sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Abóbora vazia? Vamos enchê-la



As abóboras vazias neste período fazem parte da moda em muitos países. Nós as vemos por toda parte, de todas as formas e materiais. Para além de ser a favor ou contra o Halloween, não nego que a difusão desta prática me deixa triste. 

Quem sabe se nossos jovens conhecem o significado de ‘fazer vigília’ para se preparar para solenidades importantes: um dia antes do Natal, Sexta-feira Santa, no dia antes do Pentecostes, ou no dia de Todos os Santos, se participam da Missa de manhã e depois jejum e fazem abstinência. Essas práticam são quase uma suspensão dos ritmos habituais, um ato de se colocar à espera através de medidas que envolvem também o corpo até suas necessidades mais fundamentais, para “se esvaziar” do supérfluo, para ser acolhedor, pronto para receber a Graça especial, dom daqueles dias.

Por isso que o Halloween me entristece. Mas não estou sozinha: apesar das motivações mais diversas (do temor de infiltração do malígno ao secularismo exacerbado), multiplicam-se as iniciativas que tendem a lembrar o autêntico culto dos Santos. Os catequistas há muitos anos dedicam o mês de outubro à reflexão sobre estas figuras luminosas, trabalhando sobre biografias de santos próximos no tempo e, quando possível, também geograficamente. Ao fundo, porém, as crianças esperam mais de nós.

Descobri, por meio das redes sociais, uma proposta nova. A mensagem que encontrei na minha home page, em síntese, foi essa:

“Coloque a foto do seu santo preferido no seu perfil do whatsapp Facebook até o dia 1° de novembro, festa deTodos os Santos! Teremos muitos Santos nos celulares…”

Uma ideia simples, gostei e mesmo parecendo irrelevante o fiz.

Não fui a única. Santa Teresa, São João Paulo II, São Francisco apareceram depois em minha home: é apenas uma casa virtual, mas teve hóspedes lindos. O que aconteceu a uma amiga merece uma pequena reflexão. Ela colocou apenas Paulo Apóstolo como imagem de perfil, sem explicar o motivo. A primeira reação que provocou comentários foi: “O que está acontecendo?”.

Fiquei muito impressionada com esta reação. Talvez desta forma podemos nos tornar incisivos, com pequenas ações que provocam perguntas que conduzem a outro lugar instigante e a belas ocasiões de testemunho. 


Por Assunta Steccanella
Fonte: Catequese Católica

Frutos do Sínodo

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP)

No domingo, 19 de outubro, o Papa Francisco encerrou a 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos com uma Missa celebrada na Praça de São Pedro, debaixo de um sol esplêndido. Na mesma celebração, também beatificou seu predecessor, Paulo VI, que instituiu o Sínodo em 1965, como um dos frutos do Concílio Vaticano II.
Foram duas semanas de reflexões, com a participação de 191 “padres sinodais”, além de observadores, peritos e outros convidados. Após uma semana de intervenções individuais, os participantes reuniram-se em grupos para discutir uma proposta do texto final. Seguindo o tema da assembleia – “os desafios pastorais da família no contexto da evangelização” -, os participantes do Sínodo trataram de questões relativas ao ensinamento da Igreja sobre matrimônio e família, da pastoral familiar na preparação ao casamento e no acompanhamento da vida dos casais e famílias, dos casos pastorais mais complicados, como a separação e o divórcio, as novas uniões civis após o divórcio e o acompanhamento pastoral de casais “recasados” e da sua participação na Igreja.
Mas também se tratou das uniões livres, sem formalização alguma, do desinteresse crescente em relação à família e o casamento, do serviço pastoral nos tribunais eclesiásticos, sobretudo dos pedidos de reconhecimento de nulidade matrimonial; tratou-se do acesso à confissão e à comunhão por parte daqueles que após um divórcio ou separação vivem numa nova união. Não deixou de ser tratado o desfio pastoral representado pelas uniões civis de pessoas do mesmo sexo e da sua pretensão de serem reconhecidos como “família” e de terem reconhecida a sua união como um “casamento”...
Olhou-se também, com particular atenção, a questão da transmissão da vida e sua acolhida pelo casal, no seio de uma família constituída; e não podia faltar a educação, em todos os sentidos – humano, religioso e cívico -, e do papel inalienável dos pais na educação dos filhos.
A pauta de assuntos foi muito ampla. E os resultados? Antes de tudo, deve-se considerar como fruto apreciável o próprio fato de a Igreja fazer uma nova reflexão sobre casamento e família. Era muito necessário, pois no contexto cultural contemporâneo, a família e o casamento são cada vez mais relegados à vida privada, onde o Estado não deve se intrometer. Grave engano, pois a família é um bem para a pessoa e a sociedade inteira. E onde ela é desamparada e até desmantelada, ela faz muita falta e o Estado se assume muitos encargos a mais!
O Sínodo também produziu uma bela mensagem, confortadora e estimulante, já foi divulgada , que vale a pena ler e meditar. E produziu um relatório final, com os temas de consenso já trabalhados. Este Relatório (“Relatio Synodi”) ainda não é um “documento” conclusivo e o papa Francisco determinou que ele seja, agora, enviado às Conferências Episcopais e submetido a um novo giro de consultas e contribuições; no ano que vem, 2015, na assembleia ordinária do Sínodo, o assunto voltará a ser discutido e analisado.
O Sínodo dedicou especial atenção às famílias que vivem em situações de conflito e de perseguição.
O papa Francisco inovou no método do Sínodo e quer que a Igreja toda faça um “caminho sinodal”, ou seja, de busca de caminhos comuns para testemunhar as riquezas do Evangelho nas situações nem sempre fáceis do casamento e da família. O processo pode ser mais longo e demorado; mas espera-se que o consenso seja mais compartilhado entre todos. 
Publicado em O São Paulo,  ed. 22.10.2014
Fonte: CNBB

Eleitos e candidatos

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)


Na antiga tradição, candidato era aquele que se vestia de branco, candidus, para se apresentar ao sufrágio de escolhas no contexto da comunidade. Portanto, candidatar-se significava, antes de tudo, ter condição moral e ousadia para assumir exercícios de representatividade. Ser cândido é zelar pela conduta honesta e ilibada. A partir dessa compreensão, é possível concluir que os eleitos precisam continuar candidatos, isto é, devem se empenhar, dia a dia, com incidência em cada um dos seus atos, escolhas e deliberações, no compromisso de alicerçar-se numa conduta merecedora de confiança.

O primeiro compromisso dos representantes públicos deve ser assumir a condição de servidor do povo. Assim também deve ser nos diferentes âmbitos e instâncias da sociedade, incluindo religiosas, corporativas, educacionais e todas as outras que articulam a identidade pluralista da contemporaneidade. Leves descuidos, seja na esfera pessoal ou social, provocam sérios prejuízos, alimentam vícios que comprometem o desenvolvimento e impedem a inadiável construção de um mundo mais justo e solidário. Se alguém se candidata, sua moralidade há de ser a base primeira, antes mesmo da indispensável competência administrativa e técnica. Pode se imaginar o desastre quando faltam parâmetros morais a um gestor. Obviamente, paga-se um preço muito alto.
O candidato eleito não pode agir de modo superficial, pois sua autoridade política deve ser instrumento de coordenação das relações, procedimentos, funcionamentos e instituições para que estejam a serviço do desenvolvimento humano integral. Nesta perspectiva, pois, não bastaria ao representante do povo apenas lutar por algumas causas, nem mesmo somente trabalhar para garantir o desenvolvimento econômico, em vista de uma organização social equilibrada. É imprescindível compreender e, consequentemente, agir à luz e no horizonte do desenvolvimento integral. Aponta-se aqui que não será exitosa uma representação, gerência ou condução na sociedade se prevalecerem as lacunas humanísticas e o estreitamento de interesses cartoriais. Certamente, dessas lacunas derivam as mediocridades que fragilizam a necessária ideologia político partidária, que deveria contribuir para o debate e exercício da cidadania. Em vez disso, servem de “trampolim” para ações egoístas, que beneficiam poucos e enfraquecem o gosto pelo bem comum, especialmente pelos mais pobres.
Os avanços sociais vividos no Brasil das últimas décadas ainda não são suficientes para a equidade própria de uma cultura civilizada. É bom lembrar que sem o espírito de candidato, comprometido com o desenvolvimento integral, o prejuízo é previsível e torna-se permanente a carência de respostas. Continuam os loteamentos e aparelhamento de máquinas públicas, uma sedução para quem, por falta de lastro humanístico, se corrompe no poder e no dinheiro. Obviamente, não se alcança a necessária conduta moral de “uma hora para a outra”. Só quem, ao longo da vida, trilha esse caminho consegue reconhecer a centralidade que é o bem do outro e, sobretudo, dos que são os pobres. Portanto, manter-se na condição de “candidato puro” é zelar pela própria autoridade moral. Para isso, não basta apenas o respeito a normas e valores de caráter puramente históricos e sociológicos. Torna-se imprescindível reconhecer a dimensão de transcendência da ordem moral, universal e absoluta, de igual valor para todos. Sem esse reconhecimento, a luta pelo poder levará à insanidade. A manipulação interesseira é berço perene da corrupção. A incompetência humanística e relacional alimenta uma sociedade incivilizada, que sofre com as arbitrariedades e usurpações.
A ordem moral não pode existir sem Deus. Separada dele, desintegra-se. E cada candidato eleito, atuando no Estado laico, de modo a respeitar sua incontestável laicidade, o enriquece com essa força. A ordem moral é base que permite buscar o bem de todos. Por isso, não basta ao eleito dominar estratégias e compreender mecanismos de funcionamento das instituições. Agora, terminadas as eleições, está dada aos eleitos a oportunidade de evitar exercícios medíocres do compromisso assumido e da confiança conquistada. Espera-se que cada representante tenha como ponto de partida uma visão articulada do desenvolvimento em nosso tempo. Assumam sempre, como prioridade, o trabalho para que os mais sacrificados da sociedade superem a fome, a miséria, as doenças endêmicas, o analfabetismo de todo tipo, promovendo audaciosas reformas. Faço votos para que os escolhidos continuem comprometidos com suas propostas e não esqueçam que devem ser sempre candidatos, candidus.
Fonte: CNBB

A Festa de Finados

Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina (PR)

Dia 2 de novembro é um dia marcante, porque é a festa da imortalidade e da ressurreição. É uma recordação da vida de quem já peregrinou neste mundo e agora alcançou a plenitude de seus desejos e esperanças. Aqui somos companheiros de viagem, lá seremos convidados das núpcias do Cordeiro. A melhor despedida é esta: “até nos revermos no céu”.

Não é fácil meditar sobre a morte, pois, estamos diante de um mistério. Experimentamos a mortalidade do corpo e a imortalidade da alma. Estamos cada vez mais despreparados para morrer. Mesmo sendo um fenômeno universal e uma experiência existencial, não é fácil reconciliar-se com a verdade da morte. É forte nosso instinto de conservação, nosso desejo de viver mesmo sabendo que vamos morrer. “Só não morrem as flores de plástico” (T. Eliot).
A morte hoje é um tabu, algo que escondemos, camuflamos, afastamos como se fosse algo proibido e perigoso. Poucos morrem em casa, o luto saiu da moda, afastamos as crianças do enterro, os profissionais da saúde são os que assistem os moribundos.
A humanidade tomou duas posições diante da morte. A primeira atitude é render-se ao nada, ao vazio, ao absurdo. A segunda opção é a crença na reencarnação. Todavia há uma terceira via que não é filosófica, mas, teológica. É a fé na ressurreição de Jesus Cristo e de todos os filhos de Deus. A morte foi redimida, Jesus morrendo “matou a morte.”
Eis o que escreve Paulo apóstolo: “Semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; semeado desprezível, ressuscita glorioso; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado corpo animal ressuscita corpo espiritual” (Cf. I Cor – 15,42-44).
A morte, na fé cristã, é uma experiência pessoal, uma passagem, um parto e uma porta para uma nova fase da vida. “Meu fim é o meu início” (A. Grünn). A vida não é tirada, é transformada. Felicidade, luz, paz, plenitude, alegria, glorificação, constituem a realidade da vida após a morte, na comunhão dos santos e na visão de Deus face a face. Ao morrer somo abraçados pelo Pai, entronizados na comunhão dos santos, coroados pela Santíssima Trindade, glorificados com Jesus, enriquecidos com a herança da salvação.
Os santos e pessoas de fé atestam: “O dia da minha morte, será o dia mais glorioso da minha vida”. Lembremos de Santa Terezinha que dizia: “ Não morro, entro na vida”. Belíssimo testemunho de fé é o de Madre Leônia que dizia: “Minha morte será um feliz pôr de sol”.
Para Jesus, a morte foi o retorno ao Pai, a entrega amorosa de si, o supremo ato de amor, a hora da glorificação. Conheci um padre que carregava na pulseira do relógio, esta frase: “ A morte é certa, a hora é incerta”. Morrer para viver.
Nosso viver é também um caminhar para o morrer. Como uma mulher grávida se prepara para o parto, como a gente se prepara para uma festa ou a chegada de uma visita, assim, precisamos nos preparar para a nossa hora derradeira. É assim que rezamos na Ave Maria: “agora e na hora de nossa morte, rogai por nós”.
O céu é nossa pátria e paraíso. Lá somos esperados e nos uniremos aos amigos, aos parentes, aos antepassados na comunhão dos santos. Diz Santo Agostinho: “ caminha e canta, ama, corre, suspira pela pátria. Lá não há inimigo, não morre o amigo, as lágrimas serão enxugadas, estaremos felizes e tranquilos na visão, na beatitude, na pátria”. Lembremo-nos que aqui somos peregrinos e que o melhor nos espera. O que nossos mortos são hoje, nós seremos amanhã. “Quero morrer para estar com Cristo”, dizia Paulo Apóstolo. Sabemos pela fé que o amor, o bem, as boas obras, não passam, mas nos acompanharão, serão a chave da porta do céu, o passaporte para a glória. Os justos como estrelas brilharão. Não precisaremos da luz do sol nem da lâmpada, pois, Deus mesmo será a luz, será tudo em todos. A ordem é esta: “entra na alegria do teu Senhor”. (Cf. Mt 25, 23). 
Fonte: CNBB

"Morro porque não morro"

Dom Pedro Brito Guimarães
Arcebispo de Palmas (TO)

“Vivo sem viver em mim, e tão alta vida espero, que morro porque não morro (Santa Teresinha).
Ao longo desta semana, sobretudo no dia dois de novembro, certamente muitos de nós iremos aos cemitérios prestar homenagem aos nossos entes queridos falecidos. Trata-se, pois, de um gesto profundamente humano e por demais cristão.
Mas, vamos aos cemitérios com que sentimento? Com que pensamento? Com que fé? Com que teologia? Com que esperança? E o que levaremos em nossas bagagens espirituais?
Um pouco de tudo: tristezas, saudades, lagrimas, resignação, silêncio, fé, esperança... Os cristãos, diferente dos pagãos, convencionaram chamar o lugar onde os falecidos eram enterrados de “cemitério”. Cemitério, literalmente, significa “lugar dos que dormem na paz do seu Senhor”. O mesmo diga-se do dia dois de novembro, chamado de: “dia de todos os fieis defuntos”. Como a própria palavra indica, significa “o dia daqueles e daquelas que chegaram ao fim e finalizaram as suas trajetórias de vida aqui na terra e inciaram suas caminhadas, ruma à pátria defintiva e já vivem em outra esfera do infinto”, como bem expressou São Paulo: “Nossa pátria é o céu, de onde esperamos ansiosamente o Senhor Jesus Cristo como Salvador. Ele vai transformar nosso corpo miserável, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso, graça ao poder que ele possui de submeter a si todas as coisas” (Fl 3,20-21). E como também brilhantemente exprimiu Santa Teresinha, no trecho do poema, acima citado.
O cemitério, visto por este ângulo, não é aquele lugar tétrico, sem sentido e sem vida, com cor de saudade e cheiro de morte, no qual ninguém sente prazer em vistá-lo, para se tornar um oasis de vida, paraiso terreste e lugar privilegiado para se repensar o verdadeiro sentido da vida. Sendo assim, o que levar, preferencialmente, aos cemitérios? Sugiro, entre outras, três coisas:
Primeiro, a fé na ressurreição dos mortos. Diante da morte, convém a oração fervorosa e confiante; a última palavra é “ressurreição”. Jesus disse: Eu sou a resurreição e a vida. Quem crê em em mim, mesmo que morra viverá (Jo11,2). Em Jesus, a morte foi engolida pela vitória; perdeu seu aguilhão na luta que com a vida travou (cf. 1Cor 11,55). A vida é mais forte do que a morte. Diante, portanto, destes textos, não cabem quaisquer elucubrações sociológicas e nem questiúnculas periféricas ou meros raciocínios materialistas. Preferimos ficar com o que Jesus disse. Afinal, Ele é a nossa páscoa, nossa vida e ressurreição. A oração mais bela e mais apropriada, além da missa, para se rezar diante de um túmulo é: Descanso eterno, dai-lhe, Senhor. E a luz perpétua o ilumine. Descanse em paz. Amém!
Segundo, a luz de Cristo. As velas que acendemos aos pés dos túmulos dos nossos defuntos são simbolos da resurrieção de Jesus. Jesus Cristo é a Luz do mundo (Jo 8,12) que, como uma vela, se consome, mas nunca se apaga. Ele é o sol nascente que nos veio visitar (Lc 1,78). As velas também rememoram o nosso batismo, com o qual morremos e resurgimos para a vida eterna. Portanto, diante dos túmulos, as velas se derretem e se consomem, pelo fogo, como os nossos pecados diante da misericórdia do nosso Deus.
Terceiro: a beleza, a leveza e a singeleza da flores. As flores que levamos aos cemitérios são símbolos além da beleza, da leveza, da singeleza e da suavidade, são símbolos também do efêmero e da provisoriedade da nossa vida. A nossa vida é semelhante a um sopro. O ser humano é comparado a uma erva, e toda a sua beleza é como a flor do campo. A erva seca e a flor murcha quando o vento do Senhor sopra sobre elas. Mas a Palavra de Deus permanece, se realiza para sempre (Is 40,8). Os dias da nossa vida são curtos e cheios de imperfeições e de inquietações (Jó 14,2), iguais à erva que floresce, como a flor do campo (Sl 103,15). Assim repousam nos cemitérios os nossos entes queridos: como os lírios do campo que não trabalham nem fiam, mas se revestem de um esplendor que superam em tudo os trajes mais finos do rei Salomão (Mt 6,28). Diante de Deus, a alma enamorada pelo Senhor é como a Rosa de Saron (Ct 21,1). As flores, enfim, nos cemitérios são também como o bom perfume de Cristo, que ungiu o seu corpo para a sepultura.
Portanto, li, certa vez, na entrada de um cemitério, a seguinte frase: “Homenagem aos que já morreram, dos que ainda vão morrer”. Com estes e outros sentimentos, vamos visitar os nossos irmãos e irmãs falecidos, nos cemitérios, conscientes de que hoje somos nós, amanhã serão outros que farão visitas aos nossos túmulos. Amém! Aleluia!.
 Fonte : CNBB

Comissão de Bioética organiza Seminário sobre a Evangelium Vitae

Com o objetivo de celebrar os 20 anos da Exortação Apostólica Evangelium Vitae, escrita por São João Paulo II, serão realizados, em Curitiba, de 20 a 22 de março de 2015, o Seminário da Comissão de Bioética da CNBB e 6ª Jornada Interdisciplinar de Pesquisa em Teologia e Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR). 
A Conferência de abertura, no dia 20, trará o tema "Evangelium Vitae na perspectiva do magistério da Igreja", com presença do arcebispo de Utrecht – Holanda e membro da Pontifícia Academia para a Vida, cardeal William Eijck.
A expectativa da organização é receber mais de 250 participantes. O público alvo são os agentes das comissões estaduais e regionais de Vida e Família e Pastoral Familiar, docentes de teologia e bioética, pós-graduandos de teologia e bioética. O evento também é aberto aos profissionais das áreas da saúde, jurídicas, sociais e humanas.
Visando oferecer outras informações sobre os encontros, a organização lançou o hotsite. Na página é possível encontrar a programação completa, além de orientações sobre hospedagem, programação, inscrições de trabalhos/resumos, entre outros dados. Acesse: seminariobioetica.cnbb.org.br 
Evangelho da Vida
Com base na Encíclica Evangelium Vitae, haverá reflexão pastoral e acadêmica, com contextualização do documento, sua atualidade, as perspectivas futuras de desenvolvimento e outras temáticas afins. O evento conta com apoio de setores da Igreja e da sociedade, como a coordenação da Comissão Nacional de Bioética da CNBB.
Na programação do sábado, 23, está prevista conferência sobre a "Civilização do amor e da vida", com coordenação do presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, dom João Carlos Petrini, e presença do presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre o Matrimônio e Família (Roma), professor Dr. Livio Melina.
Veja a programação completa das conferências e painéis. Clique aqui.
Apresentação de trabalhos
O Seminário abrirá espaço para comunicações, no formato de trabalhos completos ou em formato de pôsters, para quem enviar resumos. Cada proponente poderá inscrever-se como autor ou co-autor em até três trabalhos. Só serão aceitos trabalhos de autores que estejam devidamente inscritos no evento. Os trabalhos devem ser enviados pelo e-mail:castorina_vidal@hotmail.com até 15 de dezembro de 2015. Os materiais aceitos serão publicados nos Anais on-line do evento.
Fonte: CNBB

Confundiram ebola com bruxaria e o contágio se espalhou, explica missionário em Serra Leoa

Crianças na região vítimas do ebola na África ocidental. Foto: UNICEF Guiné (CC BY-NC-SA 2.0)
ROMA, 31 Out. 14 / 09:55 am (ACI/EWTN Noticias).- O Padre Natale Paganelli, missionário camiliano há 31 anos em Serra Leoa, compartilhou a dolorosa realidade que vive o país africano por causa do vírus ebola, que em todo mundo acabou com a vida de 4.900 pessoas e infectou outras dez mil.

Em declarações ao jornal italiano Tempi, o Padre Paganelli explica que os mortos e doentes pelo ebola aumentam a cada dia. “Os dados da segunda-feira passada falam de 500 mortes confirmadas apenas no norte. No país os infectados são 3.624 com 1.044 mortos confirmados. A situação é realmente crítica”, assegura.

“Aqui não se morre somente, as relações humanas estão mudando, os hospitais também fecharam… Antes a malária era uma maldição, agora se a pessoa é diagnosticada com esta doença, ela sussurra de tranquilidade”, denunciou.

Respondendo a pergunta: “não teme por sua vida?”, o sacerdote italiano responde que “na semana passada estava com 39 de febre e me isolei para não colocar as outras pessoas em perigo. Não tinha medo. Claro, não foi fácil, mas me coloquei nas mãos do Senhor e disse: ‘Se o momento tiver chegado, aqui estou, leva-me ’”.

Os primeiros sintomas do vírus na Serra Leoa apareceram em maio, os primeiros casos se verificaram na província de Kailahun, na parte oriental do país. “Asseguraram-nos que o vírus permaneceria isolado nessa área, diziam que tudo seria resolvido rapidamente, mas pelo contrário… a situação era mais grave do que pensávamos”.

O Pe. Paganelli assinala que muitos habitantes associaram a doença com a bruxaria e não tomaram as precauções necessárias, agravando o risco de contágio. “Ao princípio muitas pessoas participavam também nos ritos fúnebres dos mortos pelo vírus, tocavam tranquilamente o corpo do defunto e se contagiavam. Desgraçadamente alguns continuam pensando da mesma forma”, lamentou.

Segundo o missionário, o vírus ebola freou a economia do país e os hospitais fecharam as suas portas pelo risco de contágio. Atualmente na Serra Leoa só existem alguns centros onde as pessoas suspeitas de ebola são colocadas em quarentena, e outros poucos centros onde são tratadas. “O pior serão os danos psicológicos e humanos. Por isso precisamos de terapeutas para que tratem daqueles que perderam a família e provavelmente nem sequer puderam chorar a sua morte. Esperamos poder abrir a escola em janeiro, ou se não, iremos perder outro ano escolar”, assinala.

O missionário afirma que as primeiras ajudas ao país chegaram por parte daIgreja “que sensibiliza e educa para que as pessoas compreendam que o ebola é real, que se espalha de uma maneira e que seu contágio pode ser prevenido”.

“Explicamos aos familiares das vítimas como enterrar os seus seres queridos, sem funerais. Para os africanos é um verdadeiro trauma não celebrar os ritos fúnebres, assim quando alguém morre, chamam-nos e rezamos pelas almas para confortar as famílias”, e “ensinamos a lavar as mãos, a usar água sanitária, a não tocar os líquidos. São instruções simples que em si mesmas podem realmente prevenir o contágio, se forem seguidas exaustivamente”, disse.

O missionário explicou que as autoridades do país confiam na Igreja para apoiar os sobreviventes, que com frequência são excluídos por suas famílias por causa do medo do contágio. “Estamos ajudando-lhes a que se reintegrem”, expressou.

Em Serra Leoa trabalham 25 párocos em 25 paróquias, cada uma das quais tem uma função de trabalho para ajudar os povoados. As paróquias estão coordenadas pelo episcopado e colaboram com elas 30 trabalhadores do Caritas e 30 voluntários da Universidade Católica de Makeni.
Fonte: Acidigital

Seminarista resgata Eucaristia de iminente profanação do Estado Islâmico

Martin Baani. Foto: Ajuda à Igreja que Sofre
ERBIL, 31 Out. 14 / 10:28 am (ACI).- Por: John Pontifex

Bombas caiam e o som da explosão enchia os corações do povo de choque e medo. Ao som de choro e atividade frenética, as pessoas arrumavam os pertences que conseguiam carregar para fugir à noite.

Em meio a tudo isso estava Martin Baani, um seminarista de 24 anos de idade. Ele começava a perceber que esta seria a última vez em Karamlesh.

Por 1.800 anos, o cristianismo teve um lar nos corações e nas mentes das pessoas desta aldeia, cheia de resquícios da antiguidade. Mas agora estava prestes a ser dominada pelo Estado Islâmico que avança em sua direção.

O celular de Martin toca: um amigo que gagueja a notícia de que a cidade vizinha de Telkaif foi dominada pelo "Da'ash" - o nome árabe para Estado Islâmico. Karamlesh certamente será a próxima.

Martin corre para fora da casa de sua tia, onde está hospedado, e segue para a igreja de Santo Addai, próxima dali. Ele leva o Santíssimo, um pacote de papéis oficiais e caminha para fora da igreja. Do lado de fora um carro o espera - o padre de sua paróquia, o padre Thabet, e três outros sacerdotes.
Ele entra e o carro acelera. Eles deixam Karamlesh e os últimos vestígios da presença cristã da aldeia vão com eles.

Falando com Martin na calma do Seminário de São Pedro, em Ankawa, é difícil imaginar que ele descreve algo além de um sonho ruim. Mas não há nada de sonhador na expressão de Martin. "Até o último minuto, o Pashmerga [as forças armadas curdas que protegem as aldeias] estavam nos dizendo que era seguro”.

“Mas depois soubemos que eles estavam montando grandes armas no monte de Santa Bárbara [na borda da aldeia] e compreendemos então que a situação era muito perigosa."

Fazendo um balanço daquela terrível noite de 06 de agosto, a confiança de Martin é reforçada pela presença de outros 27 seminaristas em São Pedro, muitos deles com suas próprias histórias de fuga das garras dos militantes islâmicos.

Martin e seus colegas de sacerdócio sabem que o futuro é sombrio no que diz respeito ao cristianismo no Iraque. A comunidade de 1,5 milhão de cristãos antes de 2003 caiu para menos de 300 mil e, daqueles que permanecem, mais de um terço estão foragidos. Muitos, se não a maioria, buscam uma novavida em um novo país.

Martin, no entanto, não é um deles. "Eu poderia facilmente ir", ele explica calmamente. "Minha família vive agora na Califórnia. Já me foi dado um visto para ir para os Estados Unidos pra visitá-los”.

“Mas eu quero ficar. Eu não quero fugir do problema".
Martin já fez a escolha que marca os sacerdotes que decidiram permanecer no Iraque: sua vocação é para servir o povo, venha o que vier.

"Temos que lutar por nossos direitos, não devemos ter medo", explica. Descrevendo em detalhes o trabalho de socorro de emergência, que tem ocupado muito de seu tempo, é fácil ver que ele sente que seu lugar é lá com as pessoas.

Martin já é um diácono. Agora, em seu último ano de teologia, a ordenação ao sacerdócio é - se Deus quiser – daqui a alguns meses.

"Agradeço por suas orações", diz Martin, ao se despedir de mim. "Contamos com o vosso apoio."

John Pontifex é jornalista principal da Ajuda à Igreja que Sofre, uma fundação pontifícia de caridade internacional que fica aos cuidados da Santa sé e que provê assistência à Igreja Católica que está em dificuldades e sofre perseguição em mais de 140 países.

Fonte: Acidigital

Papa Francisco nomeia novo bispo no Brasil

Papa Francisco. Foto: Joaquin Peiro - Grupo ACI / Bandeira do Brasil. Foto: Wikipedia / Jose Cruz (CC BY 3.0 BR)
Vaticano, 31 Out. 14 / 08:30 am (ACI/EWTN Noticias).- A Santa Sé informou que o Papa Francisco nomeou Dom Giuseppe Negri, até agora bispo de Blumenau (SC), como novo bispo coadjutor de Santo Amaro (SP).

Dom Negri nasceu em 19 de setembro de 1959 em Milão (Itália) e pertence ao Pontifício Instituto Missões Estrangeiras (PIME).

Foi ordenado sacerdote em 7 de junho de 1986. Formado em Filosofia e Teologia, fez doutorado em Psicologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1995-1999).

Entre os cargos que ocupou, foi pároco da paróquia São Judas Tadeu e São João Cambraia na arquidiocese de Florianópolis, diretor espiritual do Seminário de Teologia em Monza (Itália) e professor em São Paulo no Curso Superior de Aconselhamento Formativo.
Fonte: Acidigital

Igreja no Sri Lanka convoca 100 dias de preparação para a visita do Papa Francisco

Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez / Grupo ACI
ROMA, 31 Out. 14 / 08:11 am (ACI/EWTN Noticias).- Serão 100 dias de intensa preparação espiritual, com missas, vigílias, obras de caridade, durante os quais os fiéis serão convidados a fazerem oferecimentos pela visita do Papa. Esta iniciativa foi lançada pela Igreja Católica no Sri Lanka, que já se prepara para a visita papal que acontecerá entre os dias 13 e 15 de janeiro de 2015.

O anúncio dos 100 dias aconteceu durante uma missa celebrada recentemente na Basílica Nacional de Nossa Senhora de Lanka, informa a agência vaticana Fides.

“Necessitamos de uma preparação espiritual mais profunda pela visita do Santo Padre e pela canonização do Beato José Vaz”, disse o Bispo Auxiliar de Colombo, Dom Emmanuel Fernando, na missa solene que inaugurou este período especial.

Durante a celebração foi apresentado o logotipo da visita e o tema escolhido, “Permaneçam no meu amor”, tirado do Evangelho de São João.

Depois foram anunciadas as atividades espirituais previstas pelo Comitê Preparatório: entre outras, difundiu-se uma oração especial para que seja rezada nas Igrejas e nas casas e um modelo de uma hora de adoração especial com as crianças, que será entregue ao Santo Padre pela Canonização do Beato José Vaz, preparada tanto nas escolas católicas, como nos grupos de catequese das crianças nas paróquias.

Cada fiel foi convidado a realizar, neste momento, um gesto concreto de “reparação”, na ótica da misericórdia e da compaixão pelos outros.
Fonte: Acidigital

Porta-voz da associação de exorcistas adverte: a astúcia do diabo está em parecer que ele não existe

Imagem referencial. Foto: Flickr Dingo (CC BY-NC-SA 2.0)
ROMA, 30 Out. 14 / 12:50 pm (ACI/EWTN Noticias).- O psiquiatra Valter Cascioli, porta-voz da Associação Internacional de Exorcistas, recordou que “a astúcia do diabo está em fazer-nos acreditar que ele não existe” e assim consegue separar-nos de Deus e dos outros.

“Sabemos que o que divide, o diabo, não só nos separa de Deus, mas também separa as pessoas, as famílias, separa também da realidade, porque –desgraçadamente-, às vezes acontecem situações de alienação, também mental, que são secundárias às atividades demoníacas paranormais”, indicou em declarações à Rádio Vaticano.

Adicionou que “o número de pessoas que se dirigem a essas práticas com graves danos sociais, psicológicos, espirituais e morais está em constante aumento e isso nos preocupa porque, consequentemente, temos também um singular aumento da atividade demoníaca, de modo particular, perseguições, obsessões e, sobretudo, possessões diabólicas”.

O perito assinalou que muitas vezes se menosprezam os efeitos graves que as práticas demoníacas podem ter. “Às vezes, a atividade demoníaca mais comum, que é a tentação, não é levada em consideração por aqueles que têm uma fé morna. Por isso, nós animamos a uma maior vigilância”, disse.

Neste sentido, Cascioli afirmou que vivemos em um momento histórico particularmente crítico, onde a pressa, a superficialidade, o individualismo exasperado e a secularização, parecem dominar a nossa sociedade.

“A luta contra o mal e o maligno é uma emergência cada vez maior. Isso é devido claramente, além da ação direta do inimigo de Deus, à diminuição da fé, à anomia, quer dizer, a falta de valores e o relativismo cultural. Por outro lado, assistimos a um contínuo florescimento de mensagens da mídia, livros, programas de televisão e cinematográficos que, de alguma forma, sobre as vias do sensacionalismo e do espetáculo, incentivam especialmente às novas gerações a terem contato com o ocultismo, o satanismo, e às vezes a praticá-lo”, lamentou.

“A debilitação da fé afeta muito a incidência que estes fenômenos das atividades demoníacas paranormais têm, especialmente, nas gerações jovens e também sobre as famílias”, e “um certo laicismo difundido na nossa sociedade não nos ajuda”, concluiu.

No último dia 13 de junho, a Congregação para o Clero do Vaticano reconheceu juridicamente a AIE como personalidade jurídica privada internacional de fiéis.

A ideia de reunir os exorcistas em associação foi do Padre Gabriele Amorth, exorcista renomado da diocese de Roma (Itália), que, desde os anos ‘80s adverte do grande número de testemunhos sobre os perigos e ameaças do diabo devido a práticas ocultas. 
Fonte: Acidigital

Papa: o amor abre as portas da esperança, não o rigor da lei

2014-10-31 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – Cristãos que ficam tão presos à lei que se esquecem da justiça: este foi o tema da homilia que o Papa Francisco pronunciou durante a Missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta.

No Evangelho do dia, Jesus pergunta aos fariseus se é lícito ou não curar aos sábados, mas eles não respondem. Ele, então, toma um doente pela mão e o cura. Diante da verdade, afirmou o Papa, os fariseus se calam, “mas tramavam contra Ele por trás”. Jesus repreende essas pessoas que “eram tão presas à lei a ponto de esquecerem a justiça”, negando até mesmo a ajuda aos pais idosos com a desculpa de terem dado tudo em doação ao Templo. Mas o que é mais importante? – perguntou o Papa - o quarto Mandamento ou o Templo?“:
Este caminho de viver presos à lei os afastava do amor e da justiça. Preocupavam-se com a lei e ignoravam a justiça e o amor. E para essas pessoas, Jesus só tinha uma única palavra: hipócritas. De um lado, vão em busca de proselitistas. E depois? Fecham a porta. Homens de fechamento, tão presos ao rigor da lei, mas não à lei, que é amor; e sempre fechavam as portas da esperança, do amor, da salvação... Homens que somente sabiam fechar”.
“O caminho para ser fiéis à lei, sem ignorar a justiça e o amor” – prosseguiu o Papa citando a Carta de São Paulo aos filipenses –, “é o caminho inverso: do amor à integridade; do amor ao discernimento; do amor à lei”:
Este é o caminho que nos ensina Jesus, totalmente oposto ao dos doutores da lei. E este caminho do amor à justiça leva a Deus. Ao invés, o outro caminho, de ficar presos somente à lei, ao rigor da lei, leva ao fechamento, ao egoísmo. O caminho que vai do amor ao conhecimento e ao discernimento, à plena realização, leva à santidade, à salvação, ao encontro com Jesus. Do contrário, este caminho leva ao egoísmo, à soberba de sentir-se justos, àquela santidade entre aspas das aparências, não? Jesus diz a essas pessoas: ‘Mas vocês gostam de se mostrar como homens de oração, de jejum... mostrar-se, não? E por isso Jesus diz à pessoas: ‘Façam o que dizem, não o que fazem’”.
Com pequenos gestos, Jesus nos faz compreender o caminho do amor ao pleno conhecimento e ao discernimento. Ele nos pega pela mão e nos cura:
Jesus se aproxima: a proximidade é justamente a prova de que nós caminhos na verdadeira via. Porque é a via que Deus escolheu para nos salvar: a proximidade. Aproximou-se de nós, fez-se homem. A carne de Deus é o sinal; é o sinal da verdadeira justiça. Deus que se fez homem como um de nós, e nós que devemos nos fazer como os outros, como os necessitados, como os que precisam da nossa ajuda”.
“A carne de Jesus” – afirmou o Papa - “é a ponte que nos aproxima de Deus... não é o rigor da lei: não! Na carne de Cristo, a lei se realiza plenamente” e “é uma carne que sabe sofrer, que deu sua vida por nós”. “Que esses exemplos, esse exemplo de proximidade de Jesus, do amor à plenitude da lei – concluiu o Papa Francisco –, nos ajudem a jamais cair na hipocrisia: jamais. É tão feio um cristão hipócrita. Que o Senhor nos salve disso!”.
(BF)

Fonte: News.VA

Presidente do Parlamento Europeu sobre o Papa: "Ponto de referência e elemento de orientação"

2014-10-30 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – A um mês da visita a Estrasburgo, o Papa Francisco recebeu em audiência o Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz. A Rádio Vaticano perguntou ao Parlamentar alemão, o motivo desta nova visita ao Pontífice:
Martin Schulz“Há um ano, quando vim, repeti o convite formulado por muitos de meus predecessores, convidando o Papa para visitar o Parlamento Europeu e o Papa aceitou este convite. Hoje vim para falar mais uma vez das condições e das circunstâncias em cujo âmbito se realizará esta visita de grande importância. Concordamos que esta é uma ocasião única para ambas as partes: nós receberemos no Parlamento Europeu a personalidade que provavelmente neste momento histórico é um ponto de referência, não somente para os católicos, mas para muitas pessoas, um elemento de orientação em uma época em que muitas pessoas, ao contrário, estão realmente desorientadas pois o mundo caminha a uma velocidade dramática, às vezes também em direções um pouco arriscadas... Eis então, neste contexto, o Papa é alguém que dá coragem às pessoas com a sua linearidade honesta. Por outro lado, o Papa encontra um Parlamento Europeu que ganhou em segurança, consciência, poder e influência, no qual sentam 750 deputados que representam 570 milhões de pessoas em 28 países: um auditório, portanto, que servirá de caixa de ressonância para centenas de milhares de pessoas..... Em resumo, penso que será um momento importante...”.
RV: A Europa está em crise e então chega um Papa que vem da América Latina, com o Evangelho da solidariedade, da abertura, com uma cultura do encontro; fala também de uma economia que mata... Na sua opinião, esta mensagem poderá encontrar ‘ouvidos abertos’ em Estrasburgo?
Martin Schulz: “Estou seguro disto. Observe as decisões e resoluções do Parlamento Europeu: verás que o tema da justiça social, do desemprego de massa – sobretudo juvenil – que ameaça a coesão social, está frequentemente nos nossos debates. O Parlamento Europeu é a sede na qual foram decididas as fusões bancárias. Este é somente um pequeno exemplo; isto significa que a supervisão sobre os bancos, com o objetivo de deter este capitalismo especulativo desenfreado, a contenção dos bônus bancários .... tudo isto, foi decidido no Parlamento Europeu em direção transversal, isto é, abrangendo todos os partidos. Nota-se, portanto, a vontade de conter este capitalismo especulativo que fugiu do nosso controle e que é, em parte, a causa da crise em que nos encontramos - sobretudo as pequenas e médias empresas – , que no final das contas, são as colunas de nossas economias e são as que se ressentem mais do que todos. Já é opinião transversal, isto é, de todos os partidos, de que seja necessário retomar o controle desta situação. Portanto, estas mensagens são importantes, mas não somente para o Parlamento Europeu. Seguramente terão uma grande ressonância no Parlamento Europeu, mas são importantes para a nossa sociedade em geral”.
RV: O fato de o Papa Francisco vir de outro continente tem algum efeito?
Martin Schulz: “Gostaria tanto que houvesse mais europeus com este olhar sobre a Europa que tem este Papa latino-americano! Papa Francisco – como eu o compreendo – olha para o conceito de Europa e à união dos povos, não somente como uma ocasião de política da paz – isto sim, obviamente – mas também, no mundo multipolar em que vivemos, vê na Europa um instrumento, uma ocasião. E eu gostaria que existissem tantos cidadãos europeus que partilhassem esta opinião”.
RV: O Papa pronunciou palavras claras sobre a imigração. Justo neste momento, porém, assistimos a uma espécie de retroação por parte da Europa no que diz respeito à proteção aos refugiados. Em 1º de novembro, a operação ‘Mare Nostrum’ será substituída pela ‘Triton’, que prevê a tutela da fronteira e uma menor atenção à tutela da vida. A impressão é de que quando se trata da tutela das próprias fronteiras, a Europa não considera a tutela da via como uma missão comum...
Martin Schulz: “A impressão está correta, estou entre os maiores críticos deste comportamento. Há poucos dias estive em Lampedusa para constatar pessoalmente a situação. Vi também o que fizeram e fazem os soldados da Marinha italiana no âmbito da operação “Mare Nostrum”. Quero reiterar expressamente que nunca poderia ter imaginado, que veria tanta sensibilidade humana por parte dos soldados, como pude constatar nos soldados e oficiais da Marinha Italiana, assim como por parte dos ‘Carabineiri’ e da ‘Guardia di Finanza’, que conduzem estas operações. Os europeus – todos os Estados membros, não somente as instituições -, devem ter bem claro um conceito: devemos olhar com sobriedade que a desintegração de países inteiros nas nossas mais próximas vizinhanças, faz sim com que nós devamos enfrentar estes problemas e que devemos conduzi-los sob controle. Não podemos continuar a viver segundo aquele comportamento cínico no qual vemos as pessoas morrerem no mar, nos lamentamos por isto e depois voltamos para as nossas atividades cotidianas. Temos necessidade de uma combinação de ajuda humanitária, mas de ajuda humanitária nos países de origem; é necessário também uma luta contra as razões pelas quais estas pessoas fogem. Portanto, em termos claros, a Europa deve realizar modificações substanciais na sua política em relação aos refugiados”. (JE)
Fonte: News.VA

A 12 de Dezembro missa do Papa em São Pedro pela Virgem de Guadalupe - De braços abertos

2014-10-30 L’Osservatore Romano
No próximo dia 12 de Dezembro, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, o Papa Francisco presidirá à concelebração eucarística na basílica de São Pedro em honra da padroeira da América Latina, confiando à sua intercessão a evangelização e a promoção humana dos povos do continente, pelos quais invocará paz, justiça e unidade. 
A notícia foi comunicada pela Pontifícia comissão para a América Latina, que sublinhou que naquele dia a oração mariana unirá o centro da catolicidade com a basílica-santuário da Cidade do México e com todos os lugares que, do Alasca à Terra do fogo, têm em comum a devoção à Virgem de Guadalupe.
A missa, que iniciará às 18h00, será precedia, a partir das 16h45, pela entrada na basílica das bandeiras de todos os países do continente, pela homenagem à imagem da padroeira, pela sucessiva recitação do «rosário gudalupano» e por uma oração do Advento acompanhada por cânticos da tradição popular latino-americana. A celebração será acompanhada por cânticos da Misa criolla do compositor argentino Ariel Ramírez, cuja execução será dirigida pelo filho, Facundo Ramírez, com o seu grupo musical, Patricia Sosa como convidada e a colaboração do coro romano Musica Nuova. É significativo como exactamente há cinquenta anos Ariel Ramírez apresentou ao Paulo VI a sua obra acabada de compor. A presença deste grupo musical foi possível graças à colaboração da presidência argentina.

Fonte: News.VA

Francisco celebra Santa Missa no Cemitério Verano

2014-10-31 Rádio Vaticana
Roma (RV) - O Papa Francisco celebrará uma missa pela Solenidade de Todos os Santos neste sábado, 1º de novembro, no maior e mais antigo cemitério de Roma, o Cemitério Monumental “de Verano”. Segundo informações da Diocese de Roma, a cerimônia começará às 16h, horário local, e terminará com um momento de oração pelos defuntos.
No ano passado, o Papa Francisco celebrou esta Solenidade neste mesmo cemitério, rezou pelas vítimas e sobreviventes das distintas tragédias sofridas pelos imigrantes no mundo e afirmou que esta Solenidade “é um dia de esperança”.
Devido ao seu patrimônio artístico, o cemitério também é considerado como um museu ao ar livre sem igual pela quantidade e a particularidade dos testemunhos dos sepulcros, de um valor inestimável por seu perfil histórico, artístico, cultural e espiritual.
Com efeito, neste cemitério se misturam as esculturas e os retratos dos defuntos nos panteões das famílias mais importantes de Roma do século XIX e XX. O cemitério foi fundado durante a época napoleônica, 1805-1814, e é fruto do Decreto de Saint-Cloud, que definiu que as sepulturas ficassem fora das muralhas da cidade e não dentro delas ou perto das Igrejas. Seu projeto foi confiado a Giuseppe Valadier entre 1807 e 1812, e foi terminado por Virginio Vespignani.
Na entrada principal, o cemitério acolhe os fiéis com quatro esculturas impressionantes que representam a meditação, esperança, caridade e o silêncio. O Cemitério de Verano deve seu nome, Verano, ao antigo campo que pertenceu aos “Verani”, uma antiga família de senadores. A missa será celebrada pelo Papa Francisco e concelebrada por diversos bispos e sacerdotes. (SP)

Fonte: News.VA