2015-11-29 Rádio Vaticana

De Kampala, no Uganda, o nosso colega de redação, Filomeno Lopes, enviado especial da Rádio Vaticano ao Uganda, fez uma síntese das atividades do Santo Padre no dia 28 de novembro. Eis o texto e o audio deste trabalho:
A longa jornada do segundo e penúltimo dia, sábado 28 de novembro de 2015, desta visita apostólica do Papa Francisco aqui na terra do sangue ecumênico dos mártires da Africa moderna e contemporânea, iniciou, tal como fora programado, com a visita ao santuário católico dos mártires de Namugongo onde o Papa rezou diante do altar onde estão conservadas, as relíquias do S. Carlos Lwanga antes de proceder depois a celebração da santa missa. Mais de trezentas mil pessoas, entre fieis e peregrinos provenientes de todos os cantos da região da Africa do Leste e do Comesa, e dentre eles também o presidente da republica Youweri Museveni, sua esposa e os descendentes da dinastia dos Reis dos povos Buganda, o Rei Ronald Mwenda Mutebi, assistiram a santa missa, animada com cantos e danças litúrgicas tipicas das mais variadas tradições que compõem o mosaico da cultura litúrgica da Africa do Leste.
Na sua homilia o Papa Francisco recordou aos presentes que “desde a Idade apostólica até aos nossos dias, surgiu um grande numero de testemunhas que proclamam Jesus e manifestam a força do Espirito Santo. Hoje, prosseguiu Francisco, lembramos, com gratidão, o sacrifício dos mártires ugandeses, cujo testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja chegou, justamente, até aos confins do mundo. Recordamos também, prosseguiu o Santo Padre, os mártires anglicanos, cuja morte por Cristo da testemunho do ecumenismo do sangue. Todas estas testemunhas, disse ainda Francisco, cultivaram o dom do Espirito Santo na sua vida e, livremente, deram testemunho da sua fé em Jesus Cristo, mesmo a preço da vida”. Ora, hoje a fé destes mártires, sublinhou o Santo Padre, “tornou-se testemunho; venerados hoje como mártires, o seu exemplo continua a inspirar muitas pessoas no mundo” que continuam a proclamar Jesus Cristo e a força da Cruz” na historia da salvação da humanidade hodierna.
Por conseguinte, aos fieis cristãos africanos, chamados mais do que nunca hoje a serem embaixadores dos valores da fé libertadora de Jesus Cristo numa Africa e num mundo em violentos conflitos permanentes de varia ordem, “se nos, disse o Papa, como cristãos reavivarmos diariamente o dom do Espirito que habita nos nossos corações, tornar-nos-emos certamente naqueles discípulos missionários que Cristo nos chama a ser”. Sobretudo, “selo-emos para as nossas famílias e os nossos amigos, mas também para aqueles que não conhecemos, especialmente para quantos poderiam ser pouco benévolos e até mesmo hostis para connosco”. Este espirito de abertura, lembrou Francisco, “começa na família, nos nossos lares, onde se aprende a caridade e o perdão, e onde, no amor dos nossos pais, se aprende a conhecer a misericórdia e o amor de Deus”. Mas sobretudo, advertiu o Papa, “a referida abertura exprime-se também no cuidado pelos idosos e os pobres, as viúvas e os órfãos”.
Finalmente, Francisco lembrou a todos os presentes “que não tomamos posse desta herança com uma comemoração passageira” nem tao pouco como algo par ser “conservado num museu como se fosse uma joia preciosa. Mas honramo-la verdadeiramente, quando levamos o seu testemunho de Cristo para os nossos lares e a para os nossos vizinhos, para os locais de trabalho e a sociedade civil, quer em nossas casas, quer tenhamos de ir até ao canto mais remoto do mundo”.
Na parte da tarde eis, finalmente, a realização do tao almejado encontro do Papa Francisco com os jovens em Kololo, onde estavam já reunidos desde 5 horas da manha, alguns até desde às duas horas de madrugada. Mediante um discurso improvisado, Francisco quis assim, mais que pronunciar um discurso aos jovens, dialogar com eles sobre a responsabilidade que lhes cabe pelo fato de serem herdeiros do sangue ecumênico dos mártires da Africa moderna e contemporânea. Enfim, tratou-se de uma ocasião para os jovens presentes de responder a questão “o que é que a esperança na herança do sangue ecumênico dos mártires africanos significa em termos de responsabilidade social, na construção de uma futura Africa e humanidade, se não melhor, pelo menos, menos pior do presente que nos é dado viver hoje.
Foi depois a vez do abraço com os aflitos, os paralíticos do sistema mundo na casa da caridade de Nalukolongo aos quais Francisco sublinhou enfaticamente, “que Cristo esta presente no meio de vos, nesta casa, pois, Ele próprio disse que onde estão presentes os doentes, os aflitos, os pobres e os marginalizados Ele esta presente no meio deles”.
Finalmente o encontro com sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas aos quais o Papa pediu também maior testemunho de vida e sobretudo, maior atenção e empenho misericordioso para com os fieis e de modo particular para com os jovens chamados a testemunharem a “razão da sua esperança” em Cristo numa Africa desejosa de paz, de justiça e de reconciliação.
De Kampala, Uganda, Filomeno Lopes, Rádio Vaticano
(from Vatican Radio)Fonte: News.VA
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