segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Papa: diante de nossos fechamentos, Deus não coloca freios em seu amor

 

Jovens da Ação Católica Italiana soltaram balões na Praça São Pedro, como sinal de esperançaJovens da Ação Católica Italiana soltaram balões na Praça São Pedro, como sinal de esperança  (Vatican Media)

Os longos anos de caminhada podem nos levar a pensar que conhecemos bem o Senhor, e assim nos fecharmos às suas novidades e surpresas, fixos em nossas posições. Para evitar isto, devemos ter a mente aberta e o coração simples e humilde: "O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor nos surpreende sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano


“Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade, nos mostre o caminho para acolher Jesus.” E para acolher as suas novidades, devemos purificar-nos no "rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis de humildade."

A reflexão do Papa Francisco no Angelus deste IV Domingo do Tempo Comum versa sobre a acolhida a Deus e seus desígnios, e parte do Evangelho de Lucas proposto pela Liturgia do dia, que “narra a primeira pregação de Jesus em sua cidade, Nazaré”, e "o êxito foi amargo", encontra "incompreensão e  também hostilidade".

De fato, "seus conterrâneos, mais do que uma palavra de verdade – começa explicando Francisco aos fiéis reunidos na Praça São Pedro - queriam milagres, sinais prodigiosos”. Mas “o Senhor não realiza nenhum e eles o rejeitam, porque dizem que já o conhecem desde criança, que é o filho de José, e assim por diante”, o que leva Jesus a pronunciar a célebre frase: "Nenhum profeta é bem recebido em sua terra".

Deus não coloca freios em seu amor

 

Mas se Jesus, conhecendo o coração dos seus e sabendo dos riscos que corria de ser rejeitado, por que foi pregar em sua cidade assim mesmo? - pergunta o Papa -, ”por que fazer o bem a pessoas que não estão dispostas a te acolher?”:

“Essa é uma pergunta que também nós muitas vezes nos fazemos. Mas é uma pergunta que nos ajuda a compreender melhor Deus: Ele, diante de nossos fechamentos, não retrocede: não coloca freios em seu amor. Vemos um reflexo disso naqueles pais que têm consciência da ingratidão de seus filhos, mas nem por isso deixam de amá-los e de fazer-lhes o bem. Deus é assim, mas em um nível muito mais elevado. E hoje ele convida também a nós a acreditar no bem, a não deixar de fazer o bem.”

Humildade e disponibilidade

 

“Eles não foram acolhedores, e nós?”. A hostilidade em relação a Jesus – observou Francisco - também nos provoca. E para ilustrar os “modelos de acolhida que Jesus propõe hoje a seus conterrâneos e a nós”, volta seu pensamento aos dois livros de Reis, que falam de dois estrangeiros – a viúva de Sarepta de Sidônia e Naamã, o sírio – que acolhem Elias – “apesar da fome e embora o profeta fosse perseguido político-religioso” e Eliseu – “que o levou a se humilhar, a banhar-se sete vezes no rio, como se fosse uma criança ignorante”.

Quer a viúva como Naamã, “acolheram com sua disponibilidade e humildade. O modo de acolher Deus é sempre ser disponível, acolhê-Lo e ser humilde". Ou seja, a fé passa pela “disponibilidade e humildade". Eles “não rejeitaram os caminhos de Deus e de seus profetas; foram dóceis, não rígidos e fechados”:

“Irmãos e irmãs, também Jesus percorre o caminho dos profetas: apresenta-se como não esperávamos. Não o encontra quem procura milagres, se nós buscarmos milagres não encontraremos Jesus, quem busca novas sensações, experiências íntimas, coisas estranhas, não! Quem busca uma fé feita de poder e sinais externos. Não, não o encontrará. Somente o encontra, por outro lado, quem aceita seus caminhos e seus desafios, sem lamentações, sem suspeitas, sem críticas e sem cara feia.”

Para evitar fechamentos, o Senhor pede mente aberta e coração simples

 

Assim, Jesus nos pede para acolhê-Lo na realidade cotidiana, na Igreja de hoje, nos necessitados, nos problemas na família, nos pais, nos filhos, nos avós, "acolher Deus ali, onde Ele está, e nos convida a nos purificarmos no rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis ​​de humildade. É preciso humildade para encontrar Deus, para deixar-se encontrar por Ele”:

“E nós, somos acolhedores ou nos assemelhamos aos seus conterrâneos, que achavam que sabiam tudo sobre ele? 'Eu estudei teologia, fiz aquele curso de catequese...eu sei tudo sobre Jesus', como um "tolo"... Não seja tolo, tu não conheces Jesus. Quem sabe, depois de tantos anos sendo crentes, pensamos que conhecemos bem o Senhor, com nossas ideias e nossos julgamentos, tantas vezes. O risco é de nos acostumarmos com Jesus, fechando-nos às suas novidades, ao momento em que Ele bate à porta e te diz uma coisa nova, quer entrar em ti. Nós devemos sair desse estar fixos em nossas posições. O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor nos surpreende sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".”

Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade - disse ao concluir - nos mostre o caminho para acolher Jesus

 

Fonte: Vatican News 


Artigo: O trabalho constrói a paz

 Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

 

 

O trabalho é fator indispensável para construir e preservar a paz, afirma o Papa Francisco, no rico horizonte da Doutrina Social da Igreja Católica, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz. Diante dos olhos está, pois, um desafio para governos: exercer a sua tarefa de gerar condições para a criação de postos de trabalho, buscando garantir o necessário equilíbrio social e, consequentemente, a paz. Lógicas e intuições são preciosas na promoção de mudanças que favoreçam condições justas e humanas de trabalho, evitando situações de convulsão social, em razão do sofrimento de muitos desempregados. O ponto de partida é compreender que o trabalho é uma forma de expressão do ser humano e de suas habilidades, reconhecendo a sua essencialidade na organização social, para inspirar escolhas políticas que determinem os rumos da economia. 

Abominável é a lógica econômica que, hierarquicamente, vê o lucro acima de tudo, desconsiderando a função social do trabalho. Uma perspectiva que produz escravizações, escassez de oportunidades e, consequentemente, impede que muitos se sintam realizados. A mensagem social da Igreja é um contraponto, pois considera que para além de sua dimensão técnica, produtiva e do seu caráter profissional, o trabalho é essencial à condição humana. O exercício profissional garante o próprio sustento e de familiares, reveste-se do sentido de colaboração com os outros, pois sempre se trabalha com alguém ou para alguém.  Deve-se, pois, reconhecer a essencialidade da dimensão social do trabalho – veículo e alavanca na construção da paz. 

A organização política e econômica da sociedade, para que haja paz, não pode abrir mão de uma qualificada compreensão a respeito do trabalho, força humana para edificar um contexto social nos parâmetros do dom da paz. Pelo trabalho, qualificado e valorizado, contemplando diferentes aptidões e carismas, invenções e criatividades, cada pessoa exerce a sua tarefa vocacional de contribuir para a constituição de um mundo cada vez mais belo. A criação de oportunidades de trabalho é, nesse sentido, sinal de competência política, na avaliação de governos e de seus desempenhos.  A carência de oportunidades para profissionais projeta fracassos variados, traduzidos nas muitas formas de desigualdade social que alimentam discriminações, preconceitos, descompassando a cultura da paz.    

Descompassos na cultura da paz são vetores de muitos outros fracassos, ferindo de morte a beleza e a dignidade da vida – dom precioso e inviolável. Por isso, o Papa Francisco adverte sobre a gravidade da situação do mundo do trabalho, acentuada pela pandemia da COVID-19, urgindo providências e respostas inteligentes. Uma tarefa governamental que não pode ser simplesmente delegada a agentes econômicos com concepção estreita sobre o trabalho, nos parâmetros do dinheiro e do lucro. A falência de milhões de atividades econômicas e produtivas deve ser adequadamente tratada, pois é uma das razões do crescimento da vulnerabilidade social. A situação é dramática e requer velocidade e assertividade nas respostas, especialmente daqueles que são líderes políticos. Os que são responsáveis por balizar e pautar a vida social não podem delegar ao mercado ou a outras instâncias da sociedade a busca por solução. 

O Papa Francisco chama a atenção em relação à devastação impactante com a crise da economia, gerando exclusões terríveis e graves consequências, dentre elas está o horror da fome. Sem uma reviravolta no mundo do trabalho não se conseguirá promover mudanças nas precárias condições vividas por muitas famílias, expostas a várias formas de escravidão. Ora, onde há escravidão a paz está comprometida, sua destruição é progressiva, pois se desrespeita a dignidade humana. Assusta saber que atualmente apenas um terço da população do planeta em idade laboral insere-se em um sistema de proteção social, e muitas vezes recebendo amparo de modo limitado. 

Neste cenário, o bem comum está fatidicamente comprometido, provocando o crescimento da violência e da criminalidade organizada, sufocando a liberdade, permitindo a contaminação ainda mais grave de uma economia já muito adoecida. Urgente, pois, é ampliar oportunidades de trabalho, por meio da atuação de governos competentes, com sensibilidade social, capazes de reconhecer que o trabalho é uma base para a construção da justiça e da solidariedade. O momento exige competência política na determinação de novos rumos, urgentemente, partindo do princípio incontestável de que o trabalho constrói a paz. 

Fonte: CNBB

Pe. Zezinho aos arrogantes: “Não se achem maiores que os outros!”

 

Padre Zezinho

Pe. Zezinho / Nicolaes Maes ("Jesus abençoa as crianças"), domínio público


Aleteia Brasil - publicado em 04/09/20

"Quem pensa que é o máximo deveria curvar-se todos os dias até o chão por escolha própria, antes que a vida o dobre e humilhe"

Via rede social, o pe. Zezinho comentou sobre as pessoas humildes e aquelas que se acham melhores que as outras:

PESSOA HUMILDE tem a ver com HUMO: CHÃO. Curva-se até o chão se for preciso para criar paz. Não se acha maior do que os outros, reconhece a autoridade do outro, aceita que os outros têm valores com os quais pode aprender, porque, de fato, alguns são melhores do que ele!

Jesus diz que esta pessoa é candidata à felicidade. Não é ser “capacho”. É ser “capaz” de criar paz! Mas quem se exalta acima dos outros e proclama que todos, no máximo, empatam com ele… e proclama, para quem quiser ouvir, que ninguém é maior do que ele e que chegou lá por mérito próprio, estamos diante de pessoa incapaz de alteridade! O outro está sempre abaixo dele. Faz isto e vive isto. Nem é preciso lembrar os ditadores do século XX. E não pense apenas em políticos deste ou daquele partido; pense em religiosos e pregadores, pseudofilósofos e artistas e gente famosa cuja fama subiu à cabeça!
Quem pensa que é o máximo deveria curvar-se todos os dias até o chão por escolha própria, antes que a vida o dobre e humilhe como aconteceu com o vaidoso rei Salomão! Terminou seus dias negando tudo o que construíra e ensinara! Se um dia fora sábio, terminou como besta quadrada!

Fonte: Aleteia 

Para encontrar Jesus é preciso aceitar seus caminhos sem lamentações, diz o papa

 

Papa Francisco / Crédito: Vatican Media

Vaticano, 30 jan. 22 / 01:45 pm (ACI).- Na oração do Ângelus de hoje, 30 de janeiro, o papa Francisco explicou aos católicos que para encontrar Jesus em suas vidas não precisam buscar milagres ou sinais externos, precisam aceitar seus caminhos sem lamentações, críticas ou caras feias.

Jesus “apresenta-se como não esperávamos. Não o encontra quem procura milagres, novas sensações, uma fé feita de poder e sinais externos”, disse o papa aos fiéis reunidos na praça de São Pedro.

“Somente o encontra, por outro lado, quem aceita seus caminhos e seus desafios, sem lamentações, sem suspeitas, sem críticas e sem cara feia. Em outras palavras, Jesus pede para acolhê-Lo na realidade cotidiana, na Igreja de hoje, como ela é; naqueles que estão perto de você todos os dias; no cuidado dos necessitados. Acolher Deus ali, onde Ele está, e nos convida a nos purificarmos no rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis ​​de humildade”, explicou o papa.

No início do Ângelus, o papa deu o exemplo do Evangelho, quando se narra a primeira pregação de Jesus na sua própria cidade, Nazaré, e a rejeição absoluta dos "seus".

“O resultado foi amargo: em vez de receber aprovação, Jesus encontra incompreensão e hostilidade (cf. Lc 4,21-30). Seus conterrâneos, mais do que uma palavra de verdade, queriam milagres, sinais prodigiosos. O Senhor não realiza nenhum e eles o rejeitam, porque dizem que já o conhecem desde criança, que é o filho de José”, recordou o papa.

Neste contexto, Francisco perguntou aos presentes: "E nós, somos acolhedores ou nos assemelhamos aos seus conterrâneos, que achavam que sabiam tudo sobre ele?"

“Quem sabe, depois de tantos anos sendo crentes, pensamos que conhecemos bem o Senhor, com nossas ideias e nossos julgamentos, tantas vezes. O risco é de nos acostumarmos com Jesus, fechando-nos às suas novidades, ao momento em que Ele bate à porta e te diz uma coisa nova, quer entrar em ti. Nós devemos sair desse estar fixos em nossas posições. O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples”, disse ele.

Por fim, Francisco pediu a “Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade”, que “nos mostre o caminho para acolher Jesus”.

Fonte: Acidigital

Sete frases para ser feliz como São João Bosco

 

10 fatos sobre os santos | Dom Bosco

Santo do Dia : São João Bosco

 

Nasceu perto de Turim, na Itália, em 16 de agosto de 1815. Muito cedo conheceu o que significava a palavra sofrimento, pois perdeu seu pai tendo apenas 2 anos. Sofreu incompreensões por causa de um irmão muito violento que teve. Dom Bosco quis ser sacerdote, mas sua mãe o alertava: “Se você quer ser padre para ser rico, eu não vou visitá-lo, porque nasci na pobreza e quero morrer nela”.

Logo, Dom Bosco foi crescendo diante do testemunho de sua mãe Margarida, uma mulher de oração e discernimento. Ele teve de sair muito cedo de casa, mas aquele seu desejo de ser padre o acompanhou. Entrou para o seminário em 1835 e, em junho de 1841, aos 26 anos de idade, ele recebeu a graça da ordenação sacerdotal. Um homem carismático, Dom Bosco sofreu. Desde cedo, ele foi visitado por sonhos proféticos que só vieram a se realizar ao longo dos anos. Um homem sensível, de caridade com os jovens, que se fez tudo para todos. Dom Bosco foi ao encontro da necessidade e da realidade daqueles jovens que não tinham onde viver e necessitavam de uma nova evangelização, de acolhimento. Um sacerdote corajoso, mas muito incompreendido. Foi chamado de louco por muitos, devido à sua ousadia e à sua docilidade ao Divino Espírito Santo.

Dom Bosco, criador dos oratórios, e, por meio desses, as catequeses e orientações profissionais foram surgindo para os jovens. Enfim, Dom Bosco era um homem voltado para o céu e, por isso, enraizado com o sofrimento humano, especialmente dos jovens. Grande devoto da Santíssima Virgem Auxiliadora, foi um homem de trabalho e oração. Exemplo para os jovens, foi pai e mestre, como encontramos citado na liturgia de hoje. São João Bosco foi modelo, mas também soube observar tantos outros exemplos. Em 1859, tendo o auxílio de Papa Pio IX, fundou a Congregação dos Salesianos dedicada à proteção de São Francisco de Sales, que foi o santo da mansidão. Isso Dom Bosco foi também para aqueles jovens e para muitos, inclusive aqueles que não o compreendiam.

Para a Canção Nova, para a Igreja e para todos nós, ele é um grande intercessor, porque viveu a intimidade com Nosso Senhor. Homem orante, de um trabalho santificado, em tudo viveu a inspiração de Deus. Deixou uma grande família, um grande exemplo de como viver na graça, fiel ao Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em 31 de janeiro de 1888, tendo se desgastado por amor a Deus e pela salvação das almas, ele partiu, mas está conosco no seu testemunho e na sua intercessão. Foi beatificado por Pio XI em 2 de junho de 1929 e canonizado pelo mesmo em 1 de abril de 1934. Por ocasião do centenário de sua morte, São João Paulo II, o declarou “pai e mestre da juventude”.

São João Bosco, rogai por nós!

Oração a São João Bosco:

Oh, Dom Bosco Santo, que com tão grande amor e zelo, cultivastes às múltiplas formas de ação católica que hoje florescem na Igreja, concedei a suas associações o maior progresso e desenvolvimento. Redobrai, em todos os corações, a devoção à Santíssima Eucaristia e a Maria Auxiliadora dos cristãos.

Acrescentai neles o amor ao Papa, o zelo pela propagação da fé, um solícito esmero pela educação da juventude e grandes entusiasmos para suscitar novas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias. Fazei que, em cada uma das nações, fomente-se e inicie a guerra contra a blasfêmia, o mal falar e a imprensa ímpia; fazendo surgir em todas as partes novos cooperadores para as diversas formas de apostolado recomendadas pelo Vigário de Cristo.

Infundi em todos os corações católicos a chama de vosso zelo, para que, vivendo em caridade difusiva, possam, ao fim de suas vidas, recolher o fruto das muitas obras boas praticadas durante ela.

Rezar um Pai-Nosso, Deus te salve e Glória.

Liturgia Diária : COR LITÚRGICA: BRANCO-4ª Semana Comum | São João Bosco | Segunda-feira

Primeira Leitura (2Sm 15,13-14.30;16,5-13a)

Leitura do Segundo Livro de Samuel.

Naqueles dias, 13um mensageiro veio dizer a Davi: “As simpatias de todo o Israel estão com Absalão”. 14Davi disse aos servos que estavam com ele em Jerusalém: “Depressa, fujamos, porque, de outro modo, não podemos escapar de Absalão! A­pres­­sai-vos em partir, para que não aconteça que ele, chegando, nos apanhe, traga sobre nós a ruína, e passe a cidade ao fio da espada”. 30Davi caminhava chorando, enquanto subia o monte das Oliveiras, com a cabeça coberta e os pés descalços. E todo o povo que o acompanhava subia também chorando, com a cabeça coberta.

16,5Quando o rei chegou a Bau­rim, saiu de lá um homem da parentela de Saul, chamado Semei, filho de Gera, que ia proferindo maldições enquanto andava. 6Atirava pedras contra Davi e contra todos os servos do rei, embora toda a tropa e todos os homens de elite seguissem agrupados à direita e à esquerda do rei Davi. 7Semei amaldiçoava-o, dizendo: “Vai-te embora! Vai-te embora, homem sanguinário e criminoso! 8O Senhor fez cair sobre ti todo o sangue da casa de Saul, cujo trono usurpaste, e entregou o trono a teu filho Absalão. Tu estás entregue à tua própria maldade, porque és um homem sanguinário”.

9Então Abisai, filho de Sarvia, disse ao rei: “Por que há de este cão morto continuar amaldiçoando o senhor, meu rei? Deixa-me passar para lhe cortar a cabeça”. 10Mas o rei respondeu: “Não te intrometas, filho de Sarvia! Se ele amaldiçoa e se o Senhor o mandou maldizer a Davi, quem poderia dizer-lhe: ‘Por que fazes isto?’”. 11E Davi disse a Abisai e a todos os seus servos: “Vede: Se meu filho, que saiu das minhas entranhas, atenta contra a minha vida, com mais razão esse filho de Benjamim. Deixai-o amaldiçoar, conforme a permissão do Senhor. 12Talvez o Senhor leve em conta a minha miséria, restituindo-me a ventura em lugar da maldição de hoje”. 13aE Davi e seus homens seguiram adiante.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus. 

Responsório (Sl 3)

— Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!

— Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!

— Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam; quanta gente se levanta contra mim! Muitos dizem, comentando a meu respeito: “Ele não acha a salvação junto de Deus!”

— Mas sois vós o meu escudo protetor, a minha glória que levanta minha cabeça! Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor, do Monte santo ele me ouviu e respondeu.

— Eu me deito e adormeço bem tranquilo; acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento. Não terei medo de milhares que me cerquem e furiosos se levantem contra mim. Levan­tai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!


Evangelho (Mc 5,1-20)                                 



— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos ge­rasenos. 2Logo que saiu da barca, um homem possuído por um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi a seu encontro.

3Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 

4Muitasvezes tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo.

5Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altís­simo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes!” 8Com efeito, Jesus lhe dizia: “Espírito impuro, sai desse homem!” 9Então Jesus perguntou: “Qual é o teu nome?” O homem respondeu: “Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos”. 10E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região.

11Havia aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. 12O espírito impuro suplicou, então: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles”. 13Jesus permitiu. Os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. E toda manada — mais ou menos uns dois mil porcos — atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. 14Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. 15Elas foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, aquele mesmo que antes estava possuído por Legião. E ficaram com medo.

16Os que tinham presenciado o fato explicaram-lhes o que havia acontecido com o endemoninhado e com os porcos. 17Então começaram a pedir que Jesus fosse embora da região deles. 18Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido en­de­mo­ninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. 19Jesus, porém, não permitiu. Entretanto, lhe disse: “Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20E o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Compreendendo e Refletindo


O espírito mau tem o poder de adoecer o seu coração

“Logo que saiu da barca, um homem possuído por um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi a seu encontro. Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. Muitas vezes, tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo. Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras” (Marcos 5,2-5).

Espírito impuro”, a tradução original é “o espírito que sabe da morte”, e é esse espírito que possui o coração desse homem. Ele dominou aquele homem com o medo da morte, o oposto daquilo que é o Espírito Santo, que dá a vida e nos ensina tudo sobre a vida. Diz a Palavra que ele estava no meio dos sepulcros.

“Sepulcro”, em grego, quer dizer “memorial”, memória de morte; na mesma raiz da palavra morte, nós temos a palavra sepulcro. Aquele espírito aprisionou o homem na memória da morte. Veja que forte! Aquele homem só pensava na morte, ele não pensava mais na vida, ele vivia constantemente para pensar na morte. O espírito tirou daquele homem a alegria, o convívio, a liberdade, a esperança, e é isso que o mal faz conosco: tira a nossa vitalidade, tira de nós a nossa capacidade de esperar em Deus.

Diz a Palavra que ele foi ao encontro de Jesus. A força de atração do amor de Cristo é tão grande, que nem mesmo o mal pode resistir a ela. Veja, esse homem vai ao encontro de Jesus. Duas situações daquele homem: nada pode prendê-lo e ele se fere com pedras.

O mal tira a nossa vitalidade, tira de nós a nossa capacidade de esperar em Deus

Dois pontos para meditarmos. O primeiro: nada consegue prendê-lo. Quando as nossas relações estão doentes, não nos ligamos mais a ninguém, não conseguimos mais ter o nosso coração em nada, nós nos isolamos ou rompemos com os nossos relacionamentos. Algo está errado! O perigo do ódio, do ressentimento, da mágoa, da mágoa contra alguém, contra alguma situação, isso nos liga tão fortemente ao mal e adoece o nosso coração. Por isso, a importância do perdão, a importância da reconciliação nos nossos relacionamentos – relacionamentos familiares, relacionamentos afetivos, relacionamentos em comunidade. O perdão precisa sempre reinar em nossos corações.

A segunda coisa: aquele homem começa a se ferir com pedras. O problema da autolesão, o homem começa a se fazer mal. Existem pessoas que se ferem com estiletes, com remédios, com veneno, com drogas, com escolhas que sabem que vão lhe fazer mal, mas elas insistem e continuam fazendo essas escolhas. Tem muita gente se fazendo mal, tem muita gente na mesma condição desse homem: oprimidos por um espírito impuro, um espírito maligno que faz com que a pessoa se autodestrua, que ela tire a sua dignidade de filho e filha de Deus e comece a se fazer mal.

Jesus expulsa esse demônio! Ele diz: “Sai dele!”, porque só Cristo pode nos devolver a vida, só Cristo pode nos devolver a liberdade. Lance-se aos pés de Jesus, apresente ao Senhor, hoje, a condição na qual você se encontra, porque Ele quer libertar você, quer fazer de você uma pessoa nova.

Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Padre Donizete Ferreira- Canção Nova