terça-feira, 30 de junho de 2015

Bispo comenta conflito entre indígenas e fazendeiros


Reprodução/CIMI
O bispo de Dourados (MS), dom Redovino Rizzardo, divulgou nota, no último sábado,  27, sobre os conflitos entre indígenas e fazendeiros dentro da circunscrição diocesana, no Mato Grosso do Sul. “Pela enésima vez, o território da diocese de Dourados se tornou palco de enfrentamentos entre indígenas e agricultores, revelando o descaso e a desumanidade do Poder Executivo e Judiciário ante uma situação de injustiça que a todos preocupa e prejudica”, diz o bispo.
 Na quarta-feira, 24, uma comunidade Guarani e Kaiowá foi atacada por fazendeiros, que chegaram ao local em que os indígenas estavam acampados efetuando disparos com armas de fogo. A ocupação dos índios teve início na segunda-feira, 22, e é uma retomada de área tradicional, onde está instalada uma fazenda.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o ataque ocorreu porque a Polícia Federal não cumpriu o acordo intermediado pelo Ministério Público Federal (MPF) que previa o acompanhamento de policiais aos fazendeiros que iriam retirar os pertences da fazenda. Diante da situação, o objetivo era expulsar os índios do local.
Durante a ação dos fazendeiros, que também atearam fogo no acampamento, dois adolescentes indígenas desapareceram. Os Guarani e Kaiowá não descartam a hipótese das crianças terem sido sequestradas.
Dom Redovino, em seu texto, lamenta a insuficiência das ações do Estado para a solução dos impasses entre índios e fazendeiros. Ao mesmo tempo, o bispo pede aos dois grupos para que “unam suas forças para pressionar as autoridades civis e judiciárias, no intuito de obter a tão almejada paz para todos, alicerçada na justiça”.
Leia o texto na íntegra: 

Bispo de Dourados se manifesta sobre os conflitos entre agricultores e indígenas na Diocese
Pela enésima vez, o território da Diocese de Dourados se tornou palco de enfrentamentos entre indígenas e agricultores, revelando o descaso e a desumanidade do Poder Executivo e Judiciário ante uma situação de injustiça que a todos preocupa e prejudica.
Nesses 15 anos desde que assumi o serviço pastoral na Diocese de Dourados, habitada por uma população de 35.000 índios confinados em aldeias incapazes de os sustentar, e por igual ou superior número de agricultores que adquiriram legalmente suas propriedades e delas precisam para viver, foram inúmeras as vezes em que os Bispos do Mato Grosso do Sul unimos nossas vozes aos que apresentam como solução viável e aceita por ambas as partes, a compra de terras pelo Governo Federal, para oferecê-las aos indígenas para que delas tirem o seu sustento.
Infelizmente, ao longo destes anos, as promessas feitas pelo Governo Central para encontrar uma saída para a “questão indígena”, não saíram do papel. Os grupos de trabalho organizados para ajudar na solução, não funcionaram. E as tímidas tentativas feitas para indenizar os proprietários de boa fé que adquiriram suas terras, foram abortadas pela Justiça local. Numa palavra, o Estado parece não ter a menor intenção de agir.
De nossa parte, os Bispos do Mato Grosso do Sul, se jamais nos posicionamos a favor das “retomadas” de propriedades privadas (que para a lei e os agricultores são “invasões”), da mesma forma sempre nos posicionamos contra o uso da força e da violência perpetrada pelos mais fortes contra os mais fracos.
Pedimos aos agricultores e indígenas cristãos que, sustentados e irmanados pela solidariedade, unam suas forças para pressionar as autoridades civis e judiciárias, no intuito de obter a tão almejada paz para todos, alicerçada na justiça. Pensamos que, nessa tarefa, lhes é de grande ajuda a exortação do Papa Francisco, contida em sua Encíclica: “A Alegria do Evangelho”, de 24 de novembro de 2013:
«Ninguém nos pode exigir que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos. Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela. Amamos este magnífico planeta, onde Deus nos colocou, e amamos a humanidade que o habita, com todos os seus dramas e cansaços, com os seus anseios e esperanças, com os seus valores e fragilidades. A terra é a nossa casa comum, e todos somos irmãos».

Dourados, 27 de junho de 2015

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo diocesano de Dourados

Fonte: CNBB

As duas Oliveiras diante do Senhor

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

  
Neste Domingo celebramos a Solenidade de São Pedro e São Paulo, as duas colunas luminosas da Igreja, os referenciais e parâmetros do seguimento a Cristo e o testemunho da nossa fé. Lembramos nestas lideranças o duplo movimento da Igreja de unidade e comunhão e de expansão missionária, bem como as raízes que identificam as origens de nossa eclesialidade, a comunidade do povo da primeira aliança e as nações gentías. Lembramos neste dia o Papa, Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, quem desempenha o ministério da autoridade suprema da Igreja Católica, servindo a comunhão universal, e na salvaguarda da verdadeira fé. É sugestivo debruçar-nos neste dia, na importância e necessidade deste principio constitucional da Igreja de Cristo. O múnus de Pedro, consiste na primazia do amor, em ser o primeiro servidor dos servidores de Deus, transparecendo plenamente o rosto do Bom Pastor que veio para dar a vida pela humanidade e unir o que estava disperso.

O nome Pedro é uma vocação e uma missão, pedra que significa alicerce e fundamento, firmeza e estabilidade, amparo e guarida como as grutas da Palestina. Igreja que com Pedro deve ajudar na reconstrução da unidade humana em Cristo, sendo ponte de diálogo, âncora da esperança para os pobres e oprimidos, baluarte da fé, e sempre sinal e portador da Paz de Cristo para o mundo.
Nesta perspectiva os Papas foram além de ferrenhos defensores da dignidade da pessoa e dos direitos humanos, mecenas e incentivadores da cultura e das artes, promotores das ciências e da educação além de sua principal condição de porta-vozes e testemunhas fidedignas de Jesus Cristo.
Vemos assim o rosto bondoso do Beato São João XXIII, considerado o Pároco do mundo, o Beato São Paulo VI a manifestar a imagem de uma Igreja servidora, São João Paulo II, o Papa da família e dos direitos humanos, Bento XVI,  Papa Emérito,  com sua humildade a combater a Ditadura do Relativismo com a proclamação da Caridade na Verdade,  e nos dias atuais  a presença profética e renovadora do Papa Francisco colocando a Igreja em processo de saída, rumo as periferias geográficas e existenciais. Deus o abençoe e conserve no seu corajoso ministério, por muitos anos!  Louvado seja Deus!
Fonte: CNBB

A Redução da Maioridade Penal

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger
Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil


Tendo como subtítulo uma frase de Jesus Cristo no Sermão da Montanha: “Felizes os que têm fome e sede da justiça, porque serão saciados” (Mt 5,6), o Conselho Permanente da CNBB, que é o órgão mais importante dessa Conferência, depois da Assembleia Geral, aprovou uma Mensagem, da qual extraí as passagens que seguem:

"Temos acompanhado, nos últimos dias, os intensos debates sobre a redução da maioridade penal, provocados pela votação desta matéria no Congresso Nacional. Trata-se de um tema de extrema importância porque diz respeito, de um lado, à segurança da população e, de outro, à promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. É natural que a complexidade do tema deixe dividida a população que aspira por segurança. Afinal, ninguém pode compactuar com a violência, venha de onde vier.
É preciso, no entanto, desfazer alguns equívocos que têm embasado a argumentação dos que defendem a redução da maioridade penal como, por exemplo, a afirmação de que há impunidade quando o adolescente comete um delito e que, com a redução da idade penal, se diminuirá a violência. No Brasil, a responsabilização penal do adolescente começa aos 12 anos. Dados do Mapa da Violência de 2014 mostram que os adolescentes são mais vítimas que responsáveis pela violência que apavora a população. Se há impunidade, a culpa não é da lei, mas dos responsáveis por sua aplicação.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), saudado há 25 anos como uma das melhores leis do mundo em relação à criança e ao adolescente, é exigente com o adolescente em conflito com a lei e não compactua com a impunidade. As medidas socioeducativas nele previstas foram adotadas a partir do princípio de que todo adolescente infrator é recuperável, por mais grave que seja o delito que tenha cometido. Esse princípio está de pleno acordo com a fé cristã, que nos ensina a fazer a diferença entre o pecador e o pecado, amando o primeiro e condenando o segundo.
Se aprovada a redução da maioridade penal, abrem-se as portas para o desrespeito a outros direitos da criança e do adolescente, colocando em xeque a Doutrina da Proteção Integral assegurada pelo ECA. Poderá haver um “efeito dominó” fazendo com que algumas violações aos direitos da criança e do adolescente deixem de ser crimes como a venda de bebida alcoólica, abusos sexuais, dentre outras.
A comoção não é boa conselheira e, nesse caso, pode levar a decisões equivocadas com danos irreparáveis para muitas crianças e adolescentes, incidindo diretamente nas famílias e na sociedade. O caminho para pôr fim à condenável violência praticada por adolescentes passa, antes de tudo, por ações preventivas como educação de qualidade, em tempo integral; combate sistemático ao tráfico de drogas; proteção à família; criação, por parte dos poderes públicos e de nossas comunidades eclesiais, de espaços de convivência, visando a ocupação e a inclusão social de adolescentes e jovens por meio de lazer sadio e atividades educativas; reafirmação de valores como o amor, o perdão, a reconciliação, a responsabilidade e a paz.
Consciente da importância de se dedicar mais tempo à reflexão sobre esse tema, também sob a luz do Evangelho, o Conselho Permanente da CNBB, (...) dirige esta mensagem a toda a sociedade brasileira, especialmente, às comunidades eclesiais, a fim de exortá-las a fazer uma opção clara em favor da criança e do adolescente. Digamos não à redução da maioridade penal e reivindiquemos das autoridades competentes o cumprimento do que estabelece o ECA para o adolescente em conflito com a lei.
Que Nossa Senhora, a jovem de Nazaré, proteja as crianças e adolescentes do Brasil!"
Fonte: CNBB

Conheça as intenções de oração de Francisco para julho

2015-06-29 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – Foram divulgadas nesta segunda-feira (29/06), as intenções de orações do Papa para o mês de julho.

A intenção de oração universal remete à caridade e pede “para que a responsabilidade política seja vivida em todos os níveis como uma forma elevada de caridade”.
Já a intenção para a evangelização é dirigida aos fiéis latino-americanos e pede “para que, diante das desigualdades sociais, os cristãos da América Latina deem testemunho de amor aos pobres e contribuam para uma sociedade mais fraterna”. (RB)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Francisco visita Bento XVI; férias de Verão alteram atividades do Papa

2015-06-30 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco foi, na manhã desta terça-feira (30/06), até o Mosteiro Ecclesia Mater nos Jardins Vaticanos, onde saudou o Papa emérito, que partiu para Castelgandolfo. Bento XVI ficará na residência pontifícia até o próximo dia 14 de julho. O encontro desta manhã durou cerca de meia hora e marcou o início das atividades de Verão no Vaticano.
Audiências e missas
As Audiências gerais da quarta-feira estão suspensas durante todo o mês de julho. Em agosto, elas serão retomadas na Sala Paulo VI. Com exceção para a já prevista audiência da próxima sexta-feira, dia 3, com a Renovação Carismática na Praça São Pedro, todas as demais audiências estão suspensas. O único compromisso público do Papa neste período, quando estiver no Vaticano, segue sendo o Angelus de Domingo. As missas matutinas do Papa com os grupos de fiéis na Casa Santa Marta estão suspensas nos meses de julho e agosto. Serão retomadas em setembro. (RB)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Papa reafirma as raízes hebraicas de todos os cristãos

2015-06-30 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu nesta terça-feira (30/06), uma delegação doConselho Internacional dos Cristãos e Judeus que reúne 40 organizações que promovem o diálogo entre as duas tradições de fé no mundo inteiro.
Ao recordar que em Roma encontra-se a mais antiga comunidade hebraica da Europa ocidental, Francisco destacou que, nestes quase 2 mil anos, a convivência entre cristãos e hebreus na cidade não foi, contudo, priva de tensões.
Porém, neste ano em que se celebram os 50 anos da Declaração conciliar Nostra aetate, o Papa afirmou que este documento foi o “‘sim’ definitivo às raízes hebraicas do cristianismo e o ‘não’ irrevogável ao antissemitismo”.
“Podemos ver os ricos frutos que este documento produziu e fazer, com gratidão, um balanço do diálogo hebraico-católico. Não somos mais estranhos, mas amigos e irmãos”, disse o Papa.
Raízes
“Os cristãos, todos os cristãos, têm raízes hebraicas”, prosseguiu Francisco, distinguindo contudo que as confissões cristãs encontram a sua unidade em Cristo, enquanto o hebraísmo a encontra na Torá.
“Os cristãos creem que Jesus Cristo é a Palavra de Deus que se fez carne no mundo; para os hebreus a Palavra de Deus está presente sobretudo na Torá. Ambas as tradições de fé têm fundamento no Deus único, no Deus da Aliança, que se revela aos homens por meio da sua Palavra. Na procura de um correto comportamento diante de Deus, os cristãos se volta a Cristo como fonte de vida nova, os hebreus ao ensinamento da Torá”, explicou o Papa.
Por fim, Francisco afirmou que a Santa Sé seguem com “grande interesse” as atividades do Conselho, principalmente os resultados do encontro mundial, que “proporcionam notáveis contribuições ao diálogo hebraico-cristão”. (RB)
Fonte: News.VA

Santo do Dia- Protomártires da Igreja de Roma

Protomártires da Igreja de Roma
Depois da solenidade universal dos apóstolos São Pedro e Paulo, a liturgia nos apresenta a memória de outros cristãos que se tornaram os primeiros mártires da Igreja de Roma, por isso,protomártires.

O testemunho dos mártires da nossa Igreja nos recorda o que é essencial para a vida, para o cristão, para sermos felizes em Deus, principalmente nos momentos mais difíceis que todos nós temos.
Os mártires viveram tudo em Cristo.
No ano de 64, o imperador Nero pôs fogo em Roma e acusou os cristãos. Naquela época a comunidade cristã, vítima de preconceitos, era tida como uma seita, e inimiga, pois não adoravam o Imperador.
Qualquer coisa que acontecia de negativo, os cristãos eram acusados. Por isso, foram acusados de terem posto fogo em Roma, e a partir daí, no ano 64, começaram a ser perseguidos.
Os escritos históricos em Roma narram que os cristãos eram lançados nas arenas para servirem de espetáculo ao povo, junto às feras. Cobertos de piches, como tochas humanas e muitos outros atos atrozes.
E a resposta era sempre o perdão e a misericórdia.
O Papa São Clemente I escreveu: “Nos encontramos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos as preocupações inúteis e os vãos cuidados e voltemo-nos para a gloriosa e venerável regra da nossa tradição: consideremos o que é belo, o que é bom e o que é agradável ao nosso criador.”
Protomártires da Igreja de Roma, rogai por nós!

Liturgia Diária-13ª Semana Comum - Terça-feira 30/06/2015 - Primeira Leitura (Gn 19,15-29)

Leitura do Livro do Gênesis.
Naqueles dias, 15os anjos insistiram com Ló, dizendo: “Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas, e sai, para não morreres também por causa das iniquidades da cidade”. 16Como ele hesitasse, os homens tomaram-no pela mão, a ele, à mulher e às duas filhas – pois o Senhor tivera compaixão dele –, fizeram-nos sair e deixaram-nos fora da cidade.
17Uma vez fora, disseram: “Trata de salvar a tua vida. Não olhes para trás, nem te detenhas em parte alguma desta região. Mas foge para a montanha, se não quiserdes morrer”.
18Ló respondeu: “Não, meu Senhor, eu te peço! 19O teu servo encontrou teu favor e foi grande a tua bondade, salvando-me a vida. Mas receio não poder salvar-me na montanha, antes que a calamidade me atinja e eu morra. 20Eis aí perto uma cidade onde poderei refugiar-me; é pequena, mas aí salvarei a minha vida”.
E ele lhe disse: 21“Pois bem, concedo-te também este favor: não destruirei a cidade de que falas. 22Refugia-te lá depressa, pois nada posso fazer enquanto não tiveres entrado na cidade”. Por isso foi dado àquela cidade o nome de Segor.
23O sol estava nascendo, quando Ló entrou em Segor. 24O Senhor fez então chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra. 25Destruiu as cidades e toda a região, todos os habitantes das cidades e até a vegetação do solo. 26Ora, a mulher de Ló olhou para trás e tornou-se uma estátua de sal.
27Abraão levantou-se bem cedo e foi até o lugar onde antes tinha estado com o Senhor. 28Olhando para Sodoma e Gomorra, e para toda a região, viu levantar-se da terra uma densa fumaça, como a fumaça de uma fornalha.
29Mas, ao destruir as cidades da região, Deus lembrou-se de Abraão e salvou Ló da catástrofe que arrasou as cidades onde Ló havia morado.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo de Hoje (Sl 25)

— Tenho sempre vosso amor ante meus olhos.
R- Tenho sempre vosso amor ante meus olhos.

1- Provai-me, ó Senhor, e examinai-me, sondai meu coração e o meu íntimo! Pois tenho sempre vosso amor ante meus olhos; vossa verdade escolhi por meu caminho.
2- Não junteis a minha alma à dos malvados, nem minha vida à dos homens sanguinários; eles têm as suas mãos cheias de crime; sua direita está repleta de suborno.
3- Eu, porém, vou caminhando na inocência; libertai-me, ó Senhor, tende piedade! Está firme o meu pé na estrada certa; ao Senhor eu bendirei nas assembleias.

Compreendendo e refletindo

Na prosperidade precisamos ser gratos, aprender o dom da gratidão, do louvor e do reconhecimento. No tempo dos infortúnios, da infelicidade, da dor e da aflição, é preciso ter a mesma intensidade da oração.
“Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!” (Mateus 8, 25).
Os discípulos estão no meio do mar, uma grande tempestade vem ao encontro deles e a barca fica coberta pelas ondas. O coração deles se agita pelo medo e um grande apavoramento toma conta de todos. E sabemos que – quando estamos apavorados, agitados, preocupados, tensos, nervosos e as coisas dentro de nós começam a se agitar – até a nossa fé perece, porque o desespero toma conta do nosso coração.
Os discípulos olham para Jesus e o Senhor parece dormir. Eles O acordam dizendo: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo”. O grito dos discípulos daquele tempo é o mesmo dos discípulos de hoje, é o grito de cada um de nós: sedentos da mão e da graça de Deus em meio a tantas ondas agitadas deste mundo. E com o nosso coração em pavor e pânico pelas tempestades da vida, precisamos dizer: “Salva-nos, Senhor, porque perecemos!”.
Deixe-me dizer uma coisa a você: a nossa fé precisa silenciar as ondas agitadas e revoltas que estão nos fazendo sucumbir, perecer e desanimar. Deus não está dormindo, mas está paciente e serenamente ao nosso lado. Quando estamos bem, as coisas andam dentro dos trilhos e o mar está calmo e tranquilo, Ele está ao nosso lado. Mas quando o mar se agita, as tempestades vêm ao nosso encontro e as coisas não estão legais, quando perdemos, perecemos e sofremos, Deus também está ao nosso lado.
Na prosperidade precisamos ser gratos, aprender o dom da gratidão, do louvor e do reconhecimento, mas, no tempo dos infortúnios, da infelicidade, da dor e da aflição, é preciso ter a mesma intensidade da oração e dizer: “Eu também O louvo, Senhor, eu também confio, porque o mesmo Deus que está comigo na minha felicidade também está comigo na minha tribulação. É n’Ele em quem eu confio! O mesmo Deus, que me faz atravessar o deserto, é o mesmo que me faz atravessar o mar. O mesmo Deus, que me leva às alturas, também me tira das profundezas do inferno. Por isso confio n’Ele, na Sua Palavra e não vou desanimar nem vou me desesperar! Não posso entregar a minha alma ao desespero, porque eu sei em quem coloquei a minha confiança, eu sei em que depositei a minha esperança e sei quem é o Deus a quem sirvo! É no Senhor em quem eu vou confiar!”.
Permitamos que Deus hoje acalme e traga serenidade e paz ao nosso coração e que nenhuma onda agitada desta vida tire a soberania da graça de Deus de nosso interior!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo- Canção Nova

Evangelho (Mt 8,23-27)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 23Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. 24E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia.
25Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!”26Jesus respondeu: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. 27Os homens ficaram admirados e diziam: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Papa: a Igreja é de Cristo, nenhum Herodes apagará sua luz

2015-06-29 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – “Ensinar a oração, orando; anunciar a fé, acreditando; testemunhar, vivendo!” Foi o que pediu Francisco aos Arcebispos Metropolitanos que na Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo receberam o pálio das mãos do Papa. A missa foi celebrada na manhã desta segunda-feira (29/06), na Basílica Vaticana.
Concelebraram com o Pontífice mais de 40 Arcebispos, de todo o mundo, entre os quais o Arcebispo de Curitiba, no Paraná, Dom José Antônio Peruzzi. Estava presente também a delegação do Patriarcado Ortodoxo de Constantinopla, que o Papa saudou logo no início da cerimônia.
Novidade
A celebração  deste ano teve uma novidade: a faixa de lã branca foi entregue e não colocada pelo Santo Padre. A imposição do Pálio será feita pelo Núncio Apostólico, nas respectivas Arquidioceses de origem. O significado desta alteração é colocar em maior evidência a relação dos Arcebispos com a sua Igreja local e, assim, dar também a possibilidade a mais fiéis de estarem presentes neste rito.
Homilia
Em sua homilia, comentando as leituras do dia, o Papa destacou a coragem dos Apóstolos e da primeira comunidade cristã de levar avante a obra de evangelização, sem medo da morte nem do martírio. Esta coragem, frisou Francisco, é um forte apelo à oração, à fé e ao testemunho.
Apelo à oração
“A comunidade de Pedro e Paulo ensina-nos que uma Igreja em oração é uma Igreja de pé, sólida, em caminho!”, disse. Na verdade, um cristão que reza é um cristão protegido, mas sobretudo não está sozinho. “Nenhuma comunidade cristã pode prosseguir sem o apoio da oração perseverante! A oração é o encontro com Deus, que jamais desilude.”
A primeira leitura fala do aparecimento de um anjo que inunda a masmorra de Pedro de luz. “Quantos anjos coloca Ele no nosso caminho, mas nós, dominados pelo medo ou a incredulidade ou então pela euforia, deixamo-los fora da porta”, acrescentou o Papa.
Apelo à fé
o Pontífice prosseguiu dizendo que Deus não tira os seus filhos do mundo ou do mal, mas dá-lhes a força para vencê-los. E falou das forças que tentaram – e ainda tentam – aniquilar a Igreja com inúmeras tempestades e os nossos muitos pecados. Não obstante, a Igreja permanece viva e fecunda. “Inexplicavelmente, permanece firme.”
Tudo passa, só Deus resta. “Na verdade, passaram reinos, povos, culturas, nações, ideologias, mas a Igreja, fundada sobre Cristo, permanece fiel ao depósito da fé, porque a Igreja não é dos Papas, dos Bispos, dos padres e nem mesmo dos fiéis; é só e unicamente de Cristo.”
Apelo ao testemunho
Por fim, o Papa faz um apelo ao testemunho, a exemplo de Pedro e Paulo.
“Uma Igreja ou um cristão sem testemunho é estéril; um morto que pensa estar vivo; uma árvore ressequida que não dá fruto; um poço seco que não dá água! A Igreja venceu o mal, através do testemunho corajoso, concreto e humilde dos seus filhos.”
Apelo aos Arcebispos
“Amados Arcebispos que hoje recebestes o pálio! Este é o sinal que representa a ovelha que o pastor carrega aos seus ombros como Cristo, Bom Pastor”, disse o Papa, sublinhando o que a Igreja quer deles:
“A Igreja quer-vos homens de oração, mestres de oração”: que ensinam ao povo que a libertação de todas as prisões é apenas obra de Deus e fruto da oração; que Deus, no momento oportuno, envia o seu anjo para nos salvar das muitas escravidões e das inúmeras cadeias mundanas. "E sede vós também, para os mais necessitados, anjos e mensageiros da caridade!"
“A Igreja quer-vos homens de fé, mestres de fé: que ensinem os fiéis a não terem medo de tantos Herodes que afligem com perseguições, com cruzes de todo o gênero. Nenhum Herodes é capaz de apagar a luz da esperança daquele que crê em Cristo!”
“A Igreja quer-vos homens de testemunho: Não há testemunho sem uma vida coerente! Hoje sente-se necessidade não tanto de mestres, mas de testemunhas corajosas, que não se envergonham do Nome de Cristo e da sua Cruz perante as potências deste mundo.”
O motivo é muito simples, disse Francisco: “O testemunho mais eficaz e mais autêntico é aquele que não contradiz, com o comportamento e a vida, aquilo que se prega com a palavra. Ensinar a oração, orando; anunciar a fé, acreditando; testemunhar, vivendo!”
(BF)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Papa: Pedro e Paulo companheiros de viagem na busca de Deus

2015-06-29 Rádio Vaticana

Na alocução do meio-dia, falando à multidão congregada na Praça de São Pedro para a oração mariana do Angelus, o Santo Padre recordou antes de tudo que a solenidade dos santos Pedro e Paulo que hoje é celebrada pela Igreja universal é vivida com particular alegria pela Igreja de Roma porque no testemunho destes apóstolos, selado pelo sangue, essa tem os seus próprios fundamentos:
“Roma nutre um carinho especial e gratidão por estes homens de Deus, vindos de uma terra distante para anunciar, pagando com a vida, aquele Evangelho de Cristo ao qual se tinham dedicado inteiramente. A gloriosa herança destes dois Apóstolos é motivo de orgulho espiritual para Roma e, ao mesmo tempo, um chamamento a viver as virtudes cristãs, especialmente a fé e a caridade: a fé em Jesus Messias e Filho de Deus, que Pedro professou em primeiro lugar e Paulo anunciou aos gentios; e a caridade que esta igreja é chamada a servir com horizonte universal”.
Na oração do Angelus, continuou o Papa Francisco, à memória dos santos Pedro e Paulo associamos a da Virgem Maria, imagem viva da Igreja, que os dois Apóstolos fecundaram com o seu sangue:
“Na evangelização dos dois Apóstolos aqui em Roma, estão também as raízes da profunda e multisecular devoção dos romanos à Virgem, invocada especialmente como Salus Populi Romani. Maria, Pedro e Paulo: são os nossos companheiros de viagem na busca de Deus; são os nossos guias no caminho da fé e da santidade. Invoquemos a sua ajuda, para que o nosso coração seja sempre aberto às sugestões do Espírito Santo e ao encontro com os irmãos”.
Em seguida Francisco recordou a bênção dos Pálios (durante a celebração eucarística na Basílica de São Pedro), destinados aos Arcebispos metropolitas nomeados durante o ano, e provenientes de várias partes do mundo. O Papa renovou as suas saudações e melhores votos a eles, aos familiares e aqueles que os acompanham nesta significativa circunstância, com a esperança de que o pálio, para além aumentar os vínculos de comunhão com a Sé de Pedro, seja também estímulo para um serviço cada vez mais generoso às pessoas confiadas a seu zelo pastoral.
Na mesma liturgia o Papa também saudou os membros da delegação de Constantinopla vinda a Roma em nome do Patriarca Ecuménico Bartolomeu I e para participar, como todos os anos, na festa dos santos Pedro e Paulo. Também esta presença é sinal dos vínculos fraternos existentes entre as nossas Igrejas, rezemos para que se reforce entre nós o caminho da unidade – disse o Papa Francisco, que acrescentou:
“A nossa oração hoje é sobretudo para a cidade de Roma, para o seu bem estar espiritual e material: a graça divina ampare todo o povo romano, para que viva em plenitude a fé cristã, testemunhada com zelo intrépido pelos santos Pedro e Paulo. Interceda por nós a Santíssima Virgem, Rainha dos Apóstolos”.
Depois do Angelus o Papa dirigiu uma cordial saudação a todos: famílias, paróquias, associações e outros fiéis e peregrinos vindos da Itália e das várias partes do mundo; mas particularmente o Papa saudou os fiéis de Roma, na festa dos santos padroeiros da cidade!
E felicitou os artistas que fizeram uma grande e bela exibição floral, e agradeceu a "Pro Loco" de Roma que a promoveu. E por último o Papa também dirigiu os melhores votos para o tradicional espectáculo pirotécnico que tem lugar esta noite no Castel Sant'Angelo, aqui em Roma, e cujos rendimentos servirão para apoiar uma iniciativa de caridade na Terra Santa e no Médio Oriente. E a propósito da próxima Viagem Apostólica à América Latina, o Papa acrescentou:
"Na próxima semana, de 5 a 13 de julho, parto para o Equador, Bolívia e Paraguai. Peço-vos a todos para me acompanhardes com a oração, para que o Senhor abençoe esta minha viagem no Continente da América Latina, para mim tão querido, como podeis imaginar. Exprimo ao querido povo do Equador, da Bolívia e do Paraguai a minha alegria de me encontrar entre eles. E peço a vós, de modo particular, para rezardes para mim e para esta viagem, para que a Virgem Maria nos dê a graça de acompanhar-nos a todos com a sua materna protecção".
A terminar o Papa Francisco desejou boas festas a todos. E pediu por favor para não nos esquecermos de rezar por ele, e concluiu com o habitual “Bom almoço e até logo!” (BS)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA