terça-feira, 20 de outubro de 2015

Santo do Dia - São Pedro de Alcântara, um dos grandes místicos espanhóis

São Pedro de Alcântara
Franciscano de espírito e convicção, era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens

“Aqueles que são de Cristo crucificaram a própria carne com os seus vícios e concupiscências” (Gal 5,24)
Esta Palavra do Senhor se aplica muito bem a São Pedro de Alcântara, o qual lembramos hoje, pois soube vencer o corpo do pecado através de muita oração e mortificações. Pedro nasceu em Alcântara, na Espanha, em 1499.
Menino simples, orante e de bom comportamento, estudou na universidade ainda novo, mas soube, igualmente, destacar-se no cultivo das virtudes cristãs, até que, obediente ao Mestre, o casto e caridoso jovem entrou para a Ordem de São Francisco, embora seu pai quisesse para ele o Direito. Pedro foi ordenado sacerdote e tornou-se modelo de perfeição monástica e ocupante de altos cargos, o qual administrou até chegar, com vinte anos, a superior do convento e, mais tarde, eleito provincial da Ordem.
Franciscano de espírito e convicção, era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo. Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III, além de amigo dos santos e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila; esta, sobre ele, atestou depois da morte do santo: “Pedro viveu e morreu como um santo e, por sua intercessão, conseguiu muitas graças de Deus”.
Considerado um dos grandes místicos espanhóis do séc. XVI e dos que levaram a austeridade até um grau sobre-humano, entrou no Céu com 63 anos, em 1562, após sofrer muito e receber os últimos Sinais do Amor (Sacramentos), que o preparou para um lindo encontro com Cristo.
São Pedro de Alcântara, rogai por nós!

Liturgia Diária -29ª Semana Comum - Terça-feira 20/10/2015- Primeira Leitura (Rm 5,12.15b.17-19.20b-21)


Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 12o pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram. 15bA transgressão de um só levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem mais superior que a graça de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos.
17Por um só homem, pela falta de um só homem, a morte começou a reinar. Muito mais reinarão na vida, pela mediação de um só, Jesus Cristo, os que recebem o dom gratuito e superabundante da justiça.
18Como a falta de um só acarretou condenação para todos os homens, assim o ato de justiça de um só trouxe, para todos os homens, a justificação que dá a vida. 19Com efeito, como pela desobediência de um só homem a humanidade toda foi estabelecida numa situação de pecado, assim também, pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça.
20bPorém, onde se multiplicou o pecado, aí superabundou a graça. 21Enfim, como o pecado tem reinado pela morte, que a graça reine pela justiça, para a vida eterna, por Jesus Cristo, Senhor nosso.



- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo de Hoje (Sl 39)


— Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor.
R- Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor.

1- Sacrifício e oblação não quisestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados, e então eu vos disse: “Eis que venho!”
2- Sobre mim está escrito no livro: “Com prazer faço a vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!”
3- Boas novas de vossa justiça anunciei numa grande assembleia; vós sabeis: não fechei os meus lábios!
4- Mas se alegre e em vós rejubile todo ser que vos busca, Senhor!” Digam sempre: “É grande o Senhor!” os que buscam em vós seu auxílio.

Compreendendo e Refletindo

Onde o pecado feriu a nossa humanidade, a nossa dignidade humana, a graça de Deus vem suplantar, renovar e fazer nova todas as coisas
“Porém, onde se multiplicou o pecado, aí superabundou a graça” (Romanos 5, 20b).
A carta de São Paulo aos Romanos mostra-nos, hoje, a triste realidade do pecado na vida da humanidade, sobretudo, na vida de cada um de nós. Por um homem o pecado entrou na humanidade. É importante, a partir disso, entender que o pecado não tem uma consequência apenas pessoal, ele terá sempre uma consequência social, porque vai transbordar para outras realidades.
O ser humano não vive isolado, sozinho, vivemos em sociedade. O pecado de Adão se espalhou por toda a humanidade e até hoje sofremos as consequências daquilo que foi a falha do primeiro homem. Mas, não é só o pecado de Adão que reina sobre a face da terra, o pecado de cada um de nós se espalha: a maldade, a falta de amor, a falta de caridade, as fraudes, os roubos, os enganos, as ilusões, as fofocas. Enfim, os inúmeros pecados que iremos citar, não só nos prejudicam individualmente, mas se alastram e se tornam um mal muito grande.
Por isso, o pecado de um se multiplica para muitos. O meu pecado pode levar muitos a pecarem e assim se vai, o pecado de cada um de nós. É importante, também, lembrar que um ato pecaminoso que praticamos multiplica outros desejos desordenados, pecaminosos para a nossa própria natureza.
Olhando por esta ótica nos entristecemos com o pecado, vemos que ele é uma realidade muito dura e drástica para a nossa própria vida pessoal e para os nossos. Se o pecado é uma tristeza, a graça maior é saber que onde o pecado se multiplicou, superabundou a graça de Deus. Ali, onde o pecado feriu a nossa humanidade, a nossa dignidade humana, a graça de Deus vem suplantar, renovar e fazer nova todas as coisas.
Se por um homem, Adão, veio a desgraça, por outro homem veio a graça sublime, o homem Cristo Jesus. Por isso, o pecado pode nos causar uma tristeza num primeiro momento, mas quando tomamos consciência dele e nos arrependemos, procuramos refazer o mal que fizemos a nós e aos outros, aí vem uma realidade muito mais sublime: a graça de Deus que lava, que purifica, que faz nova todas as coisas.
Por isso, no dia de hoje, reconheçamos a tristeza do nosso pecado, mas reconheçamos como dom maior a graça da reconciliação em Deus, a graça da redenção que o Cristo Jesus nos trouxe.
Se o pecado nos condena, a graça de Deus nos salva. Por isso, não ficamos na condenação do pecado, mas na graça de Deus que faz nova todas as coisas.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo- Canção Nova

Evangelho (Lc 12,35-38)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 35Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas.36Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. 37Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade, eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. 38E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

domingo, 18 de outubro de 2015

Angelus: coragem para dizer não ao ódio e à vingança na Terra Santa

2015-10-18 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – Ao final da celebração que elevou à honra dos altares quatro novos santos, e antes de recitar a Oração mariana do Angelus, o Papa Francisco fez um novo apelo pela paz na Terra Santa, pedindo que se diga “um não ao ódio e à vingança” e se tenha a coragem de  "dar passos concretos m direção à paz”:
“Sigo com grande preocupação a situação de forte tensão e de violência que aflige a Terra Santa. Neste momento existe a necessidade de muita coragem e muita força de vontade para dizer não ao ódio e à vingança e realizar gestos de paz. Por isto rezemos, para que Deus reforce em todos, governantes e cidadãos, a coragem de oporem-se à violência e de dar passos concretos de distensão. No atual contexto médio-oriental é mais do que nunca decisivo que se faça a paz na Terra Santa: isto nos pede Deus e o bem da humanidade”.
Após Francisco saudou aos fieis, os Cardeais, Bispos, Sacerdotes, consagrados, famílias e leigos que participaram da celebração para homenagear os novos Santos, em particular as Delegações oficiais da Itália, Espanha e França. O Papa também se dirigiu aos fieis das diferentes dioceses de proveniência dos novos santos, como Lodi e Cremona na Itália, Sevilha na Espanha e Bayeux, Lisieux e Sées, na França. (JE)
 Fonte: News.VA

Papa: Quem serve exerce a verdadeira autoridade na Igreja

2015-10-18 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) -  O serviço e o chamado a seguir Jesus pelo caminho da humildade e da cruz foram o eixo sobre o qual o Papa Francisco desenvolveu sua homilia na solene celebração na Praça São Pedro, que elevou à honra dos altares quatro novos Santos, entre os quais, os pais de Santa Teresa de Lisieux.
Milhares de fieis, religiosos e religiosas lotaram a Praça São Pedro no domingo em que se celebra o Dia Mundial das Missões. Os participantes do Sínodo, em andamento no Vaticano, tomaram parte na celebração. O governo espanhol enviou uma delegação oficial pela canonização da espanhola Madre Maria da Imaculada Conceição.
A figura apresentada pelo Profeta Isaías do Servo do Senhor que suporta a marginalização e o sofrimento até à morte para resgatar e salvar multidões foi o ponto de partida da reflexão do Santo Padre. Jesus – observou ele -  é um personagem “que não se gaba de genealogias ilustres; mas desprezado, evitado por todos, sabe o que é sofrer. Não se lhe atribuem empreendimentos grandiosos nem discursos célebres, mas realiza o plano de Deus através duma presença humilde e silenciosa, através do seu sofrimento”. Este sofrimento – explicou o Papa – que lhe permite “compreender os que sofrem, carregar o fardo das culpas alheias e expiá-las”.
Jesus, é o Servo do Senhor, “a sua existência e a sua morte foram vividas inteiramente sob a forma serviço”. Mas Tiago e João, citados na narração de Marcos, “reivindicam lugares de honra de acordo com a própria visão hierárquica do reino”, ainda estão inclinados por “sonhos de realização terrena”. E Jesus – disse o Papa – recorda a eles que deverão beber o mesmo cálice que ele bebe:
“Com esta imagem do cálice, Ele assegura aos dois discípulos a possibilidade de serem associados plenamente ao seu destino de sofrimento, mas sem garantir os desejados lugares de honra. A sua resposta é um convite a segui-Lo pelo caminho do amor e do serviço, rejeitando a tentação mundana de querer sobressair e mandar nos outros”.
Os discípulos – recordou o Papa, referindo-se ao Evangelho do dia - são chamados a servir, a exemplo de seu Mestre, afastando-se da luta para obter poder e sucesso. Jesus, ao dizer “quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo”, indica “o serviço como estilo da autoridade na comunidade cristã”:
“Quem serve os outros e não goza efetivamente de prestígio, exerce a verdadeira autoridade na Igreja. Jesus convida-nos a mudar a nossa mentalidade e passar da ambição do poder à alegria de se ocultar e servir; desarraigar o instinto de domínio sobre os outros e exercer a virtude da humildade”.
Após apresentar aos discípulos o modelo a não ser imitado, Jesus oferece a si mesmo como ideal de sofrimento: “Pois o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”. “Jesus enche de novo sentido esta imagem – disse o Papa - especificando que Ele tem a soberania enquanto servo, a glória enquanto capaz de abaixamento, a autoridade real enquanto disponível ao dom total da vida”:
“Há incompatibilidade entre uma forma de conceber o poder segundo critérios mundanos e o serviço humilde que deveria caracterizar a autoridade segundo o ensinamento e o exemplo de Jesus; incompatibilidade entre ambições e carreirismo e o seguimento de Cristo; incompatibilidade entre honras, sucesso, fama, triunfos terrenos e a lógica de Cristo crucificado”.
E pelo contrário – precisou o Santo Padre – “há compatibilidade entre Jesus, que sabe o que é sofrer, e o nosso sofrimento”. Jesus, de fato, “exerce essencialmente um sacerdócio de misericórdia e compaixão”. Por ter experimentado diretamente as nossas dificuldades, “conhece a partir de dentro a nossa condição humana”. E o fato de ele não ter experimentado o pecado – explica o Papa – “não o impede de compreender os pecadores”:
“A sua glória não é a da ambição ou da sede de domínio, mas a glória de amar os homens, assumir e compartilhar a sua fraqueza e oferecer-lhes a graça que cura, acompanhar, com ternura infinita, o seu caminho atribulado”.
Nós todos, enquanto batizados – prosseguiu o Papa – participamos no sacerdócio de Cristo: “os fieis leigos no sacerdócio comum, os sacerdotes no sacerdócio ministerial”, de forma que todos “podemos receber a caridade que brota de seu coração aberto”, tornando-nos “canais do seu amor, da sua compaixão, especialmente para aqueles que vivem no sofrimento, na angústia, no desânimo e na solidão”.
O Santo Padre, então, recorda que os novos Santos “serviram constantemente, com humildade e caridade extraordinárias, imitando assim o Mestre divino”, citando São Vicente Grossi, “pároco zeloso, sempre atento às necessidades do seu povo, especialmente à fragilidade dos jovens” e tornando-se “um bom samaritano para os mais necessitados”.
Também Santa Maria da Imaculada Conceição, que “serviu pessoalmente, com grande humildade, os últimos, com uma atenção especial aos filhos dos pobres e aos doentes”, e por fim, os Pais de Santa Teresa de Lisieux:
“Os Santos esposos Ludovico Martin e Maria Azelia Guérin viveram o serviço cristão na família, construindo dia após dia um ambiente cheio de fé e amor; e, neste clima, germinaram as vocações das filhas, nomeadamente a de Santa Teresinha do Menino Jesus”.
Que “o testemunho luminoso destes novos Santos – concluiu o Papa - impele-nos a perseverar no caminho dum serviço alegre aos irmãos” e que “eles, do Céu, velem sobre nós e nos apoiem com a sua poderosa intercessão”. (JE)
Fonte: News.VA