sábado, 18 de janeiro de 2020

Liturgia Diária : 1ª Semana do Tempo Comum - Sábado


Primeira Leitura (1Sm 9,1-4.17-19;10,1a)

Leitura do Primeiro Livro de Samuel.
9,1Havia um homem de Benjamin, chamado Cis, filho de Abiel, filho de Seror, filho de Becorat, filho de Afia, um benjaminita, homem forte e valente. 2Ele tinha um filho chamado Saul, de boa apresentação. Entre os filhos de Israel não havia outro melhor do que ele: dos ombros para cima sobressaía a todo o povo.
3Ora, aconteceu que se perderam umas jumentas de Cis, pai de Saul. E Cis disse a seu filho Saul: “Toma contigo um dos criados, põe-te a caminho e vai procurar as jumentas”. Eles atravessaram a montanha de Efraim 4e a região de Salisa, mas não as encontraram. Passaram também pela região de Salim, sem encontrar nada; e, ainda pela terra de Benjamin, sem resultado algum.
17Quando Samuel avistou Saul, o Senhor lhe disse: “Este é o homem de quem te falei. Ele reinará sobre o meu povo”. 18Saul aproximou-se de Samuel, na soleira da porta, e disse-lhe: “Peço-te que me informes onde é a casa do vidente”. 19Samuel respondeu a Saul: “Sou eu mesmo o vidente. Sobe na minha frente ao santuário da colina. Hoje comereis comigo, e amanhã de manhã te deixarei partir, depois de ter revelado tudo o que tens no coração”.
10,1aNa manhã seguinte, Samuel tomou um pequeno frasco de azeite, derramou-o sobre a cabeça de Saul e beijou-o dizendo: “Com isto o Senhor te ungiu como chefe do seu povo, Israel. Tu governarás o povo do Senhor e o livrará das mãos de seus inimigos, que estão ao seu redor”.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial (Sl 20)
— Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra!
— Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra!
— Senhor, em vossa força o rei se alegra; quanto exulta de alegria em vosso auxílio! O que sonhou seu coração, lhe concedestes; não recusastes os pedidos de seus lábios.
— Com bênção generosa o preparastes; de ouro puro coroastes sua fronte. A vida ele pediu e vós lhe destes, longos dias, vida longa pelos séculos.
— É grande a sua glória em vosso auxílio; de esplendor e majestade o revestistes. Transformastes o seu nome numa bênção, e o cobristes de alegria em vossa face.


Evangelho (Mc 2,13-17)
— O Senhor esteja convosco
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 13Jesus saiu de novo para a beira mar. Toda a multidão ia a seu encontro, e Jesus os ensinava. 14Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Levi se levantou e o seguiu.
15E aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e pecadores também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. Com efeito, eram muitos os que o seguiam.
16Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que Jesus estava comendo com pecadores e cobradores de impostos. Então eles perguntaram aos discípulos: “Por que ele come com cobradores de impostos e pecadores?”
17Tendo ouvido, Jesus respondeu-lhes: “Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
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Compreendendo e Refletindo
Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: ‘Segue-me!’ Levi se levantou e o seguiu” (Marcos 2,14).
Jesus foi ao encontro de Levi, onde ele se encontrava, fazendo o que fazia, na banca da sua coletoria de impostos. Jesus o chamou. Mais do que o chamar, Jesus o puxou daquela situação, fez ele levantar daquilo que ele fazia, por mais que fosse o seu trabalho, pois era ali que Levi exercia a desonestidade, pois era injusto e pecava.
Jesus o chamou, não o acusou, não jogou na cara dele que era desonesto, mas o tirou daquela situação.
É assim que Jesus faz conosco. Ele quer nos tirar de toda e qualquer situação de pecado que estejamos vivendo. Muitas vezes, isso é dentro de casa, no trabalho que fazemos, no nosso computador, nas relações que estabelecemos, no Smartphone que está em nossas mãos. Jesus quer nos tirar, libertar-nos daquilo que está nos acorrentando e nos prendendo.
Levi estava acostumado a ganhar dinheiro de forma desonesta, corrupta, mas Jesus veio para o libertar daquela situação. Jesus quer nos libertar de toda e qualquer corrupção da alma, do espírito, da mente, para que possamos segui-Lo.
Jesus sentou-se à mesa com os cobradores de impostos e pecadores. Todos se sentam à mesa com Jesus, porque, como diz a Palavra, eram muitos que deixavam o que faziam para segui-Lo. Nós precisamos fazer parte também desse número, daqueles que deixam o pecado, deixam o que estão fazendo para também segui-Lo. 

Deixemos que a voz de Jesus ressoe em nossa alma e que Ele nos levante de toda e qualquer situação

Hoje, precisamos ouvir a voz de Jesus. Precisamos deixar o que fazemos para que Ele conduza os impulsos da nossa alma, do nosso coração, dos nossos afetos e dos nossos sentimentos.
Jesus está dizendo que não são os sadios que precisam de médicos, somos nós, doentes na alma, do espírito, do coração e da vontade que precisamos do médico Jesus. Somos nós que precisamos ouvir Sua voz.
Às vezes, dentro de nós, estamos com uma vontade terrível de fazer o mal, de desejar o mal; às vezes, dentro de nós, há uma voz de ressentimento, de ira, rancor, sensualidade e maldade gritando.
Deixemos que a voz de Jesus ressoe em nossa alma e que Ele nos levante de toda e qualquer situação que estejamos vivendo, para seguirmos a Sua voz, para seguirmos os Seus passos. Deixemo-nos ser curados por Jesus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araujo- Canção Nova


sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Papa Francisco adverte sobre um perigo para a fé dos cristãos


Papa Francisco pronuncia a homilia. Foto: Vatican Media
Vaticano, 17 Jan. 20 / 10:00 am (ACI).- O Papa Francisco alertou sobre o perigo de "perder a consciência do pecado" que leva o cristão a não encontrar a necessidade de se confessar.
O Pontífice, em sua homilia pronunciada durante a Missa celebrada nesta sexta-feira, 17 de janeiro, na Casa Santa Marta, comentou o fragmento do Evangelho de São Marcos, o qual conta como Jesus cura um paralítico em Cafarnaum, onde pregava a uma multidão, depois que os amigos do doente o desceram em uma maca através de um buraco no teto da casa, pois era impossível acessá-lo pela porta bloqueada por pessoas.
Francisco quis destacar como, diante da intriga do povo em ver Jesus operar o milagre da cura, Ele surpreende curando os enfermos de outra maneira: "Filho, os teus pecados estão perdoados". Só depois ele curará o paralítico.
Jesus "olha para o paralítico e diz: ‘Os teus pecados estão perdoados’. A cura física é um dom, a saúde física é um dom que devemos proteger. Mas o Senhor nos ensina que devemos também preservar a saúde do coração, a saúde espiritual”.
O Papa assinalou que "Jesus vai ao essencial" e isso causa escândalo. "Quando Jesus vai ao essencial, escandaliza-se, porque ali está a profecia, ali está a força".
O essencial é a relação com Deus. E nós muitas vezes nos esquecemos disto, como se tivéssemos medo de ir propriamente ali, onde há o encontro com o Senhor, com Deus”.
"Aqui tem uma palavra de Jesus que talvez nos ajudará: ‘Filho, os teus pecados estão perdoados’. 
Estamos acostumados a pensar neste remédio do perdão dos nossos pecados, dos nossos erros? Nós nos perguntamos: ‘Eu devo pedir perdão a Deus por alguma coisa?’. ‘Sim, sim, sim, em geral todos somos pecadores’, e assim a coisa se dilui e perde a força, esta força de profecia que Jesus faz quando vai ao essencial. E hoje Jesus, a cada um de nós, nos diz: ‘Eu quero perdoar os teus pecados’”.
O Papa Francisco concluiu: “O essencial é a saúde, toda: do corpo e da alma. Devemos preservar bem a do corpo, mas também a saúde da alma. E devemos ir àquele médico que pode nos curar, que pode perdoar os pecados. Jesus veio para isto, deu a vida por isto”.
A seguir, o Evangelho comentado pelo Papa Francisco:
Marcos 2,1-12
1Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. 2Reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra.
3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados”. 6Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7“Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus”.
8Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: “Por que pensais assim em vossos corações? 9O que é mais fácil: dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda’?
10Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, — disse ele ao paralítico: 11eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!”
12O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim”.
Fonte: Acidigital

Vaticano recorda posição do Papa Francisco sobre celibato sacerdotal


Imagem referencial. Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Vaticano, 13 Jan. 20 / 02:00 pm (ACI).- O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, abordou nesta segunda-feira, 13 de janeiro, a posição do Papa Francisco sobre o celibato sacerdotal após a notícia da publicação do livro do Papa Emérito Bento XVI com o Cardeal Robert Sarah, “Des profondeurs de nos cœurs” (“Do mais profundo de nossos corações”).
"A posição do Santo Padre sobre o celibato é conhecida", declarou Bruni em um comunicado enviado aos jornalistas e lembrou as palavras do Papa Francisco durante a coletiva de imprensa no avião de regresso do Panamá, na qual disse que “Vem-me à mente aquela frase de São Paulo VI: ‘Prefiro dar a vida antes que mudar a lei do celibato’”.
Naquela ocasião, o Papa Francisco disse: “Pessoalmente, penso que o celibato é uma dádiva para a Igreja. Não estou de acordo com permitir o celibato opcional. Não. Haveria qualquer possibilidade apenas nos lugares mais remotos; penso nas ilhas do Pacífico... quando há necessidade pastoral, aí o pastor deve pensar nos fiéis”.Além disso, Matteo Bruni acrescentou que “a respeito do modo como este argumento se insere no trabalho mais amplo do recente Sínodo sobre a região pan-amazônica e a sua evangelização, durante a sessão conclusiva, o Santo Padre afirmou: ‘Fiquei muito feliz por não termos caído prisioneiros desses grupos seletivos que do Sínodo só quererem ver o que foi decidido sobre este ponto intraeclesial ou sobre esse outro, e negarão o corpo do Sínodo que são os diagnósticos que fizemos nas quatro dimensões’ (Pastoral, cultural, social e ecológica)”, concluiu.
Em 15 de janeiro, será publicado em francês o livro "Des profondeurs de nos cœurs", escrito por Bento XVI e pelo Cardeal Sarah.
Neste, o Papa Emérito escreve que "sem a renúncia aos bens materiais, não pode existir um sacerdócio" e acrescenta que "o chamado para seguir Jesus não é possível sem esse sinal de liberdade e renúncia a todos os compromissos", segundo se lê em alguns trechos do volume, antecipados por ‘Le Figarò’.
“Acho que o celibato tem uma grande importância ao abandonar um possível domínio terreno e um círculo de vida familiar; o celibato, inclusive, se torna verdadeiramente essencial para que nossa aproximação a Deus possa continuar sendo o fundamento de nossa vida e possa se expressar concretamente. Obviamente, isso significa que o celibato deve penetrar todas as atitudes da existência com suas necessidades. Não pode alcançar seu pleno significado se nos ajustamos às regras de propriedade e às atitudes da vida que se praticam comumente hoje em dia. Não pode haver estabilidade se não colocamos nossa união com Deus no centro de nossa vida”, afirma Bento XIV neste livro que será publicado pela editora Fayard.
Fonte: Acidigital

Papa enviará antecipadamente a alguns bispos o texto da exortação apostólica sobre a Amazônia


Bispos com o Papa Francisco durante o Sínodo para a Amazônia. Foto: Daniel Ibañez/ACI Prensa
Roma, 15 Jan. 20 / 05:48 pm (ACI).- Para uma melhor preparação dos bispos e fiéis das diversas dioceses do mundo, o Papa enviará a alguns prelados o texto do seu próximo documento, contendo suas reflexões sobre as propostas do Sínodo da Amazônia, segundo indicou o Cardeal Claudio Hummes, em uma carta que o purpurado terá enviado no dia 13 de janeiro de 2020 a bispos de vários países.
“O Santo Padre está preparando uma nova exortação apostólica que apresenta os novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral surgidos sob a guia do Espírito Santo durante o Sínodo para a Amazônia desde outubro do ano passado”, começa a carta do Cardeal brasileiro, divulgada pelo jornalista italiano Aldo Maria Valli em seu site.
“O rascunho (da exortação) está atualmente em fase de revisão e correção e será traduzida em breve. O Papa Francisco espera poder promulgá-la a fins deste mês ou a inícios de fevereiro”, prossegue a missiva cuja autenticidade foi confirmada pelo grupo ACI.
Fontes confiáveis indicaram a ACI Digital que o rascunho da exortação apostólica será enviado aos bispos antes do final desta semana, mas não a todos os prelados do mundo, senão somente aos que estiveram envolvidos no processo sinodal.
O Cardeal Hummes indica em sua missiva que “a exortação é muito esperada e suscitará grande interesse e distintas respostas”.
Embora não o mencione, o documento final do Sínodo dos Bispos que foi entregue ao Santo Padre contém três propostas controvertidas: a ordenação de homens casados, um ministério para mulheres e a possível criação de um rito amazônico.
A proposta de ordenar homens casados está no parágrafo 111 do documento final, que recebeu 128 
votos a favor e 41 em contra, com o qual se converteu no numeral que mais desaprovações recebeu em todo o texto.
Em sua carta, o Cardeal Hummes assinala sobre o rascunho da exortação apostólica que “o Santo Padre quis que os ordinários locais recebessem diretamente o texto antes que seja publicado e que a imprensa comece a comentá-lo”.
“Com a intenção de favorecer uma adequada preparação, nesta primeira carta são oferecidas algumas sugestões”, como por exemplo “ler alguns documentos precedentes relativos ao tema”. “Dentro de 10 dias ou menos, receberá uma segunda carta com outras sugestões mais”, acrescenta Dom Cláudio.
Os textos sugeridos pelo prelado brasileiro são o documento final do Sínodo, publicado em 26 de outubro, o discurso do Papa Francisco aos povos da Amazônia em Puerto Maldonado (Peru) em 19 de janeiro de 2018, o discurso do Papa Francisco ao início dos trabalhos do Sínodo de 7 de outubro de 2019, a relação (discurso) do Cardeal Claudio Hummes ao início do Sínodo nessa mesma data, o discurso do Papa Francisco ao final do Sínodo em 26 de outubro de 2019; e os capítulos 5 e 6 da encíclica Laudato se’ do Santo Padre.
Outra das sugestões do Cardeal é organizar uma conferência de imprensa “ou algum outro evento” para apresentar a exortação “junto a um representante indígena”, “um responsável pastoral perito (ordenado ou religioso, leigo ou leiga), um perito em temas ecológicos e um jovem engajado na pastoral juvenil”.
O Cardeal pede aos bispos “manter esta carta em reserva e compartilhá-la somente com quantos estejam diretamente envolvidos na preparação das dioceses em vistas à publicação da exortação, não com outros bispos ou com a imprensa”.
O Cardeal conclui fazendo votos para que o Senhor “disponha o povo de Deus na Amazônia e em todo mundo a recebê-la (referindo-se à exortação) com fé, esperança, inteligência e eficácia”.
O Sínodo da Amazônia se realizou entre os dias 7 e 27 de outubro no Vaticano sob o lema “Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. Participaram 185 bispos provenientes dos países da bacia Amazônica, representantes dos dicastérios vaticanos e de outros lugares do mundo.
Fonte: Acidigital

Santo do Dia : Santo Antão

Pai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251 e faleceu em 356; viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar. Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã. Ao entrar numa igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa.
Enfim, Santo Antão foi passo a passo buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida: “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita. Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também.
Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá e , por isso, ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há. Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, o pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam: “Onde está Antão?”. E lhes respondiam: “Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; este é Antão”.
Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza.
Santo Antão, rogai por nós!

Liturgia Diária: 1ª Semana do Tempo Comum - Sexta-feira


Primeira Leitura (1Sm 8,4-7.10-22a)
Leitura do Primeiro Livro de Samuel.
Naqueles dias, 4todos os anciãos de Israel se reuniram, foram procurar Samuel em Ramá, 5e disseram-lhe: “Olha, tu estás velho, e teus filhos não seguem os teus caminhos. Por isso, estabelece sobre nós um rei, para que exerça a justiça entre nós, como se faz em todos os povos”.
6Samuel não gostou, quando lhe disseram: “Dá-nos um rei, para que nos julgue”. E invocou o Senhor. 7O Senhor disse a Samuel: “Atende a tudo o que o povo te diz. Porque não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, para que eu não reine mais sobre eles”.
10Samuel transmitiu todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe pedira um rei 11e disse: “Estes serão os direitos do rei que reinará sobre vós: Tomará vossos filhos e os encarregará dos seus carros de guerra e dos seus cavalos e os fará correr à frente do seu carro. 12Fará deles chefes de mil, e de cinquenta homens, e os empregará em suas lavouras e em suas colheitas, na fabricação de suas armas e de seus carros.
13Fará de vossas filhas suas perfumistas, cozinheiras e padeiras. 14Tirará os vossos melhores campos, vinhas e olivais e os dará aos seus funcionários. 15Das vossas colheitas e das vossas vinhas ele cobrará o dízimo, e o destinará aos seus eunucos e aos seus criados. 16Tomará também vossos servos e servas, vossos melhores bois e jumentos, e os fará trabalhar para ele. 17Exigirá o dízimo de vossos rebanhos, e vós sereis seus escravos.
18Naquele dia, clamareis ao Senhor por causa do rei que vós mesmos escolhestes, mas o Senhor não vos ouvirá”. 19Porém, o povo não quis dar ouvidos às razões de Samuel, e disse: “Não importa! Queremos um rei, 20pois queremos ser como todas as outras nações. O nosso rei administrará a justiça, marchará à nossa frente e combaterá por nós em todas as guerras”.
21Samuel ouviu todas as palavras do povo e repetiu-as aos ouvidos do Senhor. 22aMas o Senhor disse-lhe: “Faze-lhes a vontade, e dá-lhes um rei”.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 88)
— Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
— Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
— Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria; seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face! Exultará de alegria em vosso nome, dia a dia, e com grande entusiasmo exaltará vossa justiça.
— Pois sois vós, ó Senhor Deus, a sua força e sua glória, é por vossa proteção que exaltais nossa cabeça. Do Senhor é o nosso escudo, ele é nossa proteção, ele reina sobre nós, é o Santo de Israel!
Compreendendo e Refletindo
Os anciãos de Israel disseram a Samuel: “Por isso, estabelece sobre nós um rei, para que exerça a justiça entre nós, como se faz em todos os povos”. (1Sm 8,4-7)
Samuel, já ficando velho, idoso, seus filhos não seguiam todos os passos dele, por isso os anciãos preocupados foram fazer um pedido para Samuel, e esse pedido foi determinante para toda história de Israel.
O povo, os anciãos, foram pedir: “Nós queremos ter um rei, um rei que reine, de fato, sobre nós, que exerça autoridade sobre nós, porque todos os povos têm um rei, mas nós não o temos, e queremos ser como todos os outros povos.
É preciso dizer que o povo de Israel não era um povo melhor que os outros povos, mas era diferente, porque, já que todos os povos tinham um rei, quem reinava sobre Israel era o próprio Senhor. Os juízes, os profetas, aqueles que estavam à frente do povo, eram intermediários da graça de Deus que regia aquele povo. No entanto, a partir dos seus anciãos, Israel não queria mais ser governado por Deus, eles queriam ter um rei como todos os outros povos. Foi assim, então, que Samuel foi se apresentar todo triste na presença de Deus, dizendo que aquele povo o estava rejeitando. “Não Samuel, não é a ti que esse povo está rejeitando; é a mim. E já que esse povo quer um rei como todos os outros povos, deixa que esse povo tenha um rei como eles querem no coração deles, com todas as consequências que virão a partir disso”.

Deus nos dá liberdade de escolhermos aquilo que queremos ser

Permita-me lhe dizer: Deus nos dá a liberdade de escolhermos aquilo que queremos ser. Todos nós temos esse anseio de emancipação; e, muitas vezes, o anseio de sermos iguais a todo mundo. Se todo mundo faz, por que que eu não posso fazer? Se todo mundo procede assim, por que eu também não posso? Se está todo mundo pecando, por que eu também não posso pecar?
Enfim, aquilo que achamos ser justiça, na verdade, é a grande injustiça que nós cometemos com nós mesmos, porque Deus nos escolheu, Ele nos separou para cuidar de nós, para nos ensinar o caminho da vida, da salvação, da libertação. Existe, porém, um mundo que nos atrai, que nos puxa, e existe um mundo que puxa os nossos também, de modo que nós nos cansamos de ser diferentes.
Eu volto a dizer que quem quer ser de Deus não quer ser melhor que ninguém, mas precisa ser diferente, porque, enquanto estamos no mundo, o mundo nos governa, com as suas tendências, com as suas forças, com seus atrativos para que sejamos iguais a todos. Mas quando permanecemos em Deus, é a Ele que obedecemos, é esse espírito de rebeldia que toma conta de muitos de nós, de nossos filhos, de nossas famílias, porque se está todo mundo fazendo, porque é que nós não podemos fazer? E a resposta é muito simples: porque nós pertencemos a Deus, porque nós somos o povo de Deus.
Nós precisamos ser governados pelo Senhor. Israel sofreu e pagou um preço muito caro quando fez a opção de não deixar de ser do Senhor, mas ser igual a outros povos. Que nós não queiramos ser iguais aos outros, mas que queiramos ser do Senhor e ser o povo d’Ele.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo


Evangelho (Mc 2,1-12)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.
1Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. 2Reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra.
3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados”. 6Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7“Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus”.
8Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: “Por que pensais assim em vossos corações? 9O que é mais fácil: dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda’?
10Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, — disse ele ao paralítico: 11eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!”
12O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.