O Papa
Bento XVI explicou em sua catequese desta quarta-feira, 5 de setembro,
que nenhuma oração por mais solitária ou isolada que seja permanece
estéril, já que Jesus que sustenta em suas mãos a Igreja de todos os
tempos, sempre a escuta com amor.
Diante
dos milhares de fiéis reunidos no Vaticano para a audiência geral em
Castel Gandolfo, o Papa refletiu sobre a oração na primeira parte, o
Apocalipse, o último livro da Bíblia, e ressaltou que a assembléia que
ora mostra três atitudes que os cristãos devem viver quando rezam.
Em
espanhol, Bento XVI explicou que: "a primeira evidência que a oração
deve ser acima de tudo; louvor a Deus por seu amor, pelo dom de Jesus
Cristo, que dá força, esperança e salvação. A segunda fase assevera que a
oração aprofunda a relação com Jesus Cristo, assumindo gradualmente uma
atitude comtemplativa".
"E a
terceira fase assinala que a Igreja em oração, acolhendo a palavra do
Senhor, transforma e recebe ânimo para o arrependimento, a conversão, a
perseverança, o crescimento no amor e a orientação para o caminho".
Em
italiano o Papa assinalou que: "o livro do Apocalipse nos apresenta uma
comunidade reunida em oração, porque é na oração onde experimentamos
como aumenta a presença de Jesus em nós. Quanto mais e melhor oramos,
com perseverança e intensidade, mais nos assimilamos a Ele, e Jesus
realmente entra em nossa vida e a guia, dando-lhe alegria e paz".
"E quanto
mais conhecemos, amamos e seguimos Jesus, mais sentimos a necessidade
de habitar em oração com ele, recebendo serenidade, esperança e força em
nossa vida", acrescentou.
Sobre a
primeira fase, o Santo Padre disse que: "nossa oração deve ser, sobre
tudo, escutar a Deus que nos fala. Inundados em tantas palavras, não
estamos acostumados a escutar, sobre tudo a colocar-nos a disposição
interior e exterior de silêncio, para estar atentos ao que Deus quer nos
dizer".
"Estes
versículos nos ensinam que nossa oração, freqüentemente é composta só de
pedidos, quando deve ser, acima de tudo de louvor a Deus por seu amor,
pelo dom de Jesus Cristo, que nos trouxe a força, a esperança e a
salvação", acrescentou.
O Papa
sublinhou logo que: "a oração constante desperta em nós o sentido da
presença do Senhor em nossa vida e na história; sua presença nos
sustenta e nos dá uma grande esperança em meio à escuridão de certos
acontecimentos humanos".
"Além
disso, toda oração, inclusive aquela na solidão mais radical, não é
nunca isolada nem estéril; é a linfa vital que alimenta uma existência
cristã cada vez mais comprometida e coerente”, precisou.
Sobre a
segunda fase o Papa ressalta três elementos simbólicos que mostram o que
faz Jesus ressuscitado pela Igreja: "mantém-na firmemente em sua mão
direita (uma imagem muito importante que mostra que Jesus tem a Igreja
em sua mão); fala-lhe com a força de penetração de uma espada afiada; e
lhe mostra o esplendor de sua divindade: ‘Seu rosto era como o sol
quando brilha com toda sua força’".
Comentando
a experiência profunda que São João, autor do Apocalipse e descrito no
Evangelho como o discípulo amado, experimenta ante esta realidade, Bento
XVI afirmou que "A revelação de Deus ressuscitado, de Cristo
ressuscitado não é uma coisa terrível, mas um encontro com o amigo".
"Também a
Assembléia vive com João o momento particular da luz diante do Senhor,
unido, entretanto, à experiência do encontro diário com Jesus,
experimentando a riqueza de contato com o Senhor, que enche todos os
espaços da existência".
Sobre a
terceira fase, o Pontífice explica que Jesus dá uma mensagem dirigida às
sete igrejas situadas em Asia Menor ao redor de Éfeso, às quais faz "um
premente convite: ‘converte-te’; ‘conserva firmemente o que já
possuis’; ‘observa tua conduta anterior’; ‘Reanima teu ardor e
arrepende-te!’".
"Esta
palavra de Jesus, escutada com fé, começa rapidamente a ser eficaz: a
Igreja em oração, acolhendo a palavra do Senhor é transformada. Todas as
Igrejas devem dispor-se e estar atentas, escutar ao Senhor, abrindo-se
ao Espírito como Jesus pede com insistência repetindo este mandamento
sete vezes", afirma o Papa.
No final da audiência o Papa fez uma síntese de sua catequese em várias línguas incluindo o português:
“Ao final da catequese, o Papa fez um resumo em várias línguas. Em português, disse: “Queridos irmãos e irmãs, no âmbito da «escola de oração», que vos tenho vindo a propor, quero hoje falar da oração no Apocalipse, o último livro do Novo Testamento. Na primeira parte deste livro, vemos a oração viva e palpitante da assembleia cristã reunida no domingo, «no dia do Senhor»”.
“Ao final da catequese, o Papa fez um resumo em várias línguas. Em português, disse: “Queridos irmãos e irmãs, no âmbito da «escola de oração», que vos tenho vindo a propor, quero hoje falar da oração no Apocalipse, o último livro do Novo Testamento. Na primeira parte deste livro, vemos a oração viva e palpitante da assembleia cristã reunida no domingo, «no dia do Senhor»”.
“Envolvida
pelo amor do Senhor, a assembléia sente-se livre dos laços do pecado e
proclama-se como «reino» de Jesus Cristo: isto é, pertence só a Ele.
Reconhece a grande missão, recebida no Batismo, de levar ao mundo a
presença de Deus. Conclui esta sua celebração de louvor, fixando o olhar
diretamente em Jesus e, com entusiasmo crescente, reconhece que Ele
detém a glória e o poder para salvar a humanidade. O «amém» final
conclui o hino de louvor a Cristo Senhor. Tudo isto nos ensina que a
nossa oração, feita muitas vezes só de pedidos, deve, pelo contrário,
ser sobretudo louvor a Deus pelo seu amor, pelo dom de Jesus Cristo, que
nos trouxe força, esperança e salvação”, concluiu.
Fonte: acidigital
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