No evangelho de hoje Marcos narra o problema apresentado a Jesus por alguns fariseus e mestres da Lei vindos de Jerusalém.Sua intenção era descobrir se, na formação dada por Jesus a Seus
discípulos, Ele os incitava à não observância da Lei. A fama do Mestre
havia chegado à capital onde se supunha que a prática da religião fosse
irrepreensível. Pelo que se dizia d’Ele, parecia que Seus ensinamentos
não se enquadravam aos padrões religiosos da época e Suas orientações
rompiam com o sistema religioso estabelecidoQuem se tinha aproximado do Mestre com o intuito de desmascará-Lo,
acabou sendo desmascarado por Ele. Tudo começou com a crítica feita aos
discípulos: “Por que se sentam à mesa sem antes terem lavado cuidadosamente as mãos?”
Era um costume fundado numa série de preconceitos. Um deles é que o
contato exterior com as coisas pode tornar impuro o coração humano.
Outro era o medo de ter tido contato com algum pagão e, por isso, ter
contraído alguma impureza. A impureza interior explicava-se, pois, por
um gesto puramente exterior.Jesus pôs-se a demonstrar como a tradição considerada “exemplar”
era, em última análise, caduca e podia ser inescrupulosamente
manipulada.É muito grave quando Deus não apenas faz advertências a respeito da
conduta do Seu povo, mas o acusa da gravidade de suas escolhas. Quando
Jesus diz que “vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens” está
apontando o núcleo inspirador de atitudes comprometedoras de um povo
que se apresenta como religioso, guardião da prática religiosa correta.
No entanto, desloca Deus friamente,e com uma convicção
inquestionável , do Seu lugar insubstituível de centro da vida dos que
creem.Jesus chama todos estes de hipócritas. Não são poucos. A hipocrisia se
vence com algo mais que ultrapassa o simples cumprimento de ritos e
normas que encobrem mentiras e interesses pessoais. Hipócrita é, pois,
uma condição que define aquele que é capaz de fazer e falar sem deixar
transparecer os enganos, critérios perversos e mentiras que estão
sempre guardadas com força de cálculo no fundo do coração.Jesus reorienta o sentido da prática religiosa mostrando que sua
essência, para dar vida aos ritos de não deixá-los cair numa complicada
esterilidade, supõe um cuidado especial com o próprio coração.O discípulo, então, é aquele que nutre no coração uma experiência
inspirada nos sentimentos do coração de Deus. A interioridade é, na
verdade, a força sustentadora da autêntica experiência de fé, de culto a
Deus e de sinceridade no relacionamento com os outros.Ao discípulo só resta uma alternativa: passar a limpo a própria
interioridade, permanentemente, e escolher sempre o caminho do amor que
resgata, nos recria, nos perdoa e nos reconcilia com Deus.Este evangelho nos mostra o valor dos mandamentos de Deus, que não devem ceder às tradições humanas.Jesus nos ajuda a discernir entre o valor dos mandamentos de Deus e os valores da tradição humana.LOUVOR E GLÓRIA AO SENHOR!
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