Dom José Gislon
Bispo Diocesano de Erexim
Estimados Diocesanos! O itinerário da nossa vida de fé deve ter como ponto de partida a pessoa de Jesus Cristo. Ele é e será sempre o caminho, a verdade e a vida que nos conduz ao Pai. Mas a graça divina e o seu Espírito, agindo na história e na vida dos homens e das mulheres, contribuíram para que alguns tivessem a vida marcada intensamente pela comunhão de amor com Deus e pela fidelidade com que viveram a missão que lhes foi confiada pelo Senhor.
São Lucas narra no seu Evangelho que Zacarias e Isabel, os pais de João Batista, eram justos diante de Deus. Mesmo assim, o tempo tinha passado e eles não tinham recebido a graça de ter um filho. Numa sociedade em que a esterilidade era considerada motivo de vergonha ou sinal de um castigo, ambos não deixam de alimentar a esperança e a confiança na providência de Deus. A espera, a oração, a súplica e a fidelidade marcaram a vida daquele casal que foi ouvido e recompensado pelo Senhor com o nascimento de João Batista. Do sinal de castigo, Deus fez brotar a vida; da que era estéril nasce o maior dos profetas que teve a missão de preparar o povo de Israel para o encontro com o senhor Jesus.
João Batista, o precursor do Senhor Jesus, deixava transparecer a força do seu temperamento de homem de Deus pela sua austeridade de vida, pela franqueza das suas palavras e pela forma corajosa com que pregava a conversão das pessoas. A sua vocação profética, marcada desde o ventre materno, foi acompanhada de eventos extraordinários que prepararam o nascimento de Jesus.
Mas a imagem de João Batista, que está presente na nossa imagem coletiva e na religiosidade popular do nosso querido povo de Deus, é a do homem da austeridade. Que vivia no deserto, vestia-se de forma austera e alimentava-se daquilo que a natureza lhe oferecia. O deserto além de ser um lugar de solidão, de vazio é também um lugar onde falta todo o fundamental para viver: a água, a vegetação, a companhia de outras pessoas. Mas o deserto também é o lugar onde no silêncio e na solidão podemos encontrar a nossa imagem mais verdadeira. Onde podemos contemplar o infinito e confrontarmo-nos com a nossa fragilidade, como o grão de areia e a solidez da rocha. No deserto João Batista, pode ver, contemplar e anunciar a presença de Jesus Cristo, o cordeiro de Deus entre nós.
Tende todos um bom domingo.
Fonte: CNBB
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