sábado, 7 de janeiro de 2012

Compreendendo e Refletindo

João nos recorda a  participação de Maria em Caná, por ocasião do primeiro milagre: “Nas bodas de Caná, movida de compaixão, levou Jesus Messias a dar início aos Seus milagres“. João salienta neste Evangelho de hoje o papel discreto e, ao mesmo tempo, eficaz da Mãe que, com a sua palavra, leva o filho ao “primeiro sinal“. Ela, embora exerça uma influência discreta e materna, com a sua presença, resulta no final, algo determinante. A iniciativa da Virgem aparece ainda mais surpreendente se considerarmos a condição de inferioridade da mulher na sociedade judaica. Com efeito, Jesus não só reconhece a dignidade e o papel do gênero feminino mas, acolhendo a intervenção de Sua Mãe, oferece-lhe a possibilidade de participar da obra da salvação. Não contraria com esta intenção de Jesus o apelativo “Mulher“, com o qual Ele se dirige a Maria. Ele, de fato, não contém em si nenhuma conotação negativa e será de novo usado por Jesus em relação à Mãe, aos pés da Cruz (cf. Jo 19,26). Segundo alguns intérpretes, este título “Mulher” apresenta Maria como a nova Eva, Mãe de todos os crentes na fé.O contexto de um banquete de núpcias, escolhido por Jesus para o Seu primeiro milagre, remete ao simbolismo matrimonial, frequente no Antigo Testamento para indicar a Aliança entre Deus e o Seu povo e no Novo Testamento para significar a união de Cristo com a Igreja.Em Caná precisamente a água das jarras, destinada à purificação dos judeus e ao cumprimento das prescrições legais (cf. Mc 7,1-15), torna-se o vinho novo do banquete nupcial, símbolo da união definitiva entre Deus e a humanidade.A presença de Jesus em Caná manifesta, além disso, o projeto salvífico de Deus a respeito do matrimônio. Nessa perspectiva, a falta de vinho pode ser interpretada como alusiva à falta de amor que, infelizmente não raro, ameaça a união esponsal .Maria pede a Jesus que intervenha em favor de todos os esposos, pois somente um amor fundado em Deus pode libertar dos perigos da infidelidade, da incompreensão e das divisões.A graça do Sacramento oferece aos esposos esta força superior de amor, que pode confirmar o empenho da fidelidade também nas circunstâncias difíceis.No final da narração do primeiro milagre de Jesus, que se tornou possível pela fé sólida da Mãe do Senhor no seu divino Filho, o evangelista João conclui: “Os Seus discípulos acreditaram n’Ele“. Em Caná Maria inicia o caminho da fé da Igreja.Por isso hoje somos convidados às núpcias do Cordeiro. Jesus quer desposar-nos e dar-nos o vinho da alegria da convivência. Estejamos atentos para realizar tudo o que for do seu agrado.Nós cristãos, não estamos imune do pecado, mas pela fé,podemos superá-lo.Mesmo com nossos limites e fraquezas, somos convidados por Jesus a beber o vinho da salvação.Louvor e Glória ao Senhor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário