domingo, 31 de março de 2013

Papa Francisco preside Vigília Pascal:"não nos fechemos à novidade que Deus quer trazer à nossa vida!"

2013-03-31 Rádio Vaticana
 
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu na noite deste Sábado Santo, na Basílica de São Pedro a solene Vigília de Páscoa. O Rito teve início no átrio da Basílica com a Benção do Fogo e a preparação do Círio Pascal. Durante a procissão em direção do Altar com o Círio Pascal aceso cantou-se o Exultet; em seguida a Liturgia da Palavara, a Liturgia Batismal – durante a qual o Papa administrou os Sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Crisma e Primeira Comunhão) a 4 neófitos, provenientes da Itália, Albânia, Rússia e Estados Unidos.
Eis na íntegra a homilia proferida pelo Papa Francisco em italiano:

Amados irmãos e irmãs!
1. No Evangelho desta noite luminosa da Vigília Pascal, encontramos em primeiro lugar as mulheres que vão ao sepulcro de Jesus levando perfumes para ungir o corpo d’Ele (cf. Lc 24, 1-3). Vão cumprir um gesto de piedade, de afeto, de amor, um gesto tradicionalmente feito a um ente querido falecido, como fazemos nós também. Elas tinham seguido Jesus, ouviram-No, sentiram-se compreendidas na sua dignidade e acompanharam-No até ao fim no Calvário e ao momento da descida do seu corpo da cruz. Podemos imaginar os sentimentos delas enquanto caminham para o túmulo: tanta tristeza, tanta pena porque Jesus as deixara; morreu, a sua história terminou. Agora se tornava à vida que levavam antes. Contudo, nas mulheres, continuava o amor, e foi o amor por Jesus que as impelira a irem ao sepulcro. Mas, chegadas lá, verificam algo totalmente inesperado, algo de novo que lhes transtorna o coração e os seus programas e subverterá a sua vida: vêem a pedra removida do sepulcro, aproximam-se e não encontram o corpo do Senhor. O caso deixa-as perplexas, hesitantes, cheias de interrogações: «Que aconteceu?», «Que sentido tem tudo isto?» (cf. Lc 24, 4). Porventura não se dá o mesmo também conosco, quando acontece qualquer coisa de verdadeiramente novo na cadência diária das coisas? Paramos, não entendemos, não sabemos como enfrentá-la. Frequentemente mete-nos medo a novidade, incluindo a novidade que Deus nos traz, a novidade que Deus nos pede. Fazemos como os apóstolos, no Evangelho: muitas vezes preferimos manter as nossas seguranças, parar junto de um túmulo com o pensamento num defunto que, no fim de contas, vive só na memória da história, como as grandes figuras do passado. Tememos as surpresas de Deus; temos medo das surpresas de Deus! Ele não cessa de nos surpreender! Irmãos e irmãs, não nos fechemos à novidade que Deus quer trazer à nossa vida! Muitas vezes sucede que nos sentimos cansados, desiludidos, tristes, sentimos o peso dos nossos pecados, pensamos que não conseguimos? Não nos fechemos em nós mesmos, não percamos a confiança, não nos demos jamais por vencidos: não há situações que Deus não possa mudar; não há pecado que não possa perdoar, se nos abrirmos a Ele.
2. Mas voltemos ao Evangelho, às mulheres, para vermos mais um ponto. Elas encontram o túmulo vazio, o corpo de Jesus não está lá… Algo de novo acontecera, mas ainda nada de claro resulta de tudo aquilo: levanta questões, deixa perplexos, sem oferecer uma resposta. E eis que aparecem dois homens em trajes resplandecentes, dizendo: «Porque buscais o Vivente entre os mortos? Não está aqui; ressuscitou!» (Lc 24, 5-6). E aquilo que começara como um simples gesto, certamente cumprido por amor – ir ao sepulcro –, transforma-se em acontecimento, e num acontecimento tal que muda verdadeiramente a vida. Nada mais permanece como antes, e não só na vida daquelas mulheres mas também na nossa vida e na história da humanidade. Jesus não está morto, ressuscitou, é o Vivente! Não regressou simplesmente à vida, mas é a própria vida, porque é o Filho de Deus, que é o Vivente (cf. Nm 14, 21-28; Dt 5, 26, Js 3, 10). Jesus já não está no passado, mas vive no presente e lança-Se para o futuro: é o «hoje» eterno de Deus. Assim se apresenta a novidade de Deus diante dos olhos das mulheres, dos discípulos, de todos nós: a vitória sobre o pecado, sobre o mal, sobre a morte, sobre tudo o que oprime a vida e lhe dá um rosto menos humano. E isto é uma mensagem dirigida a mim, a ti, amada irmã e amado irmão. Quantas vezes precisamos que o Amor nos diga: Porque buscais o Vivente entre os mortos? Os problemas, as preocupações de todos os dias tendem a fechar-nos em nós mesmos, na tristeza, na amargura… e aí está a morte. Não procuremos aí o Vivente! Aceita então que Jesus Ressuscitado entre na tua vida, acolhe-O como amigo, com confiança: Ele é a vida! Se até agora estiveste longe d’Ele, basta que faças um pequeno passo e Ele te acolherá de braços abertos. Se és indiferente, aceita arriscar: não ficarás desiludido. Se te parece difícil segui-Lo, não tenhas medo, entrega-te a Ele, podes estar seguro de que Ele está perto de ti, está contigo e dar-te-á a paz que procuras e a força para viver como Ele quer.
3. Há ainda um último elemento, simples, que quero sublinhar no Evangelho desta luminosa Vigília Pascal. As mulheres se encontram com a novidade de Deus: Jesus ressuscitou, é o Vivente! Mas, à vista do túmulo vazio e dos dois homens em trajes resplandecentes, a primeira reação que têm é de medo: «amedrontadas – observa Lucas –, voltaram o rosto para o chão», não tinham a coragem sequer de olhar. Mas, quando ouvem o anúncio da Ressurreição, acolhem-no com fé. E os dois homens em trajes resplandecentes introduzem um verbo fundamental: «Lembrai-vos de como vos falou, quando ainda estava na Galiléia (...) Recordaram-se então das suas palavras» (Lc 24, 6.8). É o convite a fazer memória do encontro com Jesus, das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida; e é precisamente este recordar amorosamente a experiência com o Mestre que faz as mulheres superarem todo o medo e levarem o anúncio da Ressurreição aos Apóstolos e a todos os restantes (cf. Lc 24, 9). Fazer memória daquilo que Deus fez e continua a fazer por mim, por nós, fazer memória do caminho percorrido; e isto abre de par em par o coração à esperança para o futuro. Aprendamos a fazer memória daquilo que Deus fez na nossa vida.
Nesta Noite de luz, invocando a intercessão da Virgem Maria, que guardava todos os acontecimentos no seu coração (cf. Lc 2, 19.51), peçamos ao Senhor que nos torne participantes da sua Ressurreição: que nos abra à sua novidade que transforma, às surpresas de Deus; que nos torne homens e mulheres capazes de fazer memória daquilo que Ele opera na nossa história pessoal e na do mundo; que nos torne capazes de O percebermos como o Vivente, vivo e operante no meio de nós; que nos ensine cada dia a não procurarmos entre os mortos Aquele que está vivo. Assim seja. (SP) Fonte: News.VA

Papa Francisco concede Bênção Urbi et Orbi


2013-03-31 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – Após a celebração da Missa de Páscoa, Papa Francisco assomou ao balcão central da Basílica de São Pedro para conceder a tradicional Benção Urbi et Orbi (para a cidade e o mundo), a Indulgência Plenária e os augurios de Boa Páscoa. Antes da leitura da mensagem e após conceder a Indulgência, as bandas da Guarda Suiça e das Armas italianas executaram trechos dos hinos Pontifício e da Itália.
Na mensagem Urbi et Orbi, o Santo Padre falou sobre como Jesus e sua misericórdia são a resposta a tantos desertos atravessados pelo homem hoje, apelou pela paz em todo o mundo, especialmente naquelas regiões palco de conflitos e nos convidou a sermos guardiões da criação.
Eis na íntegra a mensagem:
“Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro, boa Páscoa!
Que grande alegria é para mim poder dar-vos este anúncio: Cristo ressuscitou! Queria que chegasse a cada casa, a cada família e, especialmente onde há mais sofrimento, aos hospitais, às prisões... Sobretudo queria que chegasse a todos os corações, porque é lá que Deus quer semear esta Boa Nova: Jesus ressuscitou, uma esperança despertou para ti, já não estás sob o domínio do pecado, do mal! Venceu o amor, venceu a misericórdia!
Também nós, como as mulheres discípulas de Jesus que foram ao sepulcro e o encontraram vazio, nos podemos interrogar que sentido tenha este acontecimento (cf. Lc 24, 4). Que significa o fato de Jesus ter ressuscitado? Significa que o amor de Deus é mais forte que o mal e a própria morte; significa que o amor de Deus pode transformar a nossa vida, fazer florir aquelas parcelas de deserto que ainda existem no nosso coração.
Este mesmo amor pelo qual o Filho de Deus Se fez homem e prosseguiu até ao extremo no caminho da humildade e do dom de Si mesmo, até a morada dos mortos, ao abismo da separação de Deus, este mesmo amor misericordioso inundou de luz o corpo morto de Jesus e transfigurou-o, o fez passar à vida eterna. Jesus não voltou à vida que tinha antes, à vida terrena, mas entrou na vida gloriosa de Deus e o fez com a nossa humanidade, abrindo-nos um futuro de esperança. Eis o que é a Páscoa: é o êxodo, a passagem do homem da escravidão do pecado, do mal, à liberdade do amor, do bem. Porque Deus é vida, somente vida, e a sua glória é o homem vivo (cf. Ireneu, Adversus haereses, 4, 20, 5-7).
Amados irmãos e irmãs, Cristo morreu e ressuscitou de uma vez para sempre e para todos, mas a força da Ressurreição, esta passagem da escravidão do mal à liberdade do bem, deve realizar-se em todos os tempos, nos espaços concretos da nossa existência, na nossa vida de cada dia. Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda hoje! Sobretudo o deserto que existe dentro dele, quando falta o amor a Deus e ao próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador nos deu e continua a dar. Mas a misericórdia de Deus pode fazer florir mesmo a terra mais árida, pode devolver a vida aos ossos ressequidos (cf. Ez 37, 1-14).
Eis, portanto, o convite que dirijo a todos: acolhamos a graça da Ressurreição de Cristo! Deixemo-nos renovar pela misericórdia de Deus, deixemo-nos amar por Jesus, deixemos que a força do seu amor transforme também a nossa vida, tornando-nos instrumentos desta misericórdia, canais através dos quais Deus possa irrigar a terra, guardar a criação inteira e fazer florir a justiça e a paz.E assim, a Jesus ressuscitado que transforma a morte em vida, peçamos para mudar o ódio em amor, a vingança em perdão, a guerra em paz. Sim, Cristo é a nossa paz e, por seu intermédio, imploramos a paz para o mundo inteiro.
Paz para o Oriente Médio, especialmente entre israelitas e palestinos, que sentem dificuldade em encontrar a estrada da concórdia, a fim de que retomem, com coragem e disponibilidade, as negociações para pôr termo a um conflito que já dura há demasiado tempo. Paz no Iraque, para que cesse definitivamente toda a violência, e sobretudo para a amada Síria, para a sua população vítima do conflito e para os numerosos refugiados, que esperam ajuda e conforto. Já foi derramado tanto sangue… Quantos sofrimentos deverão ainda atravessar antes de se conseguir encontrar uma solução política para a crise?
Paz para a África, cenário ainda de sangrentos conflitos: no Mali, para que reencontre unidade e estabilidade; e na Nigéria, onde infelizmente não cessam os atentados, que ameaçam gravemente a vida de tantos inocentes, e onde não poucas pessoas, incluindo crianças, são mantidas como reféns por grupos terroristas. Paz no leste da República Democrática do Congo e na República Centro-Africana, onde muitos se vêem forçados a deixar as suas casas e vivem ainda no medo.
Paz para a Ásia, sobretudo na península coreana, para que sejam superadas as divergências e amadureça um renovado espírito de reconciliação.
Paz para o mundo inteiro, ainda tão dividido pela ganância de quem procura lucros fáceis, ferido pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a família – um egoísmo que faz continuar o tráfico de pessoas, a escravatura mais extensa neste século vinte e um. Paz para todo o mundo dilacerado pela violência ligada ao narcotráfico e por uma iníqua exploração dos recursos naturais. Paz para esta nossa Terra! Jesus ressuscitado leve conforto a quem é vítima das calamidades naturais e nos torne guardiões responsáveis da criação.
Amados irmãos e irmãs, originários de Roma ou de qualquer parte do mundo, a todos vós que me ouvis, dirijo este convite do Salmo 117: «Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterno o seu amor. Diga a casa de Israel: É eterno o seu amor» (vv. 1-2)”.
Ao final da cerimônia, os sinos da Basílica de São Pedro repicaram efusivamente, em manifestação pela alegria do Senhor ressuscitado.
(JE) Fonte: News.VA

Papa Francisco celebra Missa da Páscoa


2013-03-31 Rádio Vaticana
 
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu na manhã deste Domingo, na Praça São Pedro, a Missa da Páscoa do Senhor. Milhares de fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo acorreram ao centro do catolicismo para celebrar a ressurreição do Senhor na presença do novo Pontífice.
Após uma noite chuvosa, Roma teve uma manhã de céu azul entremeado por nuvens, num clima pré-primaveril. Praça São Pedro, Praça Pio XII e Via da Conciliação tomadas por uma multidão de diversas proveniências, facilmente identificados pelas tantas cores de bandeiras. A cor azul celeste da bandeira Argentina era predominante, mas também chamava a atenção o verde das bandeiras do Brasil, o amarelo e branco do Vaticano. Também muitas bandeiras da Espanha, Alemanha, Venezuela, Colômbia, Líbano e tantos outros países. Inúmeras faixas saudavam o novo Pontífice.
A cerimônia iniciou às 10h15min com o rito do “Ressurexit”, ou seja, o anúncio da Ressurreição do Senhor, acompanhado pela colocação de um ícone junto ao altar e terminou às 11h37min horário italiano.
Ao início da Missa da Páscoa, o rito penintencial foi substituído, de certo modo, pela aspersão. O Santo Padre aspergiu o povo com água da fonte batismal, que estava próxima ao altar. A Missa de Páscoa não foi concelebrada e não foi feita homilia, pois ao final, o Papa concede a Bênção Urbi et Orbi. Neste ano houve uma simplificação da cerimônia, com o Evangelho sendo lido somente em latim, e não em grego e latim, como comumente é realizado.
A Guarda Suíça e as três armas italianas, com suas respectivas bandas e uniformes coloridos, fizeram-se presentes para a solene cerimônia. A praça estava decorada com vegetação e flores doadas por produtores holandeses. As cores predominantes eram o branco e amarelo, cores do Vaticano.
Ao final da cerimônia, após cantado o Regina Coeli e entoado o Aleluia de Handel, o Santo Padre saudou alguns presentes e percorreu a Praça São Pedro no Jeep Papal, para alegria da multidão que o aguardava e o saudava efusivamente. Como tem feito nas suas passagens entre a multidão, parou diversas vezes para saudar alguns nenês e abraçou longamente um menino deficiente, numa cena comovente.
Após, se dirigiu ao balcão central da Basílica de São Pedro para conceder a Bênção Urbi et Orbi e a Indulgência Plenária aos presentes e a quantos acompanhavam pelos meios de comunicação, com a felicitação de Páscoa. Fonte: News. VA

O ovo e a ressurreição



2013-03-31 L’Osservatore Romano
A que vamos propor, na solenidade central do ano litúrgico, pode parecer uma extravagância e, de certa forma, é isso mesmo. Contudo, indo além das aparências, reencontramos mais uma vez aquelas raízes cristãs que a sociedade actual parece esconder cada vez mais sob a indiferença.  Para as nossas Páscoas estão disponíveis apenas paisagens de Primavera ou, no máximo, um ovo do qual sai um bonito bebê. Em tempos tão «correctos» e «leigos» o ovo é, paradoxalmente, o último simbolismo com iridescências pascais que nos podemos permitir, embora se saiba que a génese deste símbolo se baseia nos mitos cosmogónicos mais remotos não só egípcios, mas também indianos: a casca seria o ar, a clara representa a água e a gema a terra. Existe uma aplicação cristã deste sinal que, aliás, parece estilizado inclusive nas «amêndoas» ovais que circundam Cristo e os santos na iconografia tradicional.
Santo Agostinho no seu Sermão 105 declarava: «A esperança, na minha opinião, é comparável com o ovo: com efeito, ela ainda não alcançou o objectivo e, do mesmo modo, o ovo já é algo mas ainda não é o pintainho». Talvez seja desta forma que, progressivamente, o ovo se vai transformando em sinal pascal quer para Cristo quer par o cristão: o sepulcro é comparável com o invólucro que faz sair o ressuscitado vivo. Portanto, na Idade Média penduravam-se os ovos de avestruz em numerosas igrejas europeias durante a Semana Santa e preparavam-se os relicários com dois ovos para simbolizar o nascimento e a ressurreição de Cristo. Um crucifixo macabro da catedral de Burgos na Espanha representa um Cristo revestido com pele humana, aos pés do qual são colocados quatro ovos.
Por conseguinte, tinha-se chegado a um simbolismo pascal com declinações diversas: por exemplo, a bênção dos ovos, dos quartos e da cama no período da Páscoa era no passado uma espécie de catequese visual sobre a ressurreição, mas o era também sobre a vida propagada com o matrimónio. Os antigos pintores de ícones usavam a clara no lugar do azeite nas suas obras para poder assim evocar a vida do Ressuscitado.
Portanto, as iridescências metafóricas que se desenvolvem à volta do ovo são multíplices, embora seja dominante  certamente a da vida-ressurreição. E talvez este seja o último sinal pascal que pode entrar na praça da existência social nestes tempos tão imémores das suas raízes históricas, culturais e religiosas. Mas quantos sabem, ao quebrar o ovo pascal de chocolate, ir além da surpresa e intuir em filigrana uma evocação daquele sepulcro com a pedra afastada, sinal da ressurreição de Cristo?
Gianfranco Ravasi

O Anúncio de Uma Grande Alegria

  Dom Orani
                                                                                              Narra o Evangelho do Domingo de Páscoa que ao local onde havia sido deposto Jesus no sepulcro, na tarde de sexta-feira, chegou Maria de Magdala e chegaram outras mulheres. Jesus tinha sido colocado num sepulcro novo, escavado na rocha, no qual ninguém fora sepultado ainda. Este sepulcro achava-se aos pés do Gólgota, precisamente onde Jesus crucificado expirara depois que o centurião lhe havia traspassado o lado com a lança para verificar, com certeza, a realidade da morte. Jesus fora envolvido em ligaduras pelas mãos caridosas e cheias de afeto das piedosas mulheres, as quais, juntamente com a Sua mãe e com João, o discípulo amado, haviam assistido ao seu extremo sacrifício.


Tendo, porém, caído a noite e iniciando-se o Sábado Pascal, as generosas e afeiçoadas discípulas viram-se obrigadas a adiar a unção do corpo santo e martirizado de Cristo para uma próxima ocasião, logo que isso fosse permitido pela lei religiosa da época. Elas dirigem-se, pois, ao sepulcro, no dia a seguir ao sábado, logo de manhãzinha, isto é, aos primeiros albores do dia; vão preocupadas com a ideia de como remover a grande pedra que tinha sido colocada à entrada do sepulcro, a qual, também havia sido selada. Mas, eis que chegadas ao local viram que a pedra tinha sido retirada do sepulcro.


A pedra colocada na tarde de Sexta-feira Santa por cima do sepulcro de Jesus tornou-se também ela, como todas as pedras tumulares, a testemunha da morte do Homem, do Filho de Deus. E o que testemunha esta pedra no dia a seguir ao sábado, às primeiras horas do despontar do novo dia? O que é que diz e o que é que anuncia essa pedra retirada do sepulcro?


No Evangelho as respostas começam a aparecer de modo tímido. Maria de Magdala, quando possuída de grande susto pela ausência de Jesus do sepulcro, corre a avisar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava (Jo 20,2), a sua linguagem humana encontra somente estas palavras para exprimir o sucedido: "Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o puseram" (Jo 20,2).


Segue-se que também Simão Pedro e o discípulo amado, apressadamente, foram ao sepulcro. Pedro, tendo entrado aí, viu as ligaduras por terra e colocadas à parte, num outro lugar, e o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus (Jo 20,7). Depois entrou, também, São João e viu e acreditou: ambos, com efeito, "não tinham entendido ainda a Escritura, que Ele devia ressuscitar dos mortos" (Jo 20,9).


Jesus vencera a morte e a pedra do túmulo não conseguira ser o seu fim, porque Ele verdadeiramente Ressuscitou e Está no meio de nós! Os encontros com o Ressuscitado irão abrir ainda mais suas mentes e corações para tornar os apóstolos testemunhas da ressurreição.


Devemos constantemente renovar a nossa adesão a Cristo morto e ressuscitado por nós: a sua Páscoa é também a nossa Páscoa, porque em Cristo ressuscitado é-nos dada a certeza da nossa ressurreição. A notícia da sua ressurreição dos mortos não envelhece e Jesus está sempre vivo; e vivo é o seu Evangelho. "A fé dos cristãos, observa Santo Agostinho, é a ressurreição de Cristo". Os Atos dos Apóstolos explicam-no claramente: "Deus ofereceu a todos um motivo de crédito com o fato de O ter ressuscitado dentre os mortos" (17,31). No decorrer da história muitos consagraram a sua vida a uma causa considerada justa e morreram! E permaneceram mortos. A morte do Senhor demonstra o amor imenso com que Ele nos amou até ao sacrifício por nós; mas a sua ressurreição é a certeza de que quanto Ele afirma é verdade que vale também para nós, para todos os tempos. Ressuscitando-o, o Pai glorificou-o. São Paulo assim escreve na Carta aos Romanos: "Se confessares com a tua boca o Senhor Jesus e creres no teu coração que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" (10,9).


Na Igreja Católica não pode faltar a fé na ressurreição, senão tudo desmorona. Ao contrário, a adesão do coração e da mente a Cristo morto e ressuscitado muda a vida e ilumina toda a existência das pessoas e dos povos. Não é, porventura, a certeza de que Cristo ressuscitou que dá coragem, audácia profética e perseverança aos mártires de todos os tempos? Não é o encontro com Jesus vivo que converte e fascina tantos homens e mulheres, que desde o início do cristianismo continuam a deixar tudo para segui-Lo e pôr a própria vida ao serviço do Evangelho? "Se Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação e vã a nossa fé" (1Cor 15,14). Mas ressuscitou! E está vivo no meio de nós!


O anúncio que ouviremos dentro neste festivo tempo é precisamente este: Jesus ressuscitou, é o Vivente e nós podemos encontrá-Lo. Como O encontraram as mulheres que, na manhã do terceiro dia, o dia depois do sábado, tinham ido ao sepulcro; como O encontraram os discípulos, surpreendidos e perturbados com o que as mulheres tinham contado; como O encontraram muitas outras testemunhas nos dias depois da sua ressurreição. E também depois da sua Ascensão, Jesus continuou a permanecer presente entre os seus amigos como tinha prometido: "E Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo" (Mt 28,20). O Senhor está conosco, com a sua Igreja, até ao fim dos tempos. 


Iluminados pelo Espírito Santo, os membros da Igreja primitiva começaram a proclamar o anúncio pascal abertamente e sem receio. E este anúncio, transmitido de geração em geração, chegou até nós e ressoa todos os anos na Páscoa com poder sempre novo. É este anúncio que o Papa Francisco espera de todos nós, brasileiros e, particularmente, dos jovens, na JMJ Rio 2013, com o seu empenho missionário.


Feliz Páscoa, e vamos dar testemunho de que Cristo ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!


Dom Orani João Tempesta
Colunista do Portal Ecclesia.
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ). Realizou seus estudos em São Paulo (SP), na Faculdade de Filosofia no Mosteiro de São Bento e no Instituto Teológico Pio XI, dos religiosos salesianos.


Aleluia, Cristo ressuscitou!

A celebração da Páscoa deste ano é para todos nós uma bela oportunidade de bendizer ao Senhor por todos os dons recebidos e pela grande alegria de podermos, com Cristo, ressurgir de nossos pecados. Páscoa é a passagem do Senhor libertando o povo da escravidão, vencendo os opressores. Páscoa é a certeza de que hoje o Senhor vence os pecados que escravizam o ser humano e fazem acontecer uma sociedade injusta e violenta.

A celebração da Jornada Mundial da Juventude no próximo mês de julho no Rio de Janeiro, a experiência da renúncia e eleição do Papa neste último mês, os trabalhos desenvolvidos pelo Ano da Fé, o compromisso com a juventude, em especial na Campanha da Fraternidade, e a beleza da participação do nosso povo nas atividades eclesiais fazem esse horizonte se ampliar!

Porém, a experiência pessoal de libertação e salvação deve ter consequências sociais em nossas comunidades. Somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo ao anunciar Jesus Cristo Ressuscitado vivo e presente entre nós. Eis a nossa importante missão de discípulos missionários, buscando agir em uma nova evangelização.

Sem dúvida que a experiência de uma nova vida que brota no coração de cada um de nós deve nos fazer ser comunidades renovadas no Senhor, testemunhas de um novo amanhecer! O primeiro dia da semana, quando o anúncio da Ressurreição ecoou por todos os cantos e chegou até nós, deve anunciar o oitavo dia eterno e sem fim. Fazer Páscoa! Este é o desafio dos tempos atuais! Fazer com que a experiência pascal contagie a vida da sociedade é nossa missão!

A Igreja sempre passou e passará por momentos de alegria e festa (como o acolhimento de Cristo no Domingo de Ramos), mas ela tem certeza de que a cruz e o calvário fazem parte de sua história (Evangelho da Paixão). Nunca faltarão perseguições, dificuldades, incompreensões, calúnias, martírios. Porém, a experiência pascal sempre nos fará ter a alegria da vida que brota da morte, a certeza de que a Ressurreição de Cristo é a resposta que todos temos, tanto para as situações sociais e humanas de hoje como também para a vida de cada um de nós. Isso nós experimentamos ainda na penumbra da fé, que nos dá a certeza daquilo que seremos enquanto caminhamos nas contradições da história.

A celebração da Páscoa é o centro do Ano Litúrgico e o centro de nossa vida cristã, como bem recorda o Apóstolo Paulo: senão nossa fé seria vã. Tudo converge e tudo emana da experiência pascal. O Círio Pascal, atualizado a cada ano, recorda que hoje a luz brilha no meio das trevas e os cristãos espalhados pelo mundo são chamados a ser reflexo dessa luz.

Sabemos que a experiência de Páscoa preenche com uma alegria indizível a nossa vida, porém não deixamos de estar dentro de um mundo contraditório e muitas vezes contrário aos verdadeiros valores do Evangelho e, consequentemente, da vida humana. As pessoas ainda não perceberam que os caminhos que estão trilhando estão levando não só elas, pessoalmente, mas toda a sociedade a uma experiência de aumento de violência e insatisfação, porque estão percorrendo caminhos contrários aos rumos que Deus colocou presente na consciência bem formada das pessoas e nos próprios princípios da lei natural.

Diante de um quadro preocupante de mudança de época, celebrar a Páscoa hoje é anunciar a certeza da vida em meio às contradições hodiernas. É saber, com certeza, que o Senhor conduz a história e que somos chamados a ser sinais dessa vida em Cristo para as pessoas que procuram, mesmo às apalpadelas, o sentido último de suas vidas.

Gostaria que esse anúncio fosse sentido por todos os que hoje estão escravizados pela droga, pelo álcool, pela vida desenfreada, por falsos deuses e falsos caminhos de felicidade. Aqueles que fazem experiências de morte e infelicidade são convidados a olhar para a cruz de Cristo, lugar onde Ele nos salvou, e acolhê-Lo vivo e ressuscitado, experimentando a possibilidade de uma vida cheia de sentido e de paz! Queria que esse anúncio penetrasse em todas as casas e ajudasse os casais a estarem unidos e em paz junto com seus familiares, em especial os filhos. Peço a Deus para que esse anúncio atinja todas as situações de injustiças que clamam aos céus e que as pessoas se convertam ao Deus Vivo! Que a experiência pascal nos faça pessoas pascais em todos os nossos relacionamentos e missões.

Façamos Páscoa! Passemos para esta nova vida. Experimentemos a alegria da verdadeira vida, mesmo com as dificuldades inerentes à vida humana e social. Aquele que faz a primavera suceder ao inverno e que tirou o Seu povo da escravidão, conduzindo-o à terra prometida, hoje nos fala com clareza que em Cristo, o filho eterno de Deus, que assumiu nossos pecados e derramou seu sangue para nos fazer novos de novo, a Páscoa é a última e mais importante palavra que o Senhor nos dá. Não tenhamos medo, Ele ressuscitou e está presente no meio de nós! Ele é nossa vida! Ele é a nossa salvação!

Que essa experiência vivida pessoalmente em nossas comunidades neste abençoado tempo nos faça sempre mais anunciadores alegres e disponíveis da grande boa notícia: o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!

A todos os que compartilham dos sonhos de um novo tempo para a humanidade convido a olhar para o horizonte vasto à nossa frente, respirar fundo e anunciar a todos que a Vida tem a última palavra ao proclamarmos: Aleluia, Cristo Ressuscitou!

Feliz Páscoa da Ressurreição para todos! 

Dom Orani João Tempesta
Colunista do Portal Ecclesia.
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ). Realizou seus estudos em São Paulo (SP), na Faculdade de Filosofia no Mosteiro de São Bento e no Instituto Teológico Pio XI, dos religiosos salesianos.

Papa Francisco celebra missa de Páscoa no Vaticano



O Papa Francisco presidiu na manhã deste domingo, 31 de março, na praça São Pedro, a missa da Páscoa do Senhor. Milhares de fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo compareceram para celebrar a ressurreição do Senhor na presença do novo Pontífice.

A cerimônia teve início às 10h15 com o rito do "Ressurexit", ou seja, o anúncio da Ressurreição do Senhor, acompanhado pela colocação de um ícone junto ao altar, e terminou às 11h37, no horário italiano.

Ao início da missa da Páscoa, o rito penitencial foi substituído, de certo modo, pela aspersão. O Santo Padre aspergiu o povo com água da fonte batismal, que estava próxima ao altar. A missa de Páscoa não foi concelebrada e não foi feita homilia, pois ao final, o Papa concedeu a bênção 'Urbi et Orbi'. Neste ano houve uma simplificação da cerimônia, com o Evangelho sendo lido somente em latim, e não em grego e latim, como comumente é realizado.

A Guarda Suíça e as três armas italianas, com suas respectivas bandas e uniformes coloridos, fizeram-se presentes para a solene cerimônia. A praça estava decorada com vegetação e flores doadas por produtores holandeses. As cores predominantes eram o branco e amarelo, cores do Vaticano.

Ao final da cerimônia, após cantado o 'Regina Coeli' e entoado o Aleluia de Handel, o Santo Padre saudou alguns presentes e percorreu a praça São Pedro no Jeep Papal, para alegria da multidão que o aguardava e o saudava efusivamente. Como tem feito nas suas passagens entre a multidão, parou diversas vezes para saudar alguns bebês e abraçou longamente um menino deficiente, numa cena comovente.

Por fim, Papa Francisco se dirigiu ao balcão central da basílica de São Pedro para conceder a bênção 'Urbi et Orbi' e a indulgência plenária aos presentes e a quantos acompanhavam pelos meios de comunicação, com a felicitação de Páscoa.

Fonte: Canção Nova Notícias

Santo do Dia - São Benjamim



São Benjamim Nasceu no ano de 394 na Pérsia e, ao ser evangelizado, começou a participar da Igreja ao ponto de descobrir sua vocação ao diaconato.

Serviu a Palavra e aos irmãos na caridade, chamando a atenção de muitos para Cristo.

Chegou a ser preso por um ano, sofrendo, e se renunciasse ao nome de Jesus, seria solto. Porém, mesmo na dor, na solidão e na injustiça, ele uniu-se ainda mais ao Cristo crucificado.

Foi solto com a ordem de não falar mais de Jesus para ninguém, o que era impossível, pois sua vida e seu serviço evangelizavam.

Benjamim foi canal para que muitos cegos voltassem a ver, muitos leprosos fossem curados e assim muitos corações duvidosos se abriram a Deus.

Foi novamente preso, levado a público e torturado para que renunciasse à fé. Perguntou então ao rei, se gostaria que algum de seus súditos fosse desleal a ele. Obviamente que o rei disse que não. E assim o diácono disse que assim também ele, não poderia renunciar à sua fé, a seu Rei, Jesus Cristo.

E por não renunciar a Jesus, foi martirizado. Isso no ano de 422.

São Benjamim, rogai por nós!

Primeira leitura (Atos dos Apóstolos 10,34a.37-43)


 Páscoa do Senhor       


Livro dos Atos dos Apóstolos:
Naqueles dias, 34aPedro tomou a palavra e disse: 37“Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele.
39E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz.
40Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se 41não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos.
42E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos.
43Todos os profetas dão testemunho dele: “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados”.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Segunda leitura (Colossenses 3,1-4)

Páscoa do Senhor       
Carta de São Paulo apóstolo aos Colossenses:
Irmãos: 1Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, 2onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus.
4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo de Hoje ( Salmos 117 )


— Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
R-Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

1-Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!/ ‘Eterna é a sua misericórdia!”/ A casa de Israel agora o diga:/ “Eterna é a sua misericórdia!” R
 2- A mão direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou./ Não morrerei, mas, ao contrário, viverei/ para cantar as grandes obras do Senhor! R
  3-A pedra que os pedreiros rejeitaram/ tornou-se agora a pedra angular./ Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:/ Que maravilhas ele fez a nossos olhos! 
R
Confira: sugestão de melodia do salmo deste dia

Compreendendo e Refletindo

Aleluia! Cristo ressuscitou verdadeiramente! Venceu a morte e despojou o império das trevas, sendo vitorioso e dando-nos também a vitória. Ele venceu e também somos vencedores com Ele. Meu irmão e minha irmã, Jesus despojou o império das trevas. Somos vitoriosos, porque Deus nos deu a vitória em Jesus, Seu Filho. Não pelos nossos méritos, mas sim pela Sua graça.
Cante bem alto: “Glória a Deus nas alturas!”, o aleluia de festa, pois chegou para nós o dia sem ocaso. O sol brilha para nós apontando-nos o caminho da eternidade. Aliás, Deus sempre nos conduz em triunfo para que espalhemos o perfume do conhecimento do Senhor por todo lugar que andarmos.
Por Cristo e em Cristo somos mais que vencedores, porque por Ele passamos do fracasso, da derrota para a fortaleza, a vitória e o triunfo. Da morte para a vida. Tudo isso Deus o fez por amor!
Pode o Senhor ficar em uma cruz? Sim, Ele morreu lá por amor a você. Pode Deus permanecer em um túmulo? Não, Ele ressuscitou para que você fosse vitorioso.
Caríssimos, se somos vitoriosos, por que guardamos para nós os maus momentos? Por que os abraçamos? Por que os mantemos conosco? Os maus momentos, os maus hábitos, o modo egoísta, as mentiras, os fanatismos, os deslizes, as falhas… Por que mantemos tudo isto conosco? Precisamos deixar todo este lixo aos pés da cruz! Podemos fazer isso, porque Deus quer! Ele quer que façamos isto, porque sabe que não podemos viver como Ele. Só Ele é Santo. É a cruz e o túmulo vazio que nos santifica. Devemos deixar os maus momentos na cruz e caminhar com Ele em vitória, pois Jesus não ficou no túmulo. A pedra foi removida. Deus faz mais que perdoar os pecados, Ele os remove.
A Ressurreição é o motivo principal da pregação do Evangelho. O evento que encheu o coração dos discípulos de esperança e os tornou mensageiros do Evangelho da graça foi a visão do sepulcro vazio. A aurora do primeiro dia suscitou um novo ânimo aos decepcionados. Ora, se Cristo ressuscitou de fato, então há perspectiva para uma humanidade transtornada pelo pecado.
Jesus Cristo ressuscitado é o Senhor e Salvador dos pecadores desenganados. A Ressurreição de Cristo Jesus é a prova evidente que a morte foi vencida e o pecado perdeu sua força de condenação. A história da Crucificação não termina com um funeral, mas com um festival de Aleluia. O anjo anunciava às mulheres com júbilo: “Ele não está aqui; ressuscitou como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” (Mateus 28,6).
A pregação verdadeira do Evangelho começa com a visão convincente da morte e ressurreição de Cristo. As testemunhas são as únicas pessoas que podem, falar de fato, daquilo que presenciaram. Pedro e João, quando estavam sendo ameaçados pelas autoridades judaicas, para que não pregassem a Jesus ressuscitado, disseram: “Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (Atos 4,20).
Se a morte de Jesus trouxe desesperança para os Seus discípulos, Sua ressurreição originou uma torrente de esperança capaz de enxergar por entre nuvens espessas. Já que Cristo ressuscitou, não há mais barreira que impeça a efetivação de Suas promessas.
Só o milagre do túmulo vazio poderia encher o coração dos discípulos da certeza da salvação. A regeneração do homem pecador é um produto da Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pedro 1,3).
A visão espiritual do túmulo vazio, produzida pela fé, por meio da Palavra de Deus,  garante-nos uma certeza inconfundível de que a nossa salvação é dom gracioso, que nos motiva ao testemunho. Como insistia Thomas Brooks: “uma alma dominada pela certeza não está disposta a ir para o céu sem companhia”.
A falta de convicção inabalável da obra salvadora por meio de Cristo Jesus é o principal agente da apatia na pregação. Sem a firmeza do Evangelho não há como pregar-se, com confiança, a sua mensagem. Muitos apregoam um sistema religioso com a presunção de estar pregando o Evangelho. Mas somente a segurança da Ressurreição de Cristo, bem como da nossa ressurreição com Cristo, pode assegurar uma pregação legítima do Evangelho autêntico.
As mulheres que foram ver o sepulcro onde Jesus havia sido sepultado saíram de lá ao romper da manhã, ainda que atônitas, com duas certezas: primeiro, não havia cadáver na tumba. A fé cristã começa no primeiro dia da semana, nas primeiras horas do dia, com uma certeza da vitória. A morte foi vencida e o Salvador não é um defunto.
Devemos deixar os nossos maus momentos na cruz e também os momentos ruins dos nossos irmãos que chegam até nós. Devemos amá-los. Se amamos a Deus, amamos os nossos irmãos. Como podemos nos chegar diante de Deus e pedir perdão, se nós não perdoamos os nossos irmãos?
Coisas do passado sempre são trazidas ao presente. Como alguns têm boa memória para os erros alheios e péssima memória para a mudança dos seus irmãos. Pare de se prender aos erros do passado! Olhe para o fruto que pode brotar no coração do seu irmão. Assim como você ressuscitou com Cristo e é nova criatura, também o seu irmão é em Cristo e com Cristo uma nova criatura!
Abandone seus pecados antes que eles contaminem você. Abandone o rancor, antes que ele o incite à raiva e contenda. Entregue a Deus sua ansiedade antes que ela o iniba de caminhar com fé. Dê a Deus os seus momentos ruins. Se você deixar com Ele momentos ruins, só sobrarão bons momentos; então, Cristo terá ressuscitado em você. E se Ele ressuscitou em você, já não é você que vive, mas é Cristo que vive no seu corpo. E se Cristo vive em você, em você tudo é santo, porque está envolvido pela luz d’Aquele que verdadeiramente ressuscitou. Louvor e Glória ao Senhor!
Feliz Páscoa!
Padre Bantu Mendonça- Canção Nova

Evangelho (João 20,1-9)

Páscoa do Senhor
 
— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo.
2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor

sábado, 30 de março de 2013

Fotos- Cerimônia da Paixão - Basílica de São Pedro

   

      

                       



 
 



Fonte: Rádio Vaticano- Programa Brasileiro - Sábado Santo, tempo de espera, de expectativa, de silêncio! Enquanto aguardamos a Festa da Ressurreição,contemplemos algumas imagens da cerimônia da Paixão realizada ontem, na Basílica de São Pedro!

Via Sacra no Coliseu: A Cruz é a resposta de Deus ao mal do mundo, afirma Papa Francisco

foto referencial
VATICANO, 29 Mar. 13 / 11:50 pm (ACI).- No Via Crucis celebrado na noite de hoje, sexta-feira 29 de março, o Papa Francisco dirigiu aos presentes no Coliseu Romano algumas palavras afirmando que a “a Cruz de Jesus é a Palavra com que Deus respondeu ao mal do mundo”.

Estas foram as palavras do Santo Padre na ocasião:

Amados irmãos e irmãs,

Agradeço-vos por terdes participado, em tão grande número, neste momento de intensa
oração. E agradeço também a todos aqueles que se uniram a nós através dos meios de comunicação, especialmente aos doentes e aos idosos.

Não quero acrescentar muitas palavras. Nesta noite, deve permanecer uma única palavra, que é a própria Cruz. A Cruz de Jesus é a Palavra com que Deus respondeu ao mal do mundo. Às vezes parece-nos que Deus não responda ao mal, que permaneça calado. Na realidade, Deus falou, respondeu, e a sua resposta é a Cruz de Cristo: uma Palavra que é amor, misericórdia, perdão. É também julgamento: Deus julga amando-nos. Se acolho o seu amor, estou salvo; se o recuso, estou condenado, não por Ele, mas por mim mesmo, porque Deus não condena, Ele unicamente ama e salva.

Amados irmãos, a palavra da Cruz é também a resposta dos cristãos ao mal que continua a agir em nós e ao nosso redor. Os cristãos devem responder ao mal com o bem, tomando sobre si a cruz, como Jesus. Nesta noite, ouvimos o testemunho dos nossos irmãos do Líbano: foram eles que prepararam estas belas meditações e preces. De coração lhes agradecemos por este serviço e sobretudo pelo testemunho que nos dão. Vimo-lo quando o Papa Bento foi ao Líbano: vimos a beleza e a força da comunhão dos cristãos naquela Nação e da amizade de tantos irmãos muçulmanos e muitos outros . Foi um sinal para todo o Médio Oriente e para o mundo inteiro: um sinal de esperança.

Então continuemos esta Via-Sacra na
vida de todos os dias. Caminhemos juntos pela senda da Cruz, caminhemos levando no coração esta Palavra de amor e de perdão. Caminhemos esperando a Ressurreição de Jesus.  Fonte: Acidigital

Santo do Dia - São João Clímaco

São João Clímaco Nasceu na Palestina em 579, dentro de uma família cristã que passou para ele muitos valores, possibilitando a ele uma ótima formação literária.

Clímaco desde cedo foi discernindo sua vocação à vida religiosa. Diante do testemunho de muitos cristãos que optavam por ir ao Monte Sinai, e ali no mosteiro viviam uma radicalidade, ele deixou os bens materiais e levou os bens espirituais para o Sinai. Ali, com outros irmãos, deixou-se orientar por pessoas com mais experiência, fazendo um caminho pessoal e comunitário de santidade.

Foi atacado diversas vezes por satanás, vivendo um verdadeiro combate espiritual.

São João Clímaco buscou corresponder ao chamado de Deus por meio de duras penitências, pouca alimentação, sacrifícios, intercessões e participação nas Santas Missas.

Perseverou até o fim da vida, partindo para a glória aos 70 anos de idade.

São João Clímaco, rogai por nós!

Primeira leitura (Gênesis 1,1—2,2; Gênesis 22,1-18; Êx 14,15—15,1)

Vigília Pascal
Leitura do Livro do Gênesis:
1No princípio Deus criou o céu e a terra.
2A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.
3Deus disse: “Faça-se a luz!” E a luz se fez. 4Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. 5E à luz Deus chamou “dia” e às trevas, “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia.
6Deus disse: “Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras”. 7E Deus fez o firmamento, e separou as águas que estavam embaixo das que estavam em cima do firmamento. E assim se fez. 8Ao firmamento Deus chamou “céu”. Houve uma tarde e uma manhã: segundo dia.
9Deus disse: “Juntem-se as águas que estão debaixo do céu num só lugar e apareça o solo enxuto!” E assim se fez. 10Ao solo enxuto Deus chamou “terra” e ao ajuntamento das águas, “mar”. E Deus viu que era bom.
11Deus disse: “A terra faça brotar vegetação e plantas que deem semente, e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, que tenham nele a sua semente sobre a terra”. E assim se fez.
12E a terra produziu vegetação e plantas que trazem semente segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto tendo nele a semente da sua espécie. E Deus viu que era bom. 13Houve uma tarde e uma manhã: terceiro dia.
14Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite. Que sirvam de sinais para marcar as festas, os dias e os anos, 15e que resplandeçam no firmamento do céu e iluminem a terra”. E assim se fez.
16Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para presidir ao dia, e o luzeiro menor para presidir à noite, e as estrelas. 17Deus colocou-os no firmamento do céu para alumiar a terra, 18para presidir ao dia e à noite e separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. 19E houve uma tarde e uma manhã: quarto dia.
20Deus disse: “Fervilhem as águas de seres animados de vida e voem pássaros sobre a terra, debaixo do firmamento do céu”.
21Deus criou os grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam, em multidão, nas águas, segundo as suas espécies, e todas as aves, segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom. 22E Deus os abençoou, dizendo: “Sede fecundos e multiplicai-vos e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra”. 23Houve uma tarde e uma manhã: quinto dia.
24Deus disse: “Produza a terra seres vivos segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies”. E assim se fez.
25Deus fez os animais selvagens, segundo as suas espécies, os animais domésticos, segundo as suas espécies e todos os répteis do solo, segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom.
26Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo a nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais de toda a terra, e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra”.
27E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. 28E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra”.
29E Deus disse: “Eis que vos entrego todas as plantas que dão semente sobre a terra, e todas as árvores que produzem fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. 30E a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou todos os vegetais para alimento”. E assim se fez.
31E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia.
2,1E assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército. 2No sétimo dia, Deus considerou acabada toda a obra que tinha feito; e no sétimo dia descansou de toda a obra que fizera.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!


Segunda Leitura (Gn 22,1-18)

Leitura do Livro do Gênesis:
Naqueles dias, 1Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: Abraão!” E ele respondeu: “Aqui estou”. 2E Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te indicar”.
3Abraão levantou-se bem cedo, selou o jumento, tomou consigo dois dos seus servos e seu filho Isaac. Depois de ter rachado lenha para o holocausto, pôs-se a caminho, para o lugar que Deus lhe havia ordenado.
4No terceiro dia, Abraão, levantando os olhos, viu de longe o lugar. 5Disse, então, aos seus servos: “Esperai aqui com o jumento, enquanto eu e o menino vamos até lá. Depois de adorarmos a Deus, voltaremos a vós”.
6Abraão tomou a lenha para o holocausto e a pôs às costas do seu filho Isaac, enquanto ele levava o fogo e a faca. E os dois continuaram caminhando juntos. 7Isaac disse a Abraão: “Meu pai”.
— “Que queres, meu filho?”, respondeu ele. E o menino disse:
— “Temos o fogo e a lenha, mas onde está a vítima para o holocausto?” 8Abraão respondeu: “Deus providenciará a vítima para o holocausto, meu filho”. E os dois continuaram caminhando juntos.
9Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. 10Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho.
11E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: “Abraão! Abraão!” Ele respondeu: “Aqui estou!”. 12E o anjo lhe disse: “Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único”.
13Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho.
14Abraão passou a chamar aquele lugar: “O Senhor providenciará”. Donde até hoje se diz: “O monte onde o Senhor providenciará”.
15O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, 16e lhe disse: “Juro por mim mesmo — oráculo do Senhor —, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, 17eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. 18Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”.

— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!


Terceira Leitura (Êx 14,15—15,1)

Leitura do Livro do Êxodo:
Naqueles dias: 15O Senhor disse a Moisés: “Por que clamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha. 16Quanto a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar. 17De minha parte, endurecerei o coração dos egípcios, para que sigam atrás deles, e eu seja glorificado às custas do Faraó, e de todo o seu exército, dos seus carros e cavaleiros. 18E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado às custas do Faraó, dos seus carros e cavaleiros”.
19Então, o anjo do Senhor, que caminhava à frente do acampamento dos filhos de Israel, mudou de posição e foi para trás deles; e com ele, ao mesmo tempo, a coluna de nuvem, que estava na frente, colocou-se atrás, 20inserindo-se entre o acampamento dos egípcios e o acampamento dos filhos de Israel. Para aqueles a nuvem era tenebrosa, para estes, iluminava a noite. Assim, durante a noite inteira, uns não puderam aproximar-se dos outros.
21Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante toda a noite o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte; e as águas se dividiram. 22Então, os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda.
23Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do Faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar adentro.
24Ora, de madrugada, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e da nuvem, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. 25Bloqueou as rodas dos seus carros, de modo que só a muito custo podiam avançar. Disseram, então, os egípcios: “Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a favor deles, contra nós”.
26O Senhor disse a Moisés: “Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem contra os egípcios, seus carros e cavaleiros”.
27Moisés estendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o Senhor os mergulhou no meio das ondas.
28As águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do Faraó, que tinha entrado no mar em perseguição a Israel. Não escapou um só. 29Os filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e à esquerda.
30Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar, 31e a mão poderosa do Senhor agir contra eles. O povo temeu o Senhor, e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo. 15,1Então, Moisés e os filhos de Israel cantaram ao Senhor este cântico:

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Segunda leitura (Romanos 6,3-11)


 Vigília Pascal       



Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos: 3Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? 4Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova.
5Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição.
6Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. 7Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado.
8Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. 10Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive.
11Assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo (Sl 103; Sl 15; Êxodo 15,1-6.17-18; Sl 117)


Vigília Pascal       
Salmo 103:

— Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
— Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.

— Bendize, ó minha alma, ao Senhor!/ Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!/ De majestade e esplendor vos revestis/ e de luz vos envolveis como num manto.
— A terra vós firmastes em suas bases,/ ficará firme pelos séculos sem fim;/ os mares a cobriam como um manto,/ e as águas envolviam as montanhas.
— Fazeis brotar em meio aos vales as nascentes/ que passam serpeando entre as montanhas;/ às suas margens vêm morar os passarinhos,/ entre os ramos eles erguem o seu canto.
— De vossa casa as montanhas irrigais,/ com vossos frutos saciais a terra inteira;/ fazeis crescer os verdes pastos para o gado/ e as plantas que são úteis para o homem.
— Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras,/ e que sabedoria em todas elas!/ Encheu-se a terra com as vossas criaturas!/ Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

Salmo 15:

— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!

— Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,/ meu destino está seguro em vossas mãos!/ Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,/ pois se o tenho a meu lado não vacilo.
— Eis por que meu coração está em festa,/ minha alma rejubila de alegria,/ e até meu corpo no repouso está tranquilo;/ pois não haveis de me deixar entregue à morte,/ nem vosso amigo conhecer a corrupção.
— Vós me ensinais vosso caminho para a vida;/ junto a vós, felicidade sem limites,/ delícia eterna e alegria ao vosso lado!

Êxodo 15,1-6.17-18:

— Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!
— Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!

— Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória:/ precipitou no Mar Vermelho o cavalo e o cavaleiro!/ O Senhor é minha força, é a razão do meu cantar,/ pois foi ele neste dia para mim libertação!
— Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai, e o honrarei./ O Senhor é um Deus guerreiro; o seu nome é “Onipotente”./ Os soldados e os carros do Faraó jogou no mar;/ seus melhores capitães afogou no mar Vermelho,
— Afundaram como pedras e as ondas os cobriram./ Ó Senhor, o vosso braço é duma força insuperável!/ Ó Senhor, o vosso braço esmigalhou os inimigos!
— Vosso povo levareis e o plantareis em vosso Monte,/ no lugar que preparastes para a vossa habitação,/ no Santuário construído pelas vossas próprias mãos./ O Senhor há de reinar eternamente, pelos séculos!

Salmo 117:

— Aleluia! Aleluia! Aleluia!
— Aleluia! Aleluia! Aleluia!

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!/ Eterna é a sua misericórdia!/ A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia!”
— A mão direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou,/ a mão direita do Senhor fez maravilhas!/ Não morrerei, mas ao contrário, viverei/ para cantar as grandes obras do Senhor!
— A pedra que os pedreiros rejeitaram/ tornou-se agora a pedra angular./ Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:/ Que maravilhas ele fez a nossos olhos!

Compreendendo e Refletindo

Grande é a nossa alegria ao ver a luz que brilha nas trevas. É a noite santa da “Vigília Pascal”. O símbolo predominante desta noite de Páscoa é a “luz”.
O amor de Deus é glorificado na “luz” das maravilhas da criação (cf. Gn 1,1—2,2). Aprisionados nas trevas da opressão egípcia, os filhos de Israel se alegram ao verem a “luz” da libertação que os conduz à glória da liberdade (cf. Ex 14,15—15,1). Por meio do profeta Isaías, o Senhor reacende as esperanças de Seu povo, oferecendo-lhe, gratuitamente, a vida em prosperidade e, deste modo, a “luz” da salvação (cf. Is 55,1-11).
É o símbolo mais destacado do Tempo Pascal. A palavra “círio” vem do latim ”cereus”, de cera. O produto das abelhas que com Cristo toma uma nova dimensão. Uma vez acesso, significa, ante os olhos do mundo, a glória de Cristo Ressuscitado. Por isso, grava-se, em primeiro lugar, a cruz no círio. A cruz de Cristo devolve à cada coisa seu sentido. Por isso, o Cânon Romano diz: “Por Ele segue criando todos os bens, os santificas, os enche de vida, os abençoas e repartes entre nós”.
Ao gravar na cruz as letras gregas “Alfa e Ômega” e as cifras do ano em curso, o celebrante proclama: “Cristo ontem e hoje, Princípio e Fim, Alfa e Ômega. D’Ele é o tempo e a eternidade. A Ele a glória e o poder. Pelos séculos dos séculos. Amém”. Ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor. Homens, coisas e tempo estão sob Sua potestade.
O Círio é decorado com grãos de incenso, o qual segundo uma tradição muito antiga, passaram a significar simbolicamente as cinco chagas de Cristo: “Por tuas chagas santas e gloriosas nos proteja e nos guarde Jesus Cristo, nosso Senhor”.
O celebrante termina acendendo o fogo novo, dizendo: “A luz de Cristo, que ressuscita glorioso, dissipe as trevas do coração e do espírito”.
Após acender o Círio que representa Cristo, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança a procissão dos ministros. Enquanto a comunidade acende as suas velas no Círio recém aceso, escuta-se cantar três vezes: “Luz de Cristo”.
Essas experiências devem ser vividas com uma alma de criança, singela, mas vibrante, para estar em condições de entrar na mentalidade da Igreja neste momento de júbilo. O mundo conhece demasiado bem as trevas que envolvem a sua terra em desgraça e tormento. Porém, nesta hora, pode-se dizer que sua desventura atraiu a misericórdia e que o Senhor quer invadir a toda realidade com torrentes de sua luz.
Já os profetas haviam prometido a luz: “O Povo que caminha em meio às trevas viu uma grande luz”, escreve Isaías (Is 9,1; 42,7; 49,9). Esta luz que amanhecerá sobre a Nova Jerusalém (Is 60,1ss.) será o próprio Deus vivo, que iluminará aos seus e seu Servo será a luz das nações (Is 42,6; 49,6).
O catecúmeno que participa desta celebração da luz sabe por experiência própria que, desde seu nascimento, está em meio às trevas; mas tem o conhecimento de que Deus o chamou para sair das trevas e a entrar em sua luz maravilhosa (1 Pd 2,9). Dentro de uns momentos, na pia batismal, “Cristo será sua luz” (Ef 5,14). Passará das trevas à “luz no Senhor” (Ef 5,8).
Em seguida, é proclamada a grande ação de graças. Este hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, alegria do céu, da terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Esta alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas.
Seu tema é a história da salvação resumida pelo poema. Uma terceira parte consiste em uma oração pela paz, pela Igreja, por suas autoridades e seus fiéis, pelos governantes das nações, para que todos cheguem à pátria celestial.
Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais do que o normal na proclamação da Palavra. Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam de Cristo e iluminam a História da Salvação e o sentido dos sacramentos pascais. Há um diálogo entre Deus que se dirige ao seu povo e o povo que Lhe responde pelos salmos e preces.
As leituras da Vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “… e começando por Moisés e por todos os profetas em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito” (Lc 24, 27).
A celebração Eucarística é o ápice da Noite Pascal. É a Eucaristia central de todo o ano. Cristo, o Senhor Ressuscitado, nos faz participar do seu Corpo e do seu Sangue, como memorial da Sua Páscoa.
O apóstolo Paulo nos apresenta o batismo como um sinal real da nossa participação na morte e ressurreição de Cristo Jesus. Pelo batismo morremos para o pecado e ressurgimos para a vida. É a “luz” da vida nova em Cristo ressuscitado que brilha nas trevas do pecado (cf. Rm 6,3-11).
A verdade da ressurreição é a certeza da “luz” que brilha nas trevas e aponta a vida nova. Na escuridão, não vemos nada, mas quando se acende a “luz”, enxergamos a vida que é o fruto do amor. A vida gerada pelo amor só pode ser vista na “luz”. Neste sentido é que afirmamos que “o amor foi glorificado na luz”. De fato, a “Luz da Ressurreição” faz com que a vida gerada com a força do amor seja exaltada, glorificada, tornando-se esplêndida aos nossos olhos.
O amor presente nas mãos de Jesus, que lava os pés de Seus discípulos, e presente no pão que lhes é repartido, é o amor assumido na cruz, e hoje glorificado na Luz da Ressurreição.
Cristo ressuscitou como havia dito. Aleluia! Somos todos convidados a acolher esta “noite da luz eterna” para que, em meio às trevas do pecado e de tantos outros problemas e desafios, brilhe e se abra a porta de saída para a vida, para o amor e para a alegria do Cristo Ressuscitado. Louvor e Glória ao Senhor!
Padre Bantu Mendonça- Canção Nova

Evangelho (Lucas 24,1-12)


Vigília Pascal

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

1No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado. 2Elas encontraram a pedra do túmulo removida. 3Mas, ao entrar, não encontraram o corpo do Senhor Jesus 4e ficaram sem saber o que estava acontecendo. Nisso, dois homens com roupas brilhantes pararam perto delas.
5Tomadas de medo, elas olhavam para o chão, mas os dois homens disseram: “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? 6Ele não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galileia: 7‘O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’”.
8Então as mulheres se lembraram das palavras de Jesus. 9Voltaram do túmulo e anunciaram tudo isso aos Onze e a todos os outros. 10Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas contaram essas coisas aos apóstolos. 11Mas eles acharam que tudo isso era desvario, e não acreditaram.
12Pedro, no entanto, levantou-se e correu ao túmulo. Olhou para dentro e viu apenas os lençóis. Então voltou para casa, admirado com o que havia acontecido.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor                                          

sexta-feira, 29 de março de 2013

Papa nomeia novo Arcebispo para arquidiocese de Buenos Aires

Dom Mario Aurelio Poli, Arcebispo eleito de Buenos Aires (foto Diário de La Pampa)
VATICANO, 28 Mar. 13 / 11:43 am (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco nomeou Dom Mario Aurelio Poli, de 65 anos de idade, como novo Arcebispo de Buenos Aires na Argentina. O Prelado era até então Bispo da diocese argentina de Santa Rosa e com esta designação sucede o então Cardeal Jorge Mario Bergoglio que até antes de ser eleito Pontífice era o pastor dessa arquidiocese.

A arquidiocese de Buenos Aires, primaz da Argentina, ficou vacante na quarta-feira 13 de março, quando o até então Cardeal Jorge Mario Bergoglio, foi eleito Papa na quinta votação e no segundo dia do Conclave.

Dom Mario Aurelio Poli nasceu em Buenos Aires ao 29 de novembro de 1947. Em 1969 ingressou no Seminário Metropolitano da
Imaculada Conceição, de Buenos Aires, onde cursou os estudos filosóficos e teológicos.

É doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica Argentina “Santa María de los Buenos Aires” (UCA). É também licenciado em Serviço Social pela Universidade de Buenos Aires (UBA).

Foi ordenado sacerdote em 25 de novembro de 1978. Depois de sua ordenação foi designado vigário paroquial em San Cayetano (Liniers), onde se desempenhou até 1980. Desde 1980 a 1991, no Seminário Metropolitano foi, primeiro superior de Comunidade, logo ecônomo e finalmente assessor de estudos.

Desde 1988 a 1991 foi também capelão das Religiosas Missionárias Servas do Espírito Santo. Entre os anos 1988 e 1992 foi assistente eclesiástico da associação laica “Fraternidades e Agrupamentos Santo Tomás de Aquino” (FASTA). Foi professor de História da
Igreja na Faculdade de Teologia da UCA.

Em 1992, o então Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Antonio Quarracino, nomeou-o diretor do Instituto Vocacional São José, onde os seminaristas da arquidiocese de Buenos Aires começam sua formação sacerdotal e durante um ano amadurecem sua vocação.

Quando se desempenhava nesta tarefa de formação dos futuros sacerdotes, em 8 de fevereiro de 2002 o Beato
Papa João Paulo II o nomeou Bispo Auxiliar de Buenos Aires. Ele recebeu a ordenação episcopal em 20 de abril do mesmo ano.

Em 24 de junho de 2008 o
Papa Bento XVI o transladou como Bispo diocesano da Santa Rosa, e iniciou seu ministério pastoral como quinto bispo desta diocese em 30 de agosto de 2008.

Na Conferência Episcopal Argentina (CEA) preside a Comissão de Catequese e Pastoral Bíblica. É professor de História Eclesiástica e Patrologia. É também o Capelão Nacional da Comissão de Pastoral Scout Católica (COPASCA). Seu lema episcopal é: “Concede-me Senhor um coração que escute”.

A arquidiocese de Buenos Aires tem uma superfície total de 203 quilômetros quadrados e uma população de 2.891.082 habitantes, dos quais mais de 80 por cento são católicos.

Conta com 186 paróquias, 102 igrejas e capelas, um total de 817 sacerdotes (443 do clero diocesano e 320 do clero religioso), 10 diáconos permanentes, 76 irmãos leigos religiosos, 59 seminaristas maiores, 1.386 religiosos e 245 centros educativos
. Fonte: Acidigital

Com o povo sobre os ombros

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2013-03-29 L’Osservatore Romano
«O bom sacerdote reconhece-se pelo modo como  unge o seu povo»: basta olhar para as pessoas nos olhos, por exemplo quando sai da missa, e reconhecer em cada um «o rosto de quem recebeu uma boa notícia», uma notícia que muda a sua vida. É como sempre simples e directa a mensagem do Papa Francisco. Esta manhã, 28 de Março, dirigiu-se aos sacerdotes que, juntamente com ele, celebraram a missa crismal de Quinta-Feira santa na basílica de São Pedro. O Papa com poucas palavras, mas essenciais, traçou o perfil do sacerdote «segundo o coração de Deus» e propôs o sentido do sacramento da unção que, recordou, não serve para perfumar o sacerdote mas para ungir a sua veste com o óleo e deixar que ele se propague até à bainha do manto, a fim de que alcance aquelas «periferias onde o povo fiel está mais exposto a quantos pretendem saquear a sua fé».
 O nosso povo, explicou  durante a homilia , «aprecia quando o Evangelho que pregamos alcança a sua vida diária, quando desce como óleo de Aarão até às margens da realidade, quando ilumina as situações-limite». Por isso é necessário que o sacerdote saia, antes de tudo de si mesmo, e vá ao encontro do seu rebanho onde há «sofrimento, sangue derramado, cegueira que deseja ver»; onde há «presos de tantos maus donos». Ao formular este convite o Papa frisou que «não é precisamente nas auto-experiências ou nas introspecções reiteradas que encontramos o Senhor». Deste modo, corre-se o risco de minimizar o poder da graça, que se activa e cresce na medida em que, com fé, saímos para nos oferecermos a nós mesmos e ao Evangelho aos outros, a dar a pouca unção que temos a quantos nada possuem». E é preciso fazê-lo com a alegria e com o amor de Deus. Por conseguinte, nunca se deve ser «sacerdotes tristes», mas – concluiu o Pontífice -  «pastores com o cheiro das ovelhas», pastores no meio do próprio rebanho e pescadores de homens.  Fonte: News. VA