quinta-feira, 30 de abril de 2015

Os jovens têm medo do matrimônio? Uma iluminadora resposta do Papa Francisco

Um grupo de jovens presentes na audiência geral de hoje na Praça de São Pedro. Foto Petrik Bohumil / ACI Prensa
VATICANO, 29 Abr. 15 / 03:32 pm (ACI/EWTN Noticias).- Na sua catequese desta quarta-feira, na Praça de São Pedro em Roma, o Papa Francisco relembrou alguns problemas e desafios que a família enfrenta atualmente e tratou o tema do matrimônio à luz o episódio evangélico das bodas de Caná. Na sua alocução o Papa respondeu à pergunta: “Por que os jovens não querem casar-se e preferem a convivência?”
Nas Bodas de Caná, “Jesus não só participou daquele matrimônio, mas ‘salvou a festa’ com o milagre do vinho!”, destacou o Pontífice. Este foi o “primeiro dos seus sinais prodigiosos, onde Ele revelou sua glória, durante um casamento, e foi um gesto de grande reverencia por esta família que começava, solicitado pelo afã materno de Maria”.
Deixando o texto que tinha preparado para sua catequese, o Papa improvisou: “E isto nos faz recordar o livro do Gênesis, quando Deus termina a obra da criação e realiza sua obra-prima; a obra-prima é o homem e a mulher. E aqui Jesus começa os seus milagres com esta obra-prima, em um casamento, em uma festa de núpcias: um homem e uma mulher. Assim, Jesus nos ensina que a obra-prima da sociedade é a família: o homem e a mulher que se amam!".
O Pontífice reconheceu que desde a época das bodas em Caná até hoje, muita coisa mudou, “mas esse sinal de Cristo contém uma mensagem sempre válida”.
“Hoje em dia não é fácil falar do matrimônio como uma festa que é renovada com o passar dos anos, nas diversas fases da vida dos cônjuges”.
“É um fato que, hoje, as pessoas que se casam são a minoria”, ressaltou o Papa Francisco.
“Em muitos países aumentou o número de separações, e diminuiu a quantidade de filhos. A dificuldade de permanecer juntos –seja como casal ou como família– leva a romper as uniões sempre com maior frequência e rapidez, e os filhos são os primeiros a sofrer as consequências de uma separação”, acrescentou o Santo Padre.
O Papa assinalou: “Se você experimenta, desde pequeno, que o casamento é um laço ‘por tempo determinado’, inconscientemente para você será assim. Na verdade, muitos jovens são levados a renunciar ao projeto para si mesmo de um laço irrevogável e de uma família duradoura”. Acredito que devemos refletir com seriedade sobre por que tantos jovens 'não sentem vontade de casar-se'”.
O Pontífice atribuiu esta situação à ““cultura do provisório”; tudo é provisório, parece que nada é definitivo”.
Essa realidade dos jovens que não querem se casar constitui, segundo o Santo Padre, uma das maiores preocupações dos tempos atuais. “Por que frequentemente as pessoas preferem conviver, e muitas vezes com uma 'responsabilidade limitada’? Por que muitos –também entre os batizados– têm pouca confiança no matrimônio e na família?”.
“É importante procurar compreender isto, se quisermos que os jovens possam encontrar o caminho certo a ser percorrido. Por que não confiam na família? Para o Pontífice, “as dificuldades financeiras não são o único motivo. Há quem cite como provável causa a emancipação da mulher.”.
O Papa também assegurou: “Na verdade, quase todos os homens e as mulheres desejam uma segurança afetiva estável, um matrimônio sólido e uma família feliz”.
“A família é o principal valor de todos os níveis de satisfação entre os jovens; mas, por medo a equivocar-se, muitos não querem pensar no matrimônio; embora sejam cristãos não pensam no matrimônio sacramental, sinal único e exclusivo da aliança, que se transforma em testemunho da fé. “Talvez justamente esse medo de errar seja o maior obstáculo para acolher a Palavra de Cristo, que promete a Sua graça à união conjugal e à família”.
O Papa destacou também que “o testemunho mais persuasivo da bênção do matrimônio cristão é a vida boa dos esposos cristãos e da família. Não existe maneira melhor de explicar a beleza do sacramento!”.
“O matrimônio consagrado por Deus cuida desta união entre o homem e a mulher que Deus abençoou até o fim da criação do mundo; e que é fonte de paz e de bem para a vida conjugal e familiar”.
Francisco manifestou: “A semente cristã da radical igualdade entre os cônjuges deve levar hoje novos frutos. O testemunho da dignidade social do matrimônio se transformará em persuasivo através deste caminho, o caminho do testemunho que atrai. A vida da reciprocidade entre eles, da complementariedade”.
“Por isso, como cristãos, devemos ser mais exigentes com respeito ao matrimônio. Por exemplo: apoiar com decisão o direito a uma retribuição igualitária pelo mesmo trabalho; a desigualdade é um escândalo!”, afirmou.
Além disso exortou a “reconhecer como riqueza sempre válida a maternidade das mulheres e a paternidade dos homens, beneficiando especialmente as crianças.
Antes de concluir, oPapa pediu a todos os fiéis que não tenham medo de convidar Jesus à nossa “festa das bodas”. “Não tenhamos medo de convidar a Jesus à nossa casa para que esteja conosco e cuide da nossa família, e também sua Mãe Maria!”.
“Os cristãos, quando se casam ‘no Senhor’, são transformados em sinal eficaz do amor de Deus. Os cristãos não se casam somente para si: casam-se no Senhor em favor de toda a comunidade, de toda a sociedade”, concluiu Francisco, anunciando que, na catequese da próxima semana, dará continuidade à reflexão sobre a beleza da vocação do matrimônio cristão. 
Fonte:Acidigital

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