sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Papa Francisco: Se há algo que o cristão não pode se permitir é ser ingênuo

Papa Francisco celebra a Missa na Casa Santa Marta. Foto: L'Osservatore Romano
Vaticano, 10 Nov. 17 / 09:01 am (ACI).- Durante a Missa celebrada na Casa de Santa Marta na manhã de hoje, o Papa Francisco advertiu contra a tentação de cair na corrupção e assinalou que um cristão não pode se permitir ser um ingênuo: “ante a astúcia da corrupção, devemos responder com a astúcia cristã”.
O Santo Padre refletiu sobre as origens e consequências da corrupção a partir do Evangelho do dia, no qual São Lucas fala do administrador corrupto.
Francisco advertiu sobre o poder dos corruptos e o mal que podem fazer. “Eles são poderosos. Quando eles organizam as redes da corrupção se tornam poderosos, vão ao fundo de sua corrupção e podem até acabar desenvolvendo atitudes mafiosas”.
A história do administrador corrupto do Evangelho “não é uma fábula, não é um caso que devemos procurar nos livros de história antiga. Nós a vemos todos os dias nos jornais, todos os dias”, lamentou.
“Isto acontece também hoje, sobretudo com aqueles que têm a responsabilidade de administrar os bens do povo, não os bens próprios. Com os próprios bens ninguém é corrupto, porque os defende”.
O Pontífice destacou como o Evangelho é atual mesmo quando descreve os corruptos de “luva de seda”, quando o administrador descobre suas irregularidades do, em vez de agir de forma honesta, decidem agir com deslealdade, mas com astúcia e gentileza para tentar manter o seu trabalho. E perguntou: “O que acontece se a astúcia dos corruptos se tornar mais eficaz do que a astúcia dos cristãos?”.
“Bom, eu não diria a astúcia dos cristãos, porque também há muitos corruptos que se definem cristãos”. “Mas, digamos o que aconteceria se os corruptos fossem mais astutos do que os filhos fiéis a Jesus”.
Para evitar que a corrupção entre nos cristãos fiéis, o Papa indicou que “há uma atitude para aqueles que querem seguir Jesus, de modo que não acabem mal, que não acabem sendo comidos vivos – como minha mãe dizia: ‘comidos crus’ pelos outros”.
“Qual é a astúcia cristã, uma astúcia que não seja pecado, mas que sirva para me levar ao serviço do Senhor e também para ajudar os outros?”, perguntou. “No Evangelho, explica-se qual é essa estratégia cristã para ir avante sem cair na rede da corrupção. Jesus diz quando menciona que devemos ser ‘prudentes como as serpentes e simples como a pomba’. Então, o que fazer?”.
A primeira coisa é “ter uma saudável desconfiança, estar atentos a quem promete muito e fala demais, como aqueles que dizem: faça o investimento no meu banco, eu lhe darei juros em dobro”.
A segunda é “a reflexão, diante das seduções do diabo que conhece nossas fraquezas; e, finalmente, a oração”.
“Rezemos hoje ao Senhor para que nos dê essa graça de sermos espertos, cristãos espertos, de termos esta esperteza cristã. Um cristão não pode se permitir de ser um ingênuo”, destacou. “Como cristãos, temos um tesouro dentro: o tesouro que é o Espírito Santo. Devemos preservá-lo. E um ingênuo se deixa roubar o Espírito. Se há uma coisa que o cristão não pode se dar ao luxo de ser é ser ingênuo”, concluiu sua homilia.

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