segunda-feira, 31 de julho de 2017

Mudanças necessárias

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba, MG
O então momento histórico mundial passa por mudanças muito rápidas, numa velocidade difícil de ser acompanhada pelo normal dos humanos. Assistimos a uma provocação incontida de transformação, assentada na cultura do consumo desenfreado. Isso causa, sem dúvida, uma profunda vulnerabilidade em tudo e chegamos até perder a capacidade de relações duradouras e estáveis.
Por outro lado, encontramos também quem faz todo esforço para assegurar um conservadorismo incompatível com as estruturas modernas. Criamos choques de realidades ideológicas e práticas, até emperrando o processo da mentalidade que persegue um futuro com moldes ainda totalmente inconcebíveis. Mesmo com os altos e baixos da história, não há como paralisar mudanças subsequentes.
Jesus usa a palavra transfigurar, começando a prática por Ele mesmo. Mas um caminho que começa na cruz, nas renúncias e na capacidade de doação, de partilha e de construção do bem comum. Essa é a mudança necessária que precisa acontecer no Brasil, superar o egoísmo, as injustiças e as irresponsabilidades, que provocam o sofrimento e a morte de grande parte dos cidadãos do país.
Todos os brasileiros, de bom senso, estão decepcionados com a forma como o poder é exercido pelos governantes, com marcas de opressão e violência. A grande certeza é que eles não têm a ultima palavra, porque ela pertence a Deus, e é o que traz conforto. Mas não impede que haja luta para mudar o atual cenário. As mudanças necessárias dependem da força organizativa do povo.
Na dimensão da transfiguração de Jesus, todos os reinos da terra passam, vão à falência, porque eles se contrapõem, e perderão a hegemonia. Eles causam um ambiente hostil e feio, mas estão submissos à bondade e à misericórdia, mas justa, de Deus. Deve ser instaurado um reino diferente, fazendo com que a história da humanidade seja marcada pela justiça e o amor verdadeiros.
A transfiguração está apoiada na fé e na esperança, na certeza de que as dores, os sofrimentos e os problemas do mundo deverão ser superados. É fundamental ter sempre acesa uma chama de vida nova, não só na glória futura, mas também num mundo melhor, aqui e agora. Usando a Constituição Federal, devemos proclamar que o poder está nas mais do povo. É só exercê-lo.
Fonte: CNBB

Papa envia carta aos jovens brasileiros que participaram Projeto “Rota 300”


Papa envia carta aos jovens brasileiros que participaram Projeto “Rota 300”
O Papa Francisco enviou, uma carta aos jovens brasileiros no encerramento do projeto Rota 300, que encerrou dia 29 julho com uma grande festa no Santuário Nacional de Aparecida (SP). A iniciativa celebrou os 300 anos do encontro da imagem de Aparecida, no Rio Paraíba do Sul (SP).
No texto, Francisco diz que Maria é um sinal de esperança e que conhece os desafios vividos pelos jovens. Além disso, o papa estimula a juventude a seguir com o espírito missionário.
“Caros amigos, em meio às incertezas e inseguranças de cada dia, em meio à precariedade que as situações de injustiça criam ao redor de vocês, tenham uma certeza: Maria é um sinal de esperança que lhes animará com um grande impulso missionário. Ela conhece os desafios em que vocês vivem. Com sua atenção e acompanhamento maternos, lhes fará perceber que não estão sozinhos”.
Leia a carta na íntegra:
Queridos jovens,
Saúdo afetuosamente a vocês, jovens do Brasil, reunidos em Aparecida para o encerramento do Projeto “Rota 300”, nesse Ano Mariano que comemora os 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora nas águas do Rio Paraíba do Sul.
Para tal ocasião, gostaria de ressaltar um aspecto da Mensagem que lhes escrevi este ano, para a XXXII Jornada Mundial da Juventude: a Virgem Maria é um precioso exemplo para a juventude e um auxílio na caminhada pela estrada da vida. Para que vocês possam perceber esta verdade, não são necessárias grandes reflexões; basta contemplar a imagem da Mãe Aparecida, durante a peregrinação que farão ao seu Santuário Nacional. Eu mesmo fiz essa experiência, quando aí estive em 2007, por ocasião da V Conferência do Episcopado Latino-americano e, depois em 2013, durante a JMJ no Rio de Janeiro.
Pude ali descobrir no olhar terno e maternal da Virgem morena e nos olhos da gente simples que a contemplava, o segredo da esperança que move o povo brasileiro a enfrentar com fé e coragem os desafios de cada dia. Pude também contemplar a força revolucionária de uma Mãe carinhosa que move o coração de seus filhos a saírem de si mesmos com grande ímpeto missionário, como aliás vocês fizeram durante a semana missionária, que acabam de concluir no Vale do Paraíba. Parabéns por este testemunho!
Caros amigos, em meio às incertezas e inseguranças de cada dia, em meio à precariedade que as situações de injustiça criam ao redor de vocês, tenham uma certeza: Maria é um sinal de esperança que lhes animará com um grande impulso missionário. Ela conhece os desafios em que vocês vivem. Com sua atenção e acompanhamento maternos, lhes fará perceber que não estão sozinhos. Nesse sentido, vale a pena recordar a história daqueles pescadores pobres, que depois de uma pesca sem grandes resultados, no rio Paraíba do Sul, lançaram mais uma vez as suas redes e foram surpreendidos com uma imagem partida de Nossa Senhora, coberta de lama. Primeiro acharam o corpo, logo em seguida a cabeça. Como comentei aos Bispos brasileiros em 2013, o fato traz em si um simbolismo muito significativo: aquilo que estava dividido, volta à unidade, como o coração daqueles pescadores, como o próprio Brasil colonial, dividido pela escravidão, que encontra sua unidade na fé que aquela imagem negra de Nossa Senhora inspirava (cf. Discurso aos Bispos do Brasil, 27/7/2013). Por isso, convido a que vocês também deixem que seus corações sejam transformados pelo encontro com Nossa Mãe Aparecida. Que Ela transforme as “redes” da vida de vocês – redes de amigos, redes socias, redes materiais e virtuais -, realidades que tantas vezes se encontram dividas, em algo mais significativo: que se convertam numa comunidade! Comunidades missionárias “em saída”! Comunidades que são luz e fermento de uma sociedade mais justa e fraterna.
Assim integrados nas suas comunidades, não tenham medo de arriscar-se e comprometer-se na construção de uma nova sociedade, permeando com a força do Evangelho os ambientes sociais, políticos, econômicos e universitários! Não tenham medo de lutar contra a corrupção e não se deixem seduzir por ela! Confiantes no Senhor, cuja presença é fonte de vida em abundância, e sob o manto de Maria, vocês podem redescobrir a criatividade e a força para serem protagonistas de una cultura de aliança e assim gerar novos paradigmas que venham a pautar a vida do Brasil (cf. Mensagem à Assembleia do CELAM, 8/5/2017).
Possa o Senhor, pela intercessão da Virgem Aparecida, renovar em cada um de vocês a esperança e o espírito missionário. Vocês são a esperança do Brasil e do mundo. E a novidade, da qual vocês são portadores, já começa a construir-se hoje. Que Nossa Senhora, que em sua juventude soube abraçar com coragem o chamado de Deus em sua vida e sair ao encontro dos mais necessitados, possa ir na frente de vocês, guiando-lhes em todos os seus caminhos! E para tal, lhes envio a cada um, extensiva aos seus familiares e amigos, a Bênção Apostólica, pedindo que, por favor, não deixem de rezar também por mim.
[Franciscus PP.]
Fonte : CNBB

O tesouro

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará

 Os grandes ideais encontrados na vida norteiam nossa existência, unificando-a e dando-lhe o élan que sustenta as decisões quotidianas. Quando faltam, torna-se difícil caminhar com segurança, provocando dispersão de nossas forças, com o consequente cansaço, tristeza, sensação de perda de tempo e frustração. Toda pessoa humana é convidada, mais ainda chamada, a mirar para o melhor e o mais perfeito! Soa sempre atual e provocante a palavra de São Paulo: “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está entronizado à direita de Deus; cuidai das coisas do alto, não do que é da terra. Pois morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, se manifestar, então vós também sereis manifestados com ele, cheios de glória” (Cl 3,1-4).
Uma das dificuldades existentes numa sociedade em que pessoas são discriminadas é julgar a muitos incapazes de grandes lances na existência, como se fossem fadados a um estágio inferior ou a viverem em classes destinadas a permanecerem num plano secundário. Por outro lado, há o risco permanente de jogar todo mundo numa competição terrível, com a qual também se gera insatisfação, tristeza e revolta. A própria exposição de modelos de vida, através dos grandes meios de comunicação, suscita sonhos tantas vezes irrealizáveis, fúteis e supérfluos. Por falar em coisas supérfluas, vale a pena rever as gavetas de nossas casas ou de corações, sejamos ricos ou pobres, para verificar quanta coisa está sendo guardada sem sentido, às vezes com a desculpa de que um dia poderá servir! É hora de arrumar a casa! É tempo de redescobrir ideais mais consistentes e ajudar-nos mutuamente a procurá-los!
Há uma canção muito divulgada, cujo conteúdo reflete a força e a riqueza da Palavra de Deus nas parábolas contadas por Jesus (Cf. Mt 13,44-52) e orienta nossa reflexão: “Tu me deste um tesouro, brilha mais do que o sol. Não, ninguém mais o levará, porque está dentro de mim. Nada era o que eu tinha, como um nada passou, tudo, tudo deixei, porque não me falava de ti. Tu és meu grande tesouro, tu que me deste o amor. Vivo e sempre reencontro no amor a alegria, de me libertar. Já em ti me perdi, minha vida te dei, mas eu seu que a encontrarei lá onde está o meu tesouro” (O tesouro – Movimento dos Focolares).
Existe um tesouro pelo qual vale a pena gastar todas as energias. O Evangelho fala de “procurar” e de “encontrar”! Que linguagem atraente, com tesouro e pérola preciosa! Este tesouro brilha e atrai. É questão de escolha, opção de vida que orienta todas as capacidades humanas. É conversão acreditar que não estamos no mundo por acaso ou condenados a viver sem sentido. Fomos pensados e amados por Deus desde toda a eternidade para sermos felizes e realizados. No mais profundo de nosso ser, está inscrito um plano que é feito de amor pelo amor do próprio Deus, não como um destino pesado, mas uma aventura de amor. Ele é um tesouro e está dentro de nós e não distante. O apelo da Palavra é buscar, perguntar, ir atrás, não desanimar, insistir! Mais ainda: o próprio Deus é o tesouro!
Quem encontrou o tesouro, a pérola preciosa, experimenta, como o personagem da parábola, uma grande alegria. Para possuir tal tesouro, quem o encontrou dá tudo o que tem, porque entende a beleza do que possuirá. O outro também por causa de uma pérola, que representa algo de muito precioso, vende tudo o que tem para possuí-la. Por causa do Reino dos Céus, também nós somos chamados a deixar tudo o que não fala de Deus, perder tudo o que vale menos do que ele, para experimentar a alegria de nos libertamos com aquela liberdade que só pode vir de Deus, entregando por Ele a nossa vida.
Há poucos dias, a Liturgia nos oferecia a celebração da Festa de Santa Maria Madalena, “Apóstola dos Apóstolos”. Dela, dizia São Gregório Magno: “Procurava a quem não encontrara, chorava enquanto buscava e, abrasada no fogo do seu amor, sentia a ardente saudade daquele que julgava ter sido roubado. Por isso, só ela o viu então, porque só ela o ficou procurando. Na verdade, a eficácia das boas obras está na perseverança, como afirma também a voz da Verdade: “Quem perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10, 22). Ela começou a procurar e não encontrou nada; continuou a procurar, e conseguiu encontrar. Os desejos foram aumentando com a espera, e fizeram com que chegasse a encontrar. Pois os desejos santos crescem com a demora; mas se diminuem com o adiamento, não são desejos autênticos. Quem experimentou este amor ardente, pôde alcançar a verdade”. Somos chamados à mesma aventura, tendo encontrado o tesouro!
Algumas consequências, com a ajuda que a Palavra de Deus nos oferece. Aprender a relativizar os problemas pode ser o começo. Esquentar a cabeça não resolve nada! Comecemos por olhar ao nosso redor, pois encontraremos muitas luzes que chegam pelas experiências das outras pessoas. Podemos ainda recordar situações semelhantes, nas quais soubemos “dar a volta por cima” e continuar a caminhada. Depois, diante das pessoas e dos desafios da vida, ter a certeza de que trazemos dentro de nós um tesouro que dá sentido à nossa existência. Não nos tornemos esmoleres que suplicam a cada momento atenções e compensações, mas tornemo-nos companheiros e irmãos na luta, junto com todas as pessoas que encontrarmos. E às outras pessoas, é hora de aprender a oferecer o que temos de melhor, e sabemos que não é pouco, ao invés de fazermos coro às lamentações correntes, cujo efeito é sempre um derrotismo destruidor. A certeza da vitória que vence o mundo, a nossa fé, nos alimente na sede pelo Reino de Deus e na coragem para levar o tesouro recebido a todas as pessoas que encontramos.
Diante de um mundo cujo sentido da vida se esgota a cada momento, temos a certeza de poder oferecer a única realidade que não passa e não pode ser destruída por qualquer ameaça que seja, e esta realidade é Deus!
Fonte:CNBB

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“A messe é grande mas os operários são poucos”, afirma dom Jaime Spengler

Tradicionalmente durante o mês de agosto, a Igreja no Brasil convida os fiéis a refletirem sobre as vocações, é o chamado ‘mês vocacional’. Este ano, a atividade proposta pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com a Pastoral Vocacional tem como tema “A exemplo de Maria, discípulos missionários” e o lema “Eis-me aqui, faça-se”. A iniciativa busca motivar a oração pelas vocações nas comunidades, paróquias e dioceses, além de conscientizar adolescentes e jovens ao chamado de servir a Igreja.
O arcebispo de Porto Alegre e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados da CNBB, dom Jaime Spengler explica que a escolha da temática se deu por ‘Nossa Senhora ser exemplo de mulher de oração’. “A oração é também o pedido que Nosso Senhor faz aos discípulos quando vê o tamanho da messe sem o número suficiente de pastores, a messe é grande mas os operários são poucos”, explica.
Para ele, a intenção deste ano é justamente alertar para o número de vocações sacerdotais e religiosas no Brasil. “É pedir ao Senhor da messe que envie operários. A oração é o meio privilegiado para suplicar, pedir ao Senhor que envie esses operários que a Igreja tanto precisa. O nosso povo sedento de Deus, sedento de transcendência, sedento do Evangelho necessita de pastores, de pessoas capazes de anunciar essa palavra como fez Maria, isto seja no Ministério Ordenado, seja através da Vida Consagrada, seja através do anuncio catequético, nas diversas atividades do cotidiano e também no mundo leigo”, destacou.
O mês vocacional é também celebrado no contexto do Ano Nacional Mariano, proclamado pela CNBB, por ocasião dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no Rio Paraíba do Sul. Por isso, a escolha da temática dedicada a Nossa Senhora também se fez presente. “A Igreja no Brasil realmente deseja neste mês de agosto de 2017 promover um grande mutirão e dentro das comemorações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida realmente suplicar ao céu que não falte operários para a vinha. Esperamos que muitos jovens do sexo feminino, do sexo masculino possam responder como fez Maria: Eis-me aqui, faça-se segundo a tua palavra”, finalizou.
Material de apoio
Para ajudar nas reflexões do mês vocacional, a Comissão para os Ministérios Ordenados e a presidência nacional da Pastoral Vocacional/SAV todo ano propõe subsídio, editado pela Edições CNBB. Dessa vez, o material oferece um tríduo de oração pelas vocações.
Segundo o coordenador nacional da Pastoral Vocacional, padre Elias Silva, a proposta é oferecer celebrações vocacionais em torno da Palavra, momentos onde a comunidade possa se alimentar da Palavra rezando pelas vocações. “É uma forma de rezar pelas vocações e com todos os vocacionais seja pela vida religiosa, consagrada e todas as outras formas”.
Dom Jaime explica que com o subsídio, a Pastoral Vocacional do Brasil deseja promover a partir da Sagrada Escritura uma abordagem particular em torno da temática das vocações. “Nós acreditamos que a Leitura Orante da Palavra é capaz de iluminar as buscas de todo ser humano e é a partir da Sagrada Escritura que nós podemos melhor compreender o que significa fazer a vontade de Deus, então foi preparado um pequeno subsídio para favorecer essa reflexão e essa oração também nas nossas comunidades, tendo sempre como pano de fundo a Sagrada Escritura, porque é a partir da Palavra que nós encontramos orientações seguras para as iniciativas da comunidade de fé”, destacou.
O material já está à venda no site da ‘Edições CNBB’.
Fonte: CNBB

Papa Francisco: Cristo é o tesouro que preenche nossa vida


Imagem referencial / Papa Francisco. Foto: L'Osservatore Romano
Vaticano, 30 Jul. 17 / 09:12 am (ACI).- Em suas palavras antes da oração do Ângelus na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco assegurou que Cristo é “o tesouro escondido” que preenche nossa vida de significado.
Ao refletir sobre as parábolas do tesouro escondido e da pérola preciosa, no capítulo 13 do Evangelho de Mateus, o Sato Padre disse que Cristo é “o tesouro escondido, é Ele a pérola de grande valor. Ele é a descoberta fundamental que pode dar uma reviravolta decisiva à nossa vida, preenchendo-a de significado”.
Estas duas parábolas, destacou o Papa, “destacam a decisão dos protagonistas de vender qualquer coisa para obter o que descobriram”.
“No primeiro caso se trata de um camponês que casualmente encontra um tesouro escondido no campo onde está trabalhando. Não sendo o campo de sua propriedade, deve compra-lo se quiser o tesouro. Portanto, decide arriscar todos os seus pertences para não perder aquela ocasião realmente excepcional”, recordou.
Na segunda parábola, assinalou, “encontramos um comprador de pérolas preciosas. Ele, por ser um profissional, identificou uma pérola de grande valor. Também ele decide apostar tudo naquela pérola, ao ponto de vender todas as outras”.
“Essas semelhanças evidenciam duas características sobre a posse do Reino de Deus: a busca e o sacrifício. É verdade que o Reino de Deus é oferecido a todos, é um presente, mas não é colocado à disposição em um prato de prata. Requer um dinamismo: trata-se de buscar, caminhar, mexer-se”.
Francisco sublinhou que “a atitude de busca é a condição essencial para encontrar. É preciso que o coração arda de desejo de alcançar o bem precioso, ou seja, o Reino de Deus que se faz presente na pessoa de Jesus”.
“Diante da descoberta inesperada, tanto o camponês quanto o comprador percebem que têm diante de si uma ocasião única que não podem perder e, por isso, vendem tudo o que possuem”, destacou.
O Papa ressaltou que “o valor inestimável do tesouro” implica para ambos os protagonistas das parábolas “sacrifício, distanciamentos e renúncias”.
“Quando o tesouro e a pérola foram descobertos, isto é, quando encontramos o Senhor, é necessário não deixar estéril esta descoberta, mas sacrificar a ela qualquer outra coisa”, disse.
O Santo Padre indicou que “não se trata de desprezar o resto, mas de subordiná-lo a Jesus, colocando Ele em primeiro lugar. A graça em primeiro lugar”.
“O discípulo de Cristo não é alguém que se privou de algo essencial, é alguém que encontrou muito mais: encontrou a alegria evangélica dos doentes curados, dos pecadores perdoados, do ladrão a quem se abre a porta do paraíso”.
Francisco destacou que “a alegria do Evangelho preenche o coração e a vida inteira dos que se encontram com Jesus. Aqueles que se deixam salvar por Ele foram livrados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento.  Com Jesus Cristo sempre nasce e renasce a alegria”.
O Papa exortou a descobrir “a proximidade e a presença consoladora de Jesus na nossa vida. Uma presença que transforma o coração e nos abre às necessidades e ao acolhimento dos irmãos, especialmente dos mais fracos”.
Ao finalizar sua mensagem, o Santo Padre incentivou os fiéis a pedir a intercessão da Virgem Maria, “para que cada um de nós saiba testemunhar, com as palavras e os gestos cotidianos, da alegria de ter encontrado o tesouro do Reino de Deus, isto é, o amor que o Pai nos deu mediante Jesus”.
Fonte:Acidigital

Colômbia: Empresas ligadas a caso Odebrecht não participarão da logística da viagem do Papa

Papa Francisco. Foto: Bohumil Petrik / ACI Prensa

Na Síria, nem sequer os mortos podem “descansar em paz”

Cemitério greco-ortodoxo em Aleppo. Foto: ACN

Papa no Angelus: é Jesus o tesouro que dá alegria e sentido à vida

2017-07-30 Rádio Vaticana

 
Antes da oração mariana do Angelus e dirigindo-se aos milhares de fiéis e peregrinos reunidos da Praça de S. Pedro, o Papa Francisco comentou as três semelhanças que concluem o cap. 13 de Mateus: o tesouro escondido, a pérola preciosa e a rede de pesca.
Vou me debruçar nas duas primeiras, disse o Pontífice, que sublinham a decisão dos protagonistas de venderem tudo para conseguir aquilo que descobriram.
No primeiro caso, é um agricultor que acidentalmente se depara com um tesouro escondido no campo onde estava a trabalhar e, visto que o campo não era de sua propriedade, decide arriscar todos os seus bens para comprar o campo e não perder aquela ocasião realmente excepcional; e no segundo caso, é um negociante de pérolas preciosas que, como bom conhecedor, identifica uma pérola de grande valor e, ele também, decide apostar tudo sobre aquela pérola, chegando a vender todas as outras.
Estas semelhanças, continuou o Papa, destacam duas características relacionadas com a posse do Reino de Deus: a procura e o sacrifício, pois o Reino de Deus é, sim, oferecido a todos, mas não é disponibilizado num prato de prata, é preciso procurar, caminhar, empenhar-se – reiterou Francisco:
“A atitude da procura é a condição essencial para encontrar; é necessário que o coração se abrase com o desejo de alcançar o bem precioso, ou seja, o Reino de Deus, que se faz presente na pessoa de Jesus. É Ele o tesouro escondido, é Ele a pérola de grande valor. Ele é a descoberta fundamental, que pode dar um impacto decisivo à nossa vida, enchendo-a de significado”.
Perante a descoberta inesperada, tanto o agricultor como o negociante percebem que têm diante de si uma oportunidade única a não perder, e portanto eles vendem tudo o que possuem, observa Francisco, ressaltando que a avaliação do valor inestimável do tesouro, leva-os os dois a uma decisão que também envolve sacrifício, desprendimentos e renúncias. Quando o tesouro e a pérola foram descobertos, isto é, quando encontramos o Senhor, não se deve deixar estéril esta descoberta, mas sacrificar por ela qualquer outra coisa, disse o Pontífice, que também acrescentou:
“Não se trata de desprezar o resto, mas de subordiná-lo a Jesus, colocando a Ele em primeiro lugar. O discípulo de Cristo não é alguém que se privou de algo essencial; é alguém que encontrou muito mais: encontrou a alegria plena que só o Senhor pode dar. É a alegria evangélica dos doentes curados; dos pecadores perdoados; do ladrão a quem se abre a porta do paraíso”.
Trata-se, pois, da alegria do Evangelho que enche o coração e toda a vida daqueles que se encontram com Jesus, pois na verdade os que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento.
Hoje somos convidados a contemplar a alegria do agricultor e do negociante das parábolas, é a alegria de cada um de nós quando descobrimos a proximidade e a presença consoladora de Jesus na nossa vida, uma presença que transforma o coração e nos abre às necessidades e ao acolhimento dos irmãos, especialmente os mais fracos – concluiu Francisco convidando todos a rezar, por intercessão da Virgem Maria, para que cada um de nós saiba testemunhar, com as palavras e os gestos de cada dia, a alegria de ter encontrado o tesouro do Reino de Deus, isto é, o amor que o Pai nos deu mediante o seu Filho Jesus.
Após o Angelus Francisco recordou o Dia Mundial de luta contra o tráfico de seres humanos que hoje se comemora:
“Hoje celebra-se o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, promovido pelas Nações Unidas. Todos os anos, milhares de homens, mulheres e crianças são vítimas inocentes da exploração laboral e sexual e do tráfico de órgãos. E parece que estamos de tal maneira habituados a ele que o consideramos uma coisa normal. Isto é feio, é cruel, é criminoso. Quero recordar o empenho de todos para que este flagelo aberrante, uma forma de escravidão moderna, seja adequadamente combatida. Rezemos juntos à Virgem Maria para que sustente as vítimas do tráfico de pessoas e converta os corações dos traficantes”.
Em seguida o Papa dirigiu uma saudação a todos, romanos e peregrinos, e em particular saudou as Irmãs Murialdinas de São José, as Noviças das Irmãs de Maria Auxiliadora, os Acólitos de várias paróquias italianas, e o clube italiano de Hockey Feminino de Buenos Aires.
E a todos Francisco desejou bom domingo pedindo, por favor, para que não nos esqueçamos de rezar por ele.
Bom almoço e até logo!
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Papa: criminoso habituar-se ao tráfico de pessoas, flagelo aberrante

2017-07-30 Rádio Vaticana

Dia Internacional contra o tráfico de seres humanos. O Papa lançou um forte apelo para a luta comum contra este flagelo aberrante, uma forma de escravidão moderna à qual é criminoso habituar-se.
Neste Dia Internacional promovido pelas Nações Unidas contra o tráfico de seres humanos e em que se vêem iniciativas e vigílias de oração em todo o mundo, eleva-se com força a voz do Papa, no fim da oração do Angelus, com um apelo para que todos combatam com empenho adequado "este flagelo aberrante", esta forma de "escravidão moderna". "É feio, cruel e criminoso", afirma Francisco, habituar-se quase a  considerar uma 'coisa normal' as milhares de vítimas inocentes em cada ano da exploração laboral e sexual e do tráfico de órgãos. "O Pontífice confiou estas vítimas ao sustento da Virgem Maria a quem pediu para "converter o coração dos traficantes”
Ouça aqui as palavras do Papa Francisco durante o Angelus:
 

Também os dados deixam claro como o fenómeno é vergonhoso: estão envolvidas entre 21 e 35 milhões de pessoas, principalmente mulheres e crianças. Uma vítima em cada quatro é, de facto, um menor, segundo um relatório da Save The Children, e as principais formas de exploração perpetradas pelos traficantes são a prostituição e o trabalho escravo, mas não faltam as novas formas de escravidão, como a ‘barriga de aluguer’ e os casamentos arranjados. De um "crime terrível e inaceitável que reaparece periodicamente na história da humanidade” e desafia as nossas consciências” falou também o presidente italiano Mattarella num comunicado, salientando a necessidade de uma luta forte e uma 'visão de conjunto' para além da promoção da cooperação e do desenvolvimento "para eliminar a extrema pobreza que leva a confiar em organizações criminosas sem escrúpulos”. (BS)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Santo Santo do Dia : Santo Inácio de Loyola, reconhecido tendo a alma maior que o mundo

Santo Inácio de LoyolaA única ambição de santo Inácio de Loyola tornou-se a aventura de salvar almas e o seu amor a Jesus

Neste dia celebramos a memória deste santo que, em sua bula de canonização, foi reconhecido como tendo “uma alma maior que o mundo”.
Inácio nasceu em Loyola na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa (era o mais novo de doze irmãos), ao ponto de receber com 14 anos a tonsura, mas preferiu a carreira militar e assim como jovem valente entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores. Aconteceu que, durante a defesa do castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna, precisando assim ficar paralisado por um tempo; desse mal Deus tirou o bem da sua conversão, já que depois de ler a vida de Jesus e alguns livros da vida dos santos concluiu: “São Francisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. São Domingos isso, pois eu tenho também de o fazer”.
Realmente ele fez, como os santos o fizeram, e levou muitos a fazerem “tudo para a maior glória de Deus”, pois pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus “famosos” exercícios espirituais, e logo depois de estudar Filosofia e Teologia lançou os fundamentos da Companhia de Jesus.
A instituição de Inácio iniciada em 1534 era algo novo e original, além de providencial para os tempos da Contra-Reforma. Ele mesmo esclarece: “O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo”.
Com Deus, Santo Inácio de Loyola conseguiu testemunhar sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura do salvar almas e o seu amor a Jesus. Foi para o céu com 65 anos e lá intercede para que nós façamos o mesmo agora “com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade”, repetia.
Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!

Liturgia Diária : 17ª Semana do Tempo Comum - Segunda-feira 31/07/2017

Primeira Leitura  (Êx 32,15-24.30-34)
Leitura do Livro do Êxodo.
Naqueles dias, 15Moisés voltou do cume da montanha, trazendo nas mãos as duas tábuas da aliança, que estavam escritas de ambos os lados. 16Elas eram obra de Deus e a escritura nelas gravada era a escritura mesma de Deus.
17Josué, ouvindo o tumulto do povo que gritava, disse a Moisés: “Há gritos de guerra no acampamento!” 18Moisés respondeu: “Não são gritos de vitória nem gritos de derrota; o que ouço são vozes de gente que canta”.
19Quando chegou perto do acampamento e viu o bezerro e as danças, Moisés encheu-se de ira e arremessou por terra as tábuas quebrando-as no sopé da montanha. 20Em seguida, apoderou-se do bezerro que haviam feito, queimou-o e triturou-o, até reduzi-lo a pó. Depois espalhou o pó na água, e fez os filhos de Israel beberem dela.
21Moisés disse a Aarão: “Que te fez este povo, para atraíres sobre ele tão grande pecado?” 22Aarão respondeu: “Não se indigne o meu senhor. Tu bem sabes que este povo é inclinado ao mal. 23Eles me disseram: ‘Faze-nos deuses que caminhem à nossa frente, pois quanto àquele Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu’. 24Eu, então, lhes disse: ‘Quem de vós tem ouro?’ Eles trouxeram ouro e me entregaram, e eu lancei-o no fogo e saiu este bezerro”.
30No dia seguinte, Moisés disse ao povo: “Vós cometestes um grandíssimo pecado. Mas vou subir ao Senhor para ver se de algum modo poderei obter perdão para o vosso delito”.
31Moisés voltou para junto do Senhor, e disse: “Ah! este povo cometeu um grandíssimo pecado: fizeram para si deuses de ouro. 32Peço-te que lhe perdoes esta culpa, senão, risca-me do livro que escreveste”.
33O Senhor respondeu a Moisés: “É aquele que pecou contra mim que eu riscarei do meu livro. 34E agora vai, e conduze este povo para onde eu te disse. O meu anjo irá à tua frente; mas, quando chegar o dia do castigo, eu os punirei por este seu pecado”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.