2013-07-30 L’Osservatore Romano
«Eu gosto de ser bispo. Em Buenos Aires eu era feliz, e o Senhor
assistiu-me». «Também me sinto feliz de ser Papa. Quando o Senhor te põe
ali, e se fizeres o que Ele te indica, és feliz!». Ser bispo «é bom! O
problema é quando alguém procura este trabalho, e isto não é tão bom,
não vem do Senhor». É perigoso «sentir-se superior aos outros, um pouco
príncipe», «mas o trabalho de bispo é bonito», sobretudo se formos
capazes de estar «diante, no meio e atrás do povo» «para o guiar,
contribuir para a comunhão e deixar-se guiar».
De
surpresa, o Papa Francisco apresentou-se no sector reservado aos
jornalistas a bordo do avião que ontem à noite, 28 de Julho, partiu do
Rio de Janeiro para Roma na conclusão da XXVIII Jornada mundial da
juventude.
Dialogou por mais de uma hora com os jornalistas que o acompanharam
nestas jornadas brasileiras. E respondeu sem hesitação a todas as
perguntas que lhe dirigiram. Disto derivou um primeiro balanço de uma
viagem pela qual o Papa disse que se sente «feliz. Foi uma viagem
bonita, espiritual, que me fez bem. Estou cansado mas sinto-me bem». E a
propósito da Jornada, disse: «A JMJ do Rio em todos os seus
componentes, foi excelente».
«Ontem — acrescentou, referindo-se à vigília na noite de sábado na
praia de Copacabana, que precedeu a missa conclusiva celebrada na manhã
de domingo — fizeram coisas extraordinárias. Não posso acreditar: o
Governo falava de três milhões de pessoas!».
Dos jovens ressaltou a grande energia para defender as próprias
ideias: «Diria que é necessário ouvir os jovens e oferecer-lhes os meios
para se expressarem e prestar atenção a fim de que não sejam
manipulados, pois existem pessoas que tendem a explorá-los».
Depois, respondeu a perguntas que indagavam um pouco sobre os seus
hábitos. Assim satisfez a curiosidade suscitada por aquela mala preta
que ele mesmo levava. Disse que está habituado a fazê-lo porque «é
normal, e devemos acostumar-nos a ser normais», garantindo que a sua
mala «não contém a chave da bomba atómica» mas só objectos pessoais e
alguns livros. E confessou também que é «um padre caminhador», e por
isso às vezes «sente-se enjaulado».
Em seguida, revelou a sua agenda para os próximos compromissos em
Roma, na Itália e no estrangeiro. E também não deixou de responder a
perguntas sobre temas que chamaram e chamam a atenção da opinião
pública. Assim, sobre o futuro do IOR, disse: «certamente será
transparente». E sobre as presumíveis dificuldades ou resistências
encontradas na programação de mudanças no Vaticano confessou que não se
deu conta de resistência alguma, aliás, que «encontrou ajuda e pessoas
leais». Fonte: News.VA
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