
Facundo (no meio) cruzou a América do Sul andando para participar da JMJ Rio2013. Credit: Estefania Aguirre/CNA.
RIO DE JANEIRO, 27 Jul. 13 / 01:26 pm (ACI/EWTN Noticias).-
O jovem Facundo levou um mês para cruzar quase toda a América Latina, horizontalmente – de sua cidade natal Jujuy, na Argentina até o Rio de Janeiro – para fazer parte da 28° edição da JMJ e a primeira de Francisco como Sumo Pontífice. Sem ter dinheiro para pagar a passagem, o adolescente viajou quase três mil quilômetros a pé (2.943 km).
“Eu
queria ter vindo com as pessoas de Jujuy, mas não pude porque teria que
pagar 7,000 pesos (R$ 2.883) e isso é muito dinheiro”, disse Facundo ao
Grupo ACI.
Facundo, que se formou no ensino médio ano passado, foi guiado apenas por uma rota que o padre local mapeou para ele.
“Eu
estava realmente perdido na Argentina e só comecei a me guiar sozinho
quando cheguei ao Brasil”, falou. “Mas eu me perdi mesmo nas grandes
cidades, como São Paulo, porque eu nunca tinha saído da minha cidade
natal e nunca havia andado de metrô.”
O adolescente foi tocado
pela angústia meses atrás, quando se sentiu chamado a ir para a JMJ
Rio2013, mas estava com medo de viajar sozinho.
“Não, eu não posso porque não tenho dinheiro o suficiente”, ele relembra em voz alta.
Entretanto, em 19 de maio, “Eu entrei em uma igreja para orar, no meu aniversário”, ele disse. Um “padre estava lá e eu comecei a chorar muito, mas não sei por que”.
Entretanto, em 19 de maio, “Eu entrei em uma igreja para orar, no meu aniversário”, ele disse. Um “padre estava lá e eu comecei a chorar muito, mas não sei por que”.
Quando
o padre perguntou a Facundo a razão de ele estar chorando, Facundo não
sabia o que responder e então disse que queria se confessar. “Depois da
confissão ele me perguntou se eu gostaria de ir a Jornada Mundial da
Juventude, eu olhei para cima e vi uma foto do Papa Francisco com os
braços abertos e então, eu disse ‘sim, eu vou! ’”.
Alertando-o dos perigos, o padre disse que estranhos poderiam roubá-lo. “Eu respondi ‘não importa’”, Facundo recorda.
O
padre estava relutante, porque não sabia onde o garoto dormiria e o que
ele iria comer, e sua mãe dizia que estava louco. Facundo disse que
deixou Jujuy “muito animado” em 1° de julho, comunicando seus familiares
apenas um dia antes. “Minha família perguntou por que eu estava saindo tão cedo e quem iria viajar comigo e eu disse que viajaria com Jesus”, ele relatou.
“Minha
família começou a chorar porque eles estavam realmente assustados,
especialmente a minha avó, que ficou doente por causa disso”.
A
mãe dele, contudo, deu 600 pesos (R$ 248) e ele começou a andar a
caminho do Rio. “Um mochileiro depende do dinheiro, eu me tornei um
peregrino de verdade porque peregrinos apenas dependem da fé”, observou
Facundo.
“Eu poderia entrar nas igrejas e todos poderiam me olhar,
mas eu não me importava, porque eu apenas queria encher-me com mais
fé.”
Facundo disse que quando alcançou a fronteira com o Brasil,
tinha apenas 100 pesos (R$ 40), então ele decidiu “não depender mais de
dinheiro, apenas das orações”.
Ele passou pela estátua de Nossa
Senhora em Itatí e sempre repetia para si mesmo “Nossa Senhora me
proteja e Jesus me acompanhe”.
“O maior desafio foi entrar no Brasil com apenas R$ 30, com fome e sem saber a língua”, disse Facundo.
Um motorista de ônibus deu a ele um presente, levando-o até a Catedral de Iguaçu, onde ele ouviu a primeira missa em português e dormir em uma escola franciscana.
Na
escola, ofereceram a ele um voo direto, mas ele decidiu ir junto com
outros monges, que haviam chegado de Boston. E foram andando ao Rio,
porque ele pensou que seria melhor e uma peregrinação “mais bonita”.
Ele viajou dia e noite e quando estava assustado rezava o rosário,
constantemente. “Em um momento, eu senti que não podia mais fazer isso e
não parava de chorar e rezar para Jesus proteger a todos e que sua
vontade fosse feita”, contou Facundo.
Depois de dois dias passando
fome e com os dedos dos pés machucados e com bolhas, um homem que
estava viajando para São Paulo deu a ele, e aos monges, uma carona.
“Isso foi muito perigoso, porque nós não tínhamos um lugar para dormir,
mas eu continuei rezando o rosário”, disse ele.
Um dia antes da
JMJ Rio2013, ele chegou ao santuário de Maria, em Aparecida. “Havia um
festival acontecendo e eu percebi o quão perto eu estava, então comecei a
chorar”.
“Eu conheci outro padre argentino e continuamos, mesmo
com fome, mas finalmente chegamos ao Rio de Janeiro”, ele disse. “Eu
estava com fome, mas estava feliz”.
O Papa, ele disse, sempre diz
que um cristão é feliz acrescentando que “dinheiro não vale nada, ele só
dá a você segurança, mas Jesus lhe dá verdade e esperança”.
Facundo
encontrou um voluntário da Jornada que o enviou a um convento em frente
à praia, para ele dormir. “Mas antes de ver a praia, eu prefiro ver o
Papa”, ele disse. “E não consegui vê-lo quando ele passou de papamóvel,
no outro dia”.
“Eu tive que escolher entre vê-lo um dia e ir para a missa, mas eu escolhi a eucaristia”, ele contou.
O jovem salientou que espera contar ao Papa que ele está certo, “nós devemos deixar Jesus nos guiar e eu fiz isso”.
“Eu
gostaria de me encontrar com o Papa por que padres e Papas não notam
pessoas pobres e ele viveu diretamente com os pobres, como se fosse seu
irmão”.
“Vale a pena ver um Papa que repara nas pessoas pobres e
esta é a razão pela qual eu gostaria de encontra-lo”, ele disse. “Eu
gostaria, de verdade, de contar a ele quão bom é seguir Jesus e que ele
está certo.” Fonte: Acidigital
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