Na perspectiva deste texto Jesus é o amor de Deus que se faz pessoa e vem ao encontro
de todos os homens para os libertar da sua miséria e para lhes
apresentar essa realidade de vida nova que é o projeto do Reino. A
solicitude de Jesus para com os pecadores mostra-lhes que Deus não os
rejeita, mas os ama e os convida a fazer parte da Sua família e a
integrar a comunidade do Reino. É que o projeto de salvação de Deus não
é um “condomínio fechado”, com seguranças fardados para evitar a
entrada de indesejáveis; mas é uma proposta universal, na qual todos os
homens e mulheres têm lugar, porque todos , maus e bons, são filhos
queridos e amados por Deus Pai. A lógica de Deus é sempre dominada pelo
amor.O que está em causa na leitura que nos é proposta é a apresentação do
imenso amor de Deus. Ele ama de forma desmesurada cada mulher e cada
homem. .
Deus é misericórdia. Interiorizamos suficientemente esta certeza e a
deixamos marcar e condicionar a nossa vida e opções? Os relatos evangélicos põem, com frequência, Jesus em contato com gente
reprovável, com aqueles apontados pela sociedade como os cobradores de
impostos e também com as mulheres de má vida. Tendo já chamado os quatro primeiros discípulos, o Senhor agora encontra
o coletor de impostos Levi. Por sua função, ele também era um desses
marginalizados pela sociedade religiosa judaica. Jesus não se volta
para os marginalizados apenas a fim de aliviá-los de seus sofrimentos e
lhes restituir a dignidade, Ele os inclui também na colaboração de Seu
ministério, chamando alguns dentre eles como Seus discípulos mais
próximos. Sentando-se à mesa com os amigos de Levi, também
marginalizados, Cristo afirma Seu propósito de solidarizar-se com os
excluídos e os pobres, causando escândalo entre os chefes religiosos do
Judaísmo.Os pobres e débeis que encontramos nas ruas das nossas cidades
ou à porta das igrejas encontram nos “profetas do amor” a solicitude
maternal e paternal de Deus? Apesar do imenso trabalho, do cansaço, do estresse, dos problemas que
nos incomodam, somos capazes de “perder” tempo com os pequenos, de ter
disponibilidade para acolher e escutar, de “gastar” um sorriso com
esses excluídos, oprimidos, sofredores, que encontramos todos os dias e
para os quais temos a responsabilidade de tornar real o amor de Deus? Precisamos como Igreja, aprender que não se pode cuidar apenas dos fiéis, mas ir em busca dos pecadores, dos pobres, dos excluídos da sociedade,como Jesus nos ensinou. As nossas comunidades são espaços de acolhimento e de hospitalidade? Louvor e Glória ao Senhor!
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