domingo, 23 de março de 2014

Deus me ama como sou




Num mundo onde as pessoas se sentem angustiadas mediante o desejo de agradar e serem agradadas, percebemos quão distante está visível a verdade do que realmente somos. Santa Teresinha, apesar de sua breve existência e em meio às suas dores, imperfeições e imaturidades, soube erguer seus olhos e pegar depressa o "elevador" que a conduziria aos braços do Pai. Assim, descobriu-se aceita por um Deus que a amava e fazia tudo por ela. Este exemplo de vida muito tem a nos ensinar pois, Teresinha se recusou a levar uma vida sem sentido, acreditou naquilo que Deus lhe revelava e nada pôs como impedimento para fazer da sua vida uma oportunidade de "cantar as misericórdias do Senhor".

E nós? Aceitamos ou não como somos, quem somos? De que maneira isto acontece?

"Onde está o Espírito do Senhor lá está a liberdade" (cf. 2Cor 3,17). Deus é real e deseja realizar Sua obra em nossa vida na verdade, não em uma ilusão de quem somos ou como somos. A tentativa de negar ou vencer nossas fraquezas e limitações por nós mesmos é uma ilusão porque o próprio Jesus nos disse: "Sem mim nada podeis fazer" (cf. Jo 15,5)

Uma das formas mais eficazes de deixar a graça de Deus agir em nós é dizer "sim" ao que somos e às situações que enfrentamos dentro e fora de nós. Isto nos faz acreditar que a pessoa que o Pai ama não é a que eu irei me tornar ou a que eu desejo ser, mas a pessoa que eu sou. Deus não tem as expectativas ilusórias que nós temos de amar o que é ideal ou virtuoso, Ele ama de forma real. Perdemos muito tempo tentando corresponder a modelos ou nos lamentando de nossos limites e fraquezas, ou porque poderíamos ser menos feridos, menos complicados_ isto só faz retardar a belíssima obra que o Espírito Santo quer realizar em nós.

Muitas vezes bloqueamos a nossa intimidade com Deus recusando a nossa pobreza, fragilidade, debilidade, ao invés de nos reconhecermos pequenos, e sem nos darmos conta, esterilizamos a ação do Espírito Santo.

Um problema decorrente disso é que, quando não conseguimos acolher a nós mesmos, também não acolhemos os outros – e perdemos tempo reclamando por ele não corresponder às nossas expectativas.

Essas atitudes e sentimentos são muito sérios porque revelam uma não aceitação de nós mesmos muito forte, que tem raízes em uma falta de confiança e fé em Deus. Aceitar-nos como somos, com nossa pobreza e limites, não significa acomodar-se, tomar uma atitude passiva ou preguiçosa diante da vida. Ao contrário, já que o próprio Evangelho nos chama a sermos perfeitos (cf. Mt 5,48). É preciso querer melhorar, crescer, superar, progredir… é indispensável porque deixar de progredir é deixar de viver! Mas tudo isso só acontece de forma equilibrada se nos aceitamos e reconhecemos necessitados de Deus.

Escola de Formação Shalom
www.comshalom.org

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