Jesus volta a Cafarnaum. Novamente, a casa é centro de convergência da
multidão. Jesus dirige-lhes a Palavra. As ações e diálogos que se
seguem exprimem o núcleo do ensino e da prática do Senhor: o amor
misericordioso de Deus com o perdão dos pecados. Os escribas se
escandalizam, pois a casta religiosa de Jerusalém se apresentava como
únicos e legítimos representantes de Deus para perdoar os pecados,
diante de sacrifícios e ofertas. A acusação de blasfêmia será o motivo
da condenação final de Jesus pela casta religiosa que se sente ameaçada
pela ação libertadora de Cristo.Não é só o corpo que necessita de cura, mas sobretudo o espírito. Jesus
nos mostra isso ao curar um paralítico, que é levado à Sua presença. O
homem não diz uma única palavra; é o Senhor quem toma a iniciativa e
lhe diz: “Filho, os teus pecados estão perdoados”.O paralítico não esperava por essas palavras. Ele veio à procura da cura
física e Jesus fala-lhe de perdão. Os escribas pensam então que o
Senhor blasfema. Com efeito, segundo a fé do povo, só Deus tem o poder
de perdoar os pecados. Mas Jesus fala indiretamente de si próprio como
Filho do homem, uma expressão que pode significar “homem” (cf. Ezequiel
2,1) ou que pode ser utilizada para falar do próprio Deus (cf. Dn
7,13). Enquanto Filho de Deus, que se tornou Filho do homem, Jesus tem o
poder de perdoar os pecados.
Jesus vê que o homem precisa, em primeiro lugar, de uma cura
interior. Muitas vezes, são as feridas interiores que mantêm o homem
paralisado. O perdão oferecido por Ele devolve ao paralítico toda a sua
dignidade humana, torna-o capaz de “levantar-se” e de pôr-se de pé. O
perdão é uma libertação.
O perdão torna-nos livres para caminhar, mesmo com as nossas
fragilidades, e livres para aprender a conviver com as fragilidades dos
outros. Diante de uma tal novidade, não podemos senão exclamar com a multidão: “Nunca vimos coisa assim!” (v. 12).Há muitas doenças físicas a serem superadas,mas a sociedade de hoje é atingida também por males como pobreza e a miséria,que causam doenças e são fruto do pecado e do egoísmo.A Palavra de Deus transforma a realidade pecaminosa em realidade humana e cristã. As transformações devem portanto se iniciar em cada um de nós para se estenderem à comunidade.Peçamos ao Senhor que a Sua Palavra torne frutíferas nossas ações em favor do reino e que os governantes sejam comprometidos com o bem comum.
Jesus diz ao paralítico: “Levanta-te, pega tua cama e anda”. Como posso compreender estas palavras na minha vida de hoje?
LOUVOR E GLÓRIA AO SENHOR!
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