Publicado em: 17/08/2012 | Seção: Destaques | Assunto: CNBB • Dom Vasconcelos
Entre
os dias 13 e 17 de agosto, na sede da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), em Brasília, aconteceu o 23º Encontro dos Novos
Bispos. Este encontro foi criado no Brasil em 1989, para que os novos
bispos pudessem compreender sua nova função dentro da Igreja. O evento é
organizado pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios
Ordenados e a Vida Consagrada e contou com participação dos 13 bispos
nomeados entre agosto de 2011 a julho deste ano.
O grupo de bispos foi recebido pelo presidente da Comissão para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, dom Pedro Brito, arcebispo de
Palmas (TO) e pelo assessor da comissão, padre Deusmar Jesus da Silva.
Dom Pedro explica é importante que os novos bispos partilhem entre si
suas experiências. “Muitos dos bispos não se conhecem, favorecer esse
intercâmbio, cria uma amizade e um companheirismo”, afirmou.
O secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, saudou os
bispos, e conversou a respeito das atividades desempenhadas na CNBB. “O
trabalho é árduo para que nós sejamos as testemunhas do Evangelho, é
importante estarmos voltados para a nossa missão e para os povos”, disse
dom Leonardo Ulrich Steiner aos 13 novos bispos. Dom Leonardo também
lembrou a relevância de se “distinguir a CNBB da Igreja do Brasil”.
O presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida
Consagrada explica que ao assumir o bispado, é necessário que os
nomeados estudem para conhecer com mais profundidade as novas funções
que desempenharão. “Os bispos precisam conhecer o mecanismo CNBB, os
projetos, os assessores, as comissões”.
Dom Pedro também falou sobre várias visitas realizadas durante o
encontro. “Fomos à Nunciatura Apostólica, à Conferência dos Religiosos
do Brasil, às Pontifícias Obras Missionárias, ao Centro Cultural
Missionário. Visitamos esses locais para abrir horizontes, o bispo vai
poder contar com esses organismos aliados”, elucidou dom Pedro.
Os 13 bispos atuarão em sete diferentes Regionais da CNBB, de forma
titular e auxiliar. Muitos serão apresentados a uma nova realidade, a um
novo desafio, uma nova missão. Cada um dos novos bispos compartilhou
com os fiéis, sobre sua trajetória religiosa, áreas de atuação, e
expectativas à frente do chamado vocacional, de se tornar um bispo.
Leia, a seguir, os depoimentos:
Dom Gilson Andrade da Silva
Veio da diocese de Petrópolis (RJ) e foi nomeado em 27 de julho de
2011, para atuar como bispo auxiliar de Salvador (BA), onde já está
atuando desde outubro. Tem 46 anos, sendo 21 anos de sacerdócio. Antes
da nomeação foi reitor do seminário diocesano, professor de Teologia
Fundamental, e Ética na área de Filosofia, na Universidade Católica de
Petrópolis, onde também atuou como presidente da mantenedora. Na
diocese, foi coordenador da Pastoral da Juventude, dentre outras
atividades.
“Uma prioridade que costumo ter no meu ministério é a atenção aos
padres, a formação deles, porque são eles os multiplicadores do nosso
trabalho. Penso também como objetivo importante de um bispo do nosso
tempo, é o diálogo com a cultura, com a cidade. E outra das minhas
prioridades é a juventude, vemos uma necessidade muito grande que a
mensagem do evangelho possa de novo tocar os jovens, porque percebemos
que há um certo esvaziamento dessa presença na igreja”.
Dom Giovanni Crippa
Religioso dos Missionários da Consolata (congregação fundada em Milão
na Itália), foi nomeado em 21 de março de 2012, como bispo Auxiliar de
Salvador (BA). Tem 53 anos, sendo 27 anos de sacerdócio.
“Fui pároco em Feira de Santana (BA), era professor de História da
Igreja, na faculdade Católica da arquidiocese, diretor espiritual de um
seminário, membro do conselho presbiteral, e também conselheiro da
província da minha congregação”.
Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias
Proveniente da diocese de Jundiaí (SP) atuava como vigário geral e
diretor do Seminário Diocesano de Filosofia e Teologia. Tem 54 anos e em
21 de dezembro de 2011, foi nomeado bispo Auxiliar de Vitória (ES).
“Meu objetivo como bispo é incentivar a espiritualidade na diocese,.
Incentivar a formação dos padres, acompanhá-los, ser um pastor seguindo
as Diretrizes Gerais da Igreja, caminhar em comunhão com a CNBB, e criar
essa comunhão também no presbitério”.
Dom João Justino de Medeiros Silva
Do clero diocesano de Juiz de Fora (MG) foi nomeado em 21 de dezembro
de 2011, para atuar como bispo Auxiliar de Belo Horizonte. Tem 45 anos,
e em Juiz de Fora era padre. Nos últimos oito anos estava dirigindo o
Seminário Arquidiocesano de Santo Antônio, e coordenando o curso de
Teologia. Dentre outras funções diocesanas, também era vigário na
paróquia de São Pedro.
“Estou há seis meses em Belo Horizonte, está sendo uma experiência
muito rica, me senti muito bem acolhido, pelo clero e pelo povo. Dom
Walmor (arcebispo titular de Belo Horizonte) confiou uma série de
funções, a mim e aos outros auxiliares que lá estão. Eu espero poder
intensificar o meu serviço perante aquele povo, sob o pastoreio de dom
Walmor”.
Dom João Santos Cardoso
Padre diocesano de Vitória da Conquista (BA) foi nomeado, em 14 de
dezembro de 2011, como bispo de São Raimundo Nonato (PI). Tem 50 anos,
sendo 25 anos de sacerdócio. Muito atuante na área acadêmica, possui
formação em filosofia, com mestrado e doutorado em Roma. Em Vitória da
Conquista, foi solicitado pelo bispo de então, dom Geraldo, para dar
atenção à Pastoral Universitária. “Na universidade fui professor,
pesquisador e atuei na capelania universitária. Também assumi paróquia,
mas mesmo assim, continuei atuando na universidade pública, e partir
dali, marquei minha presença evangelizadora no ambiente acadêmico.”
“Saio de uma realidade urbana, para uma realidade rural. Fui para uma
diocese que populacionalmente é pequena, cerca de 185 mil habitantes,
mas a extensão territorial é grande, o que significa, que é uma área
mais rural. É uma experiência de despojamento, de todos os sentidos, de
esvaziamento de si, aquela quenosis de que fala Paulo na Carta aos
Filipenses, e é nesse esvaziamento que eu vou redescobrindo a minha
missão, agora como pastor”.
Dom José Eudes Campos do Nascimento
Sacerdote há 17 anos, do clero da arquidiocese de Mariana (MG), e
pároco em Ouro Preto (MG). Tem 46 anos, e em 27 de junho de 2012, foi
nomeado bispo de Leopoldina (MG). Por dois mandatos, foi representante
dos presbíteros, e assessor da Pastoral da Juventude, funções exercidas
na arquidiocese. No Seminário São José foi professor de Teologia e
Filosofia.
“É uma nova missão à frente da diocese de Leopoldina, nesse chamado
que o Cristo faz, por isso escolhi justamente o lema: ‘Servo no amor’,
para desempenhar esta missão junto ao presbitério e toda diocese. Rezo
muito para que Deus me ajude a viver essa missão, e esse novo
compromisso na vida da igreja”.
Dom José Gislon
Pertencente à ordem dos Fadres Menores Capuchinhos, foi nomeado em 06
de junho de 2012, como bispo de Erexim (RS). Tem 55 anos, é padre há 24
anos, e religioso há 30. Trabalhou como conselheiro da província
Paraná, Santa Catarina e Paraguai, por seis anos. E nos últimos seis
anos, foi conselheiro da Geral da Ordem, em Roma. “Para mim, foi uma
experiência rica, porque me deu a possibilidade de conhecer várias
igrejas, em várias realidades, na África, Índia, Europa, América-latina,
então levo essa bagagem para igreja de Erexim, para um trabalho junto
aquele povo de Deus.”
“O desafio para mim é algo novo, uma vez que vou estar a frente de
uma igreja particular, tenho pensado em, primeiramente, criar uma
comunhão com o clero da igreja local, porque o bispo sem essa comunhão,
pastoralmente, pouco pode fazer, são os padres que estão no dia a dia em
contato com o povo. Então vejo que é muito importante cuidar da
formação inicial do clero, da formação permanente e manter, esse
espírito de comunhão, do bispo com os padres que estão na diocese”.
Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos
Tem 49 anos, sendo 23 anos de sacerdócio, e em 21 de março de 2012,
foi nomeado bispo Auxiliar de Fortaleza (CE). Atuou como pároco durante
16 anos, e estava também assumindo a presidência da OSIB Regional
Nordeste 2.
“A gente se prepara por anos para ser padre, mas ninguém para ser
bispo. Então é uma surpresa muito grande, porém é uma missão, um
chamado, uma vocação. Eu creio que assim como o presbiterado,
o episcopado também é uma vocação. É um chamado de Deus através da
igreja, e quando Ele chama, concede a graça necessária para viver essa
vocação”.
Dom José Ruy Gonçalves Lopes
Religioso da Ordem dos frades Capuchinhos foi nomeado, em 07 de
setembro de 2012, como bispo de Jequié (BA). Tem 45 anos, sendo 25 anos
de consagração e vida religiosa, como frade capuchinho. Foi provincial
nos últimos seis anos e depois dirigiu um colégio.
“Encaro esse desafio como uma missão, e uma missão como um chamado
feito pelo próprio Deus, e na perspectiva da fé, acredito que Ele chama,
Ele ajuda, Ele dá a graça, e de todas as formas Ele continua
sustentando e animando”.
Dom Luiz Henrique da Silva Brito
Do clero de Campos (RJ), foi nomeado em 29 de fevereiro de 2012, como
bispo Auxiliar do Rio de Janeiro (RJ). Tem 45 anos, sendo 20 de
sacerdócio. Na diocese atuava como chanceler do bispado, e também
professor de Teologia Moral no seminário, e colaborava com outras
atividades da diocese e paróquia também.
“Me coloquei a disposição da Igreja que me chamou para esse serviço
do episcopado de colaborar na construção do reino de Deus. Vou dar esse
apoio ao arcebispo do Rio de Janeiro que solicitou ao Santo Padre, mais
colaboradores”.
Dom Roque Costa Souza
Tem 45 anos, sendo que há 18 anos atua como padre. Em 09 de maio de
2012 foi nomeado bispo Auxiliar do Rio de Janeiro (RJ). No período da
nomeação, estava exercendo o cargo de reitor do Seminário São José,
seminário maior de Teologia, Capelania da Polícia Militar, e também era
pároco da Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé.
“Criei muita expectativa em relação ao curso porque a partilha está
sendo muito grande, para percebermos a questão da identidade da missão.
Temos um trabalho muito importante no campo pastoral, de atualização,
porque mesmo sendo bispo auxiliar, estou à frente de um vicariato na
arquidiocese. Com isso, tenho que trabalhar em comunhão, com dom Orani,
com os demais bispos auxiliares, com os padres, os diáconos, e todo povo
de deus para levar adiante a missão de Jesus”.
Dom Rubens Sevilha
Pertencente à congregação da Ordem dos Carmelitas Descalços (OCD),
foi nomeado em 21 de dezembro de 2011, como bispo Auxiliar de Vitória
(ES). Tem 52 anos, sendo 27 de sacerdócio. Atuava como provincial dos
Carmelitas Descalços, no sudeste do Brasil.
“A primeira experiência como um bispo novo, é que muda muito,
sobretudo para um religioso, o ritmo de vida, o estilo, a proposta.
Então é uma mudança muito drástica. Até o modo de celebrar o rito, o
contato com as pessoas, tudo muda. Como bispo, abre-se um leque enorme
de funções, de atividades. Mas a base não muda, ser de Deus e para Ele,
que é o essencial, não muda”.
Dom Sérgio de Deus Borges
Da diocese de Cornélio Procópio, foi nomeado em 27 de junho de 2012,
como bispo Auxiliar de São Paulo (SP). Tem 45 anos, e sua principal área
de atuação é a judicial. “Sou formado em direito canônico e era vigário
judicial do Tribunal Eclesiástico de Londrina, e sou presidente da
Sociedade Brasileira de Canonistas”, disse.
“Fiquei muito atento a um texto que li, que ‘o bispo deve dar
primazia ao ser, e não ao fazer, então ser bispo, e não fazer bispo”,
citou.
Notícia da CNBB
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