sexta-feira, 31 de julho de 2015

As raízes da crise ecológica na Laudato si'- Poderosos e sem poder

2015-07-30 L’Osservatore Romano
Numa conversa tida com o Papa quando começou a reflectir sobre os conteúdos da nova encíclica, disse-me que estava a analisar sobretudo a questão do poder, e que por isso estava a reler Romano Guardini. O texto da encíclica confirma até que ponto ele foi em frente nesta linha de análise. Por conseguinte, penso que o terceiro capítulo, pouco mencionado nos comentários à encíclica, deveria ser considerado melhor.
Para debater acerca dos sintomas não conseguimos compreender o que o Papa indica realmente, quando quer ir ao cerne da questão. Ele mesmo nos dá explicitamente uma chave de leitura ao afirmar: «Para nada serviria descrever os sintomas, se não reconhecêssemos a raiz humana da crise ecológica. Há um modo desordenado de conceber a vida e a acção do ser humano, que contradiz a realidade até ao ponto de a arruinar» (101). Precisamente depois destas palavras ele começa a desenvolver a sua crítica ao poder, afirmando que os progressos tecnológicos «dão, àqueles que detêm o conhecimento e sobretudo o poder económico para o desfrutar, um domínio impressionante sobre o conjunto do género humano e do mundo inteiro» (104). Por isso formulou uma pergunta que ainda não tem resposta: «Nas mãos de quem está e pode chegar a estar tanto poder? É tremendamente arriscado que resida numa pequena parte da humanidade» (104).
Víctor Manuel Fernández
Fonte: News.VA

Um dossier da Cáritas italiana sobre o estado dos cristãos e das outras minorias no mundo - Perseguidos

2015-07-30 L’Osservatore Romano
«Perseguidos»: é explícito o título do dossier publicado pela Cáritas italiana, dedicado a mais de cem milhões de cristãos vítimas, juntamente com outras minorias, de discriminações, perseguições e violências perpetradas por regimes totalitários ou adeptos de outras religiões.
Só na Coreia do Norte calcula-se que estão presos nos campos de detenção entre 50 e 70.000 cristãos. Existe também a realidade dos países africanos e do Próximo e Médio Oriente onde os cristãos são perseguidos com uma violência evidente. A Cáritas calcula que de Novembro de 2013 a 31 de Outubro de 2014 os cristãos assassinados por razões estreitamente ligadas à sua fé foram 4.344, ao passo que as igrejas atacadas pela mesma razão foram 1.062.
Uma barbárie que, aliás, atinge muitas outras minorias religiosas e étnicas e que revela um aumento preocupante da intolerância, como já foi mencionado, não só no Médio Oriente, teatro de conflitos e da actividade das milícias do chamado Estado islâmico (Is).
O dossier da Cáritas italiana, que pode ser descarregado do site da internet, descreve portanto um problema dramaticamente actual. Ele, revela o organismo caritativo, tem um dúplice objectivo: esclarecer as causas da perseguição dos cristãos no mundo, tendo em conta as variáveis económicas, culturais e geopolíticas de cada país envolvido e, ao mesmo tempo, dar voz aos numerosos testemunhos silenciosos dos numerosos cristãos que continuam a preservar a fé arriscando a própria vida.
Fonte: News.VA

Guarda Suíça estreia em filme do CTV no Festival de Veneza

2015-07-30 Rádio Vaticana

Veneza (RV) – A Santa Sé participará pela primeira vez da Mostra de Cinema de Veneza com um filme produzido pelo Centro Televisivo Vaticano. O audiovisual “O menor exército do mundo” (no original italiano “L’esercito più piccolo del mondo”) é assinado por Gianfranco Pannone e será apresentado como produção fora do concurso. A 72ª edição do Festival de Veneza começa no dia 2 de setembro na cidade italiana.
Alguns jovens que prestam serviço militar na Guarda Suíça farão parte do elenco, como atores protagonistas. É desde o juramento solene, no pátio de São Dâmaso, dentro do Vaticano, usando o já conhecido uniforme nas cores azul, amarelo e vermelho, que eles começam o prestigioso serviço ao Papa e à Igreja.
  A Rádio Vaticano entrevistou o diretor Gianfranco Pannone, primeiramente, questionando sobre os primeiros passos do filme e de como nasceu a ideia:
  Gianfranco Pannone – “Eu já estava em contato com o CTV, com Dom Dario Viganò, sobre um projeto que queria ter feito sobre a Igreja Católica, como ela se relaciona com a contemporaneidade. Improvisamente, no entanto, fui chamado para este projeto que, de início, podia parecer um pouco mais clássico, um documentário sobre a Guarda Suíça. Ele se transformou, entretanto, sempre mais num olhar de dentro, um tipo de bastidores de uma instituição, de fato, mais que centenária, que a maioria não conhece ou que, se conhecem, é sempre através da ideia um pouco estereotipada, que se confunde um pouco nas cores que chamam a atenção do uniforme da Guarda Suíça.”
  Rádio Vaticano – Com quais expectativas foram iniciadas as gravações no Vaticano?
  GP – “Eu encontrei uma grande abertura dentro da Guarda Suíça. Eu mesmo fiquei surpreso, talvez até eu sofria de um preconceito. Acredito que, no entanto, essa impressão diversa e positiva seja fortemente influenciada pela presença do Santo Padre, Papa Francisco, que é  uma figura que, em qualquer modo, aparece sempre de fundo, mas é importantíssima e que, em qualquer modo, também definirá a solução de algumas dúvidas de uma das nossas testemunhas, René, que é um Guarda Suíço que se questiona: ele está para se formar em Teologia, por isso tem algumas dúvidas sobre o seu papel de soldado que veste uma roupa com mais de 500 anos.”
  RV – A gente consegue entender do filme, não somente o interesse à história e à tradição relacionadas à Guarda Suíça, mas à vida desses jovens.
  GP – “Conto a vida quotidiana de alguns jovens, em particular, de Leo, René, Michele, Marco, com quem sigo esse percurso e formação até que não juram fidelidade ao Papa e à Igreja, transformando-se efetivamente em Guardas Suíços. Têm os bastidores; tem, então, a rotina. Apostei muito num aspecto que, segundo minha visão, está fortemente ligado a este papado: a humanidade, isto é, não contar os soldados, mas contar as pessoas que procuram, em qualquer modo, se colocar no mundo. Então, tem a normalidade deles, os passeios, as conversas, as intimidades, as dúvidas... Não é um filme de celebração aquilo que fiz, e acredito que talvez por isso Alberto Barbera tenha aceitado o filme para o Festival de Veneza. É um olhar à altura do homem, é a vida de alojamento, o refeitório, os passeios por Roma. É, também, o entusiasmo de poder correr dentro dos jardins vaticanos, ao invés de conversar sobre a emoção de fazer a guarda do Papa durante a noite e a cinco metros do seu quarto. Foi uma experiência extraordinária desse ponto de vista, porque me abriu um mundo. De fiel, que porém defende fortemente a própria dimensão leiga, para mim foi uma grande descoberta e uma extraordinária experiência.”

(AC)
Fonte: News.VA

Papa Francisco, Abolicionista do ano 2015

2015-07-30 Rádio Vaticana


Roma (RV) – O Prêmio “Abolicionista do ano 2015” foi conferido ao Papa Francisco pela Associação ‘Ninguém toque Caim’, como reconhecimento à personalidade que mais do que qualquer outra, se empenhou contra a pena de morte.
Francisco, como de costume, não aceitou oficialmente o reconhecimento.
“O Papa Bergoglio, cujo pontificado foi inaugurado com a abolição da prisão perpétua e pela introdução da tortura como crime na legislação do Estado da Cidade do Vaticano, pronunciou-se de forma clara e forte,  não somente contra a pena de morte, mas também contra a pena pela pena e a pena até a morte”, lê-se no comunicado divulgado pela instituição.
O relatório 2015, que será apresentado nesta sexta-feira (31/7) pela “Ninguém toque Caim”, revela fatos importantes relativos à prática da pena de  morte em 2014 e nos primeiros seis meses de 2015. Durante a apresentação serão ilustrados também os objetivos da campanha em vista do congresso que será realizado na Penitenciária de Opera, no outono, dedicado prevalentemente ao tema da prisão perpétua, além da próxima votação, em dezembro de 2016, da nova resolução sobre a moratória universal das execuções por parte da Assembleia Geral da ONU. (JE/OR)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Papa: O testemunho eficaz do matrimônio é a vida exemplar dos esposos

2015-07-30 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - Não obstante o período de férias aqui na Europa, o Papa Francisco tuitou a seguinte mensagem nesta quinta-feira (30/07):
O testemunho mais eficaz acerca do matrimônio é a vida exemplar dos esposos cristãos.”
Um exemplo de matrimônio até mesmo em condições difíceis, foi dado por dois jovens cristãos sírios Fadi e Rana que se casaram recentemente na cidade de Homs no que sobrou da igreja local destruída pelos bombardeios.
Depois de constantes ataques aéreos nessa cidade muitos habitantes fugiram, dentre eles milhares de cristãos. O conflito ainda continua, mas os rebeldes se retiraram de Homs em fevereiro de 2014. Fadi é um voluntário do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e fazendo esse serviço conheceu sua esposa Rana que também fugiu de seu bairro de Homs.
Em maio de 2014, os ex-moradores de Homs começaram gradualmente a voltar a seu bairro. Fadi e Rana estavam entre eles. 
"Estou feliz de ver meu antigo bairro florescendo novamente; ver o que chegou a ser o movimentado centro de Homs", disse Fadi ao ACNUR. 
Em fotos compartilhadas no Facebook da igreja, a noiva e o noivo aparecem felizes diante dos amigos e convidados que lhes desejavam muitas felicidades. O casal cruzou o que restou do corredor da igreja adornado com flores e foram recebidos pelo sacerdote visivelmente emocionado. Este foi o primeiro casamento a ser realizado na igreja desde que o edifício foi danificado nos combates. (MJ/Acidigital)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Papa concede Indulgência Plenária, nas pegadas de Santo Inácio de Loyola

2015-07-31 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – Por ocasião da festa de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, que a liturgia celebra hoje, o Santo Padre concede Indulgência Plenária aos peregrinos que visitam os Santuários de Loyola e Manresa, na Espanha, durante o primeiro Ano jubilar do “Caminho inaciano” , que se inicia nesta sexta-feira (31/7).
Uma longa caminhada
Em vista do Jubileu extraordinário da Misericórdia, que terá início no próximo dia 8 de dezembro, o Papa Francisco convida os fiéis, com esta Indulgência, a pôr-se a caminho, nas pegadas de Santo Inácio de Loyola, para encontrar Jesus misericordioso.
O Caminho inaciano, inaugurado em 2012, que percorre quase 700 quilômetros, é um itinerário geográfico e espiritual do fundador dos Padres Jesuítas, através de paisagens sugestivas dos Países Bascos, Navarra, La Rioja, Aragona e Catalúnia.
Descentralização
Este caminho cristão, afirmou várias vezes o Papa jesuíta, leva a descentrar-se, a sair de si mesmos, do amor a si próprio, para colocar Jesus ao centro de tudo. Trata-se de um caminho não fácil, porque todos nós somos pecadores: “Há dias de obscuridade, jornadas de falências, mas, o que importa, na arte de caminhar, não é não cair, mas não permanecer no chão”.
Logo, não devemos demorar em nos levantar, imediatamente, da queda e sim prosseguir, com força e confiança no Senhor, porque, com Jesus, tudo é possível.
Caminhar na Igreja
Com esta Indulgência Plenária, concedida através de dois Decretos  pela Penitenciaria Apostólica, o Santo Padre convida a “caminhar em companhia, com os amigos”. O cristão não é uma pessoa isolada: “Eu não posso seguir a Cristo, senão na Igreja e com a Igreja”. Logo, à centralidade de Cristo corresponde a centralidade da Igreja. Estes dois polos não podem se separar.
Desta forma, o Pontífice destaca a importância de se empreender um “caminho criativo”, para se atingir as periferias, os distantes, mas sempre no seio da Igreja. Esta pertença nos dá a coragem de ir adiante, porque, “servir a Cristo é amar esta Igreja concreta e servi-la, com generosidade e obediência”.
Caminho inquieto e magnânimo
O Bispo de Roma recorda que este “caminho criativo” do cristão é também um “caminho inquieto”, como diz Santo Inácio, porque visa o “horizonte, que é a glória de Deus”. Quem percorre este caminho deve estar em contínua busca de Deus, com “um coração que não se acomoda e nunca está satisfeito”. Esta é uma inquietude “bela e santa”.
Enfim, para que a Indulgência Plenária seja válida, o Papa indica uma disposição para pôr-se em marcha: a “magnanimidade”, ou seja, ter um “coração grande”, que aposta, sem medo, em grandes ideais.
Portanto, conclui o Santo Padre, devemos “caminhar com Jesus, com um coração atento aos seus ensinamentos. Trata-se de um “caminho de profunda conversão”, trilhado por pecadores, por pessoas  fracas, que, porém, desejam “deixar-se conquistar por Cristo”! (MT)
(from Vatican Radio)
Fonte: News.VA

Encontro Nacional reunirá assessores e responsáveis pela evangelização da juventude

Estão abertas as inscrições para o 8º Encontro Nacional dos Responsáveis Diocesanos pela Evangelização da Juventude e dos Assessores Adultos das Expressões Juvenis (Pastorais da Juventude, Movimentos, Congregações e Novas Comunidades). A finalidade do evento é dar continuidade ao processo de revitalização da Pastoral Juvenil. São convidados bispos referenciais, responsáveis e assessores adultos das dioceses e de cada expressão juvenil. As inscrições prosseguirão até o dia 15 de agosto, no site dos Jovens Conectados.
 A formação ocorrerá de 20 a 22 de agosto, em Aparecida (SP). Na ocasião, serão aprofundados os três eixos do projeto de evangelização da juventude proposto pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): “Missão, Assessoria e Estruturas de Acompanhamento”. Em carta, o bispo de Caxias do Maranhão e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, dom Vilsom Basso, motiva as lideranças para o encontro.
O primeiro dia será dedicado a momentos de espiritualidade e formação. As linhas de ação do Projeto Rota 300 serão debatidas no segundo dia, com lançamento do Hino da Jornada Mundial da Juventude - JMJ 2016. A manhã do terceiro dia será dedicada à reflexão das Diretrizes Gerais da CNBB.
O Projeto Rota 300 - “300 anos de bênçãos: com a Mãe Aparecida, Juventude em Missão” é uma das iniciativas de revitalização da Pastoral Juvenil e realiza a peregrinação da imagem de Nossa Senhora nas dioceses do Brasil.  O Rota 300 visa, também, favorecer ações e experiências missionárias significativas para os jovens e animá-los no engajamento em suas comunidades de origem.
Inscrições
Cada participante deverá fazer inscrição no site e também a reserva de hospedagem em hotel de escolha própria. Informações e orientações: www.jovensconectados.org.br ou juventude2@gmail.com
Confira a carta com orientações da Comissão para o Encontro.
Fonte: CNBB

AGOSTO, Mês Vocacional

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena 
Bispo de Guarabira (PB) 


O mês de agosto foi instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na sua 19ª Assembleia Geral de 1981 como o mês vocacional. Oportunidade para tratar e rezar por todas as categorias de vocações da vida cristã; criar consciência vocacional e despertar todos os cristãos para suas responsabilidades na Igreja.

O termo vocação vem do verbo em latim vocare que significa chamar. Somos todos nós vocacionados, chamados por Deus à santidade. E a resposta a este chamado que Deus faz a cada um é dada através de vocações específicas. Dizemos que o vocacionado é uma pessoa que discerniu em si a vontade de Deus. É uma inclinação interna, que supõe um seguimento, uma resposta concreta de ação e vida.
No primeiro domingo, dedicamos ao ministério ordenado (bispos, padres e diáconos). Essa comemoração se deve ao fato de celebrarmos o dia de Santo Cura d’Ars, São João Maria Vianney, no dia 04, patrono dos padres, e, o dia de São Lourenço, diácono e mártir, no dia 10, patrono dos diáconos.
No segundo domingo, celebramos o Dia dos Pais, a vocação matrimonial. Junto com a esposa, o pai tem a missão de levar os filhos a Deus por meio da oração, ensinamento e vivência do Evangelho. Vivemos a Semana Nacional da Família e em alguns municípios a Semana Municipal da Família por iniciativa de Câmaras Municipais de Vereadores. A família é verdadeiramente um ‘Santuário de Vida’.
No terceiro domingo, recordamos a vocação à vida consagrada: religiosos, religiosas, consagradas e consagrados nos vários institutos e comunidades de vida apostólica e hoje também nas novas comunidades, motivados pela festa da Assunção de Maria ao céu, modelo de todos aqueles que dizem sim ao chamado de Deus para uma entrega total.
O quarto domingo de agosto é o Dia do Catequista, daí a comemoração do dia da vocação do cristão leigo na Igreja, tanto na sua presença interna na Igreja como também em seu testemunho nos vários ambientes de trabalho e vida. Todos nós recordamos com gratidão os nossos catequistas. Rezemos para que neste tempo de implementação da catequese de iniciação cristã de inspiração catecumenal tenhamos animados(as) catequistas discípulos(as) missionários(as) do Senhor. O dia do cristão leigo voltará a ser comemorado no último domingo do ano litúrgico, festa de Cristo Rei.
Lembramos o ano em que o mês de agosto tiver cinco domingos, no quarto domingo são recordados todos os ministérios leigos e, no quinto, o dia do catequista.
Na Igreja, louvamos a Deus por todas as vocações! Percebemos a mão e a voz de Deus a nos chamar e conduzir. Que o Senhor nos ajude e ilumine e que cada um de nós descubra cada vez mais a beleza da vida cristã e do chamado que Deus nos faz para as diversas vocações e, em especial, para sermos santos! E que todos se unam às suas comunidades para orar por vocações ao longo do mês de agosto, cumprindo o mandato de Jesus: “Pedi ao Senhor da Messe que mande operários para a sua Vinha” (Mt 9,38). Trabalhemos na grande vinha do Senhor!
Fonte: CNBB

Vocações

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará

"A razão mais sublime da dignidade do homem consiste na sua vocação à união com Deus. É desde o começo da sua existência que o homem é convidado a dialogar com Deus: pois, se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele por amor constantemente conservado; nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e se entregar ao seu Criador. Porém, muitos dos nossos contemporâneos não atendem a esta íntima e vital ligação a Deus, ou até a rejeitam explicitamente; de tal maneira que o ateísmo deve ser considerado entre os fatos mais graves do tempo atual e submetido a atento exame" (Gaudium et Spes, 19).
"Vocação" tem assim um significado muito amplo e se aplica a toda a humanidade, chamada à salvação cristã.
Entretanto, "vocação" se realiza em atitudes e deveres particulares que determinam a escolha que cada pessoa faz para dar à própria vida um sentido ideal: cada estado de vida, cada profissão, cada dedicação aos outros pode ser caracterizada como vocação, que lhe dá uma dignidade superior e um valor transcendente. Mas a palavra vocação adquire um significado específico quando se trata de uma vocação especial, que vem de Deus diretamente, como um raio fulgurante de luz que ilumina o mais profundo da consciência humana e se expressa numa entrega total da vida ao amor de Deus, que depois se desdobra no amor e no serviço ao próximo. Trata-se de um fato tão sagrado que exige uma atenção especial da Igreja, justamente pelo valor da "pérola preciosa" (Mt 13, 46) que aí se expressa (Cf. Beato Paulo VI, Mensagem para a Jornada Mundial de Orações pelas vocações, 1967).
Mais ainda. A Igreja não vive sem pessoas que se dediquem à evangelização. "De fato, 'todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo'. Ora, como invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele que não ouviram? E como o ouvirão, se ninguém o proclamar? E como o proclamarão, se não houver enviados? Assim é que está escrito: 'Bem vindos os pés dos que anunciam boas novas!'" (Rm 10, 13-15). E aqui está o desafio, pois a Igreja não organiza uma rede de propagandistas profissionais, mas envia homens e mulheres livres e voluntários, seguidores de Cristo que lhe dão tudo o que são e o que têm, com todos os riscos que este seguimento comporta. Com que alegria meu olhar se dirige a tantos jovens, rapazes e moças, que têm acolhido o chamado de Deus a esta radicalidade de vida!
Mas onde se encontram tais pessoas? Onde encontrar mais gente que se dedique ao anúncio do Evangelho? "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita!" (Mt 9, 37-38). Um assunto tão delicado foi confiado por Deus a nós e à nossa oração! Ele quer depender justamente de nós para que as vocações de especial consagração a ele e ao seu Reino sejam despertadas e cultivadas na Igreja. Imensa bondade e confiança indescritível na responsabilidade das pessoas e das comunidades cristãs. Aqui nasce o primeiro apelo para o mês de agosto, dedicado às vocações. Se são importantes todos os estados de vida na Igreja, desta feita nos permitimos voltar nosso olhar de modo especial à consagração específica de dedicação exclusiva à Igreja e ao Reino de Deus.
Onde se encontram estas pessoas? Em nossas Paróquias e Comunidades. Durante o mês dedicado às vocações, chegue minha palavra aos sacerdotes, especialmente os que têm a cura pastoral nas Paróquias. Chamem e o façam de modo bem claro e explícito, pois as vocações estão presentes na Igreja. O que falta é trato, carinho, cuidado atencioso. Proponho que todos os padres e em todas as missas, especialmente aos domingos, durante o mês de agosto, convoquem para o seguimento de Jesus crianças, adolescentes e jovens, para a vida sacerdotal, religiosa, missionária e para as novas formas de dedicação à Igreja. Depois, queira Deus que sejam procurados pelas vocações assim despertadas e dediquem tempo para acompanhá-las.
Onde se encontram tais pessoas? Sem dúvida alguma nas famílias! Peço aos pais e mães que perguntem com liberdade e força aos seus filhos e filhas sobre "vocação". E tenham a coragem de abrir-lhes o horizonte, dizendo que ser consagrado a Deus é um caminho de grande felicidade! Tenho a certeza de que existem vocações escondidas, quais pedras preciosas, que aguardam pais e mães capazes de as cultivarem com carinho e oração.
Onde se encontram tais pessoas? São crianças, adolescentes e jovens aos quais chegam estas palavras, destinadas a abrir o mês vocacional. É você que já sentiu um apelo irresistível pela entrega total da vida a Deus. Pode ser que o ambiente da sociedade não lhe favoreça responder positivamente, mas muito maior do que todos os ventos que correm é a voz de Deus que lhe diz ser este o seu lugar, na dedicação total a ele e ao seu Reino, no coração da Igreja.
Onde se entram tais pessoas? No coração de Deus! Por isso, proponho às famílias e às Paróquias rezarem durante o mês de agosto uma das mais belas e conhecidas orações pelas vocações:
"Senhor da messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos teu forte e suave convite: 'Vem e segue-me'! Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz. Senhor, que a messe não se perca por falta de operários. Desperta nossas comunidades para a missão. Ensina nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa. Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres e ministros. Dá perseverança a nossos seminaristas. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja. Senhor da messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço de teu povo. Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder SIM. Amém".
Fonte: CNBB

Governabilidade e laboriosidade

Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

O contato direto com as famílias, nestes dias de “semana missionária”, colocou às claras a real situação que o povo está vivendo, com o agravamento da crise econômica. O fantasma do desemprego vai tomando forma bem concreta, com a demissão de funcionários, na tentativa de diminuir custos, e assim manter viáveis as empresas.

Dada a importância estratégica da mão de obra, o bom senso sugere, sempre que possível, manter o quadro de funcionários, mesmo que isto implique diminuição de salários, com entendimento prévio, feito de acordo com a legislação em vigor. Mas, em todo o caso, manter os postos de trabalho é uma boa tentativa para segurar o alastramento da crise.
Ao mesmo tempo, há situações limites em que as demissões se tornam inevitáveis. Neste caso, é admirável conferir, como nestes dias deu para observar, a seriedade e o empenho com que pessoas desempregadas buscam outro serviço, mesmo recebendo menos, mas garantindo uma entrada mensal conseguida por seu trabalho, sem logo buscar os benefícios decorrentes do “seguro desemprego”. 
Dada a forte interação, no Brasil, entre economia e esfera estatal, nestes momentos aumenta a responsabilidade dos agentes públicos, cuja ação tem repercussões diretas na ordem econômica. Mas para que possam exercer suas funções, eles precisam de espaço para as providências que acharem necessárias ao momento em que o país vive.
O governo, sobretudo em nível federal, onde se tomam as decisões macroeconômicas, não pode ser sistematicamente obstruído, como vem acontecendo pela ação estabanada de alguns políticos que querem tirar proveito dos problemas enfrentados pelo governo, para faturarem em benefício pessoal as dificuldades em que se encontra o país.
Diante da crise, aumentam as responsabilidades dos políticos. Nesta hora, eles podem comprovar sua competência e honestidade, ou se encaminhar para serem rejeitados pelos eleitores.
Como sempre, os momentos de crise são propícios para tirar lições importantes, e descortinar novos horizontes. Neste contexto, se faz necessária uma reflexão sobre a importância do trabalho, e sobre a urgência de corrigir desvios que possam estar acontecendo. É preciso ter a coragem de colocar o dedo na ferida, e constatar que vai se criando uma sub cultura de aversão ao trabalho, e de acomodação na dependência dos benefícios que os programas governamentais providenciam para os mais necessitados. 
Há gente que, simplesmente, não quer trabalhar. Isto coloca um verdadeiro desafio, não só para o governo, mas para o país. Este desafio, é preciso reconhecer, já vem sendo enfrentado pelos agentes que coordenam os programas assistenciais do governo. Mas se requer uma ação mais ampla, de reeducação para o trabalho, e de claras providências para desencorajar os que se imaginam com direito de viver na ociosidade, beneficiando-se dos frutos do trabalho alheio.
Sempre é possível tirar lições positivas dos momentos de dificuldade pelos quais se passa. O governo deve ser cobrado pelo que é de sua competência realizar. Mas ele tem o direito de contar com as prerrogativas que a constituição lhe garante. E cada cidadão é chamado a dar sua contribuição pessoal para a superação das dificuldades em que o país se encontra.
Fonte: CNBB

Santo do Dia - Santo Inácio de Loyola, reconhecido tendo a alma maior que o mundo

Santo Inácio de Loyola
Testemunhava sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura do salvar almas e o seu amor a Jesus

Neste dia celebramos a memória deste santo que, em sua bula de canonização, foi reconhecido como tendo “uma alma maior que o mundo”.
Inácio nasceu em Loyola na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa (era o mais novo de doze irmãos), ao ponto de receber com 14 anos a tonsura, mas preferiu a carreira militar e assim como jovem valente entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores. Aconteceu que, durante a defesa do castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna, precisando assim ficar paralisado por um tempo; desse mal Deus tirou o bem da sua conversão, já que depois de ler a vida de Jesus e alguns livros da vida dos santos concluiu: “São Francisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. São Domingos isso, pois eu tenho também de o fazer”.
Realmente ele fez, como os santos o fizeram, e levou muitos a fazerem “tudo para a maior glória de Deus”, pois pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus “famosos” exercícios espirituais, e logo depois de estudar Filosofia e Teologia lançou os fundamentos da Companhia de Jesus.
A instituição de Inácio iniciada em 1534 era algo novo e original, além de providencial para os tempos da Contra-Reforma. Ele mesmo esclarece: “O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo”.
Com Deus, Santo Inácio de Loyola conseguiu testemunhar sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura do salvar almas e o seu amor a Jesus. Foi para o céu com 65 anos e lá intercede para que nós façamos o mesmo agora “com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade”, repetia.
Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!

Liturgia Diária-Santo Inácio de Loyola - Sexta-feira 31/07/2015-Primeira Leitura (Lv 23,1.4-11.15-16.27.34b-37)

Leitura do Livro do Levítico.
1O Senhor falou a Moisés, dizendo: 4“São estas as solenidades do Senhor em que convocareis santas assembleias no devido tempo: 5No dia catorze do primeiro mês, ao entardecer, é a Páscoa do Senhor. 6No dia quinze do mesmo mês é a festa dos Ázimos, em honra do Senhor. Durante sete dias comereis pães ázimos. 7No primeiro dia tereis uma santa assembleia, não fareis nenhum trabalho servil; 8oferecereis ao Senhor sacrifícios pelo fogo durante sete dias. No sétimo dia haverá uma santa assembleia e não fareis também nenhum trabalho servil”.
9O Senhor falou a Moisés, dizendo: 10“Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando tiverdes entrado na terra que vos darei, e tiverdes feito a colheita, levareis ao sacerdote um feixe de espigas como primeiros frutos da vossa colheita. 11O sacerdote elevará este feixe de espigas diante do Senhor, para que ele vos seja favorável: e fará isto no dia seguinte ao sábado.
15A partir do dia seguinte ao sábado, desde o dia em que tiverdes trazido o feixe de espigas para ser apresentado, contareis sete semanas completas. 16Contareis cinquenta dias até ao dia seguinte ao sétimo sábado, e apresentareis ao Senhor uma nova oferta.
27O décimo dia do sétimo mês é o dia da Expiação. Nele tereis uma santa assembleia, jejuareis e oferecereis ao Senhor um sacrifício pelo fogo.
34bNo dia quinze deste sétimo mês, começa a festa das Tendas, que dura sete dias, em honra do Senhor. 35No primeiro dia haverá uma santa assembleia e não fareis nenhum trabalho servil. 36Durante sete dias oferecereis ao Senhor sacrifícios pelo fogo. No oitavo dia tereis uma santa assembleia, e oferecereis ao Senhor um sacrifício pelo fogo. É dia de reunião festiva: não fareis nenhum trabalho servil.
37Estas são as solenidades do Senhor, nas quais convocareis santas assembleias para oferecer ao Senhor sacrifícios pelo fogo, holocaustos e oblações, vítimas e libações, cada qual no dia prescrito.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Responsório (Sl 80)

— Exultai no Senhor, nossa força.
— Exultai no Senhor, nossa força.

— Cantai salmos, tocai tamborim, harpa e lira suaves tocai! Na lua nova soai a trombeta, na lua cheia, na festa solene!
— Porque isto é costume em Jacó, um preceito do Deus de Israel; uma lei que foi dada a José, quando o povo saiu do Egito.
— Em teu meio não exista um deus estranho nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei.
Evangelho (Mt 13,54-58)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 54dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não moram conosco? Então de onde lhe vem tudo isso?” 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Salmo de Hoje (Sl 80)


— Exultai no Senhor, nossa força.
R- Exultai no Senhor, nossa força.

1- Cantai salmos, tocai tamborim, harpa e lira suaves tocai! Na lua nova soai a trombeta, na lua cheia, na festa solene!
2- Porque isto é costume em Jacó, um preceito do Deus de Israel; uma lei que foi dada a José, quando o povo saiu do Egito.
3- Em teu meio não exista um deus estranho nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei.

Compreendendo e Refletindo


Você pode até ser muito íntimo do Senhor para questioná-Lo, para interrogá-Lo e para suplicar algo d’Ele, mas nunca para duvidar e ser indiferente à ação d’Ele no meio de nós.
“E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé” (Mateus 13, 58).
Jesus estava entre os Seus familiares e não foi bem recebido, não foi bem acolhido por eles e não pôde fazer muitas graças nem operar muitos milagres; não porque não o quisesse, mas, porque entre os Seus, o próprio Senhor não foi acolhido.
A ação de Deus em nosso meio depende do acolhimento do nosso coração! O grande milagre de Deus em nossa vida talvez não tenha acontecido porque o que opera o milagre é a fé. A fé já é um milagre, a primeira graça que precisamos verdadeiramente alcançar de Deus é pedir: “Senhor, dai-nos a fé! Nós cremos e acreditamos em Ti, mas concede-nos ou aumenta a nossa fé, porque ela é tão pequena que não conseguimos tocar na Tua graça como precisaríamos tocar!”.
Não seja indiferente, não seja incrédulo, não se feche à graça de Deus nem duvide d’Ele! Você pode até ser muito íntimo do Senhor para questioná-Lo, para interrogá-Lo e para suplicar algo d’Ele, mas nunca para duvidar e ser indiferente à ação d’Ele no meio de nós.
Seja um homem e uma mulher de fé e, ainda que você passe por muitas tribulações e provações na sua própria fé, não tire de Deus o seu olhar, não perca a confiança! Faça crescer a sua fé. Muitos já tiveram fé e a perderam porque a negligenciaram, não cuidaram dela, porque confundiram “fé nas pessoas” com “fé em Deus”, fé no padre, no líder, fé nesta ou naquela pessoa.
Deus está além de todos os pecados que a raça humana e que os servos do próprio Deus possam cometer. A nossa fé precisa ser maior do que todas essas coisas. Não coloque sua fé em pessoas, não a coloque nesta ou naquela instituição; coloque-a unicamente em Deus! Podemos perguntar: “Mas não precisamos da Igreja!?”, precisamos muito dela, porque Deus quis usar desse meio para que a Sua graça chegasse até nós.
Como é necessária a presença da Igreja, que nos transmite a fé de forma correta e única; contudo a nossa fé nos mantém unidos a Deus e não a pessoas, porque se essas pessoas falharem a nossa fé em Deus continuará a mesma. Por isso, ao alimentarmos a nossa fé, o grande milagre que alcançaremos será o da perseverança, a firmeza de ser fiéis a Deus apesar de nossas decepções.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo- Canção Nova