quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Papa Francisco: no silêncio do presépio deixemo-nos surpreender por Deus

O Papa na Audiência Geral deste 19 de dezembro. Foto: Daniel Ibañez/ACI Pr

Vaticano, 19 Dez. 18 / 08:04 am (ACI).- Em uma Sala Paulo VI repleta de fiéis e pronta para a celebração do Natal com decorações, um presépio e até mesmo uma apresentação do coral da tirolesa Schützen, o Papa Francisco instou os presentes a “olhar o primeiro Natal da história para descobrir os gostos de Deus, que é "cheio de surpresas", e nós devemos estar sempre “prontos para surpresas”.
Desde a Anunciação vemos como Deus atua de surpresa, mas é na noite de Natal que nos vem a maior surpresa: o Altíssimo é uma criança pequena. A palavra divina é uma criança, o que literalmente significa que é "incapaz de falar", explica o papa.
Então, "o Natal é celebrar o Deus inédito, ou melhor, um Deus inédito, que derruba nossa lógica e nossas expectativas". Celebrar o Natal, então, é acolher as surpresas do céu na terra ".
O Natal "inaugura uma nova era, onde a vida não é planejada, mas acontece; onde ninguém mais vive para si, de acordo com seus próprios gostos, mas para Deus; e com Deus, porque desde a noite de Natal Deus tornou-se o Deus conosco ".
"O nascimento de Jesus não lhe ofereceu reconfortante calor da lareira, mas a emoção divina que sacode a história. O Natal é a vingança da humildade sobre a arrogância, da simplicidade sobre a abundância, do silêncio sobre o ruído, da oração sobres "os meus tempos", de Deus sobre o meu eu".
“Por isso, fazer o Natal é chegar até aqueles que precisam, sendo dócil e confiando em Deus, perceber o que Deus quer como fizeram Jesus, Maria e José”.
"O Natal é preferir a voz silenciosa de Deus ao barulho do consumismo. Se pudermos ficar em silêncio em frente à manjedoura, o Natal será uma surpresa para nós e não um acontecimento que já vimos anteriormente".
“Reserve algum tempo para ficar em silêncio em frente ao presépio, e você verá e sentirá a surpresa”, diz o Papa que concluiu: “Deixemo-nos ser surpreendidos por Jesus neste Natal”.
Fonte: Acidigital

Liturgia Diária :Últimos dias antes do Natal - 19 de dezembro do Advento


1ª Leitura - Jz 13,2-7.24-25a

O nascimento de Sansão é anunciado por um anjo.
Leitura do Livro dos Juízes 13,2-7.24-25a
Naqueles dias:
2Havia um homem de Saraá,
da tribo de Dã, chamado Manué,
cuja mulher era estéril.
3O anjo do Senhor apareceu à mulher e disse-lhe:
'Tu és estéril e não tiveste filhos,
mas conceberás e darás à luz um filho.
4Toma cuidado de não beberes vinho nem licor,
de não comeres coisa alguma impura,
5pois conceberás e darás à luz um filho.
Sua cabeça não será tocada por navalha,
porque ele será consagrado ao Senhor desde o ventre materno,
e começará a libertar Israel das mãos dos filisteus'.
6A mulher foi dizer ao seu marido:
'Veio visitar-me um homem de Deus,
cujo aspecto era terrível como o de um anjo do Senhor.
Não lhe perguntei de onde vinha
nem ele me revelou o seu nome.
7Ele disse-me: 'Conceberás e darás à luz um filho.
De hoje em diante, toma cuidado
para não beberes vinho nem licor,
e não comeres nada de impuro,
pois o menino será consagrado a Deus,
desde o ventre materno até ao dia da sua morte`'.
24Ela deu à luz um filho e deu-lhe o nome de Sansão.
O menino cresceu e o Senhor o abençoou.
25aO espírito do Senhor começou a agir nele
no Campo de Dã.
Palavra do Senhor.


Salmo - Sl 70 (71), 3-4a. 5-6ab. 16-17 (R. Cf. 8a)

R. Minha boca se encha de louvor,
para que eu cante vossa glória.

3Sede uma rocha protetora para mim, *
um abrigo bem seguro que me salve!
Porque sois a minha força e meu amparo,+
o meu refúgio, proteção e segurança!*
4aLibertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.R. 

5Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, *
em vós confio desde a minha juventude!
6aSois meu apoio desde antes que eu nascesse, +
6bdesde o seio maternal, o meu amparo.R. 

16Cantarei vossos portentos, ó Senhor, *
lembrarei vossa justiça sem igual!
17Vós me ensinastes desde a minha juventude, *
e até hoje canto as vossas maravilhas.R.




Evangelho - Lc1,5-25

O nascimento de João Batista é anunciado pelo anjo Gabriel.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1,5-25
5Nos dias de Herodes, rei da Judéia,
vivia um sacerdote chamado Zacarias,
do grupo de Abia.
Sua esposa era descendente de Aarão e chamava-se Isabel.
6Ambos era justos diante de Deus
e obedeciam fielmente
a todos os mandamentos e ordens do Senhor.
7Nóo tinham filhos, porque Isabel era estéril,
e os dois já eram de idade avançada.
8Em certa ocasião, Zacarias estava exercendo
as funções sacerdotais no Templo,
pois era a vez do seu grupo.
9Conforme o costume dos sacerdotes,
ele foi sorteado para entrar no Santuário,
e fazer a oferta do incenso.
10Toda a assembléia do povo
estava do lado de fora rezando,
enquanto o incenso estava sendo oferecido.
11Então apareceu-lhe o anjo do Senhor,
de pé, à direita do altar do incenso.
12Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado
e o temor apoderou-se dele.
13Mas o anjo disse:
'Não tenhas medo, Zacarias, porque Deus ouviu tua súplica.
Tua esposa, Isabel, vai ter um filho,
e tu lhe darás o nome de João.
14Tu ficarás alegre e feliz,
e muita gente se alegrará com o nascimento do menino,
15porque ele vai ser grande diante do Senhor.
Não beberá vinho nem bebida fermentada
e, desde o ventre materno,
ficará repleto do Espírito Santo.
16Ele reconduzirá muitos do povo de Israel
ao Senhor seu Deus.
17E há de caminhar à frente deles,
com o espírito e o poder de Elias,
a fim de converter os corações dos pais aos filhos,
e os rebeldes à sabedoria dos justos,
preparando para o Senhor um povo bem disposto.'
18Então Zacarias perguntou ao anjo:
'Como terei certeza disto?
Sou velho e minha mulher é de idade avançada.'
19O anjo respondeu-lhe:
'Eu sou Gabriel. Estou sempre na presença de Deus,
e fui enviado para dar-te esta boa notícia.
20Eis que ficarás mudo e não poderás falar,
até ao dia em que essas coisas acontecerem,
porque tu não acreditaste nas minhas palavras,
que hão de se cumprir no tempo certo.'
21O povo estava esperando Zacarias,
e admirava-se com a sua demora no Santuário.
22Quando saiu, não podia falar-lhes.
E compreenderam que ele tinha tido uma visão no Santuário.
Zacarias falava com sinais e continuava mudo.
23Depois que terminou seus dias de serviço no Santuário,
Zacarias voltou para casa.
24Algum tempo depois, sua esposa Isabel ficou grávida,
e escondeu-se durante cinco meses.
25Ela dizia: 'Eis o que o Senhor fez por mim,
nos dias em que ele se dignou
tirar-me da humilhação pública!'
Palavra da Salvação.

CNBB produz Documentário especial de fim de ano sobre ‘Igreja em Saída’


CNBB produz Documentário especial de fim de ano sobre ‘Igreja em Saída’
Os festejos de final e ano estão chegando e para celebrar as datas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) preparou o “Documentário: Igreja em Saída” que será veiculado nas principais emissoras de TVs de inspiração católica do país entre o Natal e o Ano Novo.
As práticas da CNBB projetaram espiritualidade e solidariedade em todo o país, reafirmando o caráter evangelizador da instituição. Neste documentário, o destaque será para os principais acontecimentos da Igreja no Brasil em 2018. Um dos exemplos é o Ano Nacional do Laicato que realizou diversas ações reforçando o protagonismo dos leigos e leigas.
“O ano de 2018 caracterizou pelo ano nacional do Laicato. O que aconteceu de bonito durante esse ano, percebemos de Norte a Sul, de Leste a Oeste do Brasil que os cristãos leigos e leigas, o clero, em nossas dioceses estudando o documento 105 da CNBB, que diz exatamente sobre os cristãos leigos e leigas, Sal na Terra e Luz do Mundo. Esse documento, ele despertou dentro dos cristãos uma grande alegria de ser igreja e também cidadãos”, disse em entrevista o bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, dom Severino Clasen.
A Campanha da Fraternidade 2018 também faz parte do documentário que mostra a Superação da Violência como um desafio que fez a Igreja se colocar em saída e olhar para a realidade da violência que faz muitas vítimas em nosso país. A Campanha ajudou os cristãos a desenvolverem ações concretas de promoção da não violência, de novas relações e cuidados fraternos e refletiu sobre as causas e consequência dos diferentes tipos de violência.
A 56ª Assembleia Geral realizada de 10 a 20 de abril, em Aparecida (SP) não podia ficar de fora. Durante os dez dias, os bispos dialogaram e atualizaram as Diretrizes para Formação de Presbíteros que vai contribuir na formação do clero brasileiro. O mês missionário, o sínodo dos jovens e o fim da gestão da atual também fazem parte do documentário que traz depoimento de bispos presidentes das comissões episcopais pastorais sobre os temas tratados e a mensagem da presidência sobre o Natal e o Ano Novo.
O eixo: “Uma Igreja em Saída” conduz toda a narrativa do documentário que tem um duração de 16 minutos.  O documentário será exibido nas TVs de inspiração católica nos próximos dias.

Fonte: CNBB

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

“Família, torna-te o que és!”

Família, torna-te o que és
“No plano de Deus Criador e Redentor a família descobre não só a sua «identidade», o que «é», mas também a sua «missão», o que ela pode e deve «fazer»”
 Qual a identidade da Família Cristã? Vocês pais, sabem? Vocês filhos, sabem? Cada um de vocês tem uma carteira de identidade onde são colocados os seus dados pessoais. Entre ela e a identidade familiar existe apenas uma diferença: enquanto a segunda é pessoal, a primeira é, ao mesmo tempo, pessoal e coletiva, é comunitária.
Criados à Imagem e Semelhança de Deus, trazemos em nossa alma a identidade do Infinito, revestida do Amor e da Comunhão. Nascemos por Amor e para Amar, e não se ama senão saindo de si em busca do outro. O Amor não é uma ilha cercada de nada por todos os lados.
Portanto, para que a Família torne-se o que realmente ela é, faz-se necessário retornar às origens da Criação, lembrando que Deus é Família – Pai, e Filho, e Espírito Santo.
Retornando ao Princípio, a Família descobrirá gradativamente a missão para a qual o Senhor a destinou: formar uma comunidade de vida e amor. Uma vida que se doa mutuamente, e o Amor que se entrega sem buscar nada em troca.
A fim de que a Família se torne a realidade que Deus quer, são necessários “quatro deveres gerais”:
  1. a formação de uma comunidade de pessoas;
  2. o serviço à vida;
  3. a participação no desenvolvimento da sociedade;
  4. a participação na vida e na missão da Igreja.
Sobre estas quatro pilastras realiza-se a transfiguração de famílias insossas em Famílias que serão “sal da terra e luz do mundo“.

Paz e Luz
Antonio Luiz Macêdo
Fonte: Catequese Católica

O Desafio da Imaculada


A Igreja celebra com alegria a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, verdade da fé que suscita na vida dos fiéis o caminho da santidade. Esta comemoração solene acontece no Tempo do Advento. São Paulo VI, cuja canonização ocorreu no dia 14 de outubro, justamente no dia de nossa maior celebração mariana, o Círio de Nazaré, ofereceu à Igreja, no dia 2 de fevereiro de 1974, a Exortação Apostólica “Marialis Cultus”, texto magistral a ser lido e valorizado por todos os cristãos. Assim ensinou São Paulo VI: “No tempo do Advento a Liturgia, não apenas na altura da solenidade de 8 de dezembro, celebração, a um tempo, da Imaculada Conceição de Maria, da preparação radical (Cf. Is 11,1.10) para a vinda do Salvador e para o feliz exórdio da Igreja sem mancha e sem ruga, recorda com frequência a bem-aventurada Virgem Maria, sobretudo de 17 a 24 de dezembro; e, mais particularmente, no domingo que precede o Natal, quando faz ecoar antigas palavras proféticas acerca da Virgem Mãe e acerca do Messias e lê episódios evangélicos relativos ao iminente nascimento de Cristo e do seu Precursor.
Desta maneira, os fiéis que procuram viver com a Liturgia o espírito do Advento, ao considerarem o amor inefável com que a Virgem Mãe esperou o Filho, serão levados a tomá-la como modelo e a prepararem-se, também eles, para irem ao encontro do Salvador que vem, “bem vigilantes na oração e… celebrando os seus divinos louvores”. Queremos observar, ainda, que a Liturgia do Advento, conjugando a expectativa messiânica e a outra expectativa da segunda vinda gloriosa de Cristo, com a admirável memória da Mãe, apresenta um equilíbrio cultual muito acertado, que bem pode ser tomado como norma a fim de impedir quaisquer tendências para separar, como algumas vezes sucedeu em certas formas de piedade popular, o culto da Virgem Maria do seu necessário ponto de referência: Cristo. Além disso, faz com que este período, como têm vindo a observar os cultores da Liturgia, deva ser considerado como um tempo particularmente adequado para o culto da Mãe do Senhor: orientação essa, que nós confirmamos e auspiciamos ver aceita e seguida por toda a parte” (Marialis Cultus 3-4).
Olhar para a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, significa tomá-la como modelo e referência para nossa vida cristã. E revela-se muito atual considerar o fato de sua concepção imaculada, preservada que foi, em previsão dos méritos de Cristo. Vivemos tempos em que a sujeira moral, chamemos de “mácula”, se transformou em verdadeiro espetáculo, de forma que o comportamento moral baseado na retidão e na verdade, acaba ridicularizado. Justamente agora, cabe-nos tomar posição em favor do bem e da verdade, da superação da maldade e do pecado, para propor o caminho da Imaculada a todos.
A primeira atitude seja positiva. Multiplicam-se especialmente entre os jovens, a busca de retiros, caminhos de consagração a Nossa Senhora, as vocações de maior radicalidade, o desejo de seguir o Senhor de perto, o que exige o rompimento com o pecado. Ressoa muito forte no coração de tantos o propósito que se expressa assim: “Por hoje não vou vais pecar”. Amanhã se repete o mesmo e assim por diante, um dia depois do outro.
Para viver dessa forma, faz-se necessário dar o passo da prática dos mandamentos. Se amar a Deus sobre todas as coisas deixar de ser um peso e se transformar num caminho de plena liberdade, todo o resto virá como consequência. Não levantar falso testemunho, não pecar contra a castidade não furtar ou os outros mandamentos hão de se tornar nossa honra e a dignidade, o caminho da felicidade. É necessário fazer uma escolha: “Cito hoje o céu e a terra como testemunhas contra vós, de que vos propus a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes, amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz e apegando-te a ele – pois ele é tua vida” (Dt 30,19-20).
Para seguir o caminho da Imaculada, propomos que seja superada a vergonha de andar no caminho certo! Parece óbvio, mas não é difícil ouvir alguém dizendo “todo mundo faz”, e lá vai muita gente boa escorregando pelo caminho do pecado e do relaxamento. O desafio da Imaculada é ser diferente no caminho do bem, sem fanatismos, mas com coragem para não sujar as mãos e o coração com o pecado. Uma boa ajuda poder ser a amizade sincera e segura, com a coragem da advertência, quando se vê um irmão ou irmã à beira do abismo. É melhor que alguém fique de cara fechada quando repreendido com caridade do que arrasar a vida pelo caminho da maldade. Aqui, uma grande responsabilidade cabe aos pais e educadores, no sentido de oferecer primeiro o exemplo dos valores autênticos, depois a capacidade de escutar, aliada à coragem das advertências.
Na vida da Virgem Maria, resplandeceu a simplicidade, a transparência e a força do cotidiano. Falou pouco, serviu muito, foi dona de casa aquela que é a Sede da Sabedoria. Enfrentou longos caminhos para fazer o bem, enxergou a vida e a história do mundo com os olhos de Deus, foi discípula de seu próprio Filho, enfrentou, como colaboradora do Redentor, o martírio espiritual aos pés da cruz, foi modelo de oração na preparação do Pentecostes e acompanha a Igreja até o fim dos tempos, pois chegou na nossa frente.
“Em Cristo, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e imaculados diante dele, no amor. Conforme o desígnio benevolente de sua vontade, ele nos predestinou à adoção como filhos, por obra de Jesus Cristo, para o louvor de sua graça gloriosa, com que nos agraciou no seu bem-amado. Nele, e por seu sangue, obtemos a redenção e recebemos o perdão de nossas faltas” (Cf. Ef 1, 3-6.11-12). É o nosso caminho de imaculatização!
Dom Alberto Taveira Corrêa-Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
Fonte: CNBB

Imaculada Conceição: Maria é celebrada como modelo de virtude nesta festa de devoção nacional


Imaculada Conceição: Maria é celebrada como modelo de virtude nesta festa de devoção nacional
Neste sábado, 8 de dezembro, a Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Esta data, de significativa importância para a Igreja, por fazer memória do dogma que afirma a preservação de Maria do pecado original, tem particular ligação com a Igreja no Brasil, onde cerca de 30 dioceses a tomam por padroeira ou titular.
A Solenidade foi instituída por São Paulo VI, no dia 2 de fevereiro de 1974, por meio da exortação apostólica “Marialis Cultus”, na qual ressalta a celebração e atenção especial dada a Maria no tempo do Advento.
“No tempo do Advento a Liturgia, não apenas na altura da solenidade de 8 de dezembro, celebração, a um tempo, da Imaculada Conceição de Maria, da preparação radical (Cf. Is 11,1.10) para a vinda do Salvador e para o feliz exórdio da Igreja sem mancha e sem ruga, recorda com frequência a bem-aventurada Virgem Maria, sobretudo de 17 a 24 de dezembro; e, mais particularmente, no domingo que precede o Natal, quando faz ecoar antigas palavras proféticas acerca da Virgem Mãe e acerca do Messias e lê episódios evangélicos relativos ao iminente nascimento de Cristo e do seu Precursor”, escreveu o papa Paulo VI.
Nesta solenidade, uma marca muito presente nas reflexões sobre o mistério da Imaculada Conceição é o exemplo de Maria como aquela que é “ícone da Vitória de Cristo sobre o poder das trevas e do pecado”, como ensina dom Edney Gouvêa Mattoso, bispo de Nova Friburgo (RJ), uma das dioceses que celebram a padroeira neste sábado.
“A Igreja venera a Santa Mãe de Deus e nela encontra o grande modelo de virtude. No difícil itinerário desta vida terrena, Maria ‘avançou pelo caminho da fé, mantendo fielmente a união com seu Filho até à cruz (…) padecendo com seu Filho único, e associando-se com coração de mãe ao Seu sacrifício’”, afirma o bispo recordando a constituição dogmática Lumem Gentium.
Celebração da Imaculada Conceição na arquidiocese de Manaus
Para o arcebispo de Belém (PA), “olhar para a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, significa tomá-la como modelo e referência para nossa vida cristã. E revela-se muito atual considerar o fato de sua concepção imaculada, preservada que foi, em previsão dos méritos de Cristo”.
Dom Edney ainda reforça este exemplo mariano com o ensinamento testemunhal que vem da Mãe do Filho de Deus que, “mesmo em meio às provações desta vida unidas às contradições externas e internas, a Graça é maior que o pecado e que a misericórdia de Deus é mais poderosa que o mal”.
“No mundo em que, cada vez mais, as pessoas se entregam desordenadamente às paixões fazendo imperar a lei do pecado, somos chamados a contemplar a beleza da vida pura em Maria, e, olhando para dentro de nós, reconhecermo-nos necessitados da graça de Deus”, afirma o bispo de Nova Friburgo.
Dom Alberto Taveira também aponta o caminho para seguir nestes tempos “em que a sujeira moral, chamemos de ‘mácula’, se transformou em verdadeiro espetáculo, de forma que o comportamento moral baseado na retidão e na verdade, acaba ridicularizado”. Para o arcebispo de Belém, cabe aos cristãos “tomar posição em favor do bem e da verdade, da superação da maldade e do pecado, para propor o caminho da Imaculada a todos”.
Devoção nacional
A força da devoção à Imaculada Conceição é uma expressão nacional, a exemplo de outras devoções marianas. Nossa Senhora Aparecida, por exemplo, também é da Conceição, mas Aparecida, e teve sua festa celebrada em 8 de dezembro, por um tempo. Para se ter uma ideia, são 32 Igrejas Particulares que a tomam como padroeira, titular arqui/diocesana ou da catedral, ou ainda como padroeira municipal. Também há uma devoção especial dentro do episcopado (confira abaixo).
Bispo de Divinópolis preside celebração de Nossa Senhora da Imaculada Conceição
De Norte a Sul do país, é uma presença forte tanto no contexto eclesial, como na vida das pessoas, para além da devoção. “Conceição” está entre os 160 nomes mais populares do país. São 102.585 mulheres e 1.537 homens com esse registro no país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Abaixo, a lista de dioceses que tem como padroeira ou titular Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Em cada lugar, celebrações festivas que reúnem centenas ou milhares de fiéis, como em Campinas (SP), onde acontece procissão da Basílica Nossa Senhora do Carmo até a Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Conceição com a participação do povo das paróquias, do clero, dos seminaristas e dos religiosos e religiosas.
Fonte: CNBB

Santo do Dia : Santo Ambrósio - Bispo e Doutor da Igreja

Santo Ambrósio, usou as qualidades de organizador e administrador para o bem da Igreja

Hoje fazemos memória em toda a Igreja de Santo Ambrósio, Bispo e Doutor da Igreja. De nobre e distinta família romana, nasceu provavelmente em 339, em Tréviros, onde seu pai exercia o cargo de prefeito das Gálias. A mãe ficou viúva muito cedo e voltou a Roma com três filhos: Marcelina, que se consagrou a Deus e tomou o véu das virgens; Sátiro, que morreu em 378, depois de exercer altos cargos do Estado; e Ambrósio, o último, que seguiu a carreira diplomática, tradicional na família. Ambrósio desde cedo aprendeu a alimentar as virtudes cívicas e morais, ao ponto de ter sido governador da Emília, do Lácio e de Milão, antes de ser Bispo. Estudou Direito antes de estudar Teologia.
A mãe de Ambrósio devia ser cristã praticante e generosa. O Papa Libério (352-366) impôs pessoalmente o véu à filha dela, Marcelina, e parece que visitava a casa da nobre senhora romana. Todos da família beijavam a mão de Libério. Ambrósio, ainda criança, depois de se despedir do Pontífice, tratou de imitá-lo e estendeu a mão aos criados e à irmã, para que a beijassem. Marcelina recusou-a com bons modos mas ele respondia: “Não sabes que eu também hei-de ser Bispo?” Dizia então Ambrósio, por brincadeira, mais do que sabia. No entanto, era para isso que a Divina Providência o destinava. Ambrósio era governador de Milão. Com a morte do Bispo de Milão, chamado Ariano, Ambrósio foi para a eleição do novo Bispo, a fim de evitar grandes conflitos. Em meio a confusão, de repente uma criança grita: “Ambrósio, Bispo!”. O Clero e o povo aderiu e todos aclamaram: “Queremos Ambrósio Bispo!”. O povo teve que teimar durante uma semana, até que vendo nisto a voz de Deus, Ambrósio que ocupava alto cargo no Império Romano e somente era catecúmeno, cedeu a vontade do Senhor. O 1° Concílio de Niceia (325) tinha proibido que subisse ao Episcopado qualquer neófito. Mas o Papa e o Imperador aprovaram a eleição. Depois de batizado, foi ordenado sacerdote e logo em seguida Bispo de Milão. Tudo isso no ano de 374.
Providencialmente usou as qualidades de organizador e administrador para o bem da Igreja, podendo assim atuar no campo pastoral, político, doutrinal, litúrgico, ao ponto de merecer o título de grande Doutor e Padre do Cristianismo no Ocidente. Sua figura política ficou marcante, principalmente quando aplicou ao Imperador uma dura penitência pública comum, pois teria Teodósio consentido uma invasão à cidade de Tessalônica, que resultou na morte de muitos. À Imperatriz Justina, que desejou restaurar a estátua da deusa Vitória, opôs-se valentemente enquanto viveu. Santo Ambrósio, como homem de Deus, partilhou sua riqueza material e espiritual com o povo; jejuava sempre; pai carinhoso e tão grande orador que teve papel importante na conversão de Santo Agostinho. Deixou muitos escritos e morreu com 60 anos no ano de 397, após 23 anos de serviço ao seu amado Cristo, com estas palavras: “Não vivi de tal modo que tenha vergonha de continuar vivendo; mas não tenho medo de morrer, porque temos um Senhor que é bom”.
Santo Ambrósio, rogai por nós!

Liturgia Diária : 1ª Semana do Advento - Sexta-feira

Primeira Leitura (Is 29,17-24)
Leitura do Livro do Profeta Isaías.
Assim fala o Senhor Deus: 17Dentro de pouco tempo, não se transformará o Líbano em jardim? E não poderá o jardim tornar-se floresta? 18Naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do livro e os olhos dos cegos verão, no meio das trevas e das sombras. 19Os humildes aumentarão sua alegria no Senhor, e os mais pobres dos homens se rejubilarão no Santo de Israel; 20fracassou o prepotente, desapareceu o trapaceiro, e sucumbiram todos os malfeitores precoces, 21os que faziam os outros pecar por palavras, e armavam ciladas ao juiz à porta da cidade e atacavam o justo com palavras falsas. 22Isto diz o Senhor à casa de Jacó, ele que libertou Abraão: “Agora, Jacó não mais terá que envergonhar-se nem seu rosto terá de enrubescer; 23quando contemplarem as obras de minhas mãos, hão de honrar meu nome no meio do povo, honrarão o Santo de Jacó, e temerão o Deus de Israel; 24os homens de espírito inconstante conseguirão sabedoria e os maldizentes concordarão em aprender”.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo de Hoje : Responsório (Sl 26)


— O Senhor é minha luz e salvação.
— O Senhor é minha luz e salvação.
— O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu irei ter medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isso que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo.
— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!

Compreendendo e Refletindo

É o momento, é a hora da graça, de deixarmos Deus abrir os nossos olhos e nos mostrar a luz da vida

Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: ‘Faça-se conforme a vossa fé’” (Mateus 9,29).
São dois cegos que estão gritando: “Jesus, tende piedade de nós! Filho de Davi, tenha compaixão de nós!”. Esses cegos querem ser curados, estão clamando para que Jesus se compadeça deles. Jesus está perguntando se eles têm fé, se eles acreditam que Ele pode fazer algo por eles; então dizem: “Sim, eu creio”. É por isso que Jesus tocou nos olhos deles e disse: “Faça-se segundo a vossa fé”.
Essa é a grande graça que a fé nos concede, ela abre os nossos olhos. A fé nos abre para enxergarmos o que a incredulidade, o orgulho e o pecado não nos permitem enxergar.
Todos nós vivemos a insensatez de não enxergarmos a verdade. Os nossos olhos estão como que cobertos por escamas e não enxergamos a vida e a realidade como de fato ela é, porque não temos os olhos da fé.
A graça que esses dois homens alcançaram é muito mais do que a graça da visão física, propriamente dito. A graça de enxergar é aquilo que eles, como cegos, já estavam enxergando, que Jesus era a luz da vida deles.
É preciso dizer que para nós, que caminhamos, muitas vezes, em meio à escuridão, às obscuridades na alma, na mente, nos relacionamentos e em todas as situações da vida, Jesus é a luz da vida. É Ele quem ilumina os nossos olhos, é Ele quem clareia o nosso coração diante de tantas coisas obscuras que nos cegam.
Acalme o seu coração, silencie a sua alma e busque, com toda intensidade do seu ser, a confiança e a fé n’Ele, porque Ele há de abrir os nossos olhos, vai nos ajudar a enxergar o que não conseguimos.
O cego é aquele que não enxerga a si mesmo. Achamos que enxergamos bem, mas nem óculos nós usamos! Nossa mente, no entanto, está, muitas vezes, obscurecida e ofuscada, nem nos enxergamos, não percebemos quando estamos fazendo mal aos outros, estamos sendo ridículos com nós mesmos, estamos nos enganando, iludindo-nos com tantas coisas que não percebemos. Estamos falhando com o outro.
É o momento, é a hora da graça, de deixarmos Deus abrir os nossos olhos, nos mostrar a luz da vida, para que não morramos na cegueira sem enxergar a luz da vida e ver a vida com a luz da graça, para que a nossa vida caminhe na direção do Céu e da eternidade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo- CançãoNova