Levemos até Jesus não só as nossas dores e aflições, mas olhemos para o meio em que vivemos e vejamos quantas pessoas estão sofrendo
“Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!” (Marcos 5,23).
Hoje, estamos contemplando duas pessoas vivendo
situações difíceis, extremas e aflitivas em suas vidas. Primeiro, é um
pai de família que está vendo sua filha praticamente morta e não sabe o
que fazer com ela. É Jairo, um dos chefes da sinagoga. Com todo poder
que ele tem, não é capaz de fazer nada por sua filha. Ele corre atrás de
Jesus, vai pedir socorro.
Do outro lado, enquanto Jesus está no caminho, uma
mulher que sofre de hemorragia crônica também se aproxima d’Ele. A
situação dela é muito dramática, pois há doze anos ela sofre desse mal; e
não pense que é simplesmente uma hemorragia, mas são todas as
consequências que esse mal traz para a vida dela. Durante esse período
em que ela viveu a hemorragia, foi tida como impura. Uma vez que está
impura, não pode se aproximar das pessoas nem as pessoas podem se
aproximar dela.
Quando a mulher passa por isso quatro ou cinco dias no mês, tudo bem!
Mas imagine uma pessoa no estado crônico, vivendo assim por doze anos.
Ela não pode se aproximar de ninguém e também não podem se aproximar
dela.
Ser marginalizado, viver à margem, viver distante dos outros é muito
sofrido, é, de fato, uma penúria para a alma, para o coração, para a
condição humana. Aquela mulher precisa de um socorro, de um auxílio,
precisa aproximar-se e ser tocada. Precisa ser novamente reinserida no
mundo, na sociedade, na convivência com as pessoas.
O olhar misericordioso de Jesus se volta para essas duas
criaturas humanas: um pai de família desesperado, aflito, mas tendo a
confiança de que Jesus pode fazer algo por ele; e a uma mulher que está
sofrendo e tem a confiança de que, mesmo não podendo, sua fé a leva até
Jesus.
Cristo se compadece deles, compadece-se dos nossos
sofrimentos, das nossas aflições. Jesus se compadece de tantos que vivem
em nosso meio com profundas aflições no corpo, na alma e no espírito.
Quem vai olhar para o que eu estou sofrendo e passando? Eu sei que
preferimos contemplar apenas o milagre: a filha de Jairo, que levanta e
volta a viver; ou essa mulher que é curada, a sua hemorragia é
estancada, porque ela foi ousada na fé. Porém, muito mais ousada é a
misericórdia de Jesus, que não conhece limites, não conhece pessoas de
acordo com a sua vida social e assim por diante. É a misericórdia que
chega aos corações mais aflitos. Jesus é aquele que tem misericórdia de
nós, é aquele que se compadece de nossas dores e sofrimentos.
Levemos até Jesus não só as nossas dores e aflições, mas olhemos ao
nosso lado, para o meio em que vivemos. Quantas pessoas estão sofrendo
penúrias, aflições terríveis na alma e no espírito! São perdas
terríveis, mães desesperadas, que não sabem o que fazer com seus filhos
perdidos no mundo das drogas, do álcool ou em tantas situações; pessoas
muitas vezes com doenças incuráveis, doenças crônicas e tantas aflições.
Não podemos permitir que elas caiam no desespero.
Jesus é por nós, Ele é luz, consolo e compaixão.
Precisamos ser presença confortadora, animadora, consoladora de Jesus em
meio às aflições das pessoas que estão ao nosso lado, no mundo em que
estamos. Precisamos ser para elas o que Jesus é para nós, precisamos
levar o consolo e o conforto para o coração dos outros!
Deus abençoe você.
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