quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Dom Armando: “Orar pelos mortos expressa uma profunda comunhão e ajuda recíproca”


Dom Armando: “Orar pelos mortos expressa uma profunda comunhão e ajuda recíproca”
“Como membros da família humana, orar uns pelos outros, num eterno presente de Deus, expressa um profundo sentido de comunhão e de ajuda recíproca”, desta forma o bispo da diocese de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Armando Bucciol define o sentido da oração pelos mortos, por ocasião do Dia de Finados, 2 de novembro.
A Comemoração dos Fiéis Defuntos, como é chamada a celebração litúrgica do dia 2 de novembro, é uma continuação da Festa de Todos os Santos, vivida no dia anterior. “A Igreja quer abraçar a todos os que pelo batismo mergulhamos em Cristo morto e ressuscitado e pertencemos ao corpo místico por esta comunhão dos santos que cria e gera um laço profundo”, disse.
Segundo dom Armando, a oração pelos mortos tem sua razão na comunhão que existe entre todos os que pertencem ao corpo místico de Cristo. “Sendo Jesus o salvador da humanidade existe por meio dele uma comunhão com a esta”, disse.
A origem da Comemoração de todos os Fiéis Defuntos vem de longe, recorda o religioso. O culto aos mortos, no sentido de respeitosa e comovida recordação, pertence à história mais antiga da humanidade. Os cristãos, desde os primórdios, mantiveram o costume, dando a este rito o toque próprio da fé na “ressurreição”, elemento essencial e fundamental da visão cristã da vida e da morte.
Ao longo da história, há abundante documentação a respeito da necessidade de orar pelos falecidos. Desde o livro dos Macabeus se fala da necessidade de rezar pelos mortos afim de que sejam absolvidos de seus pecados. O Dia de Finados adquire rosto e data, como hoje o conhecemos, no início do segundo milênio por obra do santo Odilon, abade da famosa e importante abadia de Cluny, na França.
A Igreja, desde o início de sua caminhada, deu culto especial aos mártires, pessoas que ganharam a coroa do martírio. Disso, começou a devoção aos santos – irmãos e irmãs que fizeram da própria vida um dom, ficando fieis até o fim, imitando Jesus, o Mártir, a testemunha fiel como canta o livro do Apocalipse.
Foto: Paróquia São José de Elias Fausto
Para quem crê: a morte não é o fim
A visita aos cemitérios juntos aos túmulos dos entes queridos é expressão de comunhão, feita de dor e saudade. Mas pela fé que ilumina os que crêem em Jesus Cristo, afirma dom Armando, deve permanecer a certeza, como canta a liturgia, de que a vida não é tirada, mas transformada.
Para o religioso ao ir ao cemitério refletimos sobre a morte que pertence à nossa condição humana. Por outro lado, ele adverte que a correria cotidiana, a superficialidade, a banalização da vida e o progresso da medicina, entre outros fatores, contribuem para que não se pense na morte e se viva na ilusão da imortalidade. “A liturgia da Igreja fala a linguagem da realidade e da esperança. Convida a pensar na morte, porém não como perca, mas como passagem que gera dor e não desespero”, disse.
“O discípulo de Jesus caminha da fé para esperança, que é a salvação definitiva. Apesar de não termos superado ainda todas as alienações das quais a morte é a última expressão, caminhamos sob o impulso do amor desinteressado de Deus com o compromisso de sermos gratos e gratuitos em nossa vida. Vivamos, portanto com a nossa fé este dia que com certeza enriquece a nossa espiritualidade, o nosso relacionamento com a vida e com os demais irmãos e irmãs da caminhada do dia a dia”, concluiu.
Fonte:CNBB

Papa em Todos os Santos: Bem-aventuranças são para nós e não para super-homens

Papa Francisco no Ângelus de hoje. Captura de Youtub
Vaticano, 01 Nov. 17 / 10:30 am (ACI).- Ao presidir a oração do Ângelus nesta quarta-feira, 1º de novembro, Solenidade de Todos os Santos, o Papa Francisco explicou que as bem-aventuranças não são para “super-homens”, mas para todos nós e constituem o “mapa” da vida cristã para a felicidade.
Antes da oração mariana na Praça de São Pedro, o Pontífice explicou que “os ingredientes para a vida feliz se chamam bem-aventuranças”.
“São bem-aventurados os simples, os humildes que dão lugar a Deus, que sabem chorar pelos outros e pelos próprios erros, permanecem mansos, lutam pela justiça, são misericordiosos com todos, preservam a pureza do coração, trabalham sempre pela paz e permanecem na alegria, não odeiam e, mesmo quando sofrem, respondem ao mal com o bem”.
“Eis as bem-aventuranças. Não requerem gestos extraordinários, não são para super-homens, mas para quem vive as provações e as fadigas de todos os dias”.
O Pontífice acrescentou que “os santos são assim: respiram como todos o ar poluído que há no mundo, mas no caminho jamais perdem de vista o percurso de Jesus, indicado nas bem-aventuranças, que são como o mapa da vida cristã”.
Hoje, prosseguiu o Santo Padre, “é a festa daqueles que alcançaram a meta indicada por este mapa: não são só os santos do calendário, mas os muitos irmãos e irmãs ‘da porta ao lado’, que talvez tenhamos encontrado e conhecido”.
Francisco recordou que “a Solenidade de Todos os Santos é ‘nossa festa’: não porque somos bons, mas porque a santidade de Deus tocou a nossa vida. Os santos não são pequenos modelos perfeitos, mas pessoas atravessadas por Deus”.
“Podemos compará-los com os vitrais das igrejas que fazem entrar a luz em diferentes tonalidades de cor. Os santos são nossos irmãos e irmãs que acolheram a luz de Deus em seu coração e a transmitiram ao mundo, cada um segundo a própria tonalidade. Mas todos foram transparentes, lutaram para limpar as manchas e as obscuridades do pecado, assim deixam passar a luz amável de Deus”.
Este, indicou o Papa, “é o objetivo da vida, deixar passar a luz de Deus, também a finalidade de nossa vida. De fato, hoje no Evangelho, Jesus se dirige aos seus, a todos nós, dizendo ‘bem-aventurados’, essa palavra com a qual inicia sua pregação, que é ‘evangelho’, boa nova, porque é o caminho da felicidade. Quem está com Jesus é bem-aventurado, é feliz”.
“A felicidade não está em ter alguma coisa ou em tornar-se alguém, não. A verdadeira felicidade é estar com o Senhor e viver por amor. Vocês acreditam nisso?”.
Hoje, disse também o Papa Francisco, “é uma festa de família, de muitas pessoas simples e escondidas que, na realidade, ajudam Deus a levar avante o mundo. E quantas pessoas assim existem hoje! Irmãos e irmãs desconhecidos que ajudam Deus a levar avante o mundo. Vamos saudá-los com um grande aplauso, todos”.
O Papa explicou que a primeira bem-aventurança se refere à pobreza de espírito. Isso quer dizer que os santos, os bem-aventurados “não vivem em busca do sucesso, do poder ou do dinheiro. Sabem que quem acumula tesouros para si não se enriquece diante de Deus. Ao contrário, creem que o Senhor é o tesouro da vida e que o amor ao próximo é a única verdadeira fonte”.
Do mesmo modo, o Pontífice se referiu a outra “bem-aventurança que não se encontra no Evangelho, mas ao final da Bíblia, e que fala do fim da vida: ‘Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor’”.
“Amanhã, seremos chamados a acompanhar com a oração nossos defuntos para que gozem para sempre do Senhor. Recordemos com gratidão nossos entes queridos e rezemos por eles”.
Para terminar, o Santo Padre fez votos para que “a Mãe de Deus, Rainha dos Santos e Porta dos Céus, interceda pelo nosso caminho de santidade e pelos nossos caros que nos precederam e já partiram para Pátria celeste”.
Fonte:Acidigital

Santo do Dia : Solenidade de todos os Santos

Todos estes combatentes de Deus, merecem nossa imitação

“Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ “(Mt 5,48) (CIC 2013).
Sendo assim, nós passamos a compreender o início do sermão do Abade São Bernardo: “Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o interesse é nosso, não deles”.
Sabemos que desde os primeiros séculos os cristãos praticam o culto dos santos, a começar pelos mártires, por isto hoje vivemos esta Tradição, na qual nossa Mãe Igreja convida-nos a contemplarmos os nossos “heróis” da fé, esperança e caridade. Na verdade é um convite a olharmos para o Alto, pois neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no Céu com a luz do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma “constelação”, já que São João viu: “Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).
Todos estes combatentes de Deus, merecem nossa imitação, pois foram adolescentes, jovens, homens casados, mães de família, operários, empregados, patrões, sacerdotes, pobres mendigos, profissionais, militares ou religiosos que se tornaram um sinal do que o Espírito Santo pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho que atua na Igreja e na sociedade. Portanto, a vida destes acabaram virando proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais, perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos, sede, doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e injustiças; tudo isto, e mais o que constituem o cotidiano dos seguidores de Cristo que enfrentam os embates da vida sem perderem o entusiasmo pela Pátria definitiva, pois “não sois mais estrangeiros, nem migrantes; sois concidadãos dos santos, sois da Família de Deus” (Ef 2,19).
Neste dia a Mãe Igreja faz este apelo a todos nós, seus filhos: “O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos.” “A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada” (CIC 2028).
Todos os santos de Deus, rogai por nós!

Liturgia Diária- 30ª Semana do Tempo Comum - Quarta-feira

Primeira Leitura (Rm 8,26-30)
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 26também, o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis.
27E aquele que penetra o íntimo dos corações sabe qual é a intenção do Espírito. Pois é sempre segundo Deus que o Espírito intercede em favor dos santos. 28Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus. 29Pois aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, esses ele predestinou a ser conformes à imagem de seu Filho, para que este seja o primogênito numa multidão de irmãos. 30E aqueles que Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou, também os tornou justos; e aos que tornou justos, também os glorificou.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Responsório (Sl 12)


— Senhor, eu confiei na vossa graça!
— Senhor, eu confiei na vossa graça!
— Olhai, Senhor, meu Deus, e respondei-me! Não deixeis que se me apague a luz dos olhos e se fechem, pela morte, adormecidos! Que o inimigo não me diga: “Eu triunfei!” Nem exulte o opressor por minha queda.
— Uma vez que confiei no vosso amor, meu coração, por vosso auxílio, rejubile, e que eu vos cante pelo bem que me fizestes!

Compreendendo e Refletindo

A salvação é dom gratuito de Deus, mas a resposta para ela somos nós quem damos, que nos esforçamos e lutamos por ela

Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lucas 13,24).
A resposta de Jesus para o nosso coração hoje, vem a partir de uma pergunta. Alguém, no meio do povo, pergunta: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”. Jesus não responde nem que sim nem não, mas coloca a verdade. E qual é a verdade? Precisamos nos esforçar, empenhar-nos, dar o melhor de nós para entrarmos pela porta estreita, porque a salvação é algo muito exigente. Se nos perdemos no caminho da vida, para o encontrarmos será preciso todo esforço do nosso coração.
Vivemos no mundo das facilidades, onde as pessoas procuram as coisas mais fáceis, mais abertas, mas, muitas vezes, essas portas são abertas da forma mais inescrupulosa possível! Sem nenhum peso na consciência, as pessoas fazem as coisas erradas, e simplesmente não estão nem aí! “Não estou roubando. Não estou matando. Não estou fazendo o que outros estão fazendo. Corrupção, hoje, é assunto só para políticos”.
Estamos vivendo, muitas vezes, o caminho das facilidades. Até no Reino de Deus, às vezes, conformamo-nos, porque fazemos uma oração, vamos à Missa aos domingos, mas não nos esforçamos pela conversão diária de mudar atos, maus costumes, de nos empenharmos para combater aquelas inclinações erradas do coração, da vontade e assim por diante.
A salvação é dom gratuito de Deus, mas a resposta para ela somos nós quem damos, que nos esforçamos e lutamos por ela; somos nós que buscamos o caminho que nos leva a nos contrariar. Não há problema sermos contrariados; o problema é seguirmos nossas inclinações, levarmos a vida de qualquer jeito e não procurarmos nos converter a cada dia. A salvação de Jesus veio para todos, mas nem todos se esforçam para a viver.
O mundo, do jeito em que está, leva-nos a nos perdermos facilmente nos caminhos, nas estradas e escolhas. Precisamos ter atenção, prudência e determinação. “Esse caminho me salva ou me perde? A escolha que eu fiz é para a minha salvação ou ela me leva à perdição?”.
Deus não quer que ninguém se perca, mas é necessário, da nossa parte, darmos o melhor de nós para nos convertermos a cada dia.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo - Canção Nova

Evangelho (Lc 13,22-30)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 22Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. 23Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”
Jesus respondeu: 24“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. 25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’.
26Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ 27Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ 28Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora.
29Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.