2013-07-29 Rádio Vaticana
Rio de Janeiro (RV) –
“Temos encontro marcado na próxima Jornada Mundial da Juventude, no ano
de 2016, em Cracóvia, na Polônia”. O anúncio do Papa Francisco na
conclusão da Missa de envio, no encerramento da JMJ do Rio de Janeiro
ontem num domingo de sol, após dias de chuva na capital fluminense, pós
fim à aventura da fé que envolveu mais de 2 milhões de jovens de todas
as partes do mundo. O encontro já está na agenda do Papa, agora serão os
jovens a se prepararem para visitar a cidade do Beato João Paulo II,
idealizador das Jornadas Mundiais da Juventude.
Os jovens que
protagonizaram no Rio um dos eventos mais importantes da história do
Brasil como Igreja Católica e não somente, deram a verdadeira dimensão
do que significa ser jovem que acredita, que segue um sonho, que tem
esperança, mas acima de tudo que quer ser o construtor de uma nova
humanidade, de uma nova evangelização. Dias que permanecerão indeléveis
na mente e no coração de milhões deles. O Rio, terra de belezas
inigualáveis, foi palco também da beleza indescritível da juventude, da
alegria que contagia, da vontade de viver e crescer. A terra do Cristo
Redentor, que recebeu os jovens de braços abertos também não será mais a
mesma, pois aqui deixaram seus corações milhões de jovens que, pela
suas ruas da Cidade Maravilhosa testemunharam o que significa ser jovem
cristão.
A Praia de Copacabana, também denominada “Praia Fidei”, não
será mais a mesma: as barracas montadas sobre a sua areia e os sacos de
dormir ficarão como o emblema dessa Jornada, a imagem, o mosaico de
cores de um mundo diferente, diversos, mas igual na fé.
E junto com
eles, um homem vestido de branco, “vindo do fim do mundo” que com a sua
simplicidade e gestos de pastor, envolveu católicos e não católicos,
ricos e pobres, crianças, jovens, adultos e anciãos, no grande abraço de
pai, que cuida, protege e incentiva seus filhos.
Francisco,
superou, como era de se esperar, todas as provas que uma JMJ pode
apresentar: do cansaço, com tantos compromissos, ao gesto de tocar os
corações daqueles que tem sede de Deus.
Quando o Papa Francisco
chegou ao Rio de Janeiro, na tarde de segunda-feira, 22 de julho, já
naquele dia bateu bem devagar, delicadamente a porta do coração daqueles
que o recebiam, o Rio, o Brasil, pedindo para entrar, para ficar; os
brasileiros, todavia já tinham escancarado as portas ao Sucessor de
Pedro.
A JMJ do Rio, com a presença do Papa e dos jovens é um marco e
fez conhecer a todo o Brasil e ao mundo, que a juventude é sadia, que
vive novas esperanças e tem novas certezas. Certezas de serem amados por
Cristo e de pertencer à sua Igreja.
Nestes dias no Rio, com a etapa
no Santuário Nacional de Aparecida, Papa Francisco, primeiro Papa
latino-americano, lançou mais uma vez o seu lema de pontificado, como
Pedro, “não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me
foi dado: Jesus Cristo!”.
Encontrou políticos e pediu a eles que
olhem com atenção para os jovens, encontrou a comunidade de Varginha, e
no discurso ao moradores falou do ser brasileiro, do jeito brasileiro,
da acolhida, da “água no feijão”, símbolo da partilha. Um momento vivido
entre aqueles que por muito tempo se encontravam na extrema periferia
da sociedade, e que agora, com a presença do Papa se sentem amados.
Francisco criticou ainda a liberalização das drogas na América Latina e
disse que retornará ao Brasil em 2017 para a comemoração dos 300 anos da
descoberta da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio
Paraíba.
Já no seu discurso durante a inauguração de uma ala para o
tratamento de dependentes químicos no Hospital São Francisco de Assis,
na Tijuca, o Pontífice chamou os traficantes de “mercadores da morte”.
Francisco fez um duro discurso contra a liberalização das drogas no
continente, um debate que ganha cada vez mais espaço diante do fracasso
das políticas de repressão. “Não é deixando livre o uso das drogas, como
se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá
reduzir a difusão e a influência da dependência química” disse o Papa.
Exortou ainda os jovens a deixarem de lado “ídolos passageiros”, como
dinheiro e prazer.
Deus “está próximo de vocês e segura vocês pela
mão”, portanto “olhem para o Senhor nos momentos mais duros ele dará
consolo e esperança e confiem também no amor materno de Maria”.
Assim
o bispo de Roma, veio ao Rio para confirmar os jovens na fé, encontrar
jovens que, atraídos pelo Cristo Redentor, encontraram amparo no seu
abraço, bem perto do seu coração, ouvindo de novo o seu chamado claro e
poderoso: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. O Rio, depois
disso, não será mais o mesmo. Obrigado Papa Francisco e até Cracóvia com
os seus jovens.
Do Rio de Janeiro, para a Rádio Vaticano, Silvonei José.
Fonte: News.VA