segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Os 10 mandamentos explicados ao homem de hoje


Os Dez mandamentos explicado

Esta é a sua interessante “tradução” das Tábuas da Lei à linguagem atual, para mostrar ao homem de hoje o caminho de liberdade traçado nestes dez preceitos:
Eu sou o Senhor teu Deus. A crise do homem moderno é crise de Deus, eclipse de Deus, ignorância de Deus, aversão a Deus. A esperança dos homens é decepcionada quando buscam respostas fora de Deus. O homem subordina sua vida, seu futuro, tudo o que possui de bom a outros “senhores”. Longa seria a lista de todos os “falsos senhorios” propostos pelo espírito do mundo, oposto ao Espírito de Deus.
Não terás outro Deus fora de mim. Os ídolos parecem desfrutar de uma saúde excelente, enquanto Deus parece suscitar menos fascínio no homem moderno. No entanto, são “ídolos mudos”, que não podem salvar o coração do homem em sua mais recôndita necessidade de amar e ser amado. Quantas imitações, quantas distorções do verdadeiro rosto de Deus! Faz-se guerra em nome de Deus, mas Deus é uno; se é “uno”, não pode estar em conflito, em perene conflito entre gerações e povos.
Santificarás as festas. A festa e, portanto, o repouso do trabalho, é o espaço oferecido para a intimidade com Deus. O tempo reservado à descoberta de si mesmo em relações de verdadeira fraternidade com os outros. Assistimos à desnaturalização desta verdade: a festa não alimenta mais a necessidade que o homem tem de Deus, mas o faz esquecer disso, tornando-se cada vez mais sinônimo de consumismo, prazer, aquisição e desfrute dos bens materiais.
Honrarás teu pai e tua mãe. Os filhos nascem de um pai e de uma mãe, não de doadores de esperma ou de barrigas de aluguel, em nome de uma nova ética social. Quantos filhos órfãos, pela paternidade negada ou rejeitada inclusive pelas próprias legislações humanas! Como os filhos poderão honrar seus pais e mães se estes se mantêm “anônimos”? Quem honra pai e mãe respeita sua própria história, as memórias familiares que conferem identidade social.
Não matarás. É possível matar de muitas maneiras, não somente com armas; mata-se também com a língua, com a ignorância, com o silêncio. Não matar significa também defender a vida, sempre, e não somente quando se pode ou convém. A vida: em seu início, em seu desenvolvimento, em seu final. A vida não pode ser mortificada. Em tempos de crise, não se podem favorecer novos assassinos: os suicídios são muitas vezes filhos de uma pobreza provocada ou de um bem-estar desenfreado que desaparece de repente.
Não cometerás atos impuros. Os atos impuros também são cometidos por uma cultura obcecada, que faz da liberação do sexo um dos seus maiores negócios, precisamente a partir da degradação da dignidade do homem e da mulher. Tornar a prostituição mais “decente” não a torna menos exploração do corpo; pelo contrário, cedo ou tarde, inclusive a pedofilia será socialmente compatível com as “necessidades da modernidade“. É impuro não conservar a unidade entre corpo e espírito, violentar o espírito em nome do bem-estar corporal.
Não roubarás. O furto é uma intenção má que está dentro de nós. Não se trata somente de não roubar algo de uma pessoa, e sim de não roubar a pessoa em si, ou seja, privá-la do seu tempo, da sua dignidade, do seu futuro, da justiça, da paz. É preciso educar na generosidade de coração, experimentando a economia do dom, da gratuidade. A raiz do “não roubar” também é o possuir: rouba-se porque não se está satisfeito com o que se tem, invadido pelo desejo de ter e acumular.
Não levantarás falso testemunho. Também o falso testemunho está dentro de nós como mentira, como abrandamento da verdade. É uma atitude que se torna cultura, que se estabiliza no homem como simulação, ficção, verossimilitude da realidade substituída pela ficção. Estar do lado da verdade, defendê-la, é um ato de justiça e de amor a si mesmo e aos outros.
Não desejarás a mulher do próximo. “A mulher do outro”: parece um mandamento aos homens; mas hoje também significa “o homem da outra”. A mulher e o homem não são uma coisa que se deseja, que pertence a alguém como objeto. Quantos delitos passionais, quanta violência doméstica, quanta discriminação do gênero feminino respondem a esta lógica desumanizadora!
Não cobiçarás as coisas alheias. A inveja se encontra na base deste e do anterior mandamento. É o mais “sociável” dos vícios. A modernidade exaltou a cultura da inveja. Nas sociedades civis avançadas, no Ocidente, o pressuposto da democracia é a igualdade: “devo ter os mesmos direitos dos outros”. Mas isso não significa sofrer do “complexo de ser idênticos”, ou seja, de possuir as mesmas coisas que os outros, tornando-se escravo das coisas, empobrecendo-se, endividando-se, enfermando-se por aquilo que se inveja e não se pode possuir.
Em sua mensagem aos participantes da iniciativa “10 praças para 10 mandamentos“, o Papa Francisco perguntou: “Que sentido têm para nós estas Dez Palavras? Que dizem elas à nossa época, agitada e confusa, que parece querer renunciar a Deus?”.
E respondeu: “Os Dez Mandamentos são um dom de Deus. A palavra ‘mandamento’ não está na moda; ao homem de hoje evoca algo de negativo, a vontade de alguém que impõe limites, que causa obstáculos à vida. E infelizmente a história, também recente, é marcada por tiranias, ideologias e lógicas que impuseram e oprimiram, que não procuraram o bem do homem, mas sim o poder, o sucesso e o lucro”.
“No entanto, os Dez Mandamentos derivam de um Deus que nos criou por amor, de um Deus que estabeleceu uma aliança com a humanidade, de um Deus que deseja só o bem do homem. Tenhamos confiança em Deus! Confiemos nele!”, exclamou o Papa.
“Os Dez Mandamentos indicam-nos um caminho a percorrer e constituem também uma espécie de ‘código ético’ para a construção de sociedades justas, à medida do homem. Quantas desigualdades existem no mundo! Quanta fome de alimento e de verdade! Quantas pobrezas morais e materiais derivam da rejeição de Deus quando no seu lugar colocamos muitos ídolos!”, continuou.
E convidou: “Deixemo-nos orientar por estas Dez Palavras que iluminam e norteiam quantos procuram a paz, a justiça e a dignidade”.
Patricia Navas González
Fonte: CATEQUESE CATÓLICA

Nenhum comentário:

Postar um comentário