Salmo de Conversão

Dom José Maria Maimone

Bispo emérito de Umuarama (PR)

No Primeiro Domingo do Advento a liturgia da palavra nos traz este salmo como resposta a primeira leitura, com o refrão: “Iluminai vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos”.

Podemos dizer que esse refrão resume o tema do salmo e também o sentido do Advento, que é, como a quaresma, um tempo de convite à conversão, à mudança de vida.

O Advento representa o tempo em que o povo da Antiga Aliança foi preparado pelos patriarcas e profetas para receberem o Salvador prometido por Deus. Representa ainda o tempo do povo da Nova Aliança se preparar, tanto para reviver o Natal de Jesus Salvador, como para receber sua segunda vinda.

Podemos tomar esta segunda vinda como o fim dos tempos quando o Senhor voltará para julgar os vivos e mortos, ou quando ele virá no final da vida terrena de cada um para nos julgar e nos apresentar o destino que conquistamos para a eternidade: inferno ou paraíso.

Vejamos alguns versículos do Salmo 79 que nos ajudam a compreender esta realidade. O salmo compara o povo de Deus da Antiga Aliança com uma videira, arrancada da escravidão do Egito, e transplantada por Deus, com prodígios, na terra prometida. Videira que se desenvolveu e encheu o território oferecido pelo Senhor (VV. 9-12).

Tendo se desviado dos caminhos de Deus o povo começa a fracassar e sente-se desprezado por Deus. Ao ver suas cidades destruídas e ao sofrer as derrotas nas guerras contra os vizinhos, o povo se volta para Deus e suplica perdão, conversão e salvação, Confiram!

“Convertei-nos, ó Deus! Mostrai-nos vossa face amiga e então seremos salvos” (4); “Voltai, ó Deus do Universo! Do Alto céu olhai para nós e vede o que aconteceu. Salvai vossa videira” (15); “E nunca mais nos afastaremos de vós, conservai-nos a vida e bendiremos vosso nome para sempre” (19): “Convertei-nos, ó Deus! Mostrai-nos vossa face amiga e então seremos salvos” (29).

Nossa conversão acontece quando conseguimos um encontro profundo com nosso Deus e Salvador! Quando Deus mora em nós e nos concede sentir essa presença e gozar dessa intimidade.

 Fonte: CNBB