Dom Zanoni Demettino Castro
Arcebispo de Feira de Santana
No próximo 31 de outubro de 2017 completarão os 500 anos da Reforma Protestante, dia em que se faz memória das 95 teses que Martinho Lutero expos sobre a porta da Igreja do castelo de Wittenberg, na Alemanha.
São cinco séculos de conflitos, de troca de acusações, de excomunhões, de guerras e divisões. Quanta dor e sofrimento. Quanta violência em nome da religião.
Hoje católicos e luteranos são chamados a um novo momento. Desafiados como cristãos a fazerem memória deste acontecimento com outros olhos, os olhos da fé em Jesus Cristo, que nos amou sem impor condições e nos disse que nos amassemos uns aos outros como ele nos amou.
Há mais de cinquenta anos o entendimento entre católicos e luteranos vem crescendo, num constante e frutuoso diálogo ecumênico. Diferenças são superadas, entendimentos aprofundados e a confiança cada vez mais fortalecida.
Pequenas experiências vão se tornando realidade. São ações comuns em defesa dos pobres e necessitados. Lutas travadas juntos são realidades cada dia mais constantes. Quantas oportunidades para sonharmos juntos e testemunhar o Deus de amor e misericórdia. Já não somos os mesmo de antes. Não somos indiferentes uns aos outros. Nos conhecemos bastante.
Agora é tempo de agradecer a Deus a caminhada feita. Vivemos um novo tempo, que exige escuta e entendimento, que nos ensina a não mais impor nossas verdades, mas, sobretudo, deixar o outro falar, contar a sua história, apresentar seu ponto de vista.
Louvado seja o Deus de amor e bondade pelo o belíssimo encontro acontecido na Suécia entre o Papa Francisco e a Comunidade Luterana Mundial no início das comemorações comuns dos 500 anos da Reforma. Esse dia histórico é para todos nós um verdadeiro Kairós, um ponto alto nesta longa caminhada, capaz de mudar a história do ecumenismo no mundo, tão sonhado pelo Papa Bom, o santo São João XXIII, que dizia que era necessário buscar primeiro o que nos une e não aquilo que nos separa.
Que o Senhor Jesus Cristo, o Bom Pastor nos ajude a passarmos “do Conflito à comunhão”.
Fonte: CNBB
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