terça-feira, 30 de setembro de 2014

São Francisco de Assis

   
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Por Pe. Brendan Coleman Mc Donald,  Redentorista

No dia 4 de outubro o mundo celebra a festa do grande São Francisco de Assis. Francisco que nasceu na cidade de Assis no centro da Itália, em 1182, é, sem dúvida, um dos mais atraentes santos da história da Igreja Católica e uma das personalidades mais admiradas por outras igrejas e até por pessoas sem religião. Com 24 anos de idade, tinha se despojado de tudo: riquezas, ambições, orgulho, e até a roupa que usava, para pregar o ideal evangélico de humildade, pobreza e castidade. Quando jovem, sonhou com as glórias militares e até participou numa guerra entre sua cidade de Assis e a vizinha cidade de Perusa. Porém, Deus o chamava não às vaidades do mundo nem a glória militar, mas à imitação radical da pobreza de Cristo. Enquanto meditava extasiado na igrejinha de São Damião, pareceu-lhe ter ouvido uma voz saída do crucifixo dizendo: “Vá escorar a minha Igreja, que está desabando”.
Com a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos de idade, Francisco deu início à sua vida religiosa. Vestiu um grosso hábito, cingiu-se de áspero cordão, e tomou a resolução de viver em pobreza apostólica. Inicialmente olhado com desconfiança, aos poucos ganhou a simpatia e a admiração da população de sua cidade. Com doze companheiros, morando numa velha capelinha chamada “Porciúncula” ele iniciou o extraordinário movimento franciscano que evoluiu mais tarde em três Ordens Religiosas: A Ordem dos Franciscanos Menores; a Segunda Ordem das Clarissas; e a Terceira Ordem para leigos querendo viver no mundo a espiritualidade de Francisco. Na “Oração de São Francisco”, de origem anônima, aparecendo inicialmente em Paris, França, em 1912, e que costume ser atribuída popularmente a São Francisco, encontramos uma estrofe dizendo: “Onde houver dúvida, que eu leve a fé”. Foi justamente isso que São Francisco e seus companheiros fizeram. A vida do santo é caracterizada por uma intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar às pessoas a mensagem evangélica de “paz e bem”. Ele pregou a mensagem evangélica a todas as classes sociais e isso foi à tarefa principal dos “irmãos menores”. Francisco disse aos seus irmãos “Não vos incomodeis com o conceito dos homens que vos desprezam. Pregai a penitência com toda simplicidade, confiando naquele que venceu o mundo pela humildade”. O santo, por humildade, nunca quis ser sacerdote. Com o lema “paz e bem” partiu para o Oriente em 1221 sonhando com o martírio. Tentou pregar em Marrocos, Egito e Palestina. Nesses lugares foi ouvido com respeito pelos muçulmanos embora as conversões não fossem muitas.
É interessante notar que em 1223, Francisco celebrou o Natal em Greccio com um presépio vivo, cantando o evangelho como diácono e pregando animadamente. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, que assinalou a sua perfeita configuração a Cristo, até fisicamente, através dos estigmas: Isto é, a reprodução no seu corpo dos sinais da paixão e morte de Cristo, recebidos sobre o monte Alverne em 14 de setembro de 1224.  Seus últimos anos de vida foram atormentados por várias doenças que culminaram na quase total cegueira. Francisco faleceu na tarde do dia 3 de outubro de 1226, com 44 anos de idade, e foi canonizado dois anos depois de sua morte em 1228. Em 1939, o Papa Pio Xll, proclamando São Francisco o padroeiro principal da Itália, disse que ele “foi o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos”.
Quais são as lições que a vida de São Francisco nos ensina?  São várias, entre as quais podemos citar: humildade, a necessidade de fazer penitência, a importância da conversão, a obrigação de pregar o evangelho, a importância da castidade, amor e dedicação aos pobres e mais abandonados, modéstia, a importância relativa de riquezas, a simplicidade de vida, nossa obrigação de levar a fé onde não existe ou onde está fraco, o valor da pobreza evangélica e a reconciliação etc. Hoje os restos mortais de São Francisco descansam na Basílica de Assis, na Itália, decorada com os afrescos do famoso artista e pintor Giotto di Bondone, que contam no teto da Basílica a vida de Francisco.

                                                             (Fontes: O Santo do Dia, Conti, Vozes, 1990; Dicionário dos Santos, Santidrián & Astruga, Santuário, 2004; e Breve Biografia dos Santos, Org. Silva Lima, Paulus, 2012)

Outubro: Mês Missionário


O objetivo da missão da Igreja é iluminar com a luz do Evangelho todos os povos no seu caminhar na história rumo a Deus, para que encontrem n’Ele a sua plena realização. Devemos sentir o anseio e a paixão de iluminar todos os povos, com a luz de Cristo, que resplandece no rosto da Igreja, para que todos se reúnam na única família humana, sob a amável paternidade de Deus.

[Bento XVI]



Oração para cada dia

1. Deus nosso Pai, dá-nos a graça de viver este mês missionário seguindo o exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus, anunciando o Evangelho e crescendo no amor à missão, através da oração e da partilha.
2. Deus nosso Pai, que na Tua admirável providência envias os santos Anjos para nos guardarem, escuta as nossas súplicas e dirige os nossos passos no caminho da salvação e da paz.
3. Deus nosso Pai, envia sobre nós o Teu Espírito para que, no seguimento do Congresso Missionário Nacional realizado o ano passado, sejamos capazes de rasgar horizontes novos de missão na Igreja portuguesa.
4. Deus nosso Pai, abençoa os bispos que hoje iniciam o Sínodo Africano para que, escutando a voz do Espírito e discernindo os sinais dos tempos, a Igreja seja uma voz profética promovendo a reconciliação, a justiça e a paz, criando unidade entre os povos do continente africano e anunciando o Evangelho.
5. Deus nosso Pai, louvado sejas pela beleza do céu e da terra, obra das Tuas mãos! Dá-nos a sabedoria para sabermos viver em harmonia com todos os seres da natureza e defender a integridade da Criação.
6. Deus nosso Pai, derrama a Tua bênção sobre o continente europeu para que saiba acolher no seu seio os imigrantes e os refugiados. E, assim, possa crescer no respeito pelos outros povos e culturas.
7. Deus nosso Pai, dá-nos a Tua graça para que, à semelhança de Maria de Nazaré, cada um de nós procure escutar a Palavra de Deus e anunciá-la aos outros com paixão e alegria.
8. Deus nosso Pai, abençoa os jovens e derrama o Teu amor nos seus corações para que eles coloquem a sua força, generosidade e entusiasmo ao serviço da paz, da justiça e da fraternidade entre os povos.
9. Deus nosso Pai, dá-nos coragem para imitar os santos mártires, seguindo o seu exemplo na renúncia à glória deste mundo e na entrega generosa da vida ao serviço do Evangelho.
10. Deus nosso Pai, que manifestaste em São Daniel Comboni um exemplo de amor a Ti e aos povos da África, faz que imitando o seu zelo missionário, nos consagremos à evangelização dos irmãos mais pobres.
11. Senhor Jesus, nosso amigo, abençoa as crianças das nossas paróquias e desperta nelas o amor pelas crianças dos outros continentes, sobretudo as que sofrem por causa da doença, da guerra e da fome.
12. Senhor Jesus, amigo dos pobres e dos pequenos, olha para o vasto continente americano e faz da Igreja uma Igreja missionária comprometida com as lutas do povo e sinal de esperança para os mais pobres.
13. Senhor Jesus, amigos dos doentes, derrama sobre eles a Tua bênção, para que, na fé e na esperança, sintam a Tua presença e possam oferecer o seu sofrimento pelo anúncio do Evangelho a todos os povos.
14. Senhor Jesus, neste Ano Sacerdotal, por intercessão de S. João Maria Vianey, ilumina todos os sacerdotes, para que possam compreender cada vez melhor a importância do seu papel e da sua missão na Igreja.
15. Senhor Jesus, pedimos por todos os membros da vida consagrada para que o testemunho de uma vida pobre, casta e obediente, e a entrega generosa à missão sejam sinal profético da presença do Reino neste momento da história que atravessamos.
16. Senhor Jesus ilumina os nossos corações para que sejamos construtores da paz, respeitando e acolhendo os outros como irmãos, e colaborando com eles na construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
17. Senhor Jesus, nosso amigo, ensina-nos a crescer na renúncia e no desprendimento dos bens materiais, a fim de sermos cada vez mais solidários com os que nada têm e, deste modo, testemunhar que a verdadeira alegria está mais em dar do que em receber.
18. Deus, nosso Pai, desça sobre nós a Tua bênção, para que a oração pela missão, a dedicação ao anúncio do Evangelho e o apoio à Igreja missionária continuem presentes, hoje e sempre, na vida de cada baptizado e de cada comunidade cristã.
19. Deus, nosso Pai, fonte da Missão, fazei que seguindo o exemplo do Apóstolo São Paulo, cada baptizado assuma a sua vocação missionária, anunciando Jesus Cristo com paixão e alegria.
20. Deus, nosso Pai, envia sobre nós o Teu Espírito para darmos testemunho da nossa fé em Cristo, vivermos com alegria a esperança do Reino e amarmos a todos com genuína caridade.
21. Deus, nosso Pai, envia o Teu Espírito sobre as Igrejas da Ásia para estarem sempre ao lado dos pobres, crescerem no diálogo com as diversas tradições religiosas e serem fermento de vida nova.
22. Deus, nosso Pai, fonte de toda a santidade, derrama sobre a Igreja a abundância da Tua bênção, para que, segundo o Teu desígnio de amor, surjam muitas vocações missionárias para o serviço do povo de Deus e o anúncio da Boa Nova do Reino.
23. Deus, nosso Pai, protege e conforta os doentes, os idosos e os que vivem sós, sobretudo os que mais sofrem. Que eles sintam a Tua presença consoladora através do apoio e solidariedade dos irmãos.
24. Deus, nosso Pai, pedimos-Te pelas nossas Igreja locais. Que elas descubram que também foram enviadas em missão e vivam sempre em dinamismo missionário, através da oração pelas missões, da cooperação e da partilha com as igrejas mais necessitadas.
25. Deus, nosso Pai, abençoa a Igreja da África. Que as orientações do Sínodo Africano mobilizem os cristãos para serem testemunhas da verdade e da justiça, defensores da paz e da liberdade, profetas e construtores de uma África mais justa e fraterna.
26. Deus, nosso Pai, pedimos-Te por todos os leigos missionários. Abençoa o seu trabalho e faz com que sejam fiéis à sua vocação, servindo a missão e dando testemunho de Jesus Cristo na vida familiar, profissional, social e eclesial.
27. Deus, nosso Pai, olha com bondade para os povos da Oceânia e faz da Tua Igreja uma Igreja missionária, acolhedora e dialogante, para construir pontes entre pessoas, grupos e nações, e dar a conhecer a todos a Boa Nova do Reino de Deus.
28. Deus, nosso Pai, fonte de misericórdia, que nos fizeste chegar ao conhecimento do Teu nome por meio dos bem-aventurados Apóstolos, concede-nos, por intercessão de São Simão e São Judas, que a Igreja cresça continuamente com a conversão dos povos ao Evangelho.
29. Deus, nosso Pai, abençoa as famílias cristãs para que sejam verdadeiras comunidades domésticas onde a fé possa ser vivida com entusiasmo, o amor cresça entre todos os seus membros e a abertura aos outros se concretize no acolhimento e na partilha.
30. Deus, nosso Pai, fonte do amor e da missão, dá-nos a coragem de partir ao encontro dos outros, saindo do nosso egoísmo e do nosso conforto. Dá-nos a graça de viver sempre em espírito de missão.
31. Deus, nosso Pai, concede-nos, a nós que celebrámos este mês das missões, a graça de permanecer fiéis à nossa vocação cristã, abertos à dimensão missionária da Igreja e prontos para dar testemunho de Jesus a todos aqueles que ainda o não conhecem.
Fonte: ABC da Catequese

Receita de Reconciliação

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Minha mãe fazia um bolinho de polvilho excelente. As amigas pediam a receita e ela dava. Algumas conseguiam o mesmo produto e o mesmo gosto. Outras, não. Quando perguntavam porque, minha mãe dizia: Não basta fazer. Tem que ter leveza! …

Não existem receitas para a reconciliação de um casal em grave crise. Mas existem conselhos que em muitos casos acabam dando certo, isto porque encontram leveza num deles ou nos dois. Casais em vias de separação costumam pegar pesado, quase sempre um dos dois querendo que tudo volte a ser como era e o outro insistindo em partir para outra experiência, ou ao menos em terminar a convivência. Quando as posições se radicalizam não há como reconciliar. Não estão prontos. A expressão que trava tudo é: Sim, eu errei, mas a maior vítima sou eu!

Se conselhos ainda valem, anotem estes:

– Orem pedindo luzes. Não falem demais. Não levantem a voz. Palavrão, jamais. Não se xinguem. Não ameacem. Não se aterrorizem. Não batam toda a hora na porta do outro. Segurem as lágrimas, sobretudo se parecerem armação e chantagem. Não se façam de vítimas, mesmo que sejam. Não usem os filhos um contra o outro. Um não ataque os parentes do outro. Há bons e maus amigos: escolham a quem ouvir. Não aplaudam quem atacar o outro lado, para ficar bem com o seu. Não façam as coisas que queriam fazer, dizendo que só fez porque seu psicólogo ou seu conselheiro mandou. Não deturpem o que ouviram deles. Não puxem a brasa para a sua sardinha. Não remoam o passado na frente dos outros. Não o remoam, lembrando apenas os erros, caso se encontrem. Quem der perdão tem que pedi-lo, também. Ouçam-se muito e falem o menos possível. Um não interrompa o outro, nem a sós, nem diante dos conselheiros. Desarmem o coração por mais mágoa que levem. Meçam as palavras. Considerem as coisas boas que viveram juntos. Se no momento não dá mais para conviverem, ouçam bem seu diretor espiritual, seu advogado e quem entende de comportamento humano. O melhor lugar para conselhos não é o cabeleireiro, nem o bar da esquina! Não prometam o que não cumprirão. Não lavem roupa suja. Tentem achar a dignidade e o respeito. A cidade inteira não precisa saber do seu conflito.

Perdoar é muito difícil e pedir perdão também. Mas, quando uma ferida avançou demais, é preciso ir fundo na cura. O perdão e o arrependimento vão fundo. Reconciliar é tornar a conciliar as pessoas e o que as rodeia. É concordar no essencial, por as cabeças juntas, sentar-se juntos. Quem parou de fazer isso deve se imaginar, se não agora, quem sabe mais adiante, passada a poeira da briga, conversando e maneira civilizada. Cuidado com a palavra “não, nunca, jamais”. São balas perdidas. Acabam ricocheteando e acertando os filhos…

(Pe. Zezinho, SCJ)

Por que Deus não me dá o que eu tanto lhe peço na oração?







Desde crianças, fomos ensinados a rezar a Deus, a pedir-lhe coisas, a suplicar-lhe que solucione tudo aquilo que está fora do nosso alcance – pelo menos foi assim que fizeram muitos pais que também foram, por sua vez, educados na fé e na oração.
 
Alguns costumavam escrever uma carta ao "Menino Jesus" antes do Natal, por exemplo. Por meio dela, nos convidavam a pedir a Deus tudo o que queríamos como presente de Natal, e depois vinha a frustração, ao descobrir que aquela carta parecia não ter sido lida por Ele, já que acabávamos recebendo outras coisas, que não nos entusiasmavam muito. Desde então, começávamos a perceber que Deusnem sempre traz o que lhe pedimos, mas aquilo de que precisamos.
 
Já adultos, aprendemos do próprio Jesus: "Pedi e recebereis; buscai e achareis; batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe; quem busca, acha; e a quem bate, abrir-se-á". E, mais uma vez, nós nos empenhamos, às vezes como crianças, em continuar elaborando uma lista das nossas necessidades para poder apresentar-lhe de vez em quando.
 
O que nem sempre percebemos é o que Jesus diz mais à frente, quanto ao "pedir, buscar, bater", e é aí que muitas vezes nossas expectativas não são realizadas e ficamos frustrados: "Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem". Aqui está a resposta e o complemento com relação ao que significa pedir e buscar.
 
Pois bem, suponhamos que, ao apresentar essa outra lista das nossas necessidades, o Senhor escute nossas súplicas (o que com certeza Ele sempre faz), e nos dê aquilo que lhe pedimos. O que aconteceria? O que é preciso fazer com aqueles dons obtidos da sua benevolência e da sua compaixão por nós?
 
É importante saber que nossa relação com o Senhor não pode depender nas necessidades temporais que temos, pois isso equivaleria a concebê-lo como uma loja de conveniência e não como nosso Pai, aquele que quer nossa salvação em Cristo.
 
O perigo de uma relação assim é acreditar, como os israelitas, que, ao possuir a Terra Prometida, o grande sonho do povo, já não seria preciso conservar a Aliança que tinham feito com Deus para sempre, e que a única coisa importante seria ter um lugar para morar, cultivar a terra e ver os filhos crescerem. Foi então que eles começaram a se perder, a desviar seu coração e a adorar tudo aquilo que não era Deus.
 
Não podemos achar que, ao obter de Deus aquilo que lhe pedimos, já se cumpriu o objetivo da nossa relação com Ele, porque, em sua sábia pedagogia, o Senhor nos recorda que a provisão sempre é escassa e o provedor é permanente. Não podemos conceber Deus como um meio para obter o que desejamos, mas como um fim em si mesmo.
 
Neste sentido, é muito provável que, como o povo de Israel, tendo recebido uma promessa do Senhor, esta possa se perder no caminho, não porque o Senhor a tira de nós, mas porque é importante redescobrir que, nem a terra, nem a promessa, nem a bênção, nem a vida longa têm razão de ser quando nos afastamos do seu amor, que é a única realidade verdadeiramente importante.
 
Bíblia nos ensina, de muitas maneiras, que foi no exílio, na perda daquilo que tanto amavam, que os israelitas, ajudados pelos profetas, redescobriram a necessidade de voltar à Aliança, de voltar ao amor primeiro, de voltar aDeus.
 
Quando transformamos o importante em indispensável e o indispensável em acessório, então o Senhor toca nossa hierarquia de valores, por meio de crises purificadoras, que nos ajudam a reconsiderar o estilo de vida que levamos.
 
Por isso, ao perder o que avidamente pedimos a Deus na oração, mais do que pensar no valor da perda, podemos pensar em sua causa. O que era realmente importante para nós: o provedor ou a provisão? A bênção deDeus ou o Deus da bênção? Porque não se pode obter uma coisa sem desejar a outra. Quem quiser as bênçãos de Deus, antes precisa querer o próprio Deus, pelo valor que Ele tem na nossa vida.
 
Tudo aquilo que se teve e se perdeu precisa ser avaliado partindo desta ótica, pois provavelmente a luz irradiada pela beleza de muitas coisas nos cegou, fazendo-nos perder de vista a beleza de Deus. Buscando Deus nas criaturas, não podemos nos deter na beleza das criaturas; é preciso transcender, ir além do evidente e experimentar a beleza daquele que torna tudo belo.
 
Não deixe que sua relação com o Senhor dependa das necessidades do seu coração; não o conceba como uma máquina de refrigerantes, na qual você insere uma moeda (um Pai-Nosso, por exemplo) e imediatamente receberá o que você esperava. Não busque somente as coisas do Senhor, mas o Senhor das coisas.

Juan Ávila Estrada

Fonte: Catequese Católica

Homilia em Santa Marta - Oração na escuridão

2014-09-30 L’Osservatore Romano
A «oração da Igreja» pelos muitos «Cristos sofredores» que «estão em toda a parte» também no mundo de hoje. Pediu o Papa Francisco durante a missa celebrada na manhã de terça-feira, 30 de Setembro, em Santa Marta, invocando-a sobretudo por «aqueles nossos irmãos que por serem cristãos são expulsos da própria casa e ficam sem nada», pelos idosos deixados de lado e pelos doentes sozinhos nos hospitais: enfim, por todas as pessoas que vivem «momentos obscuros».
O Pontífice inspirou-se na primeira leitura – tirada do livro de Job (3, 1-3.11-17.20-23) – na qual está contida «uma oração especial. A própria Bíblia diz que é uma maldição», explicou. De facto, «Job abriu a boca e amaldiçoou o seu dia», lamentando-se «do que lhe tinha acontecido» com estas palavras: «Pereça o dia em que nasci. Por que não morri no seio da minha mãe? Estaria agora deitado em paz. Ou então, como um aborto escondido, eu não teria existido como as crianças que concebidas, não chegaram a ver a luz».
A este propósito, o bispo de Roma frisou que «Job, homem rico e justo, que verdadeiramente adorava a Deus e seguia os mandamentos», disse estas palavras depois de «ter perdido tudo. Foi posto à prova: perdeu toda a família, todos os bens, a saúde, e o seu corpo inteiro transformou-se numa chaga». Então, «naquele momento acabou a paciência e ele disse isto. São horríveis! Mas ele estava acostumado a dizer a verdade e esta era a verdade que sentia naquele instante». A ponto de exclamar: «Estou só. Abandonado. Porquê? Pereça o dia em que nasci e a noite em que foi dito: Foi concebido um varão».
Depois, confidenciou que na sua experiência pastoral muitas vezes ele mesmo ouve «pessoas que vivem situações difíceis, dolorosas, que perderam tanto ou se sentem sozinhas e abandonadas e vêm lamentar-se e questionam-se: Porquê? Rebelam-se contra Deus». E a sua resposta é: «Continua a rezar assim, porque também esta é uma oração». Como a de Jesus, quando disse ao Pai «Por que me abandonaste?». Pois «rezar é tornar-se verdade diante de Deus. Reza-se com a realidade. A oração verdadeira vem do coração, do momento no qual vivemos». É precisamente «a oração nos momentos de escuridão, nos momentos da vida nos quais não há esperança» e «não se vê o horizonte».
Eis a actualidade da palavra de Deus, porque também hoje «muitas pessoas estão na situação de Job. Muitas pessoas boas como Job não compreendem o que lhes está a acontecer. Muitos irmãos e irmãs que perderam a esperança». E o pensamento do Pontífice dirigiu-se imediatamente «para as grandes tragédias» como a dos cristãos expulsos das próprias casas e privados de tudo, que se perguntam «Mas, Senhor, eu acreditei em ti. Porquê?». Por que «crer em ti é uma maldição?». O mesmo é válido para «os idosos deixados de lado», para os doentes, para as pessoas solitárias nos hospitais. Com efeito, é «por todas essas pessoas, esses nossos irmãos e irmãs, e também por nós quando caminhamos na escuridão», que a «Igreja reza». E ao fazê-lo, carrega sobre si mesma esta dor.
Todos nós «muitas vezes passamos por esta situação». Santa Teresa do Menino Jesus defendia-se desta insídia «rezando e pedindo forças para ir em frente na escuridão. Isto chama-se “entrar em paciência”». Uma virtude que deve ser cultivada com a oração, porque – advertiu o bispo de Roma – «a nossa vida é demasiado fácil, as nossas lamentações são teatrais» se forem comparadas com as «lamentações de muitos irmãos e irmãs que estão na escuridão, que quase perderam a memória, a esperança, que estão exilados, inclusive de si mesmos».
Recordando que o próprio Jesus percorreu «este caminho: desde a noite no monte das Oliveiras até à última palavra na Cruz: “Pai, por que me abandonaste?”», o Santo Padre expressou dois pensamentos conclusivos que «nos podem servir». O primeiro foi o convite a «preparar-nos para quando vier a escuridão»: ela virá «talvez não como para Job, tão dura, mas teremos tempos de escuridão», todos. Portanto, é preciso «preparar o coração para aquele momento». O segundo é uma exortação a «rezar, como reza a Igreja, com a Igreja, por tantos irmãos e irmãs que sofrem o exílio de si mesmos, na escuridão e no sofrimento, sem esperança imediata».
Fonte: News.VA

Em São Paulo, beatificação de Assunta Marchetti

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP)

Aproxima-se a beatificação de Madre Assunta Marchetti, marcada para o dia 25 de outubro, às 10h00, na Catedral metropolitana de São Paulo. É um fato extraordinário, que não acontece todos os dias entre nós! Por isso, a movimentação para deixar tudo pronto é grande e a expectativa vai aumentando...

Madre Assunta é co-fundadora das Missionárias de São Carlos Borromeu, também conhecidas como Irmãs Carlistas, ou Scalabrinianas; elas se dedicam aos migrantes, conforme o carisma recebido do bispo de Piacenza (Itália), João Batista Scalabrini, fundador da Congregação dos Missionários de São Carlos Borromeu, os Carlistas.
Madre Assunta nasceu na Itália em 15.08.1971, na localidade de Lombrici, município de Camaiore; a comunidade fica na diocese de Lucca, Toscana. Em 1895, veio ao Brasil, acompanhando sua mãe e seu irmão, o jovem padre José Marchetti, junto com algumas companheiras, que também nutriam o desejo missionário de acompanhar os imigrantes italianos no Brasil. Passou breves períodos no interior do Estado de São Paulo e no Rio Grande do Sul.
Mas foi em São Paulo que ela viveu mais longamente e se dedicou a uma intensa ação caritativa voltada sobretudo aos imigrantes, aos doentes e às crianças órfãs ou em situação de pobreza. Atuou longamente no Orfanato Cristóvão Colombo da Vila Prudente, perto da igreja de São Carlos Borromeu. Com as companheiras e a mãe, consolidou a Congregação das Missionárias Scalabrinianas, que continuaram o seu ideal de dedicação aos migrantes e aos pobres. A Congregação hoje está presente em vários Estados do Brasil e também em outros países.
Madre Assunta faleceu em 1º de julho de 1948 e seu túmulo está na Vila Prudente, no local onde viveu e trabalhou. O processo de beatificação, introduzido em 1987 pela própria Congregação das Missionárias Scalabrinianas, na arquidiocese de São Paulo, destaca sua grande caridade e dedicação ao próximo, seu generoso espírito missionário e o testemunho de uma vida consagrada inteiramente ao serviço do reino de Deus.
Pe. José Marchetti, seu irmão, faleceu muito jovem e com pouco tempo de trabalho missionário no Brasil. Também ele viveu intensamente o serviço aos pobres e doentes, em São Paulo, acabando por contrair a febre tifóide, que lhe ceifou a vida. Seu corpo está sepultado no Ipiranga, na igreja do Orfanato Cristóvão Colombo, por ele fundado. A causa de sua beatificação também está em andamento.
A beatificação de Madre Assunta é motivo de alegria não apenas para os membros da Congregação fundada com a sua colaboração, mas para toda a Igreja. De fato, os cristãos beatificados ou canonizados são o belo fruto da missão e da vida da Igreja; eles realizaram de maneira extraordinária a vocação à santidade, que é de todos; são os grandes cristãos, os católicos exemplares, em cuja vida o Evangelho produziu frutos abundantes.
Pela beatificação e a canonização, a Igreja reconhece as virtudes extraordinárias e, muitas vezes, heróicas desses seus filhos, que podem ser imitados como verdadeiros “mestres” de vida cristã, pelo exemplo que deixaram e, muitas, vezes, também pelos seus escritos. Os santos e bem-aventurados, junto de Deus, formam a Igreja celeste, para onde também nós estamos encaminhados.
A beatificação, no dia 25 de outubro, será presidida pelo Cardeal Ângelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos. Presente também estará o bispo de Lucca e um grupo de pessoas da comunidade de Camaiore. Muitos bispos, sacerdotes e religiosos participarão da celebração; caravanas de diversos lugares do Brasil já estão inscritas.
É pela segunda vez que uma beatificação é realizada na Catedral da Sé de São Paulo; a primeira, em 2003, foi a do bem-aventurado Padre Mariano de la Mata, um frade Agostiniano que viveu na paróquia S.Agostinho, na Liberdade. Para a Arquidiocese de São Paulo, isso é motivo de alegria e uma graça muito especial. Além de Madre Assunta e Padre Mariano, viveram em São Paulo, boa parte de sua vida, também S.José de Anchieta, S.Paulina e S.Antônio de Santana Galvão.
O testemunho dos santos edifica a Igreja. Foram pessoas humanas como nós e viveram num determinado período da história; não se trata de mitos criados pela fantasia. Eles enfrentaram os problemas e as contradições do seu tempo, foram fiéis a Cristo e à Igreja, cristãos exemplares e cidadãos dignos. Os santos enobrecem nossa comunidade; estão perto de Deus e continuam perto de nós.
Fonte: CNBB

Presidência da CNBB encontra-se com o papa Francisco

O papa Francisco recebeu, na manhã desta terça-feira, 30, em audiência no Vaticano,  a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
 Antes do encontro, o presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis; o vice-presidente e arcebispo de São Luís (MA), dom José Belisário da Silva; e o secretário-geral e bispo auxiliar de Brasília, dom Leonardo Ulrich Steiner, participaram da missa diária presidida pelo papa na Casa Santa Marta.
No encontro com Francisco, a Presidência da entidade apresentou ao papa temas relacionados à 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, ocorrida de 30 de abril a 9 de maio deste ano, em Aparecida (SP),  e as atividades de evangelização da Igreja no Brasil.
Últimos encontros
No início deste ano, a Presidência da CNBB esteve com o papa Francisco, no Vaticano, após a realização da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, ocorrida em julho, no Brasil. Na ocasião, foi entregue ao papa um livro de fotografias da Jornada, organizado pelas Edições CNBB, contendo dezenas de testemunhos de jovens, que acolheram a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora, em suas dioceses.
Ainda nesta última visita, foi abordada a questão da missão na Amazônia, considerada por Francisco uma região relevante para o caminho atual e o futuro da Igreja no Brasil e para toda a sociedade. Neste mês, a CNBB e outras entidades deram um passo importante que foi a criação da Rede Eclesial Pan-Amazônica. 
Fonte: CNBB

Cardeal Muller na Espanha: a família deve ser firmemente defendida como âmbito onde cada indivíduo se enche de amor

Cardeal Gerhard Ludwig Müller. Foto: Diocese de Córdoba
CÓRDOBA, 30 Set. 14 / 10:10 am (ACI/EWTN Noticias).- Às vésperas do início do Sínodo extraordinário sobre a Família, convocado pelo Papa Francisco, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Muller assinalou no contexto de um discurso em Córdoba, Espanha, que a família é o âmbito da educação no amor por excelência e deve, portanto ser firmemente defendida contra as diversas ofensas à vida provocadas pelo atual modelo agnóstico e totalitário de sociedades.

Ao presidir ontem a Santa Missa na Catedral de Córdoba (Espanha), cidade onde está de visita para ministrar um curso sobre São João de Ávila, o Cardeal Gerhard Müller assinalou que “podemos falar muito de Deus e, no fundo, fazê-lo sem fé. Podemos ‘desconstruir’ o Evangelho e a Tradição e refazê-los segundo o gosto do mundo atual, ‘facilitando’ suas exigências e ‘acomodando-os’ a um homem pós-moderno frágil, superficial e imaturo”.

“Se fosse assim, se fôssemos privados da ocasião de confrontar as nossas vidas com a Palavra divina, perderíamos também a ocasião de gozar a autêntica felicidade que Cristo nos traz, Ele que não vem para evitar que enfrentemos as cruzes da vida, e sim para tornar nosso jugo mais suportável, animando-nos a fazer sempre a vontade de Deus.”.

“Encontramos a companhia do Senhor em um caminho que conduz à Páscoa e não em um cristianismo de ‘ofertas’ e sem exigências”, afirmou o cardeal.

“Somente Cristo e o seu amor são os únicos que podem fazer mais suportável a Cruz da doença, da perda do trabalho, da solidão, da viuvez, da infidelidade ou do fracasso matrimonial”.

Em contrapartida, na sua palestra realizada nesta segunda-feira, 29 de setembro, intitulada “A presença e a missão da Igreja em uma sociedade pluralista”, por ocasião do Curso de formação sobre São João de Ávila, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé destacou a importância da defesa da vida, da família e da liberdade religiosa.

“A família deve ser firmemente defendida como o lugar e o âmbito onde cada indivíduo se enche de amor e cresce como homem no esforço e na disposição ao sacrifício”, disse.

O Cardeal Müller destacou também que “a dualidade entre homem e mulher é necessária para a constituição de um matrimônio e uma família, e nenhuma criança pode ser privada do seu direito natural a ter um pai e uma mãe”.

Citando a Encíclica Centessimus Annus de São João Paulo II, o Cardeal destacou a defesa do “direito à vida, que engloba também o direito do filho a crescer sob o coração da mãe”.

A autoridade vaticana destacou que “a promoção cristã dos direitos do homem é clara em relação à informação e à construção de uma consciência coletiva, em tudo o que se refere às questões da inviolabilidade da vida humana, tentando influenciar sobre as regulações ou leis encaminhadas à defesa da vida”.

Além disso, assinalou, “a Igreja representa a dignidade indispensável de cada homem, como fundamento de toda vida em comum de pessoas que têm distintas crenças”.

“Sobre a base da Lei natural, a Igreja, em estreita união com outros grupos sociais, deve enfrentar-se ao Estado ou a uma determinada ideologia totalitária que queira suprimir ou eliminar a religião ou a liberdade de consciência, tal como o Concílio Vaticano II deixou claro em sua Declaração sobre a liberdade religiosa Dignitatis Humanae”, disse.
Fonte: Acidigital

Cardeal Secretário de Estado: todas as pessoas de bem devem condenar o terrorismo e a violência anti-religiosa

Cardeal Pietro Parolin (Foto: Wikipedia Blancoduno (CC-BY-SA-3.0))
VATICANO, 29 Set. 14 / 11:19 am (ACI/EWTN Noticias).- O Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, interveio no debate sobre o terrorismo que aconteceu na quarta-feira passada, 24 de setembro, no Conselho de Segurança da ONU sobre as “Ameaças à paz e à segurança causadas pelo terrorismo internacional”.

Antes de começar, o Cardeal felicitou os Estados Unidos pela Presidência do Conselho de Segurança e aplaudiu a oportuna convocatória ao debate “em um momento no qual todas as regiões do mundo enfrentam os efeitos desumanos do terrorismo”.

O Cardeal disse que “não é um fenômeno que afeta somente alguns povos, religiões e regiões, mas é um crime que afeta a toda a comunidade internacional. O uso constante, e em algumas regiões cada vez mais intenso, do terrorismo nos recorda que esse desafio comum requer um compromisso compartilhado por todas as nações e todas as pessoas de boa vontade”.

O Cardeal disse que a cooperação internacional deve abordar as causas fundamentais das quais se alimenta o terrorismo internacional para crescer, entre elas destaca-se o forte componente sociocultural.

“Os jovens que vão para o exterior para unir-se às organizações terroristas frequentemente procedem de famílias de emigrantes pobres, desiludidos por aquilo que sentem como uma situação de exclusão e falta de valores de algumas sociedades opulentas”.

“Junto com as ferramentas legais e com os recursos para impedir que os cidadãos se convertam em combatentes terroristas estrangeiros –prosseguiu– os governos devem comprometer-se com a sociedade civil para enfrentar os problemas das comunidades com maior risco de recrutamento e de radicalização e conseguir a sua integração social serena e satisfatória”.

“A Santa Sé –que é um sujeito internacional que representa também a uma comunidade de fé mundial– afirma que as pessoas de fé têm a grande responsabilidade de condenar aquelas que buscam separar a fé da razão e instrumentalizar a fé como justificativa para a violência”.

Para concluir, o Cardeal Parolin disse que “ao mesmo tempo, entretanto, deve-se levar em consideração que para colocar fim ao novo fenômeno do terrorismo, o objetivo é conseguir o entendimento cultural entre os povos e países, e que a justiça social é essencial para todos”.
Fonte: Acidigital

Evitemos lamentações teatrais e rezemos por quem sofre verdadeiramente – o Papa em Santa Marta nesta terça-feira

2014-09-30 Rádio Vaticana


Evitemos lamentações teatrais e rezemos por quem sofre verdadeiramente – esta a mensagem principal do Papa Francisco na manhã de terça-feira, dia 30 de setembro.Na primeira leitura da liturgia deste dia retirada do Livro de Job podemos ler: “Desapareça o dia em que nasci e a noite em que foi dito: ‘Foi concebido um varão!’ Porque não morri no seio da minha mãe ou não pereci ao sair das suas entranhas?”Job faz estas afirmações amaldiçoando o dia em que nasceu. Tinha perdido tudo: família, bens, saúde. Será blasfémia? – perguntou o Santo Padre que a este propósito recordou Jesus na cruz que afirma: Pai, por que me abandonaste? Tudo isto é oração – afirmou o Papa Francisco.
“Tantas vezes eu ouvi pessoas que estão vivendo situações difíceis, dolorosas, que perderam muito ou se sentem sós e abandonadas e vêm lamentar-se e fazem estas perguntas: Porquê? Porquê? Rebelam-se contra Deus. E eu digo: 'Continua a rezar assim, porque também isto é uma oração ". Era uma oração quando Jesus disse ao seu Pai: "Por que me abandonaste?!”.
O Santo Padre recordou neste ponto da sua homilia as grandes tragédias da humanidade, “tantos irmãos e irmãs que não têm esperança”. Referiu o exemplo dos cristãos que são perseguidos e expulsos das suas casas ficando sem nada. E nós, – observou o Papa – que “não temos fome, nem doenças”, quando chega um pouco de “escuridão na nossa alma” zangamo-nos logo com Deus. O Santo Padre evocou o exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus:

“E ela, Santa Teresa, rezava e pedia para andar em frente, na escuridão. Isto chama-se entrar em paciência. A nossa vida é demasiado fácil, as nossas lamentações, são lamentações de teatro. Perante estas, estas lamentações de tantas pessoas, de tantos irmãos e irmãs que estão na escuridão, que quase perderam a memória, que quase perderam a esperança – que vivem aquele exílio de si próprios, são exilados, também de si próprios – nada! E Jesus fez este caminho: da noite no Monte das Oliveiras até a última palavra da cruz: "Pai, por que me abandonaste!”
No final da sua meditação o Papa Francisco apontou duas ideias práticas: prepararmos o nosso coração para os dias de escuridão, e rezarmos com a Igreja pelos irmãos que perderam a esperança e que vivem no sofrimento e na escuridão. (RS) 

Fonte:News.VA

São Jerônimo - Terça-feira 30/09/2014-Liturgia Diária

Primeira Leitura (Jó 3,1-3.11-17.20-23)
Leitura do Livro de Jó.
1Jó abriu a boca e amaldiçoou o seu dia,dizendo: 3“Maldito o dia em que nasci e a noite em que fui concebido.11Por que não morri desde o ventre materno, ou não expirei ao sair das entranhas? 12Por que me acolheu um regaço e uns seios me amamentaram? 13Estaria agora deitado e poderia descansar, dormiria e teria repouso,14com os reis e ministros do país, que construíram para si sepulcros grandiosos; 15ou com os nobres, que amontoaram ouro e prata em seus palácios. 16Ou, então, enterrado como aborto, eu agora não existiria, como crianças que nem chegaram a ver a luz.
17Ali acaba o tumulto dos ímpios, ali repousam os que esgotaram as forças. 20Por que foi dado à luz um infeliz e vida àqueles que têm a alma amargurada? 21Eles desejam a morte que não vem e a buscam mais que um tesouro; 22eles se alegrariam por um túmulo e gozariam ao receberem sepultura.
23Por que, então, foi dado à luz o homem a quem seu próprio caminho está oculto, a quem Deus cercou de todos os lados?”

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Responsório(Sl 87)
— Chegue a minha oração até a vossa presença.
R-Chegue a minha oração até a vossa presença.
1- A vós clamo, Senhor, sem cessar, todo o dia, e de noite se eleva até vós meu gemido. Chegue a minha oração até a vossa presença, inclinai vosso ouvido a meu triste clamor!
2- Saturada de males se encontra a minh’alma, minha vida chegou junto às portas da morte. Sou contado entre aqueles que descem à cova, toda gente me vê como um caso perdido!
3- O meu leito já tenho no reino dos mortos, como um homem caído que jaz no sepulcro, de quem mesmo o Senhor se esqueceu para sempre e excluiu por completo de sua atenção.
4- Ó Senhor, me pusestes na cova mais funda, nos locais tenebrosos da sombra da morte. Sobre mim cai o peso do vosso furor, vossas ondas enormes me cobrem, me afogam.


Compreendendo e Refletindo

A Palavra do Mestre nos convida hoje a rever nossas atitudes, inclusive aquelas vinganças que nós alimentamos de forma mental dentro de nós
“’Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?’ Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os”(Lucas 9, 54).
Amados irmãos e irmãs, a Palavra de Deus que refletimos no dia de hoje mostra-nos Jesus a caminho de Jerusalém. Ele estava tomando a decisão de ir para a grande cidade onde Ele padeceria, morreria e, depois, ressuscitaria. Por isso, o Senhor mandou que Seus mensageiros fossem à frente d’Ele preparando o caminho. Para sair da Galileia e ir rumo à Judeia, onde está Jerusalém, se passava pela Samaria. Eles passariam por um povoado de samaritanos, onde o Senhor precisava se hospedar, mas os samaritanos não O receberam. E por que não O receberam? Porque Jesus deu a impressão, deu a perceber, que estava indo para Jerusalém.
Por toda a oposição que havia entre samaritanos e judeus, a verdadeira inimizade, não quiseram acolher Jesus; com gesto de desprezo pelo fato de Jesus pisar na terra deles e depois ir para a terra dos judeus.
Os discípulos, sobretudo Tiago e João, quiseram se vingar dessa atitude deles por não acolherem o Mestre: “Senhor, quer então que mandemos descer fogo do céu e destruir essa cidade?” De forma nenhuma Jesus permitiu aquela atitude de retaliação, de vingança, ou qualquer gesto parecido. É preferível seguir adiante, diz Jesus.
Deixe-me dizer uma coisa a você: com a melhor das intenções que possamos ter, nós nem sempre seremos acolhidos, amados e aceitos do jeito que gostaríamos! Sim, muitas vezes, seremos mal recebidos mesmo quando levamos o bem. Nós, muitas vezes, levaremos o amor e receberemos a indiferença como resposta das pessoas. Porém, não cabe a nós nos vingarmos, retribuir com a mesma moeda, nos portarmos como os outros se portam conosco. Não respondamos da forma como eles respondem a nós.
O cristão, o seguidor de Jesus, faz a diferença onde ele está presente, porque ele dá uma resposta diferente; ele não segue a onda, não segue o mal; não retribui com o mal o mal que fazem contra ele. Ao contrário, se ele não pode dar uma resposta positiva, a resposta negativa é que ele não dará!
A Palavra do Mestre nos convida hoje a rever nossas atitudes, inclusive aquelas vinganças que nós alimentamos de forma mental dentro de nós. Aquele desejo que o outro se dê mal, que ele caia, que ele receba o troco por aquilo que fez ao outro. Não retribua o mal com o mal! Se você não pode ir abraçá-lo, porque muitas vezes isso pode parecer superficial, não retribua com a mesma moeda, siga o seu caminho.
Nós, muitas vezes, estamos paralisados no tempo, parando a nossa própria vida, porque esperamos a hora de nos vingar ou de ver o mal acontecer ao outro. A nossa vida vai se arruinando, se autodestruindo, porque não seguimos adiante. Não mande fogo, nem queira que desça fogo do céu sobre ninguém! O único fogo que eu e você precisamos desejar é o fogo do Espírito Santo descendo em nós, queimando os ressentimentos, as mágoas, os rancores, dando-nos um novo impulso para seguirmos adiante.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo- Canção Nova




Evangelho(Lc 9,51-56)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
51Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém 52e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos, a fim de preparar hospedagem para Jesus. 53Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém. 54Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?” 55Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. 56E partiram para outro povoado.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.