Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
No dia 17 de junho de 1994 terminou a Convenção Internacional de Combate à Desertificação, ficando esta data como referência deste empenho crucial para a vida humana e proteção do planeta.
Como o próprio nome o diz, a Desertificação é um processo de degradação do solo, da vegetação e dos recursos hídricos, que leva a que a área atingida se torne um deserto. O fenômeno e causado por variações climáticas e pela ação do homem (mesmo no aquecimento climático vê-se a ação irresponsável do homem ). Este processo atinge 168 países e um bilhão de pessoas. Ultimamente tem contribuído muito a ampliar este fenômeno práticas agrícolas intensivas, que ocasionam um uso inadequado da água e do solo. Também a aposta na mineração e os megaprojetos logísticos de exaustão de solos agridem a Terra aumentando a Desertificação. Quando falamos de deserto se pensa inicialmente no vazio de vegetação e na ausência do verde; mas as monoculturas verdes que promovem o mono cultivo de plantas exóticas (árvores não nativas como o eucalipto, o pino, a acácia e outros), são igualmente causadoras dos chamados "desertos verdes" que eliminam a biodiversidade.
O Brasil foi um dos países assinantes desta Convenção, no entanto, o desmatamento, os abusos da monocultura e a descaracterização do Bioma do Cerrado atentam, violentam este Marco Jurídico de proteção e justiça ambiental. Que a recente Encíclica do Papa Francisco sobre a Ecologia, nos faça compreender melhor a gravidade deste problema para a vida, para a sustentabilidade de todos os seres, e para vivenciarmos uma espiritualidade atenta a uma ecologia humana e integral. Lembremo-nos que cuidar da Terra é proteger a vida, especialmente aquela dos pobres e pequenos que se não mudarmos e vencermos esta ameaça se tornarão refugiados climáticos, condenados a perambular sem eira nem beira, até o fim dos seus dias.
Deus seja Louvado!
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