sexta-feira, 31 de março de 2017

No Brasil são criadas 25 organizações religiosas por dia

No Brasil são criadas 25 organizações religiosas por dia

A facilidade para a abertura de novas igrejas, o fortalecimento do movimento neopentecostal e efeitos da situação econômica são apontados como principais motivos.
Segundo o jornal “O Globo”, desde 2010, uma nova organização religiosa surge por hora no Brasil. A facilidade para a abertura de novas igrejas, o fortalecimento do movimento neopentecostal e efeitos da situação econômica são apontados como principais motivos.
De acordo com os relatórios publicados pelo jornal, de janeiro de 2010 a março de 2017, todos os dias, em particular no Rio de Janeiro, nasceram 25 novas organizações religiosas ou espirituais.
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O processo para abrir uma organização religiosa ou filosófica no Brasil é simples e rápido. A Constituição Brasileira proíbe a cobrança de imposto de “templos de qualquer culto”, que são isentos do pagamento de impostos sobre propriedade, imposto de renda sobre as doações recebidas, além do IPVA sobre os veículos adquiridos. Em alguns estados essas organizações também estão isentas do pagamento do IVA.
O texto constitucional estabelece a imunidade fiscal e a liberdade de culto. Não há, portanto, a necessidade de apresentar requisitos teológicos ou doutrinários para abrir uma igreja. A facilidade faz com que muitas organizações sequer tenham um lugar, próprio ou alugado, para receber os fiéis, informando o endereço de imóveis residenciais ou de outras empresas como sendo seus.
Dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), mostram que há 21.333 CNPJs ativos de organizações religiosas. De janeiro de 2010 a fevereiro deste ano, houve 9.670 registros. O estado campeão no período foi São Paulo, com 17.052. Entre as denominações que surgiram, o Jornal o “Globo” citou movimentos como a “Associação Ministerial Homens Corajosos”. O grupo não tem um templo próprio e percorre diversas igrejas evangélicas com palestras sobre os valores da vida em família.

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O crescimento das organizações religiosas no país despertou várias desconfianças. Do ponto de vista tributário, a fiscalização sobre os impostos da União cabe à Receita Federal, enquanto as secretarias estaduais e municipais de Fazenda devem supervisionar os tributos a cargo dos estados e cidades. O Ministério Público também tem o dever de averiguar possíveis irregularidades e desvios provocados pela blindagem fiscal.
Outra questão que tem suscitado debates é a presença maciça de programas produzidos por igrejas evangélicas nas grades das emissoras abertas de televisão, e despertou a atenção do Ministério Público Federal (MPF), que apura possíveis irregularidades na prática. O caso mais notável é o canal “CNT”, que em sua programação tem cerca de 90% da programação vendida para “Igreja Universal do Reino de Deus”.
As regras para radiodifusão não estabelecem limites para a produção de programas por terceiros, o que, de acordo com esta interpretação, seria o caso, e não uma relação publicitária. Segundo relatado na matéria do “jornal” , nos documentos que constam do inquérito, as emissoras negam irregularidades, sustentam que são responsáveis pelos conteúdos veiculados e garantem que respeitam os limites determinados para a exibição de publicidade.
Fonte: Rádio Vaticano / O Globo

FONTE: POM

Conversão Ecológica

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)


Toda Campanha da Fraternidade, situada dentro do tempo quaresmal da liturgia católica, tem por objetivo conhecer e aprofundar um tema, denunciar problemas graves vinculados ele. Porém, o mais importante, é provocar uma mudança de mentalidade e uma mudança de atitudes, isto é, uma conversão. 
Desde o pontificado do Papa Paulo VI (1963 -1978) até o de Francisco, o tema da ecologia é recorrente nos pronunciamentos papais. O Papa Francisco com a Carta Encíclica Laudato Sí: sobre o cuidado da casa comum (24/05/2015) disse claramente que o tema se insere na Doutrina Social da Igreja. Lamenta que “muitos esforços na busca de soluções concretas para a crise ambiental acabam, com frequência, frustradas não só pela recusa dos poderosos, mas também pelo desinteresse dos outros. As atitudes que dificultam os caminhos de solução, mesmo entre os crentes, vão da negação do problema à indiferença, à resignação acomodada ou à confiança cega nas soluções técnicas”. (LS 14). 
O papa escrevendo aos católicos, mas também se dirige a todas as pessoas que quiserem se associar, lembra que o cuidado com a criação tem implicações com a fé e o modo de viver cristão. É uma questão de moral social que implica em responsabilidade, seja por atitudes destrutivas ou por omissões. 
Muito importante é a reflexão desenvolvida por Francisco no capítulo VI, da Laudato Sí, que traz o título “Educação e espiritualidade ecológicas”. O foco é suscitar a conversão ecológica na certeza que não bastam somente soluções técnicas. Formar a consciência para desenvolver novas convicções, atitudes e estilos de vida. 
Como ponto de partida aponta para um outro estilo de vida que não seja o consumista. “O consumismo obsessivo é o reflexo subjetivo do paradigma tecno-econômico” (LS 203). O consumismo compulsivo, além de gerar danos para a saúde, gera desperdício e necessita avançar sobre os recursos naturais. Um estilo de vida sóbrio manifesta a preocupação com as gerações futuras. É alegrar-se com o necessário. A sobriedade, vivida livre e conscientemente, é libertadora. Trata-se da convicção de que “quanto menos, tanto mais”. O papa Bento XVI disse que: “Comprar é sempre um ato moral, para além de econômico”. Cada compra não é uma simples transação econômica, mas tem implicações de corresponsabilidade. Comprar de quem degrada o bioma é ajuda-lo a manter a sua prática destrutiva. 
Educar para a aliança entre a humanidade e o ambiente. O desafio de educar é grande, ainda mais um educar que leve a mudar hábitos, e não apenas ofereça informações. Os seres humanos não vivem competindo com a natureza, mas são aliados. Recuperar a aliança consigo mesmo, a solidariedade com os outros, o natural com todos os seres vivos, o espiritual com Deus.  “A educação ambiental deveria predispor-nos a para dar este salto para o Mistério, do qual a ética ecológica recebe o seu sentido mais profundo” (LS 210). É a valorização das pequenas atitudes que são o princípio das grandes mudanças. 

Fonte: CNBB

Resgate de credibilidade

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte 

A crise de credibilidade que impacta diferentes instituições na sociedade contemporânea exige a participação de todos na busca por soluções - de igrejas a pequenos produtores, incluindo, obviamente, grandes empresários e os três poderes da República. A credibilidade é um importante bem em todas as instituições.  A Igreja Católica, por exemplo, deve continuamente aprimorar seus serviços religiosos, sociais e educativos, primando pela credibilidade. O compromisso principal da Igreja é, em todas as ações, proclamar a Palavra de Deus, fonte perene de valores, dos parâmetros éticos e morais que devem guiar todos os trabalhos. Nessa missão, cada pessoa que se dedica aos muitos serviços da Igreja deve se empenhar para aperfeiçoar processos e procedimentos e, assim, continuamente, qualificar o trabalho prestado ao Povo de Deus. Assim é possível contribuir para que muitos cultivem a fé e colaborem, decisivamente, na construção de uma sociedade mais justa. 
Sem credibilidade, a Igreja não pode desempenhar a sua missão. E do mesmo modo, as diferentes instituições precisam da credibilidade, ou vão amargar prejuízos. Caso exemplar e recente é a crise no mercado a partir das denúncias da Operação Carne Fraca. Estabeleceu-se um clima de insegurança que afetou negativamente esse setor com reflexo nos indicadores da economia brasileira. Prova de que a credibilidade é mesmo um bem precioso. Quando perdido, compromete os resultados e os serviços prestados. Por isso, sublinha-se a responsabilidade cidadã, nas diferentes atividades, de sempre cultivar e preservar esse bem. 
Instituições e segmentos diversos pagarão caro toda vez que seus representantes agirem fora dos parâmetros da honestidade, transparência e do altruísmo. E para recuperar a credibilidade, é preciso percorrer um longo caminho. Por isso, cada pessoa deve ser verdadeira no que faz e fala.  Não se avançará sem o “ouro” da credibilidade. Conquistá-la e fortalecê-la deve ser a meta de todos. Isso implica agir com lisura nos mais diferentes processos. Um compromisso de primeira grandeza.
Há de se despertar o gosto pelos parâmetros que sustentam a credibilidade. Quem é verdadeiro e honesto abre mão de privilégios. Esse é que deve assumir a linha de frente. Como Diógenes, com a lanterna na mão, precisa inspirar todos a cultivar esse valor. Importante nesse caminho é superar um péssimo hábito que contamina o tecido da cultura: considerar elogiável quem consegue o que quer valendo-se de trapaças e mentiras. 
Assim, todos são convocados para uma autoavaliação com o objetivo de identificar atitudes que ameacem a credibilidade das instituições. Essa é uma tarefa inadiável para renovar o fundamento da cultura. Agir com seriedade é condição para que a sociedade alcance o patamar que já deveria ter conquistado. Nas mãos de cada um está a chance de renovar as instituições. Para isso, todos se empenhem no resgate desse importante bem.

Fonte: CNBB

Por que a Páscoa não tem data fixa?

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo de Juiz de Fora





Ao chegar a Páscoa, muitos se perguntam: em que dia cairá? Por que não há uma data fixa?
Sabemos que a Páscoa cristã se celebra sempre num domingo, mas a cada ano variam-se as semanas e, às vezes, o mês. Entre os católicos, costumeiramente se diz que não há Páscoa antes de São José (19 de março) nem depois de São Marcos (25 de abril). 
As expressões “Páscoa baixa”, “Páscoa média” e “ Páscoa alta” estão relacionadas a esta movimentação da maior das efemérides cristãs que transita entre as últimas semanas de março e a última de abril. 
Para se calcular a data da Páscoa, quando se celebra a jubilosa Ressurreição do Senhor, são importantes duas referências: a história do povo de Israel e a ciência da astronomia. Na verdade, as duas coisas andam juntas. Na Páscoa judaica (Pessah, na língua hebraica), recorda-se a passagem da noite em que povo hebreu ficou livre da escravidão do Egito, depois de uma série de inequívocas intervenções de Deus, primeiro com pragas enviadas ao Faraó opressor, e uma sequência de bênçãos prodigiosas, como a passagem do Anjo Exterminador, a travessia do Mar Vermelho, o Maná do Deserto, as codornizes, a água que brotou da rocha e outros sinais. Tal libertação se deu no primeiro plenilúnio após o equinócio da primavera do hemisfério norte, que acontece entre os dias 19 a 21 de março. 
A morte de Cristo também se deu numa sexta-feira, antes da festa da Páscoa do povo hebreu, repousando na penumbra do sepulcro no Shabat (sábado) e ressuscitando na manhã clara do primeiro dia da semana, que os cristãos desde então chamam de Domingo, ou seja, Dies Domini (Dia do Senhor).
O equinócio é um fenômeno natural constatado pela astronomia, quando o sol, pela sua posição em relação à Terra e à Lua, emite seus raios de forma exatamente perpendicular à linha do equador, ocorrendo então a equiparação das horas do dia e da noite, tendo cada um pontualmente 12 horas. O termo ‘equinócio’ tem origem na língua latina: aequus (igual) e nox (noite). No ano há dois equinócios: o de março, entre os dias 19 e 21, que dá início a estação da primavera no hemisfério norte e outono, no hemisfério sul; e o de setembro, entre os dias 20 e 23, que estabelece o início das novas estações nos dois hemisférios, de forma inversa à anterior.
Pelos estudos cronológicos, a data fixa da morte de Cristo teria sido, mais ou menos, no dia correspondente ao 3 de abril do nosso calendário atual. A imprecisão se verifica, porque nossos calendários não conseguem ser matematicamente exatos, por haver certa discordância entre a forma de contar os dias e a realidade da incidência da luz proveniente dos astros. Vejamos que o ano não tem exatamente 365 dias, mas se compõe ainda de algumas horas, minutos e segundos (365d 5h 48m 46s). É necessário também levar em consideração o desenvolvimento da astronomia e da cronologia na história. Em vários momentos foi necessário haver medidas para acertar e corrigir distorções na organização do tempo. Por exemplo, nos tempos modernos, no ano de 1582, o Papa Gregório XIII, orientado por estudiosos da astronomia, determinou a eliminação de 10 dias no calendário, exatamente de 5 a 14 de outubro, pois havia desencontro entre a realidade solar e a contagem dos dias no ano. Isto veio também ajustar a data da Páscoa. Por causa desta louvável iniciativa do Papa mencionado, o calendário que se usa hoje se chama Calendário Gregoriano.
Vejamos, portanto, que não há Páscoa sem lua cheia e nem sem mudança de estação. Na Páscoa tudo se renova, tudo revive, tudo se ilumina da forma mais exuberante possível, pois, segundo a fé dos judeus e a dos cristãos, assim é que se revela a grande misericórdia de Deus que não quer a morte do pecador, nem a escravidão da criatura humana nas trevas do erro e da ilusão, mas quer que ele viva, e seja feliz.
A Páscoa preside todo o calendário litúrgico cristão, estando as festas móveis sujeitas à data da Páscoa, como, por exemplo, a 4ª feira de Cinzas, que dá início à quaresma quarenta dias antes da celebração pascal, além das festas posteriores à Páscoa, como Pentecostes, Corpus Christi e outras celebrações móveis.
Fonte: CNBB



Abrir as sepulturas

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)


Dar vida é a missão de todo ser humano, se quiser encontrar a razão de ser da própria existência. Destruir os mecanismos de morte faz o ser humano habitar o planeta com dignidade, justiça e paz. Minorias pensam e agem ao contrário disso, imaginando que somente o próprio benefício é que vai realizá-las, mesmo tendo, para isso, que derrubar os outros com toda sorte de meios lícitos e ilícitos. Guerras, assassinatos, roubos, acúmulo de bens materiais, científicos e culturais em bem de minorias acontecem no orbe através das gerações. Estragam-se os biomas, devastam-se matas ciliares com a sede insaciável de produção de riquezas para minorias, que destroem para isso as fontes de água, de vida e de melhores ambientes naturais que seriam de benefício para todos.  Mineradoras poluem o solo e os ambientes sociais, tiram riquezas, pagam pouquíssimos tributos, produzem desvantagens sociais e doenças para moradores vicinais de seus empreendimentos insalubres.
Deus comunica ao ser humano sua vontade e seu projeto de dar vida e superar tudo o que fixa o ser humano em suas sepulturas egoístas e incapazes de lutar por um ideal de fraternidade: “Vou abrir  as vossas sepulturas e conduzir-vos para a terra de Israel... Porei em vós o meu espírito, para que vivais” (Ezequiel 37,12.14). É preciso deixar o projeto divino agir em nós e em toda a sociedade. Todos somos responsáveis pelo cuidado com o planeta, o respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento das pessoas e dos povos. Precisamos ter visão ampla da vida, que nos faça sair do sepulcro fechado de nosso egoísmo.
Neste tempo quaresmal somos instados a refletir e reavaliar sobre como vivemos... qual o sentido que damos à vida... como usamos nossa inteligência e todos os nossos talentos, que foram dados sem nosso mérito para o serviço à vida, ao cuidado com o planeta, à promoção dos que estão enclausurados em seus limites de pobreza, miséria e inclusão social!
O apóstolo Paulo faz a comparação dos que vivem conforme a carne ou o egoísmo e os que vivem segundo o Espírito ou o amor de Deus (Cf. Romanos 8,8-11). No primeiro caso, as pessoas vivem segundo os ditames dos instintos e da matéria, colocando sua finalidade de vida no que é transitório. No outro, vive-se no amor a Deus, explicitado na doação de si, no sair de si e ir ao encontro das necessidades do semelhante. É como sair da própria sepultura e ter a vida nova de quem encontra em Deus sua força para agir na solidariedade com o próximo.
Jesus fez Lázaro sair da sepultura para novamente ter a vida reestabelecida, para cumprir sua total missão na terra (Cf. João 11,1-45). Muitos morrem antes da hora, seja física, seja moralmente. Precisamos tirar as causas dessas mortes, para darmos condição a que todos cumpram sua missão no ciclo total de vida terrena e deem de si para a promoção da vida, conforme lhes incumbe o Criador. O próprio Filho de Deus veio “para dar vida em plenitude a todos”! Ele mesmo prova que tem poder para sair do sepulcro depois de o terem matado em sua natureza humana. Como Ele tem também a natureza divina, ressuscitou, fazendo a Páscoa, ou passagem da morte para a vida! Por isso, ninguém perde se O seguir, também dando de si pela regeneração da vida humana no orbe.

Fonte: CNBB

O Papa aos participantes num congresso sobre a reforma de Lutero - Uma história a narrar sem preconceitos

2017-03-31 L’Osservatore Romano
«Superar o clima de desconfiança mútua e rivalidade que, por demasiado tempo, caraterizou as relações entre católicos e protestantes» através de «aprofundamentos sérios sobre a figura de Lutero», pediu o Papa Francisco aos participantes no congresso organizado pela Pontifícia comissão de ciências históricas, por ocasião do quinto centenário do início da reforma.
Recebendo-os em audiência na manhã de 31 de março na sala Clementina, o Pontífice elogiou a iniciativa, que permite deveras sentir «diretamente os frutos da ação do Espírito Santo», a qual «supera todas as barreiras e transforma os conflitos em ocasiões de crescimento na comunhão». De resto, recordou, «Do conflito à comunhão é precisamente o título do documento da Comissão luterano-católica romana em vista da comemoração comum» do aniversário.
A propósito, o Papa não deixou de frisar que «o estudo atento e rigoroso, livre de preconceitos e controvérsias ideológicas», permite «às Igrejas, hoje em diálogo, discernir e assumir o que de positivo e legítimo houve na Reforma, e manter a distância de erros, exageros e falências, reconhecendo os pecados que tinham levado à divisão».
Sem dúvida, Francisco disse que está consciente de «que o passado não pode ser mudado». No entanto, apesar disto «hoje, depois de cinquenta anos de diálogo ecuménico» entre as duas partes, finalmente é «possível realizar uma purificação da memória, que não consiste em realizar uma correção impraticável do que aconteceu há quinhentos anos, mas em “narrar esta história de outro modo”, já sem vestígios do rancor pelas feridas sofridas, o qual deforma a visão que temos uns dos outros».
Por isso o Papa concluiu com um convite, exortando católicos e protestantes a livrar-se «de preconceitos em relação à fé que os outros professam, com uma ênfase e uma linguagem diversa», a conceder «mutuamente o perdão» e a invocar juntos o dom da reconciliação e da unidade».

Queridos irmãos, 
Caros Senhoras e Senhores,

com prazer que eu recebê-lo e eu ofereço-lhe a minha cordial saudação. Agradeço ao Pai Bernard Ardura por suas palavras, com o qual resumiu o significado desta sua convenção de Lutero e sua reforma.
Confesso que a primeira sensação que tenho em frente a esta louvável iniciativa do Pontifício Comitê de Ciências Históricas é um sentimento de gratidão a Deus, mesmo acompanhado por um certo temor ao pensar que não há muito tempo uma tal conferência seria inteiramente impensável. Falando de Luther, protestantes e católicos juntos, por iniciativa de um organismo da Santa Sé: realmente experimentar em primeira mão os frutos do Espírito Santo, que supera todas as barreiras e transformar conflitos em oportunidades de crescimento em comunhão. Do conflito para a comunhão é o título do documento Luterana-romana Comissão Católica, tendo em vista a comemoração conjunta do quinto centenário do início da Reforma de Lutero.
Alegrei-me ao saber que esta comemoração se ofereceu para estudiosos de várias instituições a oportunidade de olhar juntos naesses eventos. Insights graves sobre a figura de Lutero e sua crítica contra a Igreja do seu tempo e do papado, certamente, contribuir para superar o clima de desconfiança mútua e rivalidade que por muito tempo no passado tem caracterizado as relações entre católicos e protestantes. O estudo cuidadosa e rigorosa, livre de preconceitos e controvérsia ideológica, permite Igrejas no diálogo de hoje, para discernir e tomar o positivo e legítimo havia na Reforma, e se distanciar de erros, exageros e fracassos, reconhecendo a pecados que levaram à divisão.
Estamos todos bem cientes de que o passado não pode ser mudado. No entanto, hoje, depois de cinquenta anos de diálogo ecumênico entre católicos e protestantes, é possível realizar uma purificação da memória, que não consiste em fazer a correção un'inattuabile do que aconteceu há quinhentos anos, mas no "contar essa história de uma maneira diferente" (Luterana-romana Comissão Católica para a unidade do conflito para a comunhão , 17 de junho, 2013 , 16), não há mais vestígios do que rancor por seus ferimentos que distorce a visão que temos um pelo outro. Hoje, como cristãos, somos todos chamados a nos libertar do preconceito contra a fé que professam outros com um acento e um idioma diferente, para trocar mutuamente perdão por pecados cometidos por nossos pais, e suplicar a Deus pelo dom da reconciliação e da 'unidades.
Enquanto acompanho com a oração seu precioso trabalho de pesquisa histórica, invoco sobre todos vós a bênção de Deus Todo-Poderoso e Misericordioso. E peço-vos, por favor, orem por mim. Que Deus abençoe a todos nós. Thanks!

Fonte: News.VA


Meditações da Via Sacra no Coliseu serão escritas por uma teóloga

2017-03-31 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – Pela primeira vez no pontificado do Papa Francisco os textos das meditações das Estações da Via Sacra da Sexta-feira Santa no Coliseu serão preparados por uma mulher.
Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, o Pontífice encarregou para este fim a Professora Anne-Marie Pelletier, francesa, ilustre biblista e estudiosa de linguística e literatura comparada, vencedora do Prêmio Ratzinger 2014.
Anne-Marie é a quarta mulher a preparar as meditações para a Via Sacra dos Papas no Coliseu. A última havia sido elaborada por sua mãe, Maria Rita Piccione, reitora da Fundação das Monjas Agostinianas, para a Sexta-feira Santa de 2011 com Bento XVI.
Já em 1993, durante o Pontificado de Wojtyla, a elaboração das meditações coube à Abadessa da Abadia beneditina “Mater Eclesiae”, Madre Ana Maria Canopi,  e em 1995 pela Irmã Minke de Vries, monja da comunidade protestante de Grandchamp, Suiça.
Durante o Pontificado de Francisco,  as meditações para a Via Sacra no Coliseu haviam sido escritas, em 2013, por jovens libaneses, orientados pelo Cardeal Béchara Boutros Raï; em 2014 pelo Arcebispo de Campobasso-Boiano, Dom Giancarlo Maria Bregantini; em 2015 pelo Bispo emérito de Novara, Dom Renato Corti e em 2016 pelo Cardeal Gualtiero Bassetti, Arcebispo de Perugia-Città dela Pieve. (JE)

Fonte: News.VA

Quarta pregação de Quaresma - A pouco e pouco

2017-03-31 L’Osservatore Romano
«Para nós o mais importante não é especular sobre como será a vida eterna, mas fazer aquilo que sabemos leva até ela»; e fazer de modo que cada dia seja «um pequeno passo em frente», foi o conselho espiritual sugerido pelo padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, na quarta meditação de quaresma pronunciada na manhã de sexta-feira, 31 de março, na capela Redemptoris Mater do palácio apostólico, na presença do Papa.
Após ter refletido «sobre o Espírito Santo que nos introduz à plena verdade sobre a pessoa de Cristo, fazendo com que o proclamemos Senhor e verdadeiro Deus», para depois, na terceira pregação, passar «do ser para o agir de Cristo, da sua pessoa para a sua obra e, em particular, sobre o mistério da sua morte redentora», o religioso propôs uma reflexão «sobre o mistério da sua e da nossa ressurreição».

Fonte: News.VA

Papa: a família continua sendo uma boa nova para o mundo

2017-03-30 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) - Foi divulgada, nesta quinta-feira (30/03), a carta do Papa Francisco para o 9º Encontro Mundial das Famílias que se realizará em Dublin, na Irlanda, de 21 a 26 de agosto de 2018, sobre o tema “O Evangelho da Família: alegria para o mundo”. 
 
O texto foi apresentado, esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo Prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, Cardeal Kevin Joseph Farrell, e pelo Arcebispo de Dublin, Dom Diarmuid Martin. 
No final do 8º Encontro Mundial das Famílias realizado, na Filadélfia (EUA), em setembro de 2015, o Papa anunciou que o congresso sucessivo com as famílias católicas do mundo se realizaria em Dublin. 
Na carta, Francisco oferece algumas indicações precisas. “Desejo que as famílias tenham a oportunidade de aprofundar a sua reflexão e partilha sobre os conteúdos da Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris laetitia”. 
O Pontífice convida a se perguntar: O Evangelho continua sendo alegria para o mundo? A família continua sendo uma boa nova para o mundo de hoje? “Tenho certeza que sim”, responde o Papa, e “este sim está firmemente estabelecido no desígnio de Deus”. 
Segundo Francisco, “o amor de Deus é o seu sim a toda a Criação e ao ser humano, centro da Criação. É o sim de Deus pela união entre o homem e a mulher, abertura e serviço à vida em todas as suas fases. É o sim e o compromisso de Deus pela humanidade ferida, maltratada e dominada pela falta de amor. A família é o sim de Deus-Amor. Somente a partir do amor, a família pode manifestar, difundir e regenerar o amor de Deus no mundo. Sem o amor não é possível viver como filhos de Deus, como cônjuges, pais e irmãos”. 
O Papa sugere às famílias de se perguntarem várias vezes se estão vivendo a partir do amor, para o amor e no amor. “Isso significa concretamente: doar-se, perdoar-se, não perder a paciência, antecipar o outro e respeitar-se. Como seria melhor a vida familiar se a cada dia fossem vividas três palavras simples: permissão, obrigado e desculpa. Todos os dias fazemos experiência de fragilidade e fraqueza. Por isso, todos nós, famílias e pastores, precisamos de uma humildade renovada que plasme o desejo de nos formar, nos educar e ser educados, de ajudar e ser ajudados, de acompanhar, discernir e integrar todos os homens de boa vontade”. 
“Sonho uma Igreja em saída, não auto-referencial, uma Igreja que não passe distante das feridas do ser humano. Uma Igreja misericordiosa que anuncie o coração da revelação do Deus-Amor que é Misericórdia. Esta misericórdia nos faz novos no amor. Sabemos quanto as famílias cristãs são lugares de misericórdia e testemunhas de misericórdia. Depois do Jubileu Extraordinário serão ainda mais, e o encontro de Dublin lhes oferecerá sinais concretos.”
O Papa convida toda a Igreja a recordar essas suas indicações na preparação do próximo Encontro Mundial das Famílias, a promover os ensinamentos da Amoris laetitia a fim de que as famílias estejam sempre a caminho, naquela peregrinação interior que é manifestação de vida autêntica.
Francisco agradece a Arquidiocese de Dublin e toda a nação irlandesa pelo acolhimento generoso e pelo compromisso de hospedar um evento dessa grandeza. “Que a Santa Família de Nazaré guie, acompanhe e abençoe o seu serviço e todas as famílias comprometidas na preparação desse grande Encontro Mundial, em Dublin”. 
(MJ)
(from Vatican Radio)

Fonte: News.VA

Logotipo da viagem do Papa ao Egito é dedicado à paz

2017-03-31 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) - Foi divulgado, nesta sexta-feira (31/03), o logotipo da viagem do Papa Francisco ao Egito, programada para 28 e 29 de abril próximo. 
Três são os elementos principais: o Egito, o Papa e a paz presentes também no lema “O Papa da paz no Egito de paz”.
  Este país do nordeste da África é representado pelo Nilo, símbolo da vida, e pelas pirâmides e a esfinge que evocam a história da civilização egípcia. 
A cruz e a meia-lua, situadas no centro do logotipo, representam a coexistência entre as várias componentes do povo egípcio. 
A pomba, ou seja, a paz, o dom mais elevado ao qual todo ser humano aspira, é também a saudação das religiões monoteístas.
Por fim, a pomba que precede o Papa Francisco para anunciar a sua chegada como Pontífice de paz num país de paz. 
(MJ)
(from Vatican Radio)

Fonte:News.VA

Movimento Servos de Maria,Convite:

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Fortalecei-vos em Deus


Fé Fortalecei-vos em Deus e no Espírito Santo
Precisamos nos revestir do Espírito Santo
Nós precisamos nos fortalecer em Deus, fortalecer nossos relacionamentos n’Ele. O Espírito Santo em nós vai ungindo, dando-nos a graça de colocarmos em prática os dons que Ele nos deu, sem tanto desgaste. Veja bem o exemplo de um casal casado: eles se amam, estão juntos há um tempo, mas, mesmo com o amor, existe o desgaste do dia a dia. Com o Espírito Santo, no entanto, esse desgaste vai diminuindo, e o casal consegue focar nas coisas boas.
Quanto mais unção uma mulher tiver como mãe, menos desgaste como mãe ela terá. Isso é uma realidade para nós dentro da família, nas amizades, nos trabalhos que desempenhamos dentro da Igreja. Não é fácil ser um leigo consagrado, um sacerdote, mas esse dom, quando conta com a unção do Espírito Santo, torna-se possível.

O Espírito Santo reabastece nossas forças
Quando vamos trocar o óleo do carro, ficamos de olho na data da próxima troca. Quando esta vai chegando, trocamos o óleo novamente, porque, se não o fizermos, o motor poderá pifar. A sua vinda à Canção Nova, meu irmão, é como uma troca de óleo, porque, se você não o trocar, não vai aguentar permanecer em um casamento, em uma vocação; você desiste por estar cansado, pelo desgaste. É por isso que precisamos dessa dose diária de unção.
Precisamos nos revestir de unção para as batalhas diárias
Sabemos que grandes guerras são feitas de grandes batalhas. Algumas batalhas nós vamos perder, outras vamos ganhar, mas precisamos lutar, prepararmo-nos para essa luta. A receita para voltarmos a nossa casa, hoje, é a Palavra que está em Colossenses 3, 12-15.
Deus nos pede, no dia de hoje, paciência e amor, para que possamos perdoar as pessoas, mas, muitas vezes, o mundo pensa que essas coisas são fraquezas. No entanto, aquilo que é fraqueza para o mundo é nossa fortaleza em Deus, são nossas armas, as quais vêm, realmente, do Espírito Santo; e Deus quer nos capacitar, porque somos o templo onde Ele habita.
Se nosso filho grita, gritamos de volta? Se o marido fala alto, a esposa fala mais alto? Não podemos querer dar o troco na mesma moeda. Não é esse tipo de arma que Deus quer que usemos; Ele quer que utilizemos as armas que vêm de Deus, revestirmo-nos de compaixão, bondade, misericórdia, acolhimento e perdão.
A fé é nosso alicerce
A fé é o que nos sustenta, é o que nos mantém em pé, mesmo diante das dificuldades e dos desafios, é o fundamento da esperança. E qual é a sua esperança? Ver seu filho fora das drogas? Viajar com a família? Superar uma doença? Superar um adultério?… Construa sua esperança com um bom alicerce, que é a fé, e não pare de caminhar.
Quando formos orar, abramos nossa boca e louvemos a Deus, porque temos muito o que Lhe agradecer. Temos, sim, o que pedir, mas também temos muito mais que agradecer, porque Deus é sempre muito bom conosco e cuida de nós.
A vida em plenitude nós a teremos no céu, mas aqui, na Terra, precisamos viver o céu; e só conseguiremos isso com muita unção. Busque essa unção, dia a dia, no Espírito Santo!
Dunga
Cantor e Missionário da Comunidade Canção Nova
Fonte: Catequese Católica

A diferença entre “ser amado” e “ser útil”


CAtequese e formação - A diferença entre “ser amado” e “ser útil”
“Você ter utilidade pra alguém é uma coisa muito cansativa. Ta certo, realiza. Humanamente falando é interessante você saber fazer as coisas, mas eu acredito que a utilidade é um território muito perigoso, porque muitas vezes a gente acha que o outro gosta da gente, mas não. Ele esta interessado naquilo que a gente faz por ele. E é por isso que a velhice é esse tempo que passa a utilidade e aí fica só o seu significado como pessoa. Eu acho que é um momento que a gente purifica, né? É o momento em que a gente vai ter a oportunidade de saber quem nos ama de verdade. Porque só nos ama, só vai ficar até o fim, aquele que depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado.
Por isso eu sempre peço a Deus, sabe? Sempre faço à Ele esta oração “Poder envelhecer ao lado das pessoas que me amem”. Aquelas pessoas que possam me proporcionar a tranquilidade de ser inútil, mas ao mesmo tempo, sem perder o valor. Quando eu viver aquela fase na vida: põe o Pe. Fábio no sol… Tira o Pe. Fábio do sol… Aí eu peço à Deus sempre a graça de ter quem me coloque ao sol, mas sobretudo, alguém que venha me tirar depois. Alguém que saiba acolher a minha inutilidade. Alguém que olhe pra mim assim, que possa saber que eu não sirvo pra muita coisa, mas que eu continuo tendo meu valor.
Porque a vida é assim, minha gente, fique esperto, viu? Se você quiser saber se o outro te ama de verdade, é só identificar se ele seria capaz de tolerar a sua inutilidade. Quer saber se você ama alguém? pergunte a si mesmo: quem nessa vida já pode ficar inútil pra você, sem que você sinta o desejo de jogá-lo fora? É assim que descobrimos o significado do amor. Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim. Por isso eu digo: feliz aquele que tem ao final da vida, a graça de ser olhado nos olhos e ouvir a fala que diz: “você não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você”.”
Pe Fábio de Melo

Santo do Dia : São Benjamim, servia aos irmãos na caridade

São BenjamimSão Benjamim foi canal para que muitos cegos voltassem a ver

Nasceu no ano de 394 na Pérsia e, ao ser evangelizado, começou a participar da Igreja ao ponto de descobrir sua vocação ao diaconato.
Serviu a Palavra e aos irmãos na caridade, chamando a atenção de muitos para Cristo.
Chegou a ser preso por um ano, sofrendo, e se renunciasse ao nome de Jesus, seria solto. Porém, mesmo na dor, na solidão e na injustiça, ele uniu-se ainda mais ao Cristo crucificado.
Foi solto com a ordem de não falar mais de Jesus para ninguém, o que era impossível, pois sua vida e seu serviço evangelizavam.
Benjamim foi canal para que muitos cegos voltassem a ver, muitos leprosos fossem curados e assim muitos corações duvidosos se abriram a Deus.
Foi novamente preso, levado a público e torturado para que renunciasse à fé. Perguntou então ao rei, se gostaria que algum de seus súditos fosse desleal a ele. Obviamente que o rei disse que não. E assim o diácono disse que assim também ele, não poderia renunciar à sua fé, a seu Rei, Jesus Cristo.
E por não renunciar a Jesus, foi martirizado. Isso no ano de 422.
São Benjamim, rogai por nós!

Liturgia Diária: 4ª Semana da Quaresma - Sexta-feira 31/03/2017

Primeira Leitura (Sb 2,1a.12-22)

Leitura do Livro da Sabedoria.
1aDizem entre si os ímpios, em seus falsos raciocínios: 12“Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina.
13Ele declara possuir o conhecimento de Deus e chama-se ‘filho de Deus’. 14Tornou-se uma censura aos nossos pensamentos e só o vê-lo nos é insuportável; 15sua vida é muito diferente da dos outros, e seus caminhos são imutáveis.
16Somos comparados por ele à moeda falsa e foge de nossos caminhos como de impurezas; proclama feliz a sorte final dos justos e gloria-se de ter a Deus por pai. 17Vejamos, pois, se é verdade o que ele diz, e comprovaremos o que vai acontecer com ele.
18Se, de fato, o justo é ‘filho de Deus’, Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos. 19Vamos pô-lo à prova com ofensas e torturas, para ver a sua serenidade e provar a sua paciência; 20vamos condená-lo à morte vergonhosa, porque, de acordo com suas palavras, virá alguém em seu socorro”.
21Tais são os pensamentos dos ímpios, mas enganam-se; pois a malícia os torna cegos, 22não conhecem os segredos de Deus, não esperam recompensa para a santidade e não dão valor ao prêmio reservado às vidas puras.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo de Hoje : Responsório (Sl 33)


— Do coração atribulado está perto o Senhor.
— Do coração atribulado está perto o Senhor.

— O Senhor volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança. Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta.
— Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Muitos males se abatem sobre os justos, mas o Senhor de todos eles os liberta.
— Mesmo os seus ossos ele os guarda e os protege, e nenhum deles haverá de se quebrar. Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos, e castigado não será quem nele espera.

Compreendendo e Refletindo

“Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina” (Sb 2, 12).

A leitura do Livro da Sabedoria é para nós uma aplicação daquilo que está acontecendo com Jesus no contexto do Evangelho de hoje. Os ímpios estão dizendo em raciocínios falsos e malditos: “Armemos ciladas ao justo!”.
O grande, verdadeiro e único justo da humanidade é Jesus! Ele é justo, porque nenhuma injustiça entrou n’Ele, a injustiça do pecado não fez parte da sua vida, mas, nos dias de Sua vida terrestre, os injustos, os ímpios tramaram contra Ele, contra Sua vida. Eles tramaram tirar a vida de Jesus por inveja, por ciúmes, por se oporem a quem faz o bem.
Deixe-me dizer: são sentimentos terríveis, mortais, carnais, diabólicos, os quais, muitas vezes, tomam conta do coração de cada um de nós.
Quantas vezes, sem perceber ou até percebendo, desejamos mal, falamos mal ou queremos mal ao outro, porque todo querer mal ao outro é injusto. “Mas foi o outro quem me fez algo de errado!”. Isso não justifica tramarmos contra ninguém, não justifica deixarmos os nossos pensamentos correrem soltos, desejando que algo de mau, que algo de trágico aconteça, que o outro pague por aquilo que cometeu.
Jesus já pagou por todos aqueles que cometeram ou não cometeram mal. O justo já sofreu por todos os injustos, já sofreu para que fosse reparada toda injustiça da humanidade.
Não podemos permitir que cresça em nós sentimentos injustos, sentimentos de vingança, de ressentimentos e mágoa, sentimentos maus contra a pessoa do outro. O que eles faziam, muitas vezes, eram tramoias, armar situações, porque queriam pegar Jesus.
Desarmemos o nosso coração, tiremos de nós todos aqueles sentimentos que alimentamos. “Eu ainda vou me acertar com ele! Eu ainda vou pegá-lo na hora certa e dizer um monte de coisa a ele!”. Isso é veneno, isso é mal para a nossa mentalidade e para o nosso próprio caráter. Foram os homens que alimentaram esses sentimentos, armaram contra o justo Jesus, para levá-Lo à morte.
Não levemos ninguém à morte, não levemos a nossa própria alma à morte; não alimentemos em nós os sentimentos injustos, insanos, depravados ou maldosos contra quem quer que seja.
Se quisermos nos purificar do mal, se quisermos que a nossa penitência seja agradável a Deus, permitamos que Ele purifique o nosso coração da maldade, do sentimento do desejo de querer mal seja lá a quem for.
Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: mailto:padrero