quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Celeridade

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)

Muitas decisões e ações na vida precisam ser realizadas logo. A inércia muitas vezes leva à vitória dos outros, que não esperam para nos passarem para traz. A fome, por exemplo, não resiste à falta de alimentação por um curto espaço de tempo. Pode, no mínimo, prejudicar a saúde de quem já tem seus limites de idade e de compleição de saúde.

No tempo do profeta Jonas, ele foi instado por Deus para ir logo anunciar ao povo de Nínive a necessidade de conversão para não ser arruinada e destruída. Ele obedeceu e o povo mudou de vida, com a obtenção de sua salvação (Cf. Jonas 3,1-5.10).
Devido à brevidade de nossa vida terrena, mesmo com o aumento da média de idade, é necessário que realizemos logo todo esforço para a promoção do bem em todas as dimensões. Só o acúmulo da matéria, da cultura, do bem estar sensível e da projeção pessoal é pouco. Os bens éticos, morais e espirituais valem muito mais do que os outros. Muitos preferem cuidar dos primeiros e não dos outros. No desfecho da vida presente, que marco deixaram de grandeza de caráter e de exemplo de dignidade humana para os outros? O que se dirá da resposta a Deus sobre o que fizemos da vida presente?
O apóstolo Paulo lembra a necessidade de usarmos bem de nossa passagem pela terra para angariarmos méritos para a outra vida (Cf. 1 Coríntios 7, 29-31). Para isso, aconselha a que não nos fixemos no relativo como sendo absoluto. Só Deus é a finalidade e a nossa meta. Quem vive em função de realizar sua vontade, realiza-se plenamente como pessoa humana. Torna-se gente do bem, a justiça, da promoção da vida digna para o semelhante; é misericordiosa, fraterna e promotora da paz.
Santo Agostinho dizia: “Temo a Jesus que passa”. Isso vem trazer à tona a importância de se aproveitar a ocasião que nos leva a fazer logo o bem, pois, nossa vida é breve. Enquanto temos oportunidade é preciso agarrar-nos à mesma para fazer tudo o que é possível e necessário e acertar os nossos com os passos de Deus, isto é, realizar o que Ele nos pede. Para isso, precisamos estar atentos ao sentido da vida e de tudo o que fazemos em relação à finalidade da mesma. Nessa perspectiva, cada pessoa vai procurar viver sua vocação na condição em que se encontra, para responder a Deus sobre os dons e oportunidades. Assim, tentaremos sempre ser céleres nas decisões e ações, de acordo com a visão do bem maior que, em consciência, percebemos dever realizar.
Jesus lembra a importância da mudança de vida para quem está num caminho inadequado à prática dos preceitos divinos: “O tempo já se completou e o reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho!” (Marcos 1,15). Temos inúmeros exemplos de pessoas que não titubearam em mudar de vida quando perceberam seus erros e pecados: os apóstolos Pedro e Paulo, Agostinho, Inácio de Loyola e tantos outros.
Como seria bom para si e para a humanidade a rápida conversão de tanta gente, que assume cargos de relevância e liderança, em toda a ordem, para realmente ajudarem a comunidade! O povo precisa também de rápido discernimento para saber escolher pessoas para todos os cargos! Se isso não tem acontecido, é preciso haver mais rápida educação para essa opção e manifestações cidadãs, empurrando os que fazem o mal ao povo a mudarem logo de atitude! A fé atuante faz a pessoa mudar de vida e unir-se a causas comuns para a promoção da vida digna de todos!
Fonte: CNBB

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