terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Porque cultivar e assumir o Diálogo Interreligioso?

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo  de Campos, RJ
Em 1970 na Conferência Mundial das Religiões em favor da Paz, realizado em Kioto no Japão, se afirmava no preâmbulo da sua Declaração final: Os elementos que unem as religiões são mais importantes do que aqueles que as separam. Quais seriam alguns desses elementos convergentes? 
A convicção acerca da unidade fundamental da família humana, da igualdade e da dignidade de todas as pessoas; uma sensibilidade para a inviolabilidade do indivíduo e da sua consciência; um sentimento para o valor da comunidade humana; o conhecimento de que o poder não é idêntico a direito, que o poder humano não pode se satisfazer consigo mesmo e que não é absoluto; a fé que o amor, a compaixão, o desprendimento e a força do espirito e da veracidade interna, em último caso, tem mais poder do que o ódio, a inimizade e o interesse próprio; a sensibilidade para uma responsabilidade universal, para estar do lado dos pobres e oprimidos; e por fim a profunda esperança, que o bem e a verdade vencerão. 
Já outro movimento interreligioso muito presente e atuante a URI (Iniciativa das Religiões Unidas) se detinha inspirado numa frase de origem javanesa - Memayu Hauning Bawano que significa: trabalhar pela segurança, felicidade, e bem-estar de toda vida; apontava para as seguintes tarefas comuns: a) nutrir culturas de paz para superar o medo da violência, b) reconhecer direitos e responsabilidades provendo a defesa dos direitos humanos, c) imperativos ecológicos e cura de toda a comunidade da Terra, d) economia justa e sustentável para eliminar a abismal desigualdade entre os seres humanos.
A este respeito o Dalai Lama expressava: é muito importante entender que um relacionamento entre as várias religiões é essencial para que diferentes grupos religiosos possam trabalhar juntos e realizar um esforço comum para o benefício da humanidade. Para terminar não poderíamos deixar de mencionar o esforço e o empenho do Papa Francisco de ser ponte e canal entre as religiões, culturas e povos, afirmando com coragem: Nós temos de retornar à centralidade do ser humano, a uma visão mais ética das atividades e dos relacionamentos humanos, sem o temor de perder alguma coisa. Deus seja louvado!

Fonte: CNBB

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