terça-feira, 1 de março de 2016

Compreendendo e Refletindo

Deus não põe limites para o Seu perdão nem para Sua misericórdia

“Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18,22).
É Pedro quem interroga o Mestre sobre quantas vezes ele deveria perdoar o seu irmão se este viesse a pecar contra ele: uma, duas, três… dez vezes? Nós temos limite para perdoar quando alguém falha conosco, quando alguém, de alguma forma, nos contraria.
Nós, muitas vezes, não conseguimos perdoar, então falamos: “Chega! Pronto, não aguento mais! Acabou”. Fico pensando se Deus nos tratasse da mesma forma, se colocasse um limite para nos perdoar por todas as vezes que falhamos e negligenciamos, ainda que prometamos: “Senhor, eu não vou mais pecar!”. Saímos, muitas vezes, do confessionário com a alma limpa, purificada, com o santo propósito de não errar mais. Mas, por fraqueza, por falta de esforço, muitas vezes voltamos a cair; e a misericórdia de Deus está lá para nos lavar, purificar e perdoar, colocando-nos para cima dizendo: “Vai, recomeça, tenta de novo, não desanime! Sou eu quem te lavo, Sou eu quem te purifico, sou eu quem te renovo!”.
Muitas vezes, quando o outro erra com a gente, quando “pisa na bola”, dizemos: “Não, chega, eu não posso mais!”. Desculpa, mas nós estamos agindo como o servo do Evangelho de hoje, porque ele alcançou todo o perdão do seu patrão e não conseguiu oferecer o perdão para aquele que lhe devia muito pouco, muito menos em relação àquilo que o patrão lhe perdoou. Deus não põe limites na Sua misericórdia, no Seu perdão.
Nós, algumas vezes, agimos com crueldade quando o outro erra conosco. É verdade que perdoar os erros nem sempre é fácil, mas nos coloquemos no lugar dele, coloquemo-nos no nosso próprio lugar, da maneira como nos relacionamos com Deus e como o perdão d’Ele chega até nós.
Precisamos aprender a ser misericordiosos como o Senhor é misericordioso conosco. Temos de perdoar uma, duas, três, tantas vezes forem necessárias. O perdão não é para o outro, mas para nosso próprio coração, que não ficará fechado, aniquilado, magoado nem ressentido.
O perdão faz bem, em primeiro lugar, para cada um de nós. Pode ser que não consigamos perdoar imediatamente quando o outro falhar ou pecar contra nós, mas precisamos ter a disposição de perdoar. Podemos reconsiderar nosso relacionamento, rever a forma como tratamos nosso irmão, mas jamais lhe negar o perdão, porque Deus nunca nos nega o perdão d’Ele.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo~canção Nova

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