma cidade, pediram a uma senhora idosa, que se sentia desvalorizada, sem nada poder fazer, para que ela, por telefone, lembrasse às pessoas de um determinado clube ou associação o dia e a hora de suas reuniões. Ela era uma pessoa de conversa agradável no seu jeitinho de falar e, com seus telefonemas, foi criando muitas e novas amizades e tornando-se conhecida de tantas e tantas pessoas que tinham, também, o carinho de ir visitá-la. Com aquele serviço a vida dela mudou. Ficou alegre e feliz com aquele novo relacionamento.
Uma das limitações é a de não poder sair de casa para visitar pessoas amigas ou para um passeio. A família é que tem que se antecipar e proporcionar as oportunidades para esse tipo de lazer.
Minha mãezinha morreu aos 92 anos. Ela gostava muito de viajar. Eu brincava com ela que quando ela estivesse bem mal para morrer que eu iria chegar um vidrinho de gasolina para ela cheirar e que ela sem abrir os olhos iria perguntar: Para onde que vocês vão? E que ela iria melhorar no ato. Fiz lindos e bons passeios com ela e com papai. Foi muito bom e isso hoje me deixa feliz.
Outra dificuldade é a solidão. A correria da vida, os trabalhos de cada um levam as pessoas de idade a permanecerem um pouco isoladas na própria casa, sem ter com quem conversar. As pessoas de idade gostam de lembrar os acontecimentos da própria vida e de contar muitas histórias bonitas que lhe aconteceram. A TV pode ajudar a ocupar o tempo, mas o que lhes agrada é o encontro com pessoas, participar dos acontecimentos e poder expressar seus sentimentos.
Recordo-me que visitando um senhor doente, ao lhe dizer as notícias de seu interesse, a cada momento ele repetia: mais, mais! Como ficava feliz ao poder saber e partilhar das coisas da vida e do seu antigo trabalho.
É bonito quando a família e os vizinhos sabem dar valor aos seus velhinhos, buscando sua presença, aproveitando o tempo para aprender com eles as suas longas e interessantes experiências de vida!
Em algumas paróquias, há um costume de, aos domingos (ou de quinze em quinze dias), ali pelas 14h, promover, em um salão, um encontro com as pessoas de idade. Colocam som, com volume suave, ou música ao vivo – pessoas que tocam e cantam para elas – servem um chá, chocolate ou refresco. Levam para elas bolos e biscoitos. A equipe organizadora se encarrega de encomendar aos paroquianos esses agrados a serem oferecidos. Rifam, também, pequenas utilidades domésticas que são oferecidas pelos paroquianos. Não falta, ainda, outra equipe que vai buscar de carro aquelas pessoas que não têm quem as leve. O encontro dura uma hora e meia, para evitar um cansaço para as pessoas de idade.
Em outra paróquia, o grupo de jovens programa as visitas durante a semana às pessoas de idade ou que estão acamadas. Cada semana aquelas pessoas experimentam a alegria da visita dos jovens.
A terceira dificuldade que uma pessoa de idade pode passar é a de sofrer a  falta de algo necessário para o seu bem-estar e, por vergonha, não ter coragem de pedir.
É necessária uma atenção mais cuidadosa no que respeita a saúde, tratamento e remédios.
A caridade deve começar em casa. As pessoas da família, com sensibilidade, podem se antecipar e providenciar para que nada falte aos seus velhinhos.
Poderíamos falar ainda da incompreensão das mais diversas formas que as pessoas de mais idade sofrem. Elas têm uma grande experiência de vida e nem sempre são valorizadas! A perda parcial da audição traz muito sofrimento para quem a experimenta.
Talvez, um quinto sofrimento seria o da ingratidão que recebem e que é o pano de fundo dos seus outros sofrimentos.
É muito triste depois de tantos anos de trabalho, sacrificando-se pelos outros, a pessoa sentir-se esquecida pelos parentes, pelos amigos e pela comunidade. Em algum lugar do Brasil, visitei, uma vez, um leprosário. Fui ao quarto de cada um. Dei a mão e conversei com todos. No último quarto, encontrei uma senhora de idade e sua filha adulta. As duas estavam doentes. Com muita mágoa no coração, disse-me aquela senhora:  – Nós estamos aqui há três anos. Nossa família mora perto e nunca ninguém veio nos visitar. Eu fiquei muito triste por ver tanto sofrimento: o sofrimento físico da  doença e o do abandono pelos parentes e amigos.
A ingratidão dói fundo! Desse sofrimento até o próprio Jesus se queixou ao aparecer a Santa Margarida Maria Alacoque, mostrando Seu coração em chamas e coroado de espinhos, dizendo: Eis o coração que tanto amou os homens e por eles é tão ingratamente correspondido.
Dom João Bosco Óliver de Faria
Arcebispo Emérito de Diamantina
Fonte: Catequese Católica

Jesus é a fonte da Vida para quem crê nele, afirma o Papa Francisco

Vaticano, 29 Jun. 18 / 10:03 am (ACI).- Depois da Missa celebrada na Praça de São Pedro do Vaticano, por ocasião da Solenidade de São Pedro e São Paulo nesta sexta-feira, 29 de junho, o Papa Francisco presidiu a oração do Ângelus do Palácio Apostólico e recordou que Jesus é a fonte da Vida para quem crê nele.
Em seu comentário antes da oração, o Santo Padre assinalou que, “hoje, a Igreja peregrina, em Roma e no mundo inteiro, retorna às raízes da sua fé e celebra os Apóstolos Pedro e Paulo. Seus restos mortais, que descansam nas duas Basílicas a eles dedicadas em Roma, são muito queridos aos romanos e aos numerosos peregrinos que aqui os veneram!”.
Francisco também comentou que “no Evangelho que a liturgia nos propõe nesta festa narra um episódio fundamental para o nosso caminho de fé. Trata-se do diálogo em que Jesus coloca aos seus discípulos a pergunta sobre a sua identidade. Em primeiro lugar, pergunta: ‘O que o Povo diz sobre o Filho do Homem?’. Depois, interpela diretamente eles: ‘E vós, quem dizeis que Eu sou?’”.
Com estas duas perguntas, “Jesus parece dizer que uma coisa é seguir a opinião corrente e a outra é encontrá-lo e abrir-se ao seu mistério: ali se descobre a verdade. A opinião comum contém uma resposta verdadeira, mas parcial. Pedro, e com ele a Igreja de ontem, hoje e sempre, responde, por graça de Deus, a verdade: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’”
O Santo Padre explicou que, “durante os séculos, o mundo definiu Jesus de diversos modos: um grande profeta da justiça e do amor, um sábio mestre de vida, um revolucionário, um sonhador dos sonhos de Deus...”.
“Na Babel dessas e de outras hipóteses, permanece ainda hoje, simples e clara, a confissão de Simão chamado Pedro, um homem humilde, mas cheio de fé: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo’. Jesus é o Filho de Deus, por isso está perenemente vivo Ele, como é eternamente vivo o Pai”.
Além disso, sublinhou que as palavras de Pedro mostram “que é essa a novidade que a graça acende no coração de quem se abre ao mistério de Jesus: a certeza não matemática, mas ainda mais forte, interior, de ter encontrado a fonte da Vida, a própria vida feita carne, visível e tangível em meio a nós. Esta é a experiência do cristão, e não é mérito seu, mas vem de Deus”.
Por outro lado, “a resposta de Jesus também é cheia de luz: ‘Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela’. É a primeira vez que Jesus pronuncia a palavra ‘Igreja’: e o faz expressando todo o seu amor por ela, definindo-a ‘minha Igreja’. É a nova comunidade da Aliança, não mais baseada na descendência e na Lei, mas sobre a fé Nele, Jesus, o rosto de Deus”.
O Santo Padre terminou suas palavras recordando esta oração do Papa Beato Paulo VI:
“Oh, Cristo, nosso único mediador. Tu nos és necessário:
Para viver em comunhão com Deus Pai;
Para tornar contigo, que és Filho único e Senhor nosso, seus filhos adotivos;
para sermos regenerados no Espírito Santo”.
Fonte: Acidigital

Dom Airton José é o único brasileiro que recebeu o pálio do Papa em 2018 em Roma

Dom Airton José é o único brasileiro que recebeu o pálio do Papa em 2018 em Roma
Dos 30 arcebispos que recebem este ano o pálio, somente um é brasileiro: Dom Airton José dos Santos. Ouça a entrevista ao arcebispo de Mariana e aos arcebispos de São Paulo e Rio de Janeiro.
Cidade do Vaticano
Comunhão, evangelização, acompanhamento: todos estes aspectos estão ligados à entrega do pálio das mãos do Santo Padre aos arcebispos – gesto que se realiza tradicionalmente na solenidade dos Santos Pedro e Paulo.
Dos 30 arcebispos metropolitanos que receberam este símbolo, um é brasileiro: Dom Airton José dos Santos, que nos dias passados tomou posse da Arquidiocese de Mariana (MG). Na verdade, Dom Airton recebe o pálio pela segunda vez, já que antes de ser transferido para Minas Gerais era Arcebispo de Campinas (SP).
Nesta entrevista ao Padre Arnaldo Rodrigues, Dom Airton faz a sua reflexão sobre o pálio e fala de suas expectativas no comando da Arquidiocese, a sexta mais antiga do Brasil:
Ouça entrevista do arcebispo https://www.vaticannews.va
Com informações do VaticanNews

Fonte: CNBB

Santo do Dia : Protomártires da Igreja de Roma

O testemunho dos mártires da nossa Igreja nos recorda o que é essencial para a vida

Depois da solenidade universal dos apóstolos São Pedro e Paulo, a liturgia nos apresenta a memória de outros cristãos que se tornaram os primeiros mártires da Igreja de Roma, por isso, protomártires.
O testemunho dos mártires da nossa Igreja nos recorda o que é essencial para a vida, para o cristão, para sermos felizes em Deus, principalmente nos momentos mais difíceis que todos nós temos. Os mártires viveram tudo em Cristo.
No ano de 64, o imperador Nero pôs fogo em Roma e acusou os cristãos. Naquela época a comunidade cristã, vítima de preconceitos, era tida como uma seita, e inimiga, pois não adoravam o Imperador.
Qualquer coisa que acontecia de negativo, os cristãos eram acusados. Por isso, foram acusados de terem posto fogo em Roma, e a partir daí, no ano 64, começaram a ser perseguidos.
Os escritos históricos em Roma narram que os cristãos eram lançados nas arenas para servirem de espetáculo ao povo, junto às feras. Cobertos de piches, como tochas humanas e muitos outros atos atrozes. E a resposta era sempre o perdão e a misericórdia.
O Papa São Clemente I escreveu: “Nos encontramos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos as preocupações inúteis e os vãos cuidados e voltemo-nos para a gloriosa e venerável regra da nossa tradição: consideremos o que é belo, o que é bom e o que é agradável ao nosso criador.”
Protomártires da Igreja de Roma, rogai por nós!

Liturgia Diária : 12ª Semana do Tempo Comum - Sábado

Primeira Leitura (Lm 2,2.10-14.18-19)
Leitura do Livro das Lamentações.
2O Senhor destruiu sem piedade todos os campos de Jacó; em sua ira deitou abaixo as fortificações da cidade de Judá; lançou por terra, aviltou a realeza e seus príncipes. 10Sentados no chão, em silêncio, os anciãos da cidade de Sião espalharam cinza na cabeça, vestiram-se de saco; as jovens de Jerusalém inclinaram a cabeça para o chão. 11Meus olhos estão machucados de lágrimas, fervem minhas entranhas; derrama-se por terra o meu fel diante da arruinada cidade de meu povo, vendo desfalecerem tantas crianças pelas ruas da cidade. 12Elas pedem às mães: “O trigo e o vinho, onde estão?” E vão caindo como derrubadas pela morte nas ruas da cidade, até expirarem no colo das mães. 13Com quem te posso comparar, ou a quem te posso assemelhar, ó cidade de Jerusalém? A quem te igualarei, para te consolar, ó cidade de Sião? Grande como o mar é tua aflição; quem poderá curar-te?
14Teus profetas te fizeram ver imagens falsas e insensatas, não puseram a descoberto a tua malícia, para tentar mudar a tua sorte; ao contrário, deram-te oráculos mentirosos e atraentes. 18Grite o teu coração ao Senhor, em favor dos muros da cidade de Sião; deixa correr uma torrente de lágrimas, de dia e de noite. Não te concedas repouso, não cessem de chorar as pupilas de teus olhos. 19Levanta-te, chora na calada da noite, no início das vigílias, derrama o teu coração, como água, diante do Senhor; ergue as mãos para ele, pela vida de teus pequeninos, que desfalecem de fome em todas as encruzilhadas.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo de Hoje : Responsório (Sl 73)

— Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.
— Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.
— Ó Senhor, por que razão nos rejeitastes para sempre e vos irais contra as ovelhas do rebanho que guiais? Recordai-vos deste povo que outrora adquiristes, desta tribo que remistes para ser a vossa herança, e do monte de Sião que escolhestes por morada!
— Dirigi-vos até lá para ver quanta ruína: no santuário o inimigo destruiu todas as coisas; e, rugindo como feras, no local das grandes festas, lá puseram suas bandeiras vossos ímpios inimigos.
— Pareciam lenhadores derrubando uma floresta, ao quebrarem suas portas com martelos e com malhos. Ó Senhor, puseram fogo mesmo em vosso santuário! Rebaixaram, profanaram o lugar onde habitais!
— Recordai vossa Aliança! A medida transbordou, porque nos antros desta terra só existe violência! Que não se escondam envergonhados o humilde e o pequeno, mas glorifiquem vosso nome o infeliz e o indigente!

Compreendendo e Refletindo o Evangelho

Tenho uma profunda admiração pela fé desse oficial romano, porque ele se aproxima de Jesus para pedir pelo seu empregado que está paralisado e não consegue andar. Se é uma máquina, conseguimos arrumar, levamos para consertar e ela começa a funcionar. Os seres humanos, no entanto, não são máquinas. Quando, de alguma forma, a paralisia toma conta da nossa vida, podemos tomar esse ou aquele remédio, mas se a paralisia é lá dentro, o que pode nos levantar?
A fé desse oficial romano nos mostra que a Palavra nos liberta de toda e qualquer paralisia. “Basta uma palavra tua para que o meu servo saia da vida paralisada em que ele se encontra”. Precisamos que a Palavra de Deus nos liberte de tudo aquilo que está nos parando, que está paralisando a nossa vida.
O mundo em que vivemos, hoje, é tão veloz, é o mundo da correria, da pressa, onde não temos tempo nem para parar. As pessoas estão engolindo a comida, porque não têm tempo para fazer uma refeição da forma sóbria como precisa ser feita. As pessoas engolem a comida com o prato na mão, com o celular na outra, com a conta na frente para resolver, e a vida torna essas coisas juntas numa só, porque a vida é muito veloz.
Eu sei que muitas pessoas gostam de escutar a Palavra de Deus, mas elas não se debruçam mais sobre ela, não têm mais tempo. Essa parafernália de vida agitada, de vida corrida e exigente, vai aos poucos nos paralisando. Basta constatar de um lado e de outro a quantidade de exames médicos, sobretudo, de pessoas que precisam se afastar para fazer tratamentos médicos seríssimos.
O problema não é apenas a saúde física, mas também a saúde emocional, porque as nossas emoções estão se paralisando diante do mundo agitado em que vivemos. Estamos virando paralíticos da alma e do espírito. A nossa mente está paralisando, ela não consegue mais funcionar como precisa, porque são muitas coisas dentro dela.
A Palavra de Deus nos liberta de toda paralisia, mas muitas pessoas querem uma palavra mágica. Jesus não fez mágica para esse homem, Ele lançou a Palavra para que aquele coração se abrisse e, a partir dali, muitas paralisias foram curados na vida daquele servo.
Não esperemos mágica de Deus, deixemos que a Palavra d’Ele entre em nós e nos liberte de tantas coisas que têm paralisado a vida de cada um de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo: Canção Nova

Evangelho (Mateus 8: 5-17)

- O Senhor esteja com você.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + de acordo com Mateus. 
- Glória a você, Senhor.
5 Ao entrar Cafarnaum, ele foi abordado por um centurião e implorou 6 dizendo: "Senhor, meu servo está em casa, paralítico , sofrendo horrivelmente." 7 Jesus disse: "Eu vou curá-lo" 8 O centurião respondeu: "Senhor, Não sou digno de entrar debaixo do meu teto; Apenas diga em uma palavra e meu servo será saudável. 9 Pois também eu sou sob autoridade , tenho soldados às minhas, e digo a um: 'Vai' e ele vai; e para outro: "Vem", e vem; e ao meu servo: Faça isto, e ele faz isso . " 10 Jesus, ouvindo isso , admirou-se e disse aos que o seguiam , " eu asseguro você que em Israel não encontrei ninguém com tamanha fé. 11E eu lhes digo que muitos virão do leste e do oeste e virão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos Céus, 12 enquanto os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores; haverá choro e ranger de dentes ". 13 Jesus disse ao centurião:" Vai! que isso aconteça a você como você acreditou. "E naquela hora o servo se curou. 14 Quando Jesus chegou à casa de Pedro, ele viu a sogra de Pedro na cama, com febre. 15 Ele tocou sua mão e a febre o deixou; e ele se levantou e começou a servi-lo. 16 À noite trouxeram-lhe muitos endemoninhados; ele expulsou os espíritos com uma palavra e curou todos os doentes, 17 para que o oráculo do profeta Isaías fosse cumprido: Ele tirou nossas fraquezas e levou nossas doenças.
Palavra de Salvação.
- Glória a você, Senhor.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Dom Leonardo Steiner: “Vamos ter confiança e torcer para que o Brasil possa conquistar a taça”


Dom Leonardo Steiner: “Vamos ter confiança e torcer para que o Brasil possa conquistar a taça”
O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, fala sobre o envolvimento do povo brasileiro com a Copa do Mundo de futebol, que acontece na Rússia. Para ele, a goleada aplicada pela Alemanha no último mundial, aqui no Brasil, pode ter diminuído o interesse com o evento, que tende a aumentar com a melhoria da performance do time e o avanço nas fases seguintes. Dom Leonardo também chama atenção para o esquecimento das questões fundamentais do país e deseja que o futebol contribua na criação da unidade nacional. “Se o futebol puder nos ajudar a sermos menos divididos e juntos pensarmos num Brasil melhor, o futebol terá dado uma excelente contribuição”, afirmou.

O Brasil avança para as oitavas de final. Isso aumenta a empolgação e o envolvimento do povo com o evento?
Dom Leonardo, secretário-geral da CNBB
A Copa do Mundo sempre suscita interesse. Nessa Copa do Mundo menos, talvez por causa do “7 a 1”, que causou muito sofrimento a nós brasileiros. Na medida em que o Brasil avança e vai melhorando seu jogo, cresce a torcida. Mas talvez seja importante ressaltar que o futebol consegue unir as pessoas, quebrar parâmetros, superar as diferenças raciais, as diferenças religiosas. Eu acho que esse é o ponto importante, diria quase fundamental da copa, de uma competição assim mundial. Vamos ter confiança e torcer para que o Brasil possa conquistar a taça.

Neste ano, há muita preocupação com a situação do país e volta à tona a questão do “Pão e circo”. O futebol tem alienado ou servido de distração sadia em meio a tantas dificuldades?
Torcedores comemoram vitória do Brasil contra a Sérvia | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Eu penso que o futebol não é uma mera distração para o povo brasileiro e para muitos países que gostam do futebol. Futebol é um modo de expressão cultural, de criatividade, é um modo nosso de torcer, é um modo humano de participar. Pode ser também uma alienação, se, por exemplo, aproveitamos o momento da copa para poder passar determinados projetos no Congresso Nacional, como, por exemplo, a questão dos agrotóxicos. Pode acontecer ou talvez esteja acontecendo, de que no momento da Copa nós não estejamos discutindo suficientemente questões fundamentais para o povo brasileiro, como, por exemplo, a política, o direito, a justiça. Nós estamos dando importância ao candidato à presidência, mas não estamos discutindo suficientemente, com profundidade, a eleição do Congresso Nacional ou das Assembleias Legislativas e da Câmara do Distrital Federal. Então pode ser que o momento da Copa seja uma espécie de esquecimento de questões fundamentais para a sociedade brasileira.
A gente espera que torcer pelo Brasil, vibrar pelo Brasil, não leve ao esquecimento da nossa realidade concreta. O que nos une no futebol, possa nos unir também em torno de questões essenciais da nossa cotidianidade para termos uma sociedade justa, equilibrada, fraterna.

A esperança do nosso povo pode ser afetada de alguma forma a partir do resultado dentro de campo? Isso no sentido de união nacional em vista de um futuro mais promissor e menos desigual.
Nós vivemos um momento interno de divisão. Não é uma mera divisão política, nós vemos pela agressividade das palavras que existe quase uma ruptura na sociedade brasileira. Se o futebol puder nos ajudar a sermos menos divididos e juntos pensarmos num Brasil melhor, o futebol terá dado uma excelente contribuição. Mas independente do futebol, nós precisamos sempre trilhar o caminho do diálogo, o caminho da compreensão. O futebol pode nos ajudar nesse diálogo. E se chegarmos à vitória, chegarmos não apenas no futebol, precisamos chegar à vitória também em relação à política, em relação à sociedade brasileira, em relação à justiça, ao direito, em relação a tantos elementos que compõem a sociedade brasileira. Talvez o futebol nos ajude, queira Deus que ajude. Mas, se também não chegarmos a conquistar o título, que ao menos cheguemos a conquistar aquilo que é imprescindível à sociedade brasileira: vivermos na democracia com justiça e fraternidade.
Fonte: CNBB

Educação católica no Brasil busca seguir inspirações do magistério do papa Francisco

Educação católica no Brasil busca seguir inspirações do magistério do papa Francisco
“A educação católica tem grande potencial para formar na perspectiva cidadã. De um lado em razão do investimento na formação dos professores à luz da ética evangélica e do compromisso de colaborar na construção de uma sociedade justa e fraterna. Do outro em razão da tradição e competência específicas da longa experiência com a educação”, explica o arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Justino de Medeiros.
Esse compromisso está em total sintonia com magistério do papa Francisco que frequentemente tem se encontrado com educadores e apontado caminhos para globalizar a esperança no contexto mundial. Um desses encontros ocorreu no dia 25 de junho passado, no Vaticano. Oitenta membros da fundação Gravissimum Educationis, que trabalha na promoção da educação católica no mundo, foram recebidos pelo Pontífice durante o encontro “Educar é transformar”, da Congregação para a Educação Católica.
“Com esta instituição, a Igreja renova o seu compromisso com a educação católica em sintonia com as transformações históricas do nosso tempo. A fundação, de fato, incorpora uma solicitação já contida na Declaração conciliar da qual leva seu nome, que sugeria a cooperação entre escolas e universidades para melhor enfrentar os desafios em andamento”, ressaltou o papa em seu discurso.
Segundo dom João Justino de Medeiros, tanto na Laudato Sì quanto na Amoris Laetitia, Francisco sublinhou o horizonte da educação e deixou abertas perspectivas que estão sendo cada dia mais assumidas pela educação católica no Brasil que tem sua maior expressão por meio da Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) que congrega instituições mantenedoras de estabelecimentos confessionais católicos de educação em todos os seus níveis, graus e modalidades.
Presente em todo o território nacional, a entidade representa cerca de 430 mantenedoras, 2 mil escolas, 130 instituições de ensino superior e 100 obras sociais, totalizando 2,5 milhões de alunos e aproximadamente 100 mil professores e funcionários representados.
Dom João explica que o compromisso da ANEC está definido na sua missão: “representar as Instituições Educacionais Católicas e promover a educação formal, popular e de assistência social, conduzidos pelos princípios cristãos, evangelizador, transformador, na construção da cidadania e pela defesa da vida”.
No discurso do encontro com membros da fundação, Francisco foi enfático “Somente mudando a educação é possível mudar o mundo”. O papa reforçou que a educação católica não se limita somente a formar mentes. “A responsabilidade moral do homem de hoje também se propaga no tempo, e as escolhas de hoje recaem sobre as gerações futuras”, disse. 
O santo padre orientou ainda que para cumprir sua missão de educação é necessário se estabeleçam as bases na coerência com a identidade cristã; disponham os meios conforme a qualidade do estudo e da pesquisa; e persigam objetivos em harmonia com o serviço ao bem comum. 
A Comissão para a Cultura e a Educação da CNBB trabalha em parceria com a ANEC no campo da educação católica e com os agentes da Pastoral da Educação que atuam prioritariamente na rede oficial. O recente subsídio “Pensando o Brasil: Educação”, publicado pelas Edições CNBB em 2017, foi preparado com expressivo envolvimento dos membros da Comissão. Ali se encontram perspectivas muito claras de nosso compromisso com a educação cidadã.
Na linha apontada pelo papa Francisco, a Comissão de Educação e Cultura da CNBB tem realizado e participado de diversos movimentos e debates no campo educacional. Em março, estiveram presentes no Fórum de Pastoral da ANEC, em São Paulo.
Para outubro, está sendo preparando o 19º Encontro Nacional da Pastoral da Educação com o tema: “O atual cenário da Educação Brasileira e as Perspectivas para a Pastoral da Educação”. E, ainda, o Setor Universidades da CNBB organiza também de 9 a 11 de outubro, o I Congresso de Humanismo Solidário na Ciência que vai ser realizado na PUC Rio. “Estes exemplos evidenciam como a Comissão tem se empenhado na perspectiva do humanismo solidário e da educação cidadã”, ressaltou dom João Justino.
Fonte: CNBB